Com saudação aos orixás,

escolas e blocos animam desfile de Carnaval em Curitiba



“Pinhais pede a benção e saúda os orixás”. Esse é o enredo que a Escola de Samba Unidos de Pinhais apresenta no desfile da Avenida Cândido de Abreu, no sábado de Carnaval. Uma das mais tradicionais do Carnaval curitibano, a Unidos de Pinhais sai este ano no grupo B, e promete caprichar no desfile, com uma homenagem ao candomblé. Ela disputa uma vaga no grupo principal com a Escola de Samba Os Internautas, cujo enredo “Pinhais, uma dádiva da natureza” enaltece os pinheirais existentes naquele município da região metropolitana de Curitiba.

Aproximadamente 200 componentes defendem as cores da Unidos de Pinhais. A comissão de frente, representando os orixás, abre o desfile, seguida pela ala de Ogã, os iniciados no candomblé. Na bateria ficarão os representantes de Ogun, o Guerreiro, e na ala das baianas estarão as Ialorixás, mães de santo. O mestre-sala e a porta-bandeira levam as cores de Iemanjá. No carro alegórico, a pomba gira simboliza a alegria que contagia os foliões.

A Escola de Samba Os Internautas igualmente conta com 200 integrantes para desenvolver o enredo que homenageia o município de Pinhais, onde também está sediada. Os pinheirais, a gralha azul, a nascente do Rio Iguaçu, os moinhos e as olarias são símbolos da cidade que aparecem nas fantasias e alegorias. A escola ainda enaltece a vitalidade do povo e o progresso do município, emancipado em 1992.



Atrações – Antes das escolas dos grupos A e B, o desfile da Avenida Cândido de Abreu, no dia 5 de março, terá várias atrações, entre elas os blocos carnavalescos Rancho das Flores e Derrepent, e o Grêmio Cultural Boi de Pano. Um carro alegórico com as asas de uma fênix cobrindo os foliões, fantasiados de amarelo e vermelho, é o destaque do Bloco Derrepent. Pelo menos 100 pessoas devem se reunir na avenida para defender as cores do bloco, que nasceu no bar de mesmo nome.

O Bar Derrepent tem uma história de 43 anos, sendo um dos estabelecimentos mais antigos do Bairro Rebouças e ponto de encontro de carnavalescos. “Herdei esse bar do meu pai. Foi ele quem fundou o antigo bloco Vai na Rolha, em que homens se vestiam de mulher e saíam para desfilar nas ruas. Foi animação durante mais de 15 anos no Carnaval de Curitiba”, conta Laertes Barbosa, coordenador do Derrepent.

O Vai na Rolha acabou, mas Laertes fundou um novo bloco, que há seis anos participa das festividades carnavalescas. Este ano, ele apresenta o samba-enredo “Fênix Renascer das Cinzas”. Sem qualquer formalidade, qualquer pessoa pode aderir ao grupo, bastando chegar à avenida pouco antes do desfile e vestir a fantasia. “Tem crianças, jovens, gente de todas as idades. É só chegar lá”, convida Laertes.

O Grêmio Recreativo Cultural Beneficente Boi de Pano insere-se na programação como uma das atrações do desfile e não concorre ao concurso das escolas, mas promete um espetáculo de primeira. Isso porque o grupo almeja estar, no ano que vem, entre as escolas do Grupo B, disputando oficialmente o título de campeã. “Vamos sair como uma escola de samba, colocando na avenida pelo menos 225 pessoas, com tudo o que o regulamento exige: carro alegórico, fantasias, ala de baianas, mestre-sala e porta-bandeira”, garante o diretor do grêmio, Laé di Cabral.

O Boi de Pano tem um trabalho voltado à difusão do folclore do Boi-Bumbá e pretende fazer com que o público da avenida conheça melhor as tradições da região norte do Brasil. “Vamos mostrar um espetáculo diferente, baseado nas lendas e contos da Amazônia. Será muito bonito”, promete o carnavalesco.

Outra atração tradicional do desfile é o bloco Rancho das Flores, formado por pessoas que participam ao longo do ano de programas sociais da Prefeitura de Curitiba. O bloco conta com a alegria dos integrantes – a maioria pessoas da terceira idade – para ilustrar a magia do circo, tema do enredo deste ano.

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