Voltado desde o ano 1992, quando inicia sua parceria com o Sesc São Paulo,para a produção artística do Sul Geopolítico (América Latina, Leste Europeu, África, Oriente Médio, Sudeste Asiático e Oceania), o Videobrasil, em suas três décadas, fez uma história baseada no pioneirismo e na experimentação no campo das artes. Começando pelo vídeo, uma linguagem nova e contestadora em 1983, passando, a partir de 1990, por suas variáveis, como a videoinstalação e a poesia visual. A partir da década de 2000, conforme aprofundava seu processo de internacionalização, o Festival abria-se para novas formas de arte, como a performance, para a qual dedicou a 15ª edição, em 2005, até abrir-se para todos os gêneros e inovações da arte contemporânea do Eixo Sul em 2011.
O Foco 8 -À Luz dos 30 Anos, integrante dos Programas Públicos do 18º Festival, teve início em novembro de 2013 com um encontro que reuniu curadores e pesquisadores envolvidos em duas iniciativas que foram marcos pioneiros da história do vídeo no Brasil. Aracy Amaral retomou no Sesc Pinheiros, ao lado de Roberto Moreira S. Cruz, seu projeto EXPOPROJEÇÃO (1973), primeiro levantamento da produção artística em audiovisual realizado no Brasil; e o MAC homenageou seu ex-diretor, o curador Walter Zanini (1925-2013), criador, em 1976, do primeiro núcleo de videoarte em um museu brasileiro, dirigido à época por Cacilda Teixeira da Costa, presente ao encontro.
Os dois últimos debatesdeste foco, que encerram a 18ª edição do Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil,em cartaz até o dia 02 de fevereiro no Sesc Pompeia, contextualizam a trajetória do Videobrasilem relação às histórias das suas mostras competitivas e exposições paralelas, e aos movimentos da cena artística do Brasil e do Sul Geopolítico.
O encontro “Exposições em Contexto” acontece na quinta-feira (30/1), a partir das 20h. Nele, as curadoras Ana Maria Maia e Daniela Labra falam sobre a relação das mostras do Festivalcom as exposições de arte realizadas no Brasil nas últimas três décadas, tratando ainda do período em que o vídeo, nos anos 1970 e 80, manteve-se à margem dos principais circuitos artísticos do país. O encontro tem mediação da pesquisadora Ana Pato e acontece no Galpão do Sesc Pompeia a partir das 20h.
No sábado (01/2), penúltimo dia do Festival, acontece o último encontro dos Programas Públicos desta edição.Em “30 anos: memórias e atualizações” a fundadora do Videobrasil e curadora da 18ª edição, Solange Farkas, analisa e debate como curador, pesquisador e coordenador da Fundação Joaquim NabucoMoacir dos Anjos, o professor e curadorEduardo de Jesus e o jornalista Gabriel Priolli Netto os grandes ciclos de transformação do Videobrasil, relacionando-os às mudanças na cena de arte contemporânea no Sul nas últimas três décadas. O evento acontece também no Galpão do Sesc Pompeia, a partir das 16h, e tem mediação da jornalista cultural e coordenadora editorial do VideobrasilTeté Martinho.
FOCO 8 | À LUZ DOS 30 ANOS
EXPOSIÇÕES EM CONTEXTO
Galpão do Sesc Pompeia | 30.01.2014 (quinta) | 20h
Em 1974, o curador Walter Zanini apresenta no MAC-SP uma das primeiras mostras de videoarte no país. Entre os anos 1970 e 80, à exceção de inserções pontuais em exposições e na Bienal de São Paulo, o vídeo anda à margem de museus e galerias no Brasil. A trajetória do Videobrasil acompanha a absorção do vídeo pelo universo das artes visuais. A mesa relaciona as mostras do Festival e exposições de arte das três últimas décadas.
Com: Ana Maria Maia e Daniela Labra | Mediação: Ana Pato
AnaMariaMaia (Recife, Brasil, 1984) Jornalista e mestre em história da arte. Curadora adjunta do Panorama de Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo, foi assistente de curadoria da 29a Bienal de São Paulo (2009).
AnaPato (São Paulo, Brasil, 1972) Pesquisadora. Foi diretora de projetos da Associação Cultural Videobrasil. É autora do livroLiteraturaExpandida– arquivoecitaçãonaobradeDominiqueGonzalez-Foerster (Videobrasil/Edições Sesc São Paulo, 2012).
DanielaLabra (Santiago do Chile, 1974) Curadora independente e crítica de arte, é autora do livro WandaPimentel (Museu de Arte Contemporânea, Niterói). Responsável pelo site Artesquema.
30 ANOS: MEMÓRIAS E ATUALIZAÇÕES
Galpão do Sesc Pompeia | 01.01.2014 (sexta) | 16h
O encontro analisa os grandes ciclos de transformação do Videobrasil, relacionando-os às mudanças na cena de arte contemporânea no Sul nas últimas três décadas.
Com: Solange Farkas, Moacir dos Anjos, Arlindo Machado, Eduardo de Jesus e Gabriel Priolli Netto | Mediação: Teté Martinho
ArlindoMachado (São Paulo, Brasil, 1949) Doutor em comunicações, é professor de pós-graduação em comunicação e semiótica da PUC/SP e do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA/USP. É autor de Ailusão especular (Brasiliense) e Aartedovídeo(Brasiliense).
EduardodeJesus (Belo Horizonte, Brasil, 1967) Curador e professor do programa de pós-graduação da Faculdade de Comunicação e Artes da PUC-MG. Foi cocurador de DensidadeLocal, Festival Transitio-MX, Cidade do México (2008). Integrou a comissão curadora da mostraPanoramasdoSul.
Gabriel Priolli Netto (São Paulo, Brasil, 1953) Jornalista e diretor de televisão. Foi membro do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional.
MoacirdosAnjos (Recife, Brasil, 1963) Pesquisador e coordenador de artes visuais da Fundação Joaquim Nabuco (Recife). Foi curador do pavilhão brasileiro na 54ª Bienal de Veneza (2011) e da 29ª Bienal de São Paulo (2010), e cocurador da 6ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2007).
SolangeO.Farkas Fundadora da Associação Cultural Videobrasil e curadora-geral do 18º Festival. Foi diretora e curadora-chefe do Museu de Arte Moderna da Bahia de 2007 a 2010, e curadora convidada das bienais de Charjah (Emirados Árabes Unidos) e Cerveira (Portugal) em 2011.
TetéMartinho (Rio de Janeiro, Brasil, 1963) Jornalista cultural desde o fim dos anos 1980. Passou por veículos como Folha de S.Paulo, Jornal da Tarde e Bravo!.Editora independente, é coordenadora editorial do Videobrasil.