Os doze artistas contemplados na segunda edição do programa Bolsa Produção para Artes Visuais participam de mesas-redondas e falam sobre o processo de produção de seus trabalhos. A Fundação Cultural de Curitiba promove de 11 a 13 de junho, no Centro Cultural Solar do Barão, um ciclo de debates com curadores, críticos de arte e artistas que participaram da segunda edição do programa Bolsa Produção para Artes Visuais. Nos encontros, os doze artistas contemplados com bolsas para desenvolvimento de projetos terão oportunidade de explicar o processo de criação e elaboração de seus trabalhos. Na ocasião será lançado também o catálogo das exposições, que estão abertas no Solar do Barão e no Memorial de Curitiba até o dia 15 de junho. A primeira mesa-redonda acontece na quarta-feira (11), às 19h, com a participação dos curadores e críticos Marcos Hill e Glória Ferreira, e com as artistas Maria Helena Saparolli e Ana González, que integraram a comissão de seleção e acompanhamento dos projetos. No dia 12 (quinta-feira), às 19h, o primeiro grupo de artistas fala sobre suas obras: Lívia Piantavini e Tatiana Stropp, Tony Camargo, Felipe Scadelari, Bruno Tomé e Márcio Prado. No dia 13 (sexta-feira), no mesmo horário, será a vez de Felipe Prando, Fernando Rosenbaum, Lahir Ramos, Fábio Follador, Isabel Porto, Rodrigo Guinski e Daniel Duda. Esses artistas foram contemplados no edital Bolsa Produção 2007, do Fundo Municipal da Cultura, da Prefeitura de Curitiba, e tiveram dez meses para desenvolver suas obras, que já estão expostas em espaços da Fundação Cultural. O programa foi concebido para incentivar diretamente as manifestações de artes visuais desenvolvidas na cidade. São trabalhos em escultura, fotografia, gravura e outras linguagens contemporâneas, com focos e temas distintos. Esses projetos possuem em comum a utilização das novas tecnologias, como a internet, e o aproveitamento de elementos urbanos, como as pichações. As obras Na área de escultura estão os trabalhos Polissemia, de Bruno Pepplow Tomé, e Cheio e Vazio, de Márcio Montoril Prado. O primeiro utiliza metal, acrílico, madeira, gesso e cimento para modificar o conceito estético de uma escultura, mudando a escala e a relação ergonômica do corpo com o objeto. Esses objetos têm dimensões que variam de poucos centímetros até muitos metros de comprimento ou altura. O outro, de Márcio Prado, trabalha com instalações de formas geométricas carregadas de simbologia. Em fotografia estão Perder de Vista, de Felipe Cardoso de Mello Prando, e Caixa Preta, de Fábio Follador. O primeiro trabalho procura discutir o espaço urbano de Curitiba, sejam bairros, paisagens, arquiteturas e objetos, anterior às transformações da década de 90. Já o Caixa Preta trabalha com a cidade no presente por meio de imagens do passado (preto e branco). O artista fez registros do calçadão da Rua XV, do terminal Guadalupe e de outros locais de grande circulação que representam a agitação e a violência de grandes cidades. Com uma câmera fotográfica e de vídeo, as imagens das pessoas que freqüentam esses espaços foram aliadas a uma técnica do século XVII, quando os artistas utilizavam câmaras escuras de grandes dimensões, onde se podia ver e desenhar a imagem exterior que nela estava projetada. A intenção é mostrar a Curitiba contemporânea como se estivesse no passado. Na gravura, Lahir Pereira Ramos apresenta a exposição Imagem Construída e Fernando Rosenbaum, a pesquisa Transposição. Os dois trabalhos são baseados em pichações. O primeiro usa a gravura tradicional (em metal) e outras linguagens. O desenho é feito em metal pela técnica de ponta seca (risco direto no metal). Depois disso, a artista insere na obra imagens fotografadas em espaços urbanos, como as pichações. “É uma fusão do meu desenho com o de fora. Assim, crio novas imagens, um espaço ilusório. Não se sabe onde termina a minha obra e começa a do outro”, diz Lahir Ramos. O trabalho de Fernando Rosenbaum também possui um olhar voltado à pichação. Ele apresenta a paisagem urbana em escala natural com base nas manifestações feitas por artistas urbanos. O artista fotografa uma manifestação no centro histórico da cidade e a coloca em outro ponto da cidade, ou no mesmo, mas em períodos diferentes. “Um resgate da memória e uma forma de cristalizar o tempo. As ações na rua mostram como as pessoas usam a cidade”, diz. O trabalho de Tony Ramos de Camargo explora a relação da linguagem fotográfica com a pictórica. A proposta é realizar uma série de objetos híbridos com partes ou peças tridimensionais. As artistas Lívia Carolina Piantavini e Tatiana Stropp, com o projeto Comentários da Pintura, desenvolvem uma pesquisa plástica e teórica sobre a pintura como linguagem contemporânea. Em Pintura, Felipe Scandelari utiliza temas do cotidiano que normalmente não servem como modelo, como, por exemplo, uma escova de dentes ou uma lixeira. Esses objetos ganham grandes proporções com o objetivo de criar um impacto visual. Rodrigo Stromberg Guinski, com o projeto Un1 Dia, tem como objetivo criar uma narrativa em xilogravura. O tema refere-se a um dia na vida do homem moderno. A história é uma fragmentação do cotidiano do personagem, a rotina, as relações pessoais e a tecnologia. Em Convite ao Largo da Ordem, a artista Isabel Sobrino Porto Perrone reproduz o bebedouro da Praça Coronel Enéas – Largo da Ordem, por meio de instalações multimídia. O bebedouro é reconstruído em escala real e no seu interior é transmitido um vídeo. O artista Daniel Duda, com Caracteres, trabalha com uma pesquisa em videoarte, apresentando as relações emocionais humanas com o fenômeno da internet. Serviço: Mesas redondas e encontro com artistas do programa Bolsa Produção para Artes Visuais Local: Sala Scabi – Centro Cultural Solar do Barão (R. Carlos Cavalcanti, 533) 11 de junho, às 19h – mesa redonda com a comissão de seleção do edital Bolsa Produção 2007 – curadores Marcos Hill e Glória Ferreira, artistas Maria Helena Saparolli e Ana González (mediação). 12 de junho, às 19h – encontro com os artistas Lívia Piantavini e Tatiana Stropp, Tony Camargo, Felipe Scandelari, Bruno Tomé e Márcio Prado. 13 de junho, às 19h – encontro com os artistas Felipe Prando, Fernando Rosenbaum, Lahir Ramos, Fábio Follador, Isabel Porto, Rodrigo Guinski e Daniel Duda. Lançamento do catálogo Bolsa Produção para Artes Visuais 2. Entrada franca.