Terça-feira, 22 de Janeiro de 2013

Literatura brasileira 1930

 

Literatura brasileira 1930

de Andréa Sirihal Werkema, José Américo Miranda, Maria Cecília

Boechat, Silvana Maria Pessôa de Oliveira (organizadores)



Coleção: Invenção

Dimensão: 20,0 X 13,5
Peso: 420 gramas




Chama-se de romance de 30 ou Neorrealismo a produção ficcional brasileira de inspiração realista produzida a partir de 1928, ano de publicação de A bagaceira, de José Américo de Almeida, que inaugura o referido ciclo.

Em função do predomínio da temática rural, generalizou-se também o conceito de romance regionalista para indicar os relatos da época, apesar de alguns romances urbanos fazerem parte do mesmo período.

As características comuns aos romances de 30 são a verossimilhança, o retrato direto da realidade em seus elementos históricos e sociais, a linearidade narrativa, a tipificação social (indivíduos que representam classes sociais) e a construção ficcional de um mundo que deve dar a idéia de abrangência e totalidade. Características muito semelhantes às do Realismo machadiano, com o acréscimo do regionalismo e das conquistas modernistas de introspecção e liberdade lingüística.

A década foi marcada também por um impressionante florescimento de estudos sobre a sociedade brasileira, com destaque especial para Casa-grande e senzala (1933), de Gilberto Freyre.

Quanto à temática, os romancistas de então enfatizam as questões sociais e ideológicas. É uma época de efervescência política no país e no mundo: no Brasil Getúlio Vargas assume depois de uma Revolução e inauguraria o Estado Novo, enquanto o mundo vive o período entre-guerras e assiste à ascensão do socialismo na União Soviética. O escritor, ao invés de pegar em armas, usa a ficção, a descrição e o romance como forma de denunciar as desigualdades e injustiças.






O LIVRO
Este livro oferece uma abrangente experiência crítica sobre a produção literária brasileira na década de 1930, apresentando artigos de: Andréa Sirihal Werkema, Ângela Vaz Leão, Antônio Sérgio Bueno, Cássia dos Santos, Claudia Campos Soares, Constância Lima Duarte, Erwin Torralbo Gimenez, José Américo Miranda, Letícia Malard, Luís Bueno, Marcos Rogério Cordeiro, Marcus Vinicius de Freitas, Raimundo Carvalho, Sérgio Alves Peixoto, Silvana Maria Pessôa de Oliveira, Solange Ribeiro de Oliveira, Vera Casa Nova.





LANÇAMENTO DA
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Terça-feira, 4 de Dezembro de 2012

VILA REAL de João Ubaldo Ribeiro

 

 


VILA REAL

de João Ubaldo Ribeiro




Lançamento: 01/11/2012

Formato: 16 x 23

168 páginas

Este é um livro agreste, duro, que não busca gracejos, envolve e por isso nos inquieta.É quando o escritor genial de faz presente e atanos a um livro que quer ser lido. Angustiante cada página nos remete a uma inexoravel vingança da morte tão anunciada como a de morrer sentado e ser enterrado assim. Em 1979 João Ubaldo estava febril e nos ministrando angustias. (E.C)

Em seu Estudo das Representações Sociopoliticas sobre João Ubaldo Ribeiro e Mia Couto, tendo em mente principalmente o romance Vila Real , Ângela Cristina Antunes Conceição (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, USP, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) apropriadamente diz que "de várias formas, João Ubaldo e Mia Couto assumem com maestria a sua função de intelectual não só pela construção ficcional das suas narrativas que nos interrogam, e ao mesmo tempo, respondem sobre as nossas indagações, mas também, por tornar a nossa leitura, uma leitura de vida, de sentimentos: de dor, de angústia, de tristeza, de lembranças, de esperanças, enfim até de alegria."


O LIVRO
Vila Real é um romance dotado de tensão e violência. Publicado originalmente em 1979, este livro de João Ubaldo Ribeiro é uma complexa metáfora dos conflitos rurais que respingam de sangue a história do Brasil. Ambientada nas imediações de uma pequena cidade fictícia do sertão nordestino, a narrativa descreve a luta de camponeses contra a “Caravana Misteriosa”, como apelidam uma empresa mineradora que lhes tomara as terras.

Argemiro é o líder dos posseiros expulsos da pequena Vila Real por uma companhia mineradora estrangeira. Ele enfrenta os homens chefiados por Genebaldo, defensor dos interesses da empresa e da ordem que está sendo ameaçada pelos camponeses. Sem as terras que lhes dão sustento para a vida e leito para a morte, os habitantes da cidade lutam para reconquistar o pouco que têm.

Aliando-se ao temido Filho de Lourival, ao feroz Alarico e aos incendiários padres Bartolomeu e Benedito, Argemiro trava um sangrento embate no acampamento atacado pelo inimigo. Apesar das perdas, eles vencem a batalha – mas não a guerra. Argemiro acaba por se refugiar com seu povo junto ao rio Japiau. Lá, reúnem forças para seguir com a luta, ainda que a vitória lhes pareça cada vez mais incerta.

Entre fugir e morrer, os sem-terra decidem resistir, mesmo que a vitória lhes pareça impossível. Mesmo diante da dureza do sertão nordestino, implacável por sua natureza agreste e suas injustiças sociais, Argemiro e a população de Vila Real resistem e fazem o máximo para saírem vitoriosos do trágico embate. Através das próprias reflexões dos personagens, vida, morte e a condição humana são abordadas com um olhar profundo.

João Ubaldo Ribeiro faz em Vila Real um retrato da rústica imposição dos poderosos sobre os despossuídos, questão tão presente nos conflitos rurais. Ao mesmo tempo em que representa uma denúncia da perpétua injustiça social no campo e no sertão, o romance vai além. O autor mostra um olhar agudo sobre a miséria humana – e a esperança de superá-la.

O AUTOR
João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro (Itaparica, 23 de janeiro de 1941) é um escritor, jornalista, roteiristae professor brasileiro, formado em direito e membro da Academia Brasileira de Letras. É ganhador do Prêmio Camões de 2008, maior premiação para autores de língua portuguesa Ubaldo Ribeiro teve algumas obras adaptadas para a televisão e para o cinema, além de ter sido distinguido em outros países, como a Alemanha. É autor de romances como Sargento Getúlio, O Sorriso do Lagarto, A Casa dos Budas Ditosos, que causou polêmica e ficou proibido em alguns estabelecimentos, e Viva o Povo Brasileiro, tendo sido, esse último, destacado como samba-enredo pela escola de samba Império da Tijuca, no Carnaval de 1987.É pai do ator e VJ da MTV Bento Ribeiro.

SUAS OBRAS

Romances

    Setembro não tem sentido - 1968
    Sargento Getúlio - 1971
    Vila Real - 1979
    Viva o povo brasileiro - 1984
    O sorriso do lagarto - 1989
    O feitiço da Ilha do Pavão - 1997
    A Casa dos Budas Ditosos - 1999
    Miséria e grandeza do amor de Benedita (primeiro livro virtual lançado no Brasil) - 2000
    Diário do Farol - 2002
    O Albatroz Azul[10] - 2009

Contos

    Vencecavalo e o outro povo - 1974
    Livro de histórias - 1981. Reeditado em 1991, incluindo os contos "Patrocinando a arte" e "O estouro da boiada", sob o título de Já podeis da pátria filhos

Crônicas

    Sempre aos domingos - 1988
    Um brasileiro em Berlim - 1995
    Arte e ciência de roubar galinhas - 1999
    O Conselheiro Come - 2000
    A gente se acostuma a tudo - 2006
    O Rei da Noite - 2008

Ensaios

    Política: quem manda, por que manda, como manda - 1981

Literatura infanto-juvenil

    Vida e paixão de Pandonar, o cruel - 1983
    A vingança de Charles Tiburone - 1990
    Dez bons conselhos de meu pai - 2011



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Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2012

Pauliceia de mil dentes de Maria José Silveira

 

Pauliceia de mil dentes


de Maria José Silveira



Selo: leia

Formato: 14 x 21 cm
Nº de páginas: 334

Quem conhece Maria José sabe de seu arrojo e ousadia e que isso tem muito de São Paulo. O caos, o submundo as questões de gênero a sintese de todos os cantos, tribos e sabe-se lá mais o que. Vale ler de um só sopro e como Ítalo Moriconi escreve - “Maria José constrói uma visão caleidoscópica da cidade. São Paulo caleidoscópica, estroboscópica, rizomática, nervosamente arlequinal.”


O LIVRO
Uma invasão a um famoso escritório de advocacia por um jovem de família tradicional, que faz a ex-namorada que o rejeitou e a faxineira da firma como suas reféns, estrutura o enredo do romance. E é em torno desse incidente que as vidas dos personagens se cruzam: um estilista bem-sucedido, autor de uma concepção inovadora  na indústria da moda é casado com uma das advogadas do escritório de advocacia. Ela tem como cliente uma cantora transexual que, feita sua mudança de sexo, deseja mudar sua carteira de identidade. O motorista de uma van escolar, irmão da cantora transexual, é namorado da dona de um salão da Mooca cuja filha é a jovem refém no escritório, e namorada do motoboy da mesma empresa, rebelde e apaixonado.

Os capítulos são intercalados por cenas com personagens secundários que se conectam aos principais e mostram diferentes tipos de vida e dramas observados nas pulsões e movimentos da cidade: a mãe do motoboy é guardadora de carros e vendedora de uma banca de lanches na região da Paulista. Moram na periferia e são vizinhos da faxineira do escritório, que tem duas irmãs – uma vendedora de perfumes e outra desempregada. Uma dessas irmãs funda a Igreja da Permissão Divina, com um pastor que já foi ladrão e preso. O pai do jovem invasor é industrial, sua mãe socialite, e sua tia uma arquiteta frustrada que se esforça para tomar uma direção na vida. O jovem é também amigo de um diretor de teatro, filho do amante de sua avó, viúva e multimilionária.

Pauliceia de Mil Dentes é um romance sobre uma cidade: a São Paulo de hoje.



TRECHO DO LIVRO

Pastor Jonerval, personagem do meu novo romance, “Pauliceia de mil dentes.” Jonerval teve uma vida difícil e a cena abaixo é da época em que ele esteve na cadeia, antes de se tornar pastor:

“Na cela da prisão, em certas madrugadas quando o mundo como que parava, os roncos paravam, as pisadas paravam, os ruídos dos insetos paravam; nessas horas raras, nesses momentos absolutos de silêncio, ele deslizava do beliche e deitava a cabeça na parte mais úmida do chão de cimento e escutava o barulho da água encarcerada lá embaixo, água sofrendo o mesmo destino daqueles homens também encarcerados por seus crimes, mas água inocente, água de algum córrego cujo lamento ele escutava dali, e pedia perdão. Mesmo que Deus, em sua inexpugnável fortaleza de saber, tenha permitido isso, mesmo assim, ele pedia perdão. Não a Deus, mas aos rios. E hoje diz na sua igreja, nos dias que a mocinha Rubi não está por perto, ela não gosta de ouvir essas coisas, ele diz, Perguntem aos rios para onde vão as cidades que os enterram. Os rios respondem, eles não se recusam a responder. Todo ano eles respondem, com novas e novas e mais enchentes que levam o que estiver pela frente. Mas os homens se recusam a entender a linguagem das águas. E é por essa desmedida ignorância do homem que Deus lhes permite preparar o cataclismo aniquilador, o fim do mundo, a hora fustigadora e nossa, Amém.”



A AUTORAMaria José Silveira nasceu em Jaraguá (GO), mora em São Paulo, mas já passou por Nova Iorque, Paris e Lima. É formada em Comunicação (Universidade de Brasília), em Antropologia (Universidad Nacional Mayor de San Marcos – Lima, Peru) e mestre em Ciências Políticas (pela Universidade de São Paulo). Em 1980 fundou a Editora Marco Zero, da qual foi diretora até 1998. Maria José ainda trabalhou como editora na Cosac&Naify.

Mas o que vem rendendo muitas alegrias à Maria José é sua carreira de escritora, pois desde que estreou em 2002, já obteve vários prêmios. Começou  inventando histórias com os personagens da Emília, Narizinho e Pedrinho para a “Revista do Sítio do Picapau Amarelo”. Mas foi com seu romance de estreia, A mãe da mãe de sua mãe e suas filhas, que recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes como escritora revelação, ganhando o mercado e o reconhecimento de seus pares.

Como ela mesma diz, há vários anos, respira e vive entre e com os livros.

Maria José além de escrever, é tradutora e mantém a coluna “Vida de quem escreve” no site literário Cronópios (www.cronopios.com.br). Tem contos publicados em cadernos e revistas literárias, como o site Cronópios, o Jornal Popular e o caderno “Pensar” do Correio Braziliense.

Confira sua obra:

* Romances

- A Mãe da Mãe de sua Mãe e suas Filhas (Editora Globo, 2002). Recebeu o prêmio APCA 2002 Revelação. Seus direitos para minissérie foram adquiridos pela TV Globo. Em quarta reimpressão.
- Eleanor Marx, Filha de Karl. (Editora Francis, 2oo2). Traduzido para o espanhol e publicado no Chile por LOM Ediciones, em 2005 e na Espanha por Txalaparta, 2006.
- O Fantasma de Luis Buñuel (Editora Francis, 2004). Recebeu Menção Honrosa do Prêmio Nestlé de Literatura de 2005. Foi indicado como leitura para os vestibulandos de 2006 e 2007 da Universidade Federal de Goiás. Em terceira reimpressão.
- Guerra no Coração do Cerrado (Editora Record, 2006).

* InfantoJuvenis

- Meninos e meninas do Brasil, coleção Infantil (Formato Editorial). Composta de 5 títulos, todos com o Selo de Recomendado da FNLIJ:
– Tendy e Jã-Jã em Dois Mundos e uma Nova Terra (época do Descobrimento) (2003). 2ª impressão;
– Iamê e Manuel Diogo nos Campos de Piratininga (época dos Bandeirantes) (2004). 2ª impressão;
– Ana Preciosa e Manuelim na Terra do Ouro (época do Ciclo do Ouro) (2004). 2ª impressão;
– Brasília e João Dimas com o Caldeirão da Santa (época da Independência) (2004). 2ª impressão;
– Floriana e Zé Aníbal no Rio do Bota-Abaixo (começo do século XX) (2005). 2ª impressão.

- Uma Cidade de Carne e Osso (FTD, 2004). Selo de Recomendado da FNLIJ, 2ª. Impressão.
- Ossos, com Luiz Bras, Coleção 3 Versões (Callis, 2004). Selo de Recomendado da FNLIJ
- Cabeça de Garota, coleção Sinal Aberto (Ática, 2005). 2ª impressão.
- Malcriadas – coleção Muriqui (Editora SM, 2006). Comprado pelo PNBE, 2ª. Impressão.
- Um Fantasma Ronda o Acampamento (Editora Expressão Popular/Iterra/FNDE/SP, 2006). 40.000 exemplares vendidos
- O Vôo da Arara Azul (Callis, 2007). Premiado pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo/2007
- A Jovem Pagu (Ed. Nova Alexandria, 2007)
- Uma aventura misteriosa contada a dois ouvintes atentos (Ed. Girafinha, 2008)
- Amizade Improvável, com Índigo e Ivana Arruda Leite, Coleção Quero Ler  (Editora Ática, 2008)
- Meu presente para o mundo (LGE Editora, 2009)

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Segunda-feira, 21 de Maio de 2012

Fios e Os Bordados, Os - Imagens de Gonzaga na Ficção Literária Brasileira

 

Fios e Os Bordados, Os - Imagens de Gonzaga na Ficção Literária Brasileira

de  ILCA VIEIRA OLIVEIRA

Formato: 20 x 14 x 1
Peso: 250 gr.




O LIVRO

Poucos escritores, no âmbito das letras da língua portuguesa, terão gerado legenda tão impressiva quanto Tomás Antônio Gonzaga. Os fios e os bordados nos conduz ao âmago dessa legenda mediante minucioso estudo analítico de algumas “imagens de Gonzaga na ficção literária brasileira”, criteriosamente escolhidas de modo a permitir acompanharmos as vicissitudes históricas e estéticas da construção dessa mitologia em torno da figura do poeta inconfidente. O ensaio parte da representação pioneira proposta por Joaquim Norberto (Dirceu de Marília, 1845), passando, entre outras, pela de Cecília Meireles (Romanceiro da Inconfidência, 1953), para chegar finalmente à de Rui Mourão (Boca de chafariz,1991). Resulta do percurso uma densa reconstrução crítica desse processo de contínuas reciclagens interpretativas da obra e da vida de um dos mais destacados representantes da literatura – e mesmo da história política – do Brasil.

SAIBA MAIS

Poeta feito de ficção e história

Livro aborda como literatos de diversos gêneros reconstruíram a imagem do poeta inconfidente Tomás Antonio Gonzaga

Gonzaga, em tela de João Maximiliano Mafra (1843): mitos da nação
Autores de diversos gêneros literários, como Castro Alves, Cecília Meireles, Antonio Barreto e Rui Mourão, unem ficção e história – como se tecessem “um bordado com dois fios” – para dar novos traços à imagem do poeta inconfidente Tomás Antonio Gonzaga (1744-1810). Ele é representado a partir de modelo identitário ligado à construção de um projeto de nação.

Essa ideia é destrinchada no livro Fios e bordados (Editora UFMG), de Ilca Vieira de Oliveira, que resulta de tese de doutorado defendida há seis anos na Faculdade de Letras da Universidade. “Apresento como as imagens do Gonzaga são reconstruídas no imaginário brasileiro, como ele aparece na poesia, no drama e na narrativa dos dois últimos séculos, como representante de mitos simbólicos do Estado-nação”, explica a autora, que é professora da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

De acordo com Ilca de Oliveira, os românticos, apesar de construírem imagem idealizada do poeta Gonzaga nos textos Gonzaga ou a conjuração de Tiradentes, de Teixeira e Sousa, Dirceu de Marília, de Joaquim Norberto, e Gonzaga ou a revolução de Minas, de Castro Alves, já delimitavam em sua escrita uma heterogeneidade nacional. Ela diz que Castro Alves recorre à história da Inconfidência Mineira para criticar a política do país e põe em cena a escravidão e a situação da mulher. Em Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, A barca dos amantes, de Antônio Barreto, e Boca de chafariz, de Rui Mourão, a imagem do poeta é apresentada a partir de diferentes perspectivas.

“A construção do texto já traz em seu tecido ficcional um registro fragmentário da história e do indivíduo. E as imagens do poeta que foram consagradas pelos escritores românticos e pelo governo de Getúlio Vargas serão confrontadas através de um discurso polifônico”, diz Ilca de Oliveira. “A imagem de Gonzaga que se configura na ficção literária brasileira está em processo de renovação contínua.”

O interesse da pesquisadora pelo século 18 e por Marília de Dirceu (1792), obra mais importante de Gonzaga, vem desde a iniciação científica, na graduação em Letras, e desdobrou-se na pesquisa de mestrado. Nessa fase dos estudos, ela descobriu, nas histórias da literatura brasileira, referências a textos ficcionais que retomavam a história de Minas do século 18 e personagens históricas. “Essa investigação revelou que escritores recriavam imagens de Gonzaga, juntamente com imagens da nação. E resolvi me aprofundar sobre o tema”, ela conta.

De acordo com Ilca de Oliveira, a escrita de Marília de Dirceu, obra mais importante de Gonzaga, coincidiu com as academias literárias do século 18, em que letrados e intelectuais se reuniam para discutir arte e ciência. Esse momento foi marcado pela criação da Arcádia mineira, por Cláudio Manoel da Costa. Tomás Gonzaga produziu poesia apoiada na estética árcade, mas inovou sobretudo, segundo Ilca, no ritmo e na estrofação das liras, derivadas das odes anacreônticas (cantos de amor pastoril) e em suas tendências pré-românticas.

Mito do amor idealizado

Nascido na cidade do Porto, Gonzaga passou parte da infância em Pernambuco, com o pai, ouvidor-geral da província, mas se formou em Direito na Universidade de Coimbra. Atuou como juiz em Portugal antes de voltar ao Brasil em 1782, para ocupar o cargo de ouvidor dos defuntos e ausentes da comarca de Vila Rica, e permaneceu no país por 10 anos. Em 1789, foi preso sob acusação de integrar o movimento contra Portugal. Passou pela Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, e foi então deportado para Moçambique, onde morreu.

Segundo Ilca de Oliveira, a importância dessa última viagem do poeta é a contribuição para a configuração do mito do amor idealizado na tradição literária e cultural brasileira. “O exílio impediu o casamento de Gonzaga (que se uniria na África a Juliana de Mascarenhas) com Maria Doroteia, e portanto a concretização do amor, dos sonhos e da liberdade”, esclarece a autora.

por Itamar Rigueira Jr.




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Segunda-feira, 5 de Setembro de 2011

...

Lançamento - Os antimodernos: de Joseph de Maistre a Roland Barthes



Os antimodernos: de Joseph de Maistre a Roland Barthes de Antoine Compagnon
Laura Taddei Brandini (tradutora)

Coleção: Humanitas
573 p.

Quem são os antimodernos? Não os conservadores, os acadêmicos, os medrosos, os convencionais, os reacionários, mas os modernos a contragosto, sem querer, contra a vontade, aqueles que avançam olhando no retrovisor, como Sartre dizia de Baudelaire. Os antimodernos foram o tempero da modernidade, seu avesso ou sua dobra, sua reserva e seu recurso. Sem o antimoderno, o moderno teria os dias contados, pois os antimodernos deram a liberdade aos modernos, eles foram os modernos mais a liberdade. Este livro explora o filão da resistência que atravessa toda a modernidade e que de alguma maneira a define, distinguindo-a de um modernismo ingênuo, zeloso do progresso. A contrarrevolução, o anti-Iluminismo, o pessimismo, o pecado original, o sublime, a vituperação e algumas grandes figuras antimodernas dos séculos XIX e XX são examinados nesta obra.


Joseph de Maistre

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Sexta-feira, 8 de Abril de 2011

Lançamento - Fenomenologia da obra literária de Maria Luiza Ramos

 

 


Fenomenologia da obra literária
Maria Luiza Ramos

Área:
Coleção: Invenção
Apoio: Faculdade de Letras da UFMG (Fale)
4ª Edição Revista.
251 p.

Esta nova edição revista do clássico estudo de Maria Luiza Ramos se caracteriza por uma mudança do enfoque teórico, que antes se baseava na obra de Roman Ingarden e agora enfatiza a fenomenologia segundo a ótima de Martin Heidegger. Discutem-se assim as diferentes manifestações da temporalidade, de modo a não se buscar o sentido da obra, mas de traçar-lhe um sentido com base não só nos seus elementos intrísecos, mas também nos dados históricos que a produziram. Não se trata, pois, de uma hermenêutica normativa, mas de evidenciar o que há no texto de positivo, capaz de torná-lo compreensível e comunicável.

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Segunda-feira, 7 de Fevereiro de 2011

O traço, a letra e a bossa: literatura e diplomacia em Cabral, Rosa e Vinicius



O traço, a letra e a bossa: literatura e diplomacia em Cabral, Rosa e Vinicius
de Roniere Menezes

Coleção: Humanitas

320 p.

Este livro estabelece diálogos entre a produção artístico-literária dos escritores-diplomatas João Cabral de Melo Neto, João Guimarães Rosa e Vinicius de Moraes e o discurso das modernidades tardias no Brasil. Os textos analisados voltam-se para espaços periféricos e para o homem comum. A escrita diplomática, de caráter oficial, aproxima-se da escritura: discurso permeado pela transdisciplinaridade, pela imaginação estética e pelo cuidado ético.




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Quarta-feira, 3 de Novembro de 2010

Boca de chafariz



Boca de chafariz -
romance
de Rui Mourão

265 p.

Boca de chafariz é poesia, é filosofia, é sociologia, é história! O escritor, misturando todas as ações, descreve profundamente o cenário e os personagens, nos fazendo sentir totalmente dias, noites, madrugadas (e as madrugadas ouro-pretanas são divinas), tardes, momentos de tantos aspectos e sentimentos, que arrastam o leitor para viver a realidade do que é descrito. Os pronunciamentos de Antonio Dias, Tiradentes, Aleijadinho e Luis da Cunha Meneses... Este último no papel de “bandido”, maléfico, implicando especialmente com Gorceix, em mais uma demonstração do medo que o poder tem do saber. E o Aleijadinho, agora assumindo ser realmente o “espírito tutelar que recobre a região de Minas Gerais”. (Maestro Ernani Aguiar)


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Domingo, 28 de Março de 2010

Manoel de Barros e Maria Gabriella Llansol


Manoel de Barros e Maria Gabriella Llansol

inauguram nova coleção da Editora UFMG


A Editora UFMG fez o lançamento da Coleção AmorÍmpar com os livros Manoel de Barros e Maria Gabriella Llansol. A data do lançamento marca dois anos de morte da escritora portuguesa Maria Gabriella Llansol.

Os livros:


Manoel de Barros – Caderno I

Prólogo Lucia Castello Branco; ilustrações Maria José Vargas Boaventura

Manoel de Barros tem uma afinidade com a palavra escrita e seu jeito de ser e agir revela sua alma de poeta. A sua visão de mundo é convertida em palavras rascunhadas no papel, que levam o leitor a mergulhar em seu universo e sentir-se tocado por sua poesia.

A troca de experiências, através de cartas, livros, originais e ideias, resultaram num registro impar entre leitor/autor/leitor. Dessa relação poética, estabelecida entre Manoel de Barros e Lúcia Castello Branco, nasceu o Caderno I Manoel de Barros, um formato que traduz toda uma essência de poesia viva, e como nas palavras do próprio poeta: “eu estou total nele”.


Coleção: AmorÍmpar
Acompanha DVD Língua de Brincar

Maria Gabriela Llansol – Caderno II

Prólogo Lucia Castello Branco; Ilustrações Maria José Vargas Boaventura

Lucia Castello Branco conheceu a obra de Llansol em 1992. A forte impressão causada pelo livro Um beijo dado mais tarde levou Lúcia a elaborar um projeto que incluísse a escritora. A relação que se estabeleceu entre elas, desde então, é descrita pela organizadora como fortes laços de letra e vida.

O caderno II foi elaborado a partir de uma visita ao Espaço Llansol na cidade de Sintra, em fevereiro de 2009. Com a ajuda de amigos e colaboradores, Lúcia percorreu os caminhos que inspiraram Maria Gabriela Llansol, como por exemplo, o da Praia das Maçãs à Casa de Toki-Alai, onde a escritora viveu. Compõem o caderno ramos, folhas e flores, além de fotografias e objetos que são parte do texto e da vida da autora.

Coleção: AmorÍmpar
Acompanham 2 DVDs - Proposição 24 e Redemoinho-Poema

LANÇAMENTOS DA

 

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Terça-feira, 7 de Julho de 2009

Todas As Guerras


Todas As Guerras, V.1 - Tempos Modernos

VARIOS AUTORES
Organizador: NELSON DE OLIVEIRA

No dia 04/07 ocorreru o lançamento da coletânea TODAS AS GUERRAS (Editora Bertrand Brasil), coletânea de contos organizada e editada por Nelson de Oliveira na OFF FLIP - Circuito Paralelo de Ideias, em Paraty - RJ

Neste livro, cada uma das principais guerras da humanidade é abordada pela narrativa de um autor diferente. São contos de ficção de diversos gêneros, incluindo ficção especulativa e fantástica.

O livro começa com um cerco nas Cruzadas e fecha com a guerra no Oriente Médio. Mais do que uma lógica cronológica, o livro traz um olhar crítico sobre momentos importantes da humanidade, todos marcantes na vida de diversas gerações.



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