Sexta-feira, 24 de Julho de 2009

NENHUM PÁSSARO NO CÉU


NENHUM PÁSSARO NO CÉU

de LUÍZ HORÁCIO


Páginas: 224
 

Nenhum Pássaro no Céu resgata a conexão do gaúcho com suas raízes latinas, proeza rara em nossa literatura.

Trata-se de um romance regional que, como toda a grande obra, consegue partir do ambiente restrito para alcançar reflexões universais. Ao abordar frustrações, temores e sentimentos do homem da fronteira, o autor constrói um painel híbrido como o dialeto da região em que nasceu e se criou. Se Camilo ultrapassa os limites do tempo e da morte e alça vôo num céu só seu, Luíz Horácio busca na literatura o redesenho da nossa condição humana. Nenhum Pássaro no Céu é seu próprio vôo transcendental.

"Nenhum pássaro no céu vem em boa hora: enfim, um livro para lembrar o nosso poder de vôo. "Raízes e asas. Mas que as asas enraízem e as raízes voem", escreveu uma vez um poeta nascido no sul da Andaluzia, Juan Ramón Jimenez. E é no sul rio-grandense que a imaginação agora se enraíza para ganhar o céu dos pampas. Neste segundo romance de Luíz Horácio novamente se nos descortinam as terras em que aprendemos a ler a nossa história. Mas, desta vez, dentro do silêncio imenso que abriga a sesta na estância dos Sosa, um outro silêncio se alastra, ameaçando a vida no campo: o vazio de um esquecimento, a falta de um amor, um piano trancado. Contra esse silêncio, a natureza dá a ouvir sua voz - bichos, árvores e nuvens falam, conspiram, mandam recados. Contra o vazio, duas solidões se encontram. Abre-se o piano e a música enche a noite do pampa, os amigos conversam entre dois copos de canha, homens e mulheres se reúnem em igual número na roda de chimarrão. No galpão da estância há um presente guardado para Camilo Sosa: uma caixa. Nela está contido um segredo que todo leitor deste livro deve guardar para si, também como um regalo. Um regalo que devolve ao nosso tempo a palavra do poeta contra a morte do mito e da memória. Asas e raízes. O que não cabe no olhar. O impossível que nos entrelaça. Enquanto estivermos neste horizonte largo, à hora em que cantam os primeiros pássaros, nesta casa branca com janelas verde-escuras, verde de musgo úmido, enquanto a imaginação, no seu silêncio, for mais valente do que o silêncio de morte, "um de nós ainda há de voar". Mariana Ianelli"

UM LANÇAMENTO



 

publicado por o editor às 13:33
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