De 26 a 28 (programação final)
ICONOCLÁSSICOS
A Cinemateca de Curitiba em parceria com o Itaú Cultural apresenta
ICONOCLÁSSICOS, uma série de cinco filmes sobre artistas brasileiros
contemporâneos: Itamar Assumpção, Nelson Leirner, José Celso Martinez
Corrêa, Paulo Leminski e Rogério Sganzerla. Todos eles são referências
importantes no contexto da produção cultural e suas obras são um legado para
as novas gerações.
Estes filmes foram realizados com o intuito de criar um documento audiovisual,
repleto de informações e referenciais sobre os artistas, analisando e
reinterpretando suas obras. Cada um dos filmes foi produzido por um diretor
de destaque no contexto cinematográfico brasileiro, o que imprimindo uma
qualidade autoral e de linguagem audiovisual diferenciada.
Classificação 14 anos para todos os filmes
Ingresso gratuito
Dia 26 - 18h e 20h
ASSIM É, SE LHE PARECE (2011 – 75’ - digital). Direção: Carla Gallo
O artista plástico Nelson Leirner revela-se neste documentário despojado da
rotina e intimidade de um criador iconoclasta. “Eu não queria ser artista, eu
não queria ser nada” afirma ironicamente ao relembrar sua trajetória. Avesso à
formação e aos preceitos tradicionais das academias de arte, se apropriou com
liberdade e sem preconceitos das informações e ferramentas que lhe serviram
para a criação artística.
Dia 27 - 18h e 20h
EVOÉ – RETRATO DE UM ANTROPÓFAGO (2011 – 104’ - digital). Direção:
Tadeu Jungle e Elaine Cesar
Um filme que mistura de forma labiríntica depoimentos recentes e imagens
históricas da carreira do o diretor, ator e dramaturgo Zé Celso, do Teatro
Oficina. O documentário adquiriu o seu verbo principal em quatro viagens
a pontos chave da trajetória do Zé: Sertão da Bahia, Praia de Cururipe em
Alagoas (onde o Bispo Sardinha foi devorado), Epidaurus e Atenas, na Grécia
e o apartamento de São Paulo. Com acesso livre ao infindável e sempre
crescente arquivo de imagens e sons do Grupo Oficina, misturados com
imagens contemporâneas, constrói-se aqui uma visão muito particular de uma
das maiores personalidades das artes do Brasil de todos os tempos.
O filme pode ser exibido de forma cíclica, pois não tem um começo e com
certeza nunca terá fim.
Dia 28 - 18h e 20h
MR. SGANZERLA – OS SIGNOS DA LUZ (2011 – 90’). Direção: Joel Pizzini
Filme-ensaio que recria o ideário do cineasta Rogério Sganzerla por meio dos
signos recorrentes em sua nobra: Orson Welles, Noel Rosa, Jimi Hendrix e
Oswald de Andrade,que são consideradas as matrizes de seu pensamento. O
método de criação, a musicalidade do olhar, o estilo inovador na montagem,
o duo com a atriz e companheira "Helena Ignez que revolucionou a "mise
en scène" no cinema, a parceria com Júlio Bressane na produtora Belair e
a atitude iconoclasta do autor atravessam o filme numa linguagem que se
contamina com a dicção vertiginosa do artista. Narrado em primeira pessoa, a
partir de imagens raras e situações encenadas hoje com personagens-chave
de sua filmografia, Mr. Sganzerla – Os Signos da Luz revela a cosmovisão do
diretor do clássico "Bandido da Luz Vermelha", refletindo sobre sua trajetória
visionária.
Dia 29 – 20h
PROJETO VOLTA ÀS TELAS
Exibição do filme SENHOR BOM JESUS DA CANA VERDE (BR/PR, 1966 –
95’ – ficção - 16mm). Direção: Gabrielângelo Caramore.
Baseado no livro de Joaquim Vicente de Souza, o filme recria a lenda da
imagem do Senhor Bom Jesus que se encontra no santuário de Siqueira
Campos. O filme se passa na época da escravatura no Brasil e foi custeado
com a ajuda de paroquianos e moradores da cidade.
Classificação livre
Ingresso gratuito
Dia 30 – 19h
Exibição do documentário MINHAS SACADAS (PR, 2013 – 11’ – digital).
Direção: Lourivalde Vieira Filho.
Minhas Sacadas é um projeto que ilustra a vida e costumes de duas ruas
centrais de Curitiba pela visão de um artista. Este projeto documenta as
esquinas das centenárias ruas São Francisco com a Rua Riachuelo. Um
olhar indiscreto e inquietante assumindo a personalidade do seu criador. Os
personagens são reais que pairam na noite onde tudo pode acontecer. Após
cinco minutos, saindo dessas ruas para além do alcance da câmera, as cenas
não mais existirão.
Após a exibição bate papo com o Lourivalde Vieira Filho (diretor do filme),
Beto Carminatti (roteirista), Ulisses Galleto (desenhista de som) e Jaques
Brand (entrevistado).
Classificação 18 anos
Ingresso gratuito
De 1º a 07 de maio – 19h
MOSTRA PRIMEIRO DE MAIO
Em 1886 milhares de trabalhadores reivindicavam nas ruas de Chicago
Estados Unidos jornada de trabalho de 8 horas. A jornada de trabalho então
variava de 12 a 16 horas diárias.
Na luta morreram muitos trabalhadores e em 1889 a Segunda Internacional
Socialista reunida em Paris decidiu estabelecer um dia de luta anual pela
jornada de 8 horas e decidiu-se por primeiro de maio em homenagem a luta
dos trabalhadores de Chicago que se deu no inicio de maio de 1886. A data
então se transformou num dia de luta dos trabalhadores mundo afora por
melhores salários e melhores condições de trabalho.
A Cinemateca de Curitiba realizará de 01 a 07 de maio de 2013 uma mostra
de filmes brasileiros premiados no Brasil e no exterior, que tratam diretamente
da luta dos trabalhadores brasileiros como é o caso de ELES NAO USAM
BKACK TIE, de Leon Hirszman,sobre os conflitos, contradições e anseios da
classe trabalhadora no final dos anos 70, ABC BRASIL, de Sergio Péo, José
Carlos Asbeg e Luiz Arnaldo Campos, GREVE! de João Batista de Andrade e
GREVE DE MARÇO, de Renato Tapajós,documentários sobre as greves de
1979 que muito contribuíram com a redemocratização do pais ou filmes que
tangenciam com o tema, como é o caso do clássico SÃO PAULO SA, de Luiz
Sergio Person, cujo tema é o crescimento urbano, a industrialização, a criação
de uma burguesia nas grandes cidades,GAIJIN, CAMINHOS DA LIBERDADE,
de TizukaYamasaki, sobre a imigração japonesa para o Brasil e as péssimas
condições de trabalho aqui impostas a esses trabalhadores. A luta dos
trabalhadores migrantes por manter sua identidade no belíssimo O HOMEM
QUE VIROU SUCO, de João Batista de Andrade, a luta pela terra, pela reforma
agrária em UMA QUESTAO DE TERRA, de Manfredo Caldas e a saga dos
candangos, imigrantes operários, em sua maioria nordestinos na construção de
Brasília em CONTERRANEOS VELHOS DE GUERRA de Vladimir Carvalho.
Ingresso gratuito para todos os filmes da mostra
Dia 1º - 19h
ELES NÃO USAM BLACK-TIE (BR/SP, 1981 – 121’ – ficção – digital).
Direção: Leon Hirszman. Elenco: Fernanda Montenegro, Gianfrancesco
Guarnieri, Carlos Alberto Riccelli.
O filme debruça-se sobre os conflitos, contradições e anseios da classe
trabalhadora no final dos anos 1970, na crise final da ditadura militar. Tião,
jovem operário, namora Maria, colega de fábrica. Quando toma conhecimento
de que ela está grávida, resolve marcar o casamento. Mas as dificuldades
financeiras do casal são imensas. Nisso eclode uma greve. Otávio, pai de
Tião, líder sindical veterano, adere à greve mesmo contrariado com a decisão
da categoria, que lhe parece precipitada. Participando dos piquetes em frente
à fábrica, entra em choque com a polícia, é espancado e preso. O filho,
indiferente ao drama do pai e dos colegas, fura a greve. Individualista, credita à
militância do pai a miséria em que sempre viveram. O conflito então explode no
interior da família.
Classificação 14 anos
Dia 02 – 19h
SÃO PAULO SOCIEDADE ANÔNIMA (BR/SP, 1965 – 107’ – ficção – digital).
Direção: Luiz Sergio Person. Elenco: Walmor Chagas, Darlene Glória, Eva
Vilma.
Grande painel sobre o impacto das transformações sociais e econômicas
na cidade de São Paulo provocadas pelo surto da implantação da indústria
automobilística no Brasil, sob a ótica de um indivíduo em ascensão. Após
casar-se, ter amantes e progredir socialmente, unindo-se a um empresário do
setor automobilístico, ele entra em crise e tenta abandonar sua carreira e sua
vida conjugal.
Classificação 12 anos
Dia 03 – 19h
GAIJIN – CAMINHOS DA LIBERDADE (BR, 1980 – 104’ – ficção – 35mm).
Direção: Tizuka Yamasaki. Elenco: José Dumont, Antonio Fagundes, Sadi
Cabral.
O filme mostra a história dos imigrantes japoneses que chegaram ao Brasil no
início do século 20. Uma garota japonesa vem para o Brasil em busca de uma
vida melhor e passa a trabalhar numa plantação de café. Tristemente, a moça
percebe que os homens são tão exploradores na América do Sul quanto no
Japão.
Classificação 14 anos
Dia 04 – 19h
CONTERRÂNEOS VELHOS DE GUERRA (BR/DF, 1990 – 168’ –
documentário – digital). Direção: Vladimir Carvalho
Os primeiros tempos de Brasília, ainda na construção, em 1959. Os canteiros
de obras se espalham por toda parte e os trabalhadores, chamados de
candangos, afluem de vários pontos do país, especialmente do Nordeste.
As péssimas condições de trabalho provocaram uma chacina que vitimou
grande número de operários. A memória deste e de outros episódios chega
aos nossos dias pelo testemunho daqueles que viveram a experiência da
construção da capital brasileira.
Classificação livre
Dia 05 – 19h
UMA QUESTÃO DE TERRA (BR/DF, 1988 – 80’ – documentário – digital).
Direção: Manfredo Caldas.
A partir do assassinato da líder camponesa Margarida Maria Alves, o filme
analisa os vários níveis de violência no campo. Dando voz aos trabalhadores
rurais, questiona-se, de maneira contundente, o problema fundiário no país,
especificamente no Estado da Paraíba. O documentário culmina com os três
dias de votação da reforma agrária na Assembléia Nacional Constituinte de
1988.
Classificação livre
Dia 06 – 19h
O HOMEM QUE VIROU SUCO (BR/SP, 1979 – 97’ – 97’ – ficção - digital).
Direção: João Batista de Andrade. Elenco: José Dumont, Célia Maracajá, Ruth
Escobar.
A história segue Deraldo, um poeta popular nordestino recém chegado a São
Paulo, onde tenta sobreviver de sua poesia e folhetos. Confundido com o
operário de uma multinacional que mata o patrão, é perseguido pela polícia
e perde sua identidade e condição de cidadão. Através de Deraldo, o filme
acompanha o caminho do trabalhador migrante numa cidade grande: a
construção civil, os serviços domésticos e subempregos sujeitos à violência
e à humilhação. E segue a luta de Deraldo para reconquistar sua liberdade e
preservar sua identidade.
Classificação 16 anos
Dia 07 – 19h
ABC BRASIL (BR/SP, 1981 – 18’ – documentário – digital). Direção e roteiro:
Sérgio Péo, José Carlos Asbeg e Luiz Arnaldo Campos.
Documentário sobre a retomada do movimento operário, liderado pelos
metalúrgicos do ABC Paulista, que culminou na criação do Partido dos
Trabalhadores (PT). Recebeu o prêmio de Melhor Filme no Festival de Cinema
de Niterói, em 1982.
GREVE! (BR/SP, 1979 – 37’ – documentário – digital). Direção e roteiro: João
Batista de Andrade.
Os acontecimentos principais da greve dos metalúrgicos do ABC, liderada por
Lula em março de 1979, são narrados ao mesmo tempo em que se procura
contextualizá-los no momento político brasileiro. Depoimentos de operários
militantes revelam as razões objetivas que os conduziram a esse movimento
sólido e transformador.
GREVE DE MARÇO (BR/SP, 1979 – 35’ – documentário – digital). Direção e
roteiro: Renato Tapajós.
O documentário aborda a primeira fase da greve dos metalúrgicos do ABC, em
1979. Foi realizado para ser exibido aos operários durante a trégua entre as
duas fases da greve, com o objetivo de mobilizá-los para a segunda fase. O
filme mostra as grandes assembleias, com mais de 100 mil metalúrgicos, no
campo de Vila Euclides, em São Bernardo do Campo; a mobilização em vigília
no Sindicato; os conflitos de rua decorrentes e a volta triunfal da diretoria,
encabeçada por Lula, na grande assembleia em que a trégua é proposta.
Classificação livre
Cinemateca
Rua Carlos Cavalcanti, 1174, São Francisco
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às
22h30. Sábados e domingos, das 14h30 às 22h30.
Informações: (41) 3321-3252