Ao viver em uma sociedade bastante idealizada em relação à realidade nua e crua dos seus membros, o ser humano paga um alto preço por tal discrepância. Informações genéticas obrigam-no a sobreviver e se aperfeiçoar a fim de tornar-se apto e a dar continuidade à espécie através da sua descendência. Logo, o choque é inevitável frente às normas e leis que tentam regular os comportamentos sociais. Duas poderosas forças se enfrentam e disso pode decorrer evolução, conflito e, nos casos extremos, significativos desajustes psíquicos.
A luta se inicia de forma sutil através do psiquismo e da funcionalidade cerebral. Tal combate se estabelece entre as funções mais antigas (anatomicamente, o sistema límbico e as emoções, por exemplo) e as mais recentes (neocórtex e o planejamento e o controle). Se há boa comunicação entre o antigo e o novo, ou seja, entre o lado original animalesco e o lado que busca a civilização, é possível resultar bons avanços. Do contrário, o mal-estar revelará a presença de discórdia que, se canalizada irrefletidamente para os comportamentos, pode gerar desacordo social. A brutal inconsciência nocauteia a mirrada consciência.
Vale destacar que é fundamental cobrar o desenvolvimento das potencialidades humanas, sobretudo a autonomia intelectual e a ética que levem a pessoa a observar o que é bom para si e para outrem. [ Clique para continuar lendo ]