Quarta-feira, 5 de Agosto de 2015

O Néctar da Instrução

 

 

 

 

Dr. Ricardo Mário Gonçalves

 

Professor da USP recomenda a edição de Srila Prabhupada de O Néctar da Instrução.

 

Bastante oportuna é a iniciativa da seção brasileira da ISKCON de lançar uma edição em português do Upadeshamrita, de Srila Rupa Gosvami, magistralmente comentado por Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada. O livro interessa a todos os estudiosos de hinduísmo e yoga, na medida em que é um verdadeiro manual introdutório ao bhakti-yoga, o yoga da devoção.

 

Em primeiro lugar, o livro é um veemente desmentido a certas insinuações e acusações de promiscuidade e desregramento moral que certa imprensa, tão sensacionalista como ignorante, tem lançado contra os inofensivos devotos de Krishna. O texto insiste muitas vezes na necessidade de o devoto seguir os preceitos éticos e purificar o coração para se tornar digno do amor de Krishna. O bhakti-yoga não exime seus seguidores de um severo controle de conduta, não é um mero caminho de salvação pela fé, dentro do qual tudo é permitido. É uma síntese harmoniosa entre a fé e as obras. Assim como o praticante do hatha-yoga e do raja-yoga regula sua vida pelos yamas e niyamas expostos por Patanjali em seu Yoga-sutra, o devotovaishnava contrai, por ocasião de sua iniciação, um solene compromisso de se abster do sexo ilícito, alimentação carnívora, bebidas, intoxicantes, jogos de azar e outras futilidades de que a civilização ocidental se mostra entusiasta cultivadora. A devassidão e o desregramento de que fala a imprensa estão nas ruas e nos edifícios de nossas grandes cidades, onde têm livre trânsito o sexo desenfreado, os vícios de toda espécie e a violência, e não nos templos de Krishna, onde muitos jovens desiludidos de tudo isso têm encontrado a verdadeira paz na disciplina e na ascese espiritual.

 

Em segundo lugar, cumpre-nos recomendar o livro por suas lúcidas explanações a respeito da verdadeira doutrina hinduísta do karma, totalmente diferente de sua vulgarização corrente entre nós, feita pelo espiritismo kardecista, pela umbanda e outras correntes espiritualistas. O espiritualismo popular orientalizante reduz a doutrina do karma a uma espécie de contabilidade espiritual: devemos porfiar para fazer boas ações em número superior às más, para assim obter reencarnações mais elevadas e mais felizes no futuro. Quanto mais karma bom acumulado, mais se eleva o espírito na escala universal dos seres. Assim, esta versão popular da doutrina do karma incorpora uma ideia de evolução totalmente estranha ao espirito original do hinduísmo. Como o Upadeshamrita e os esclarecedores comentários de Swami Prabhupada mostram claramente, o bom karma é tão ilusório e vazio de sentido como o mau. A acumulação de bom karma certamente pode nos proporcionar existências futuras maravilhosas em mundos paradisíacos, mas, quando a energia cármica se esgotar, novamente o indivíduo é precipitado na miséria da condição humana ou em outras existências mais penosas ainda. O que devemos fazer não é simplesmente trocar o mau karma pelo bom, mas sim abolir definitivamente toda e qualquer espécie de karma. Só a abolição do karma é que pode realmente nos livrar dos nascimentos e mortes; tal é a genuína doutrina exposta pelas diferentes correntes hinduístas e pelo budismo. Para o devoto vaishnava, o caminho da abolição do karma é o puro serviço devocional ao Senhor Krishna, tal como ensinado e praticado pela ISKCON.

 

Finalizando, queremos nos congratular com a ISKCON por esta e outras publicações que ajudam o estudioso ocidental a ter acesso às genuínas fontes textuais do hinduísmo, sem distorções ou falsas interpretações.

 

Prof. Dr. Ricardo Mário Gonçalves é Livre Docente de História Oriental da Universidade de São Paulo.

 

Se gostou deste material, também gostará destes: Movimento Hare Krishna: Histórico, Filosofia e InformaçõesSignificados Bhaktivedanta: Um Avatar entre NósKrishna West: Como e Por quê.

 

 

Do Blog Volta ao Supremo. Leia outros artigos em www.voltaaosupremo.com.

 

publicado por o editor às 13:18
link | comentar | favorito
Sexta-feira, 31 de Julho de 2015

Turnê de Setukara Prabhu com Seminários sobre Meditação Mântrica

 

 

 

 

 

Depois de praticamente oito anos retirado cuidando da sua saúde, dos quais quatro anos na Índia onde aproveitou para estudar no Mayapur Institute (Bhakti-sastri, Bhagavata Pravesa e Fundamentos do Sanskrito), Setukara Prabhu voltou para o Brasil com vontade de compartilhar as experiências que teve, especialmente em relação ao cantar e meditar do Maha Mantra. Ele também participou  de três retiros e várias aulas e seminários de meditação mântrica (japa) e kirtana (canto de mantras) com os inspiradores e famosos palestradores internacionais sobre o assunto Sacinanda Swami, Bhurijana Prabhu e Devaki Mataji e agora está entusiasmado para fazer esse serviço no Brasil.

 

Ele vai começar pelo Nordeste e convida todos para o primeiro evento da Turnê que será na Chapada Diamantina, BA. Veja o cartaz abaixo.

 

Para maiores informações e para convidá-lo para sua cidade:

Setukara Das - setukaradas@gmail.com

 

 

 

clique para ampliar

 

 

 

publicado por o editor às 11:47
link | comentar | favorito
Quarta-feira, 6 de Maio de 2015

Da Autorrealização ao Amor Puro

 

 

 


 

Da Autorrealização ao Amor Puro


 


03 SI (artigo - Evolução Espiritual) Da Autorrealização ao Amor Puro (1504) (sankirtana)




A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada



Conhecer-se é apenas o começo.



A autorrealização, o estágio brahma-bhūta, é o começo da vida espiritual, e não o estágio de perfeição. Se uma pessoa entende que não é o corpo e que nada tem a ver com o mundo material, torna-se livre do enredamento material. Entretanto, essa realização não é o estágio de perfeição. O estágio de perfeição começa com a atividade na posição autorrealizada, e essa atividade se baseia na compreensão de que a entidade viva é um servo eternamente subordinado do Senhor Supremo. De outra maneira, não existe significado para a autorrealização. Se alguém se envaidece com a ideia de que é o Brahman Supremo, ou de que se tornou uno com Nārāyaṇa, ou de que se fundiu na refulgência brahma-jyotir, não compreendeu a perfeição da vida. Como o Śrīmad-Bhāgavatam (10.2.32) declara:



ye 'nye 'ravindākṣa vimukta-māninas

tvayy asta-bhāvād aviśuddha-buddhayaḥ

āruhya kṛcchreṇa paraṁ padaṁ tataḥ

patanty adho 'nādṛta-yuṣmad-aṅghrayaḥ



Sujeitos que estão falsamente envaidecidos, pensando que se libertaram simplesmente por terem compreendido sua posição constitucional como Brahman, ou alma espiritual, ainda estão, em verdade, contaminados. Sua inteligência é impura porque não compreendem a Personalidade de Deus. Em última instância, caem de sua posição de vaidade.





Indivíduos que de fato se associam com o Senhor Supremo, Kṛṣṇa, são os mais elevados entre todos os transcendentalistas.



De acordo com o Bhāgavatam (1.2.11), existem três níveis de transcendentalistas: os conhecedores autorrealizados do aspecto do Brahman impessoal da Verdade Absoluta; os conhecedores de Paramātmā, o aspecto localizado do Supremo, que é entendido mediante o processo do yoga místico; e os bhaktas, que estão em conhecimento da Suprema Personalidade de Deus e se ocupam em Seu serviço devocional. Aqueles que compreendem apenas que um ser vivo não é matéria, mas alma espiritual, e que desejam se fundir na Alma Espiritual Suprema estão na posição transcendental mais baixa. Acima deles, estão os yogīs místicos, que, através da meditação, veem dentro do coração a forma de Viṣṇu, que tem quatro braços, a forma de Paramātmā, ou Superalma. No entanto, indivíduos que de fato se associam com o Senhor Supremo, Kṛṣṇa, são os mais elevados entre todos os transcendentalistas. No sexto capítulo do Bhagavad-gītā (6.47), o Senhor confirma isto:



yoginām api sarveṣāṁ mad-gatenāntar-ātmanā

śraddhāvān bhajate yo māṁ sa me yukta-tamo mataḥ



“E, de todos os yogīs, aquele que tem muita fé e sempre permanece em Mim, pensa em Mim dentro de si mesmo e presta serviço transcendental amoroso a Mim é o mais intimamente unido a Mim em yoga e é o mais elevado de todos. Eis a Minha opinião”. Esse é o estágio mais elevado de perfeição, conhecido como prema, ou amor a Deus.



No Bhakti-rasāmṛta-sindhu (1.4.15-16), Śrīla Rūpa Gosvāmī, uma grande autoridade na linha devocional, descreve os diferentes estágios até o ponto do amor a Deus:



ādau śraddhā tataḥ sādhu-saṅgo 'tha bhajana-kriyā

tato 'nārtha-nivṛttiḥ syāt tato niṣṭhā rucis tataḥ

athāsaktis tato bhāvas tataḥ premābhyudañcati

sādhakānām ayaṁ premṇaḥ prādurbhāve bhavet kramaḥ



A primeira condição é que a pessoa deve ter fé suficiente de que o único processo para obter amor a Deus é bhakti, o serviço devocional ao Senhor. Ao longo do Bhagavad-gītā, o Senhor Kṛṣṇa ensina que o sujeito deve abandonar todos os outros processos de autorrealização e render-se completamente a Ele. Isso é fé. Quem tem fé completa em Kṛṣṇa (śraddhā) e se rende a Ele está apto a ser elevado ao nível de prema, que o Senhor Caitanya ensinou como sendo o estágio de perfeição mais elevado da vida humana.



Algumas pessoas são aditas da religião materialmente motivada, enquanto outros são aditos do desenvolvimento econômico, da gratificação dos sentidos ou da ideia da salvação da existência material. Prema, o amor por Deus, entretanto, está acima de tudo isso. O estágio mais elevado de amor fica acima da religiosidade mundana, acima do desenvolvimento econômico, acima da gratificação sensorial e acima até mesmo da libertação, ou salvação. Destarte, o amor a Deus começa com a firme fé de que a pessoa que se ocupa em completo serviço devocional logrou a perfeição de todos esses processos.



O próximo estágio no processo de elevação ao amor a Deus é sādhu-saṅga, associação com pessoas já no estágio mais elevado de amor a Deus. Alguém que evita semelhante associação e simplesmente se ocupa em especulação mental, ou dita meditação, não pode ser elevado à plataforma de perfeição. Porém, quem se associa com devotos puros ou com uma sociedade devocional elevada avança para o estágio seguinte, a saber, bhajana-kriyā, ou aceitação dos princípios reguladores da adoração ao Senhor Supremo. Quem se associa com um devoto puro do Senhor naturalmente aceita essa pessoa como seu mestre espiritual, e, quando o devoto neófito aceita um devoto puro como seu mestre espiritual, o dever do mestre espiritual é treinar o neófito nos princípios do serviço devocional regulado, ou vaidhi-bhakti. Neste estágio, o serviço do devoto baseia-se em sua capacidade de servir o Senhor. O mestre espiritual perito ocupa seus seguidores em atividades que gradualmente desenvolverão sua consciência de serviço ao Senhor. Portanto, o estágio preliminar para se compreender prema, amor a Deus, é aproximar-se de um devoto devidamente puro, aceitá-lo como mestre espiritual e prestar serviço devocional regulado sob sua guia.





Guru e discípulo, e a Superalma no coração de ambos.



O próximo estágio se chama anartha-nivṛtti, no qual todas as apreensões da vida material são aniquiladas. Uma pessoa gradualmente atinge esse estágio por praticar regularmente os princípios primários do serviço devocional sob a guia do mestre espiritual. Há muitos maus hábitos que adquirimos por nos associarmos com a contaminação material, sendo estas as principais: relações sexuais ilícitas, comer alimentos de origem animal, cedermos à intoxicação e nos envolvermos com jogos de azar. A primeira coisa que o mestre espiritual perito faz quando ocupa seus discípulos no serviço devocional regulado é instruí-los a absterem-se desses quatro princípios da vida pecaminosa.



Visto que Deus é supremamente puro, o sujeito não pode se elevar ao estágio de perfeição mais elevado de amor a Deus sem se purificar. No Bhagavad-gītā (10.12), quando Arjuna aceitou Kṛṣṇa como o Senhor Supremo, ele disse, pavitraṁ paramaṁ bhavān: “És o mais puro dos puros”. O Senhor é o mais puro, motivo pelo qual qualquer um que deseje servir o Senhor Supremo também tem que ser puro. A menos que uma pessoa seja pura, não pode nem compreender o que é a Suprema Personalidade de Deus nem se ocupar em Seu serviço amoroso, pois o serviço devocional, como declarado anteriormente, começa do ponto da autorrealização, quando todos os receios da vida materialista são superados.



Após seguir os princípios reguladores e purificar os sentidos materiais, o sujeito logra o estágio de niṣṭhā, “firme fé no Senhor”. Quando a pessoa atingiu esse estágio, ninguém é capaz de desviá-la da concepção da Suprema Personalidade de Deus. Ninguém pode persuadir esse indivíduo a pensar que Deus é impessoal, sem forma, ou que alguma forma criada pela imaginação possa ser aceita como Deus. Aqueles que aderem a essas concepções mais ou menos destituídas de sentido acerca do Senhor Supremo não podem dissuadi-lo da firme fé que tem na Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa.





O Bhagavad-gītā, o diálogo sagrado entre Kṛṣṇa e Seu discípulo Arjuna, deve ser compreendido como ele é.



No Bhagavad-gītā, o Senhor Kṛṣṇa enfatiza em muitos versos que Ele é a Suprema Personalidade de Deus. Contudo, apesar de o Senhor Kṛṣṇa enfatizar esse ponto, muitos ditos estudiosos e comentadores ainda negam o conceito pessoal do Senhor. Um estudioso famoso escreveu em seu comentário ao Bhagavad-gītā que a pessoa não tem que se render ao Senhor Kṛṣṇa ou mesmo aceitá-lO como a Suprema Personalidade de Deus, senão que deve, em vez disso, render-se ao “Supremo dentro de Kṛṣṇa”. Semelhantes tolos não sabem o que é “dentro” e o que é “fora”. Comentam sobre o Bhagavad-gītā segundo seus próprios caprichos. Tais sujeitos não podem se elevar ao estágio mais elevado do amor a Deus. Podem ser estudiosos, e talvez sejam elevados em outros departamentos do saber, mas não são nem mesmo neófitos no processo de alcançar o estágio mais elevado de perfeição, amor a Deus. Niṣṭhā implica que se devem aceitar as palavras do Bhagavad-gītā, as palavras da Suprema Personalidade de Deus, como elas são, sem nenhum desvio ou comentário contrassensual.



Se alguém é afortunado o bastante para vencer todos os receios causados pela existência material e elevar-se ao estágio de niṣṭhā, pode, então, elevar-se ao estágio de ruci (gosto) e āsakti (apego ao Senhor). Āsakti é o começo do amor a Deus. Por progredir, a pessoa, então, avança para o estágio de desfrutar de trocas recíprocas com o Senhor em êxtase (bhāva). Toda entidade viva é eternamente ligada ao Senhor, e seu relacionamento pode ser em uma de muitas disposições transcendentais. No estágio de nome āsakti, apego, o indivíduo pode entender sua relação com o Senhor Supremo. Quando ele compreende sua posição, começa a reciprocar com o Senhor. Por meio da constante reciprocação com o Senhor, o devoto é elevado ao estágio mais elevado de amor a Deus, prema.







Se gostou deste material, também gostará destes: Como o Trabalho Pode Ser Adoração, O Florescer da Consciência, A Busca pela Bem-Aventurança Eterna.

Do Blog Volta ao Supremo. Leia outros artigos em www.voltaaosupremo.com.

 

 
publicado por o editor às 13:59
link | comentar | favorito
Quarta-feira, 22 de Abril de 2015

Afinal Quem é Jorge ?

 

 

Afinal Quem é Jorge ?

 


Jorge de Anicii nasceu no ano de 280 d.c na antiga Capadócia, região do sudeste da Anatólia, que atualmente faz parte da República da Turquia. Ainda criança mudou-se para a Palestina com a sua mãe, logo após seu pai, um Oficial do Exército Imperial, morrer em campo de batalha. Sua família era de nobres e possuiam muitos bens.

Ao atingir a adolescência, Jorge entrou para a carreira militar, e por ser corajoso e combativo, logo foi promovido a Capitão do Exército Romano.

Mais tarde o Imperador Diocleciano, lhe conferiu o título de Conde da Capadócia. Aos 23 anos passou a residir na Corte Imperial de Roma, exercendo a função de Tribuno Militar. Nesse tempo sua mãe faleceu, e Jorge herdando todas as riquezas.

O Imperador Diocleciano e o Governador Daciano, desencadearam uma terrível perseguição contra os Cristãos, com tanta fúria que, em apenas um mês, mais de 17.000 foram martirizados, e muitos outros foram perseguidos e forçados pelas torturas, a renegar a sua fé em Jesus Cristo. Jorge que tinha sangue azul, afligido pelas barbaridades, renunciou a carreira militar.

Jorge distribuiu todos os seus bens aos pobres e vestindo-se como os Cristãos foi as ruas e passou a falar frases como, "Os deuses pagãos são demônios, o único Deus verdadeiro, é Jesus Cristo". A ousadia de Jorge chegou aos ouvidos do Governador Daciano, um cruel perseguidor de cristãos, que tomado pela ira chamou Jorge e perguntou: "Com que direito chamas os nossos deuses de demônios?, quem és tu?, de onde és tu? e em nome de quem está dizendo isto?, e Jorge respondeu assim: "Eu me chamo Jorge de Anicii, sou um nobre da Capadócia, e com a ajuda de Cristo conquistei as terras da Palestina, mas renunciei a tudo que me foi dado, meus títulos e cargos que possuía, para sem honras e riquezas servir a meu Deus".

O Imperador tentou convence-lo a renegar a sua fé em Jesus, mas não tendo êxito ordenou as seguintes torturas: O Colocaram em um cavalete de madeira, e teve seus braços e pernas dilacerados com garfos de ferro, e depois mandou cobrir todas as suas feridas com sal. Mas Tudo em vão, Jorge mantinha-se firme, e a cada vitória sobre as torturas ia convertendo mais e mais soldados.

O Imperador mandou chamar o mais temido feiticeiro para acabar com a vida de Jorge. Irônico o feiticeiro falou: " Se eu não conseguir acabar com esse Cristão, que eu perca a minha cabeça". Ele misturou veneno com vinho e deu pra Jorge beber. O Jovem fez o sinal da Cruz, bebeu o vinho e nada lhe aconteceu, o feiticeiro preparou uma dose ainda mais forte, Jorge novamente fez o sinal da Cruz, bebeu o vinho e continuava vivo, espantado o feiticeiro ajoelhou-se aos pés de Jorge e implorou para ser convertido ao Cristianismo, Jorge o fez,e logo depois o feiticeiro foi decapitado.

Depois de ser torturado durante todo o dia, chegando a noite, o Senhor Deus rodeado de uma Luz Divina, apareceu e consolou Jorge com doces palavras, que o deixou tão confortável, que nem parecia ter sido torturado. O Imperador vendo que, com ameaças e torturas não conseguiria nada, mudou de plano, e o tentou com fortunas e recompensas. Mas Jorge sorrindo respondeu: "Porque em vez de me torturar, não me dissestes estas coisas no inicio? aqui me tens disposto a fazer o que me propõem". O Imperador não se deu conta da tática de Jorge. Diocleciano ordenou que toda a cidade fosse enfeitada, mandou convocar o povo para assistir aos sacrifícios que Jorge por fim iria oferecer aos ídolos romanos.

No dia previsto para o grande acontecimento, a multidão curiosa e com grande expectativa, lotou o templo no qual Jorge iria adorar publicamente os deuses romanos. Na hora marcada, Jorge entrou no templo, ajoelhou-se e pediu ao Senhor Deus para converter todo o povo dentro do templo, e pediu que Deus destruisse todas as estátuas, de maneira que não ficasse nenhum vestígio delas. Acabando sua oração desceu dos céus uma rajada de fogo que reduziu a cinzas todas as imagens. Logo que a multidão presente correu para fora do templo, Jorge saiu mansamente, e de novo fez suas preces, e depois de alguns segundos a terra se abriu e engoliu todo o templo, não ficando o menor vestígio de sua existência.

Sabendo do ocorrido, o Imperador disse a Jorge: "És o mais abominável dos homens, como é possível tamanha ousadia, a ponto de cometeres um crime tão horrível?". Enfurecido e vendo que Jorge não renegaria a sua fé em Jesus Cristo, mandou que ele fosse arrastado de cavalo por toda a cidade, e depois decapitado. Jorge ao perceber que tinha chegado a sua hora, elevou os olhos ao céu e pediu a Deus que, a partir daquele momento, todos que pedissem seu socorro fossem atendidos, e lá do alto, em resposta a prece do grande Mártir, ouviu-se a voz de Deus concedendo o pedido: "Quem rogasse pela ajuda de São Jorge seria atendido". Depois disso a sentença se cumpriu. São Jorge foi decapitado no dia 23 de abril de 303 d.c em Nicomédia. Seus restos mortais foram transportados para Lida (Antiga Dióspolis), hoje Israel.

A quantidade de milagres atribuídos a São Jorge é imensa. Segundo a tradição, ele defende e favorece a todos os que a ele recorrem com fé e devoção, vencendo batalhas e demandas, questões complicadas, perseguições, injustiças, disputas e desentendimentos.

Falando em politica


Pelas reformas do Papa Paulo VI, São Jorge foi rebaixado a Santo menor de terceira categoria (segundo hierarquia católica), cujo culto seria opcional nos calendários locais e não mais em caráter universal. No entanto, a reabilitação de São Jorge como figura de primeira instância, e Arcanjo, lembrando o próprio Jesus Cristo, foi feita pelo Papa João Paulo II, que em 2000 conferiu nova relevânc
ia a São Jorge, como Santo de primeira instância.

Padroeiro de Portugal


No reinado de Dom Afonso Henriques de Portugal, o uso de São Jorge!! como grito de batalha se tornou regra, substituindo o anterior Sant'Iago!! O Santo Dom Nuno Álvares Pereira, considerava São Jorge o responsável pela vitória portuguesa na batalha de Aljubarrota.
O Rei Dom João I de Portugal em 1387, ordenou que a sua imagem a cavalo fosse transportada na procissão do corpo de Cristo. 
Mas S. Jorge foi o padroeiro até 1646, quando D. João IV proclamou a Imaculada como Rainha e Padroeira de Portugal.

Oração ao Glorioso São Jorge


Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge. Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam e nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar. Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder de sua Santa e Divina Graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus com sua Divina Misericórdia e grande poder, seja meu defensor, contra as maldades e perseguições dos meus inimigos, Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós.
Assim seja com o poder de Deus, de Jesus, e da falange do Divino Espírito Santo.
São Jorge rogai por nós. Amém.


Em Tempo
Em Ilhéus , Bahia,  o São Jorge não está a cavalo !

 

 
publicado por o editor às 21:40
link | comentar | favorito
Sexta-feira, 20 de Março de 2015

Flauta e Arado

 

 

 

 

 

 

 

 

O que representam as famosas insígnias de Krishna e Balarama?

 

Devoto: Qual a razão de o Senhor Balarama ser branco? Por que Ele carrega um arado?

 

Gour Govinda Swami: Balarama é Nityananda Prabhu. Nitai pada-kamala, koti-chandra suchitala: os pés de lótus de Nityananda Rama são tão refrescantes e misericordiosos quanto o efeito refrescante de milhões de luas. Branco é a cor do luar, que indica frescor e misericórdia.

 

Balarama tem um arado em Sua mão, e Krishna tem uma flauta. Primeiramente, é preciso o cultivo, karshana. Então, todas as coisas sujas, que são como ervas daninhas, serão desarraigadas. O campo deve ser apropriadamente cultivado com o arado de Balarama. Em consequência disso, o campo do coração, hridaya-kshetra, torna-se fértil, e a semente da trepadeira da devoção, bhakti-lata, pode ser semeada. O terreno não pode ser estéril. Se você plantar a semente em uma terra estéril, jamais frutificará. Foi isso que Gopinathacharya disse a Sarvabhauma Bhattacharya: “Por que estou plantando sementes em uma terra infértil [tentando convencer você]? Estou trabalhando inutilmente, pois nunca frutificarão”. Depois de cultivo apropriado pelo arado de Balarama, quando a terra está fértil, a semente deve ser plantada. Quando a semente brotar e você desenvolver prema-bhakti, você se atrairá pela flauta de Krishna. A flauta de Krishna representa akarshana, atração.

 

 

 

 

 

Devoto: Quando ouvimos um guru fidedigno, isso é o cultivo da terra?

 

Gour Govinda Swami: Cultivar a terra significa seguir as regras e regulações, vaidhi-bhakti. O guru lhe dará algumas orientações sobre o que fazer e algumas orientações sobre o que não fazer: siga as regras e regulações, cante dezesseis voltas de japa por dia etc. Após o cultivo apropriado, as coisas indesejadas, as ervas daninhas, são desarraigadas, anartha-upashama, e o campo se torna fértil. O guru, então, plantará a bhakti-lata-bija. Sob sua guia, você fará sravana-kirtana, você ouvirá krishna-katha, em consequência do que você desenvolverá raganuga-bhakti. Você chegará a raga-marga-bhakti e desenvolverá prema sob a guia desse guru. Você, então, verá Krishna. Você, então, obterá Krishna. Nesse momento, o doce flautear de Krishna, que atrai a todos, encantará você. Akarshana, “atração”, é o ponto último, mas, primeiramente, é preciso haverkarshana, “cultivo”. Karshana-akarshana, “cultivo e encantamento”, assim é o templo de Krishna-Balarama.

 

por Gour Govinda Swami

Todo o conteúdo das publicações de Volta ao Supremo é de inteira responsabilidade de seus respectivos autores, tanto o conteúdo textual como de imagens.

 

 

Se gostou deste material, também gostará destes: Os Mil Nomes do Senhor Balarama, Quem Vem Primeiro: Vishnu ou Krishna?, A Origem da Fé e Suas Implicações dentro da Religião Bhagavata, A Forma de Deus: Como Vê-la?.

 

publicado por o editor às 16:49
link | comentar | favorito
Sábado, 24 de Maio de 2014

Angry Birds™ Yoga, Como Eliminar os Porcos Verdes em Sua Vida

 

 
Giridhari Dasa
Quem poderia ter imaginado que, por trás do jogo Angry Birds, o jogo para aparelhos móveis mais popular de toda a história, há magníficas pérolas de sabedoria? O que cada pássaro realmente representa? O que são os porcos verdes? Qual é o significado oculto dos diferentes blocos? O que é o estilingue? Tudo isso será revelado.
Os mestres do yoga de tempos passados frequentemente tiravam lições de eventos triviais da vida pastoril e da natureza. Foi-se o tempo da vida pastoril, e quase ninguém vive na natureza. Onde, então, devemos buscar por esses importantes ensinamentos do yoga que tanto aprimoram nossa vida? Bem, no Angry Birds™, é claro!
O que cada pássaro realmente representa? O que são os porcos verdes? Qual é o significado oculto dos diferentes blocos? O que é o estilingue? Tudo isso será revelado, e, em seu caminho para a iluminação e a vida bem-aventurada, não haverá mais dúvidas.
Angry Birds™, desenvolvido pela Rovio Mobile Ltd., é o jogo para aparelhos móveis mais popular do mundo, com mais de 2 milhões de downloads até janeiro de 2014. Nele, você tem que se valer de diferentes tipos de pássaros, propelidos por um estilingue, para quebrar blocos de diferentes materiais e assim eliminar os porcos verdes! Quem poderia ter imaginado que, por trás desse cenário bizarro, há pérolas de sabedoria?
Yoga, por sua vez, é o caminho de bem-estar, tanto físico quanto mental, e, em última instância, um caminho de iluminação cuja popularidade continua a crescer rapidamente pelo mundo. Os antiquíssimos textos do Yoga-sutra e Bhagavad-gita são os mais famosos na tradição, mas outros, como as Upanishads e o Srimad-Bhagavatam (ou Bhagavata Purana), são estudados por aqueles buscando por um entendimento mais apurado.
O Pássaro Amarelo
Rápido e penetrante, o Pássaro Amarelo representa sua inteligência. Yoga é utilizar sua inteligência para desimpedir seu caminho na vida e determinar suas prioridades, para saber o que é verdadeiro e o que é falso, o que é valioso e o que é inútil. Muito frequentemente, utilizamos mal nossa inteligência e deixamos os Porcos Verdes em nossa vida nos trazerem sofrimento e derrota. Como o Pássaro Amarelo, nossa inteligência pode atacar um problema a partir de diferentes ângulos, com grande precisão e resultados impressionantes. Porém, mal utilizada ou apontada sem precisão, pode ser inteiramente inútil, voando para o nada, errando o alvo. A inteligência pode ser aplicada na solução de objetivos mundanos, mas você pode lograr um bem-estar muito superior quando aprende a aplicar sua inteligência nas questões mais profundas da vida, na busca de seu verdadeiro lugar na vida, na busca do que fará você olhar para trás em sua vida e dizer: “Sim, valeu à pena, foi uma vida bem vivida, fiz o melhor que eu podia com minha vida”.
Lição de Yoga do Pássaro Amarelo: Afie sua inteligência, pense melhor, pense com profundidade!
O Pássaro Vermelho
É da cor vermelha e sempre esteve com você desde o começo e, embora comum, é muito útil. O que é? Sua língua! Sim, esse órgão muscular valiosíssimo porém frequentemente desconsiderado é tido como de especial importância no yoga.  É dito que a língua é a parte mais difícil de ser controlada no corpo. Sua importância repousa no fato de que você pode redefinir sua vida através de dois atos simples do cotidiano, nos quais a língua exerce um papel central: comer e falar. Por comer alimentos que não são saudáveis, você também não ficará saudável, e por comer alimentos obtidos mediante violência, você se torna violento. Da mesma forma, por falar tolices, você se torna um tolo. Por outro lado, por comer alimentos puros e saudáveis, você se torna puro e saudável. Similarmente, por falar palavras que são benéficas, verazes e aprazíveis, ou por permanecer em silêncio caso não vá se valer de palavras desse tipo, você se torna pacífico e feliz. E, por fim, por vibrar mantras transcendentais, você será capaz de transcender todos os tipos de problemas materiais.

Lição de Yoga do Pássaro Vermelho: Use sua língua com sabedoria!

O Pássaro Azul
O Pássaro Azul representa o conhecimento de nossos três corpos. Embora o Pássaro Azul pareça ser apenas um, só pode atingir seu potencial máximo quando ativado de modo a se tornar três. De modo similar, temos três corpos: o corpo físico, o corpo mental e o corpo espiritual. Temos de compreendê-los e aprender a ocupar os três em um único objetivo para atingirmos nosso potencial mais elevado. Os maiores atletas, dançarinos, lutadores de artes marciais etc. sabem que, a menos que a mente esteja clara e altamente centrada, não há possibilidade de atingirem alto grau de excelência em suas respectivas esferas de atuação. Em yoga, aprendemos a estar cientes não apenas de nosso corpo e de nossa mente, mas também de nosso eu eterno e essencial. Esse é o significado original da palavra “autorrealização”. Não apenas devemos aprender a distinguir um do outro, senão que também devemos aprender a direcionar todos os três para o mesmo propósito: alinhados, em uníssono e, o mais importante, para o benefício do eu eterno. Muitas vezes agimos pouco conscientes de nosso corpo físico, com nossa mente “desligada” ou em outro lugar e em completo esquecimento de nosso eu eterno. É claro, isso não nos propicia nenhuma felicidade, nenhum bom resultado.

Lição de Yoga do Pássaro Azul: Desenvolva conhecimento de seus três corpos, ative-os em tudo o que você faça e priorize as necessidades de seu eu eterno, o eu verdadeiro!
O Pássaro Negro
O Pássaro Negro representa a meditação. Meditação e controle da própria mente são conceitos-chave no yoga. É simples e claro: se você não pode controlar sua mente, você não está no controle. Pensamentos e sentimentos negativos podem facilmente se instalar e controlar você. Viver a vida sem desenvolver controle sobre sua mente e sobre seus sentidos é como dirigir um carro com os olhos vendados, ou com suas mãos amarradas atrás das costas. É certo que você baterá! Meditação, como o Pássaro Negro, tem imenso poder e é capaz de abrir caminho por toda sorte de barreiras e chegar até onde estão os Porcos Verdes em sua vida e explodi-los. Provou-se a efetividade da meditação no aprimoramento do bem-estar em numerosos estudos científicos. Mais do que isso, no entanto, a meditação gradualmente lhe conferirá maior clareza mental, foco, paz e, por fim, a visão espiritual interior. Tradicionalmente, no yoga, a meditação mântrica é a mais recomendada para uma experiência espiritual completa, mas até mesmo uma técnica simples de relaxamento, como sentar-se quieto e focar a mente em sua respiração, contribuirá para o próprio bem-estar. Para resultados que de fato mudem a vida, a meditação deve ser praticada diariamente e por pelo menos 20 ou 30 minutos. Praticantes mais dedicados meditam muito mais: cerca de pelo menos 90 minutos por dia.
Lição de Yoga do Pássaro Negro: Descubra e pratique meditação e exploda suas emoções e seus pensamentos destrutivos!
O Pássaro Branco
O Pássaro Branco representa o conceito de avatar. A palavra “avatar” significa, literalmente, “aquele que desce”, ou, em outras palavras, um ser que vem do reino transcendental para nosso domínio terrestre para compartilhar conhecimento transcendental e sabedoria – e, tendo completado sua missão, então, “decola embora”. Como o Pássaro Branco, o aspecto mais importante de um avatar não é simplesmente sua presença, mas os ensinamentos que deixa para trás, que, quando apropriadamente usados, explodem nossa ignorância, nossas tendências destrutivas e, em última instância, nosso esquecimento de nossa natureza espiritual. No yoga, há um equilíbrio entre razão e revelação. Um avatar traz a revelação: conhecimento de coisas além da jurisdição de nossos sentidos e de nossa razão, como o conhecimento da alma, do Divino, da vida na transcendência e de como nos realizarmos plenamente e sermos felizes por completo. Ao mesmo tempo, compreende-se na tradição do yoga que o conhecimento revelado também tem que se casar com o critério do bom-senso, da razão, da lógica e até mesmo da experiência direta. O mundo sofre grandemente devido a um desequilíbrio entre razão e revelação. Dependência excessiva da razão, enquanto se ignora a revelação, conduz a um materialismo crasso e a uma existência rasa. Dependência de uma dita revelação, a qual contradiz a razão e o bom senso, trouxe e continua a trazer à humanidade grande sofrimento na forma de fanatismo, violência religiosa e violação dos direitos humanos. O delicado equilíbrio entre razão e revelação pode conduzir a humanidade a seu potencial máximo.
Lição de Yoga do Pássaro Branco: A dúvida cega é tão ruim quanto a fé cega – busque a sabedoria e o conhecimento mais profundos trazidos do alto por um avatar autêntico, mas use sua razão, seu bom senso e até mesmo a experiência direta para validá-los!
O Pássaro Bumerangue
O Pássaro Bumerangue é um lembrete da lei do karma: o que vai volta! A lei do karma declara basicamente que a dimensão moral de nossos atos voltará para nós na forma de situações, eventos e outros aspectos externos de nossa vida (mas não o aspecto interno – nosso estado de ser interno está sempre por completo em nossas mãos). Uma ação moralmente nobre resultará em reações materiais positivas, uma ação moralmente neutra retornará em reações mistas, e uma ação imoral, em reações negativas e desprazerosas. Assim como o domínio do Pássaro Bumerangue, o domínio da compreensão da lei do karma permitirá que você alcance resultados impossíveis de outra forma. Você, agora, pode agir ciente do efeito bumerangue de suas ações. Isso lhe dará mais ímpeto para aprimorar sua consciência, o que, por sua vez, resultará diretamente em mais paz mental e felicidade como um todo. Está se tornando clichê, mas é a verdade mais antiga: Você quer ser feliz? Distribua felicidade! Funciona. Experimente na prática se não acredita. Quanto mais nobres forem suas ações, mais felicidade e bem-estar você convidará para si mesmo a longo prazo. Quanto mais degradadas forem suas ações, apesar de aparentemente prazerosas ou empolgantes no momento, mais aflição mental você experimentará no devido tempo. É claro que o melhor é fazer o bem pelo ato bondoso em si, sem considerar os resultados. O objetivo verdadeiro e último é erguer-se completamente acima da plataforma do karma, mas isso exige uma prática avançada, séria e dedicada de yoga no seu sentido mais completo.
Lição de Yoga do Pássaro Bumerangue: Planeje com visão à frente – a qualidade moral de suas ações define seu bem-estar.
O Grande Pássaro Vermelho
O Grande Pássaro Vermelho representa determinação. A vida é difícil, até mesmo mais difícil do que obter três estrelas em todos os níveis! Para superar seus obstáculos e viver uma boa vida, você precisará de determinação. Determinação é como o Grande Pássaro Vermelho, pois supera todos os blocos ou barreiras da vida e elimina os Porcos Verdes em seu caminho para a felicidade. Com determinação, você pode fazer mais do que já pensou ser possível. É claro que a determinação tem que ser aliada com outros dois aspectos: foco e meta. Ter determinação para fazer algo estúpido não ajudará fazer com que você se sinta muito bem. Ter uma determinação que vacila após dois minutos, focando-se em outra coisa, também não ajudará fazer com que você vá muito longe. No yoga, fala-se de “foco em um único ponto”. “Como um apontador laser”, poderíamos dizer hoje. Para ter sucesso na vida (e, aqui, refiro-me ao sucesso em termos de sua felicidade e de seu bem-estar derradeiros), você precisa desse tipo de foco. Você pode obtê-lo praticando meditação (lembra-se do Pássaro Negro?). E mediante o uso de sua inteligência (lembra-se do Pássaro Amarelo?), você tem que cuidadosamente escolher suas metas na vida. Lembrando-se do Pássaro Bumerangue e da lei do karma, você indubitavelmente buscará metas nobres. Determinação, com foco de apontador laser na inteligência, metas nobres – uau! Que vida fantástica você pode ter! Nada ficará no seu caminho, nenhum Porco Verde para rir de sua derrota!
Lição de Yoga do Grande Pássaro Vermelho: Determinação é a chave para o sucesso. Não desista!
A Águia Poderosa
A Águia Poderosa representa a graça ou misericórdia divina. Graça divina, um homem sábio me disse uma vez, é como comprar seis pelo preço de quatro. Em outras palavras, você ainda está pagando, você ainda está investindo seu esforço, mas você simplesmente obtém muito mais a partir disso! Por um pouco mais de esforço de sua parte, você pode invocar esse poder maravilhosamente efetivo em sua vida. Isso simplesmente torna tudo melhor. Aprenda como se valer disso e experimente!
Lição de Yoga da Águia Poderosa: Você não está sozinho, a ajuda está à disposição!
Porcos Verdes
Os Porcos Verdes são seus inimigos na vida. Inimigos que roubam sua felicidade e sua paz mental, que enganam você de modo que viva uma vida sem realizações, e que impedem, através de mentiras, que você tenha o poder ilimitado que você merece.
Os porcos pequenos são aquelas “coisinhas” que fazemos que tornam nossa vida pior, incluindo prolongar hábitos que sabemos serem nocivos, trabalhar excessivamente, mentir, comer em demasia, não dormir o suficiente, desperdiçar muito tempo no transcurso entre casa e trabalho e não respirar ar puro o bastante em contato com a natureza. É deveras fácil eliminar esses pequenos porcos verdes se você leva a sério seu bem-estar.
Os porcos verdes maiores são a ganância, a luxúria, a loucura, o ódio, a ilusão, a arrogância, a inveja e o medo. É comum que sejam ainda protegidos por elmos, capacetes, chapéus de aba larga etc.! Eles são muitíssimo difíceis de serem derrotados. Somente quem é profissional no Angry Birds™ Yoga tem chance de derrotá-los todos. O primeiro passo para eliminá-los de sua vida, entretanto, é apenas estar ciente deles – “conheça bem seu inimigo”. Simplesmente estar ciente deles e reconhecer o quanto eles lhe trazem sofrimento é uma parte significativa do processo. As pessoas frequentemente pensam que tais qualidades são ruins para as vítimas, mas, na verdade, o sofrimento começa com o perpetrador. Estar em um estado mental de ganância, ódio, arrogância etc. é, em si mesmo, miserável e frustrante, para não falar dos terríveis resultados que virão para uma pessoa que age em tais estados e para as outras pessoas ao seu redor, é claro.
Os porcos chefes e reis representam a raiz mais primordial de todo o nosso sofrimento: a ignorância. A ignorância de nossa natureza verdadeira, ignorância de quais são nossas verdadeiras prioridades, ignorância de onde viemos e para onde vamos, ignorância do que devemos fazer em nossa vida e ignorância do Divino – tais coisas nos conduzem a todos os demais problemas.
Os Blocos
Já é deveras penoso eliminar os Porcos Verdes quando estão inteiramente expostos, mas, frequentemente, são protegidos por blocos de três tipos.
O bloco de vidro representa a preguiça. A maioria de nós é inacreditavelmente preguiçosa quando o assunto é trabalhar para sermos uma pessoa melhor ou para alcançar a autorrealização. Se não superarmos essa preguiça, não há esperança de felicidade. Isso nada tem a ver com a preguiça comum. Você pode ser alguém empenhado, trabalhador, competitivo etc. e, ainda assim, ser completamente preguiçoso no tocante a trabalhar para se tornar alguém melhor.
O bloco de madeira representa falsos preceitos e falsos conceitos. Planejamos toda a nossa vida com base em noções errôneas em relação a quem somos e o que é bom para nós. É muito comum nos esforçarmos por coisas inúteis, ignorarmos o essencial e basicamente nos precipitarmos para um fosso de mediocridade e frustração.
O bloco de pedra representa falta de clareza mental, confusão. A escolha de um estilo de vida ruim, poluição, barulho e ocupações excessivas inebriarão nossa mente e nos deixarão insensíveis e desorientados. Em semelhante estado, que esperança temos de ser felizes?
O Estilingue
O estilingue é nossa força vital, chamada prana na tradição indiana e qi (chi) na tradição chinesa. Nossa força vital é limitada. Temos apenas determinada quantia de tempo, inteligência e energia física e mental. Temos que utilizar com sabedoria. Temos que conduzir nossa vida apropriadamente. Temos que mirar bem, ou então não há qualquer chance de que teremos o melhor em nossa vida. As pequenas coisas importam. A vida é construída de uma ação a outra, de uma palavra a outra – bem agora.
Palavras Finais
Buscando sabedoria (Pássaro Branco) e usando sua inteligência (Pássaro Amarelo), lembrando-se de sua verdadeira natureza (Pássaro Azul), praticando meditação (Pássaro Negro), vivendo uma vida nobre (Pássaro Bumerangue), controlando seus sentidos, a começar pela língua (Pássaro Vermelho), com grande determinação (Grande Pássaro Vermelho) e, por último mas não menos importante, sempre buscando pela ajuda do Divino (a Águia Poderosa), você pode estourar os Porcos Verdes da mentalidade destrutiva e ter uma vida verdadeiramente venturosa e iluminada!
Espero que esta breve apresentação de Angry Birds™ Yoga lhe tenha sido útil. Se você quer aprender mais sobre os tópicos abordados aqui, entre em contato comigo através dos contatos a seguir. Será um prazer discuti-los com você!
Para contatar o autor, acesso sua página pessoal: www.giridhari.com.br, ou solicite sua amizade no Facebook: https://www.facebook.com/giridhari.pandavas.

 

publicado por o editor às 02:35
link | comentar | favorito
Domingo, 23 de Março de 2014

Músicas para Krishna: George Harrisson Fala sobre Suas Composições Devocionais

 

 

“Eu tinha muito mais razões para fazer o disco com os devotos. Havia menor potencial comercial, mas era muito mais satisfatório. Aquilo realmente foi mais divertido do que tentar fazer um disco pop de sucesso. Era o sentimento de tentar utilizar nosso talento e transformá-lo em serviço espiritual a Krishna”.
Mukunda: Em 1969, você produziu uma canção chamada “O Mantra Hare Krishna”, que depois fez sucesso em muitos países. Aquela melodia mais tarde tornou-se uma faixa do álbum “Radha-Krishna Temple”, que você também produziu com o selo da Apple e foi distribuído nos Estados Unidos pela Capitol Records. Muitas pessoas que trabalhavam em gravadoras ficaram surpresas com isto: você produzindo canções para o Hare Krishna e cantando com seus membros. Por que você fez isso?
George: Bem, tudo isso é serviço, não é? Serviço espiritual para tentar difundir o mantra em todo o mundo e para dar aos devotos uma base mais ampla e um maior sustentáculo na Inglaterra e em tantos outros lugares.
Mukunda: Como o sucesso desse disco em que os devotos Hare Krishna cantam compara-se com o de alguns dos músicos de roque cujos discos você produzia na época, como Jackie Lomax, Splinter e Billy Preston?
George: Isso foi diferente. Não tinha nada a ver com aquilo, realmente. Eu tinha muito mais razões para fazer o disco com os devotos. Havia menor potencial comercial naquele disco, mas era muito mais satisfatório fazê-lo, sabendo das possibilidades que ele criaria, das conotações que ele teria simplesmente por apresentar o mantra durante três minutos e meio. Aquilo, realmente, foi mais divertido do que tentar fazer um disco pop de sucesso. Era o sentimento de tentar utilizar nossos talentos ou nossa ocupação e transformá-los em serviço espiritual a Krishna.
Mukunda: Que efeito você acha que aquela melodia de “O Mantra Hare Krishna”, tendo alcançado milhões e milhões de pessoas, surtiu na consciência do mundo?
George: Gosto muito de pensar que aquilo teve algum efeito. Afinal, o som é Deus.
Mukunda: Quando a Apple, a companhia de gravação, concedeu uma entrevista coletiva à imprensa para promover o disco, todos pareceram assustados ao ouvir você falar sobre alma e Deus como coisas tão importantes.
George: Eu sentia que era algo importante ser autêntico, deixá-los ficar sabendo o que estava acontecendo comigo. Eu queria sair do disfarce e realmente contar-lhes tudo. Isso porque, uma vez que você compreenda algo, não pode mais fingir que não o conhece.
Eu pensei: esta é a era espacial, com aviões e tudo o mais. Se todos podem dar a volta ao mundo nas férias, não há razão pela qual o mantra não possa também ser amplamente difundido. Assim, a ideia era tentar fazer uma infiltração espiritual na sociedade, por assim dizer. Depois de conseguir que a Apple gravasse o disco e o lançasse, e depois de nossa grande promoção, vimos que ele se tornaria um sucesso. E o que é mais especial: uma das maiores alegrias da minha vida foi ver todos vocês no programa Top of the Pops da BBC. Eu nem acreditava. É dificílimo entrar naquele programa, porque eles só o põem lá se você fica entre os vinte mais vendidos. Para mim, foi como respirar ar fresco. Minha estratégia era fazer uma apresentação do mantra de três minutos e meio para que eles tocassem na rádio, e tudo funcionou bem. Fiz um amplo arranjo de harmônio e guitarra para o disco nos estúdios Abbey Road, antes de uma sessão dos Beatles, então regravei uma partitura para o baixo. Lembro que Paul McCartney e sua esposa, Linda, foram ao estúdio e gostaram do mantra.
Mukunda: Pouco após o lançamento, John Lennon disse-me que tocaram a gravação em um intervalo pouco antes de Bob Dylan fazer o show da ilha de Wight, com Jimi Hendrix, os Moody Blues e Joe Cocker, no verão de 69.
George: Eles tocaram enquanto preparavam o palco para Bob. Foi incrível! Além disso, era uma melodia absorvente, e as pessoas não precisavam saber o que significava para gostar dela. Senti-me muito bem logo que fiquei sabendo do sucesso que estava fazendo.
Mukunda: O que você achou do disco tecnicamente, das vozes?
George: Yamuna, a cantora principal, tem uma voz naturalmente boa. Gostei da convicção com que ela cantou, e ela cantou como se tivesse cantado muitas vezes antes. Não parecia ser a primeira melodia que ela cantava.
Bem, antes de encontrar qualquer devoto, ou antes de me encontrar com Prabhupada; como eu já tinha seu primeiro disco há pelo menos dois anos, eu já costumava cantar o mantra. Quando você se abre para algo, é como se você se tornasse um imã a convidar tal coisa a vir a seu encontro. Desde a primeira vez que ouvi o canto, foi como uma porta aberta em alguma parte do meu subconsciente, talvez proveniente de alguma vida anterior.
Mukunda: Na letra da canção “Awaiting on You All”, do álbum “All Things Must Pass”, você se manifesta e diz às pessoas que, cantando os nomes de Deus, elas podem libertar-se do mundo material. O que o levou a fazer aquilo? Que espécie de resposta você obteve?
George: Naquela época, ninguém se dedicava àquele tipo de música no mundo pop. Eu senti que era algo muito necessário. Então, em vez de sentar-me e esperar que alguém o fizesse, decidi fazê-lo eu mesmo. Muitas vezes pensávamos: “Bem, concordo com você, mas não estou a fim de me envolver com isso. É muito arriscado”. Todos sempre tentam se manter cobertos, comerciais, mas eu pensei: Farei! Ninguém mais está fazendo, e eu estou cansado de ver tantos jovens de bobeira, desperdiçando suas vidas, entende? Eu também senti que havia muita gente por aí que se tocaria. Ainda hoje recebo cartas de pessoas dizendo: “Faz três anos que vivo no templo Hare Krishna e jamais teria conhecido Krishna se você não tivesse gravado o álbum ‘All Things Must Pass’”. Deste modo, sei que, pela graça do Senhor, tenho um pequeno papel no teatro cósmico.
Mukunda: E os outros Beatles? O que eles pensavam de você ter adotado a consciência de Krishna? Qual foi a reação deles? Todos vocês haviam estado na Índia e realmente buscavam por algo espiritual. Shyamasundara disse-me certa vez, após almoçar com você e os demais Beatles, que todos eram muito respeitosos.
George: Sim! Bem, se o Quarteto de Liverpool não entrasse nessa, isto é, se eles não pudessem lidar com os devotos Hare Krishna de cabeça raspada, então não haveria nenhuma esperança! (risos) E os devotos vinham associar-se comigo, o que fazia as pessoas pensarem: “Ei, o que é isto?”. Sabe como é, assim que alguém vestido de laranja e com a cabeça raspada aparecia, diziam: “Ah! Eles estão com o George”.
Mukunda: No “Ballad of John and Yoko”, John e Yoko atacaram a imprensa pela maneira com que ela pode produzir uma falsa imagem de você e perpetuá-la. Levou bastante tempo e esforço para fazer a imprensa entender que somos uma religião genuína, com escrituras que antecedem o Novo Testamento em mais de três mil anos. Pouco a pouco, entretanto, mais pessoas – entre eruditos, filósofos e teólogos – têm se aproximado, e hoje respeitam muito a antiga tradição vaishnava, na qual o moderno movimento para a consciência de Krishna tem suas raízes.
George: A imprensa é culpada de tudo, de todos os conceitos errôneos sobre o movimento, mas, em um sentido, não importa realmente se eles disserem algo bom ou ruim, porque a consciência de Krishna sempre parece transcender, de qualquer forma, essa barreira. O fato de que a imprensa levou as pessoas a conhecerem Krishna já é algo bom.
Mukunda: Srila Prabhupada sempre nos treinou para nos mantermos fixos em nossos princípios. Ele dizia que a pior coisa que poderíamos fazer seria permitirmos algum “ajuste” ou diluirmos a filosofia em troca de popularidade barata. Embora muitos svamis e yogis tenham vindo da Índia para o Ocidente, Prabhupada foi o único que teve a pureza e a devoção para estabelecer a milenar filosofia da consciência de Krishna em todo o mundo, com base em seus próprios termos – não açucarada, mas como ela é.
George: Isso é verdade. Ele foi um exemplo perfeito daquilo que ensinou.
Mukunda: Quando você fez o álbum “Material World”, você usou uma foto interna tirada do Bhagavad-gita de Prabhupada, mostrando Krishna e Seu amigo e discípulo Arjuna. Por quê?
George: Sim! No álbum se diz: “Foto extraída do Bhagavad-gita Como Ele É, de A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada”. Foi uma promoção para vocês, é claro. Eu quis dar a todos a oportunidade de ver Krishna, conhecê-lO. Essa é a ideia, não é?
Mukunda: Em um de seus livros, Prabhupada disse que o sincero serviço que você prestou foi melhor do que o de certas pessoas que pesquisaram mais profundamente a consciência de Krishna porém não puderam manter o seu nível de fé. Como você se sente a esse respeito?
George: Maravilhoso. É algo que me deu esperanças, porque, como dizem, mesmo um momento na companhia de uma pessoa divina, de um devoto puro de Krishna, pode ajudar imensamente, e acho que Prabhupada realmente ficou satisfeito com a ideia de que alguém de fora do templo estava ajudando a fazer o álbum. O simples fato de que ele estava satisfeito foi encorajador para mim. Eu sabia que ele gostava da gravação “O Mantra Hare Krishna”, e ele pedia aos devotos que sempre tocassem aquela canção “Govinda”. Eles ainda a tocam, não é mesmo?
Mukunda: Todo templo tem uma gravação dessa canção, e nós a tocamos toda manhã quando os devotos se reúnem em frente ao altar, antes do kirtana. É uma instituição da ISKCON, pode-se dizer.
George: E se eu não recebia inspiração de Prabhupada em minhas canções sobre Krishna ou sobre a filosofia, eu a recebia dos devotos. Esse era todo o estímulo de que eu precisava. Qualquer coisa espiritual que eu fizesse, fosse através de canções, fosse ajudando na publicação de livros, ou o que fosse, parecia realmente agradá-lo. Minha canção “Living in the Material World”, conforme escrevi em I, Me, Mine, foi influenciada por Srila Prabhupada. Foi ele quem me explicou que não somos o corpo físico. Apenas acontece de estarmos nele.
Como eu disse na canção, este lugar não é realmente aquilo que parece; não pertencemos a ele, mas sim ao céu espiritual:
Pois estou condenado ao mundo material
Frustrado no mundo material
Os sentidos nunca satisfeitos
Somente oscilando como a maré
Que poderia me afogar no mundo material
A única razão para estarmos aqui é encontrar a maneira de escaparmos.
Assim era Prabhupada: ele não apenas falava sobre amar Krishna e sair deste lugar, mas também era o exemplo perfeito. Ele falava sobre sempre cantar e vivia cantando. Creio que o fato de que ele era o exemplo perfeito de tudo o que pregava era talvez o elemento mais encorajador para mim, ao menos para fazer eu me esforçar cada vez mais em busca de ser um pouquinho melhor.
Mukunda: Você escreve em sua autobiografia que “não importa quão bom você seja, ainda assim você precisa de misericórdia para escapar do mundo material. Você pode ser um yogi, um monge ou uma freira, mas, ainda assim, sem a graça de Deus, não conseguirá escapar”. No fim da canção “Living in the Material World”, a letra também diz: “Espero escapar deste lugar pela graça do Senhor Sri Krishna, minha salvação deste mundo material”. Se dependemos da graça de Deus, o que significa a expressão “Deus ajuda aqueles que se ajudam”?
George: A graça é flexível, creio. Por um lado, nunca sairei daqui a menos que seja pela graça dEle; por outro lado, Sua graça é relativa à quantidade de desejo que posso manifestar. A quantidade de graça que eu espero de Deus deve ser igual à quantidade de graça que eu possa receber ou obter. Ganho conforme o meu investimento. É como na canção que escrevi com base em Srila Prabhupada, “The Lord Loves the One that Loves the Lord”:
O Senhor ama aquele que ama o Senhor
E a lei diz que se você não der então não receberá amor
Mas o Senhor ajuda aqueles que se ajudam
E a lei diz que qualquer coisa que você faça voltará para você
Você ouviu a canção “That Which I Have Lost”, do meu novo álbum, “Somewhere in England?”. É derivada do Bhagavad-gita. Nela falo sobre lutar contra as forças da escuridão, das limitações, da falsidade e da mortalidade.
Mukunda: Sim, gosto dela. Se as pessoas puderem entender a mensagem do Senhor no Bhagavad-gita, poderão ser realmente felizes. Muita gente, ao começar sua vida espiritual, adora Deus como algo impessoal. Qual é a diferença entre adorar Krishna, ou Deus, sob Sua forma pessoal, e adorar Sua natureza impessoal como energia ou luz?
George: É como a diferença de lidar com um computador e lidar com uma pessoa. Como eu disse antes, “Se Deus existe, quero vê-lO”, não apenas ver Sua energia ou Sua luz, mas Ele mesmo.
Mukunda: Não acredito que seja possível calcular quantas pessoas voltaram-se para a consciência de Krishna através de sua canção “My Sweet Lord”. Você passou por uma experiência muito pessoal antes de decidir fazer aquela canção. Em seu livro, você disse: “Pensei muito sobre fazer ou não ‘My Sweet Lord’, porque estaria me revelando publicamente... Muitas pessoas temem as palavras Senhor e Deus... Eu estava colocando meu pescoço debaixo da guilhotina... mas, ao mesmo tempo, pensei: ‘Ninguém está dizendo isto... por que devo ser falso comigo mesmo?’. Cheguei à crença na importância de que, se você sente algo muito forte, deve dizê-lo”.
“Eu queria mostrar que ‘Aleluia’ e ‘Hare Krishna’ são a mesma coisa. Fiz as vozes cantando ‘Aleluia’ e depois mudei para ‘Hare Krishna’ para que as pessoas cantassem o maha-mantra antes que se dessem conta do que estava acontecendo! Fazia muito tempo que eu vinha cantando Hare Krishna, e essa canção era uma simples ideia de como fazer uma canção pop ocidental equivalente a um mantra, que repete sempre e sempre os santos nomes. Não me sinto culpado ou mal em relação a isso, pois, com efeito, isso salvou muitos de uma vida viciada em heroína”.
Por que você achou que, de alguma forma, deveria colocar Hare Krishna no álbum? Apenas “Aleluia” não teria sido o suficiente?
George: Bem, em primeiro lugar, “Aleluia” é uma expressão de júbilo dos cristãos, mas “Hare Krishna” tem seu lado místico. É mais do que apenas glorificar a Deus: é pedir para tornar-se Seu servo. Além disso, por causa da disposição do mantra, com a mística energia espiritual contida naquelas sílabas, está muito mais perto de Deus do que o modo como o cristianismo O representa comumente. Embora Cristo, a meu ver, seja um yogi absoluto, acho que muitos mestres cristãos da atualidade têm uma noção errônea acerca de Jesus Cristo. Supostamente eles representam Jesus, mas não o estão fazendo muito bem. Eles estão se desviando muito dele, o que é muito ruim.
Minha ideia em “My Sweet Lord”, por parecer uma canção pop, era persuadi-los da seguinte maneira. Eu queria fazer com que eles não se sentissem ofendidos: primeiro, ouviriam “Aleluia” e, ao ouvirem “Hare Krishna”, já estariam fisgados, batendo os pés, de modo que se deixariam levar por um sentido de falsa segurança. E, de repente, quando eu mudasse o coro para “Hare Krishna”, eles o estariam cantando também, antes que se dessem conta do que acontecera, e pensariam: “Ei, eu achava que não deveria gostar de Hare Krishna!”.
As pessoas escrevem até hoje me perguntando que estilo era aquele. Dez anos mais tarde, estão tentando entender o que significam aquelas palavras. Realmente, foi apenas um pequeno truque, e não ofendeu. Por alguma razão, nunca obtive nenhuma reação ofensiva dos cristãos, que apenas disseram: “Gostamos até certo ponto, mas o que é que ‘Hare Krishna’ tem a ver com tudo isso?”.
“Aleluia” pode ter sido originalmente alguma coisa mântrica que caiu de moda, mas não tenho certeza do que significa realmente. A palavra grega para Cristo é kristos, que, no fundo, é o mesmo que Krishna.
Mukunda: Em I, Me, Mine, você fala sobre karma e reencarnação e sobre como a única maneira de escapar do ciclo é aceitar um processo espiritual genuíno. Você diz em um trecho: “Todos estão preocupados com a morte, mas a causa da morte é o nascimento. Assim, se você não quer morrer, não nasça!”. Algum dos outros Beatles acreditava na reencarnação?
George: Tenho certeza de que John acreditava! E não gostaria de subestimar Paul e Ringo. Eu não me surpreenderia se eles tivessem alguma esperança de que isso seja verdade. Pelo que conheço de Ringo, ele deve ser um yogi disfarçado de baterista!
Mukunda: Paul tem nosso último livro, o Voltando a Nascer. Onde você pensa que a alma de John está agora?
George: Espero que ele esteja em um bom lugar. Ele tinha a compreensão de que cada alma reencarna até se purificar completamente e de que cada alma recebe aquilo que merece, conforme as reações a suas ações nesta vida e em vidas anteriores.
Do Blog Volta ao Supremo. Leia outros artigos em www.voltaaosupremo.com.
publicado por o editor às 15:46
link | comentar | favorito
Quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2014

Abre nos Estados Unidos Primeira Fábrica de Laticínios Certificada como Livre de Abate

 

Do Blog Volta ao Supremo. Leia outros artigos em www.voltaaosupremo.com.
Abre nos Estados Unidos Primeira Fábrica
de Laticínios Certificada como Livre de Abate
Madhava Smullen
Conheça mais sobre esse projeto sem fins lucrativos que tem por meta concretizar a idealização de Srila Prabhupada em relação à procedência do leite em todos os centros Hare Krishna.
4 de janeiro de 2014. No encontro de líderes europeus no final do ano passado, líderes da ISKCON (Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna) de toda a Europa discutiram um dilema comum entre os devotos de hoje: Bebemos leite, um importante ingrediente na dieta da ISKCON, ou o evitamos, uma vez que o leite hoje comprado apoia a indústria do abate?
A resposta, é claro, é bebermos leite de nossas próprias vacas protegidas. Infelizmente, há poucas fazendas de produção de leite na ISKCON mundial atualmente – mas há algumas. Os líderes citaram a fábrica de manteiga e queijo de Gita Nagari, em Port Royal, Pensilvânia, por exemplo, como um exemplo ideal para as outras comunidades da ISKCON.
Gita Nagari, uma fazenda de 140 hectares, foi comprada pela ISKCON Nova Iorque em 1975, seguindo a instrução de Srila Prabhupada de que todo templo urbano deveria ter um projeto rural vinculado a ele.
Em seu auge, cuidou e fez a ordenha de um grande rebanho de vacas pardas suíças, mas, ao longo dos anos, os esforços decresceram. Então, em 2008, Dhruva Dasa mudou da Cidade do Cabo, na África do Sul, para Gita Nagari de modo a servir como presidente de templo, junto de sua esposa, Parijata Dasi.
Eles eram duas pessoas com as formações mais improváveis para coordenadores de uma comunidade rural. Dhruva atuara como especialista técnico para uma central nuclear, ao passo que Parijata fora vice-presidente de uma organização estratégica para um negócio tecnológico.

Contudo, desde o princípio, aderiram ao estilo de vida rural. Seu programa de Agricultura Apoiada pela Comunidade produz pelo menos vinte diferentes tipos de legumes e verduras e fornece quatro templos urbanos próximos e 115 famílias com produção orgânica. Ao mesmo tempo, estão revivendo as atividades da fazenda Gita Nagari em relação aos laticínios com a nova fábrica de manteigas e queijos da Gita Nagari.
Como a primeira fábrica de laticínios certificada como livre de abate nos Estados Unidos, a fábrica tem certificação B pela FDA, o órgão americano de controle de alimentos e remédios, e tem permissão para a venda e transporte de leite puro por parte do departamento federal de agricultura. Isso significa que têm permissão legal para distribuir leite para consumo público.
“Quando chegamos aqui, começamos a ordenhar apenas duas vacas”, disse Parijata. “Então, em março de 2013, recebemos todo fundo necessário da Krishna Protects Cows Incorporated Trust, um grupo de devotos investidores, para comprar um rebanho de 28 vacas leiteiras pardas suíças. Também temos 19 vacas e bois aposentados, e 14 bezerros, incluindo dez novilhos e quatro touros”.
A fábrica de laticínios Gita Nagari é, atualmente, única no mundo. Ela evita práticas cruéis usadas por produtores convencionais, como corte do chifre e do rabo, ajustando todas as suas práticas pensando no conforto dos animais.
No inverno, as vacas se refugiam em um celeiro aquecido estratificado com palha dos próprios campos da Gita Nagari. Ao longo do ano, pastam em pastos orgânicos certificados e seguem um plano nutricional baseado em pastagem rotativa para o máximo de energia e saúde. E todos os dias Dhruva e Parijata as observam de perto a fim de se certificarem de que tudo está bem.
 
“Verificamos se seus cascos estão saudáveis, se seus olhos estão brilhantes e límpidos, seus narizes úmidos o bastante e se nenhum animal está mancando ou foi ferido”, diz Parijata. “Há constante interação com as vacas. Elas são cuidadas e amadas, e sentimos muitíssima reciprocação e troca de afeto quando lidamos com elas”.
Ademais, a Krishna Protects Cows Trust reservou fundos o bastante para cuidar do rebanho existente e de quaisquer necessidades se algo der errado com o projeto.
As vacas são ordenhadas duas vezes ao dia, às 5 horas da manhã e às 5 horas da tarde, ao pacífico som de mantras acompanhados de instrumentos musicais. Inicialmente, quando tinham apenas um pequeno número de vacas, Dhruva e Parijata as ordenhavam à mão. Agora que há dezenas, eles usam o tipo mais brando de máquina de sucção e compensam a redução de interação pessoal passando bastante tempo de qualidade com as vacas.
As vacas, em reciprocidade, produzem entre dois mil e duzentos e dois mil e seiscentos litros por semana. Alguns são usados para as Deidades que presidem Gita Nagari, Sri Sri Radha Damodara, e seus devotos. Alguns se tornam iogurte, panir [um tipo de ricota] e queijo – um fazendeiro menonita local usa o coalho vegetariano para fazer cheddar, queijo tipo suíço, Pepper Jack e Colby.
O restante é comprado pelos templos urbanos vizinhos exatamente dentro do sistema concebido por Srila Prabhupada. Comunidades da ISKCON em Washington D.C., Filadélfia, Newburgh, Towaco, Nova Jersey e Central New Jersey compram, cada uma, quase 200 litros de leite por semana para seus templos e membros individuais.

Esses templos pagam $2,70 por livro pelo leite da fazenda Gita Nagari, um preço assombroso para alguns devotos. Conduto, consideremos que o leite orgânico de vacas de abatedouro frequentemente custa $2,15 nas lojas. Consideremos os custos excepcionais de cuidar de dezenas de vacas por toda a vida. E consideremos a absoluta qualidade do leite produzido por tais vacas. Diante de tudo isso, $2,70 se revela um preço bastante justo.
“Para fazerem o leite que é vendido em supermercados, um caminhão-tanque vai de fazenda em fazenda, coleta o leite e coloca tudo em um imenso reservatório em uma fábrica de leite”, Parijata diz. “Eles, então, esterilizam completamente o leite, pasteurizam-no, tiram todas as gorduras e começam a colocar tudo de volta para fazer leite com um por cento de gordura, dois por cento de gordura e ‘integral’”.
Além disso, há a questão da vida de tortura em que vivem as vacas nas fazendas fábricas antes de serem abatidas pelo menos quinze anos antes de sua expectativa de vida normal, e há também os hormônios e antibióticos que são injetados nelas e terminam no leite. Vacas de fazendas fábricas também são submetidas a dietas horrendas de grãos excessivos, além de receberem até mesmo fezes e partes de animais para seu consumo.
“Nós não forçamos nossas vacas a produzirem, e sua dieta é cuidadosamente estabelecida e acompanhada”, diz Parijata. “Porque são bem cuidadas, felizes e contentes, a qualidade de seu leite é mais nutritiva. Há até casos de pessoas supostamente intolerantes a lactose que bebem nosso leite e não têm nenhum tipo de reação com ele”.
Ela adiciona: “A intolerância a lactose que é tão prevalente atualmente entre as alergias não se deve ao leite em sua forma pura, integral e original como alimento – se deve a como é manipulado e a como as vacas são tratadas. Tentamos compartilhar com as pessoas, portanto, como nosso leite é diferente”.
Ao mesmo tempo, a Gita Nagari segue cuidadosamente suas leis locais em relação ao leite, o alimento mais regulado nos Estados Unidos. A comunidade em si usa atualmente leite integral e puro dentro da Pensilvânia, onde semelhante leite é legal. De acordo com a lei, entretanto, a fábrica não pode enviar leite puro para fora do estado. Os devotos dos estados vizinhos, então, têm que ir até lá e levar o leite consigo, de acordo com seus direitos individuais.
De modo a poderem enviar leite a comunidades da ISKCON ao longo da Costa Leste dos Estados Unidos no futuro, todavia, a Gita Nagari comprou um pasteurizador, que será inspecionado pela FDA em breve e, esperam todos, receberá certificação A.
“Também gostaríamos de investir em um “separador de nata” a fim de que possamos fazer nossa própria manteiga, bem como leitelho, ghi e sorvete”, Parijata diz. Porém, ela deixa claro que ela e Dhruva planejam manter seu rebanho manejável e pequeno em um negócio sustentável: “Não queremos ligação com os grandes centros comerciais – tudo o que queremos é ter um bom programa disponível para os projetos da ISKCON em estados vizinhos poderem oferecer leite de vacas protegidas às suas Deidades e devotos”.
Embora vá permanecer pequena, a influência da fábrica de laticínios Gita Nagari Creamery pode ser grande. Através dela, Dhruva e Parijata esperam poder mostrar a outros produtores na Pensilvânia e em outros estados que é economicamente viável produzir leite livre de abate.
Dentro da ISKCON, aconselham que quaisquer comunidades rurais que queiram seguir seu exemplo comecem pequenos e sistematicamente através do investimento em um microssistema de produção de leite e ordenhando apenas duas vacas à mão.
Para os devotos em geral, Parijata oferece esta importante sugestão final: “Se vocês podem obter leite de vacas protegidas, obtenham. Apoiem esses projetos, pois a medida do sucesso das comunidades rurais está em quanto de apoio elas recebem”.
Para mais informações (em inglês), visite: http://www.gitanagari.org/node/286, https://www.facebook.com/GitaNagariCreamery.
Se gostou deste material, também gostará destes: Veganismo e Movimento Hare Krishna, Karma e Consumo de Carne na Literatura Védica, Por que os Devotos de Krishna Não Comem Alho e Cebola?, O Vegetarianismo e o Movimento Hare Krsna.

 

publicado por o editor às 20:45
link | comentar | favorito
Domingo, 16 de Fevereiro de 2014

Por que os Devotos de Krishna Não Comem Alho e Cebola?

 



 Por que os Devotos de Krishna

 

Não Comem Alho e Cebola?

 

 

 

por Kurma Dasa

 




Kurma Dasa, o mais famoso cozinheiro do movimento Hare Krishna

e estrela do programa Cooking with Kurma responde à pergunta.



“Por que os devotos de Krishna não comem alho e cebola?”. Essa é uma das perguntas mais comuns feitas a mim. Aqui está a minha resposta curta: como um devoto de Krishna e praticante de bhakti-yoga, eu não como alho nem cebola porque eles não podem ser oferecidos a Krishna.



Aqui está a minha resposta mais longa: você talvez saiba que a cebola e o alho são membros da família botânica aliáceos (alliums) – juntamente com o alho-poró, cebolinha e chalotas.



Segundo o ayurveda, a ciência médica clássica da Índia, os alimentos são agrupados em três categorias – sattva, rajas e tamas, respectivamente “bondade”, “paixão” e “ignorância”. Cebola e alho, e as outras plantas aliáceas, são classificadas como rajas e tamas, o que significa que aumentam a paixão e a ignorância.



Aqueles que se submetem a cozinhar ao puro estilo brahmana da Índia, entre os quais me incluo, e vaishnavas – seguidores do Senhor Vishnu, Rama e Krishna – gostam de cozinhar apenas com alimentos da categoria sattva. Esses alimentos incluem frutas frescas, legumes e ervas aromáticas, produtos lácteos, grãos, legumes e assim por diante. Especificamente, vaishnavas não gostam de cozinhar com alimentos rajásicos ou tamásicos porque eles não podem ser oferecidos à Divindade.



Alimentos rajásicos e tamásicos também não são usados porque são prejudiciais para a meditação e atividades devocionais. “Alho e cebola são rajas e tamas e são proibidos aos yogis porque enraízam a consciência mais firmemente no corpo”, diz Dr. Robert E. Svoboda, famosa autoridade no ayurveda.



kurma



Kurma Dasa, autor deste artigo e o mais famoso chef do Movimento Hare Krishna.



Alguns ramos da medicina ocidental dizem que os alliums têm benefícios específicos à saúde; o alho é respeitado, pelo menos nos círculos médicos alopatas, como um antibiótico natural. Nos últimos anos, embora as implicações dos resultados cardiovasculares do allium vegetal tenham sido estudadas com algum detalhe, as implicações clínicas do consumo da cebola e do alho a partir deste ponto de vista ainda não são bem compreendidas.



No entanto, ainda há muitas coisas negativas a se dizer sobre o alho e a cebola. Pouco conhecido é o fato de que o alho no estado bruto pode carregar nocivas (potencialmente fatais) bactérias do botulismo. Talvez tenha sido com consciência disso que o poeta romano Horácio descreveu o alho como “mais prejudicial do que cicuta”.



Deve ser salientado que o alho e a cebola são evitados pelos espiritualistas porque estimulam o sistema nervoso central e podem perturbar votos de celibato. O alho é um afrodisíaco natural. O ayurveda sugere que é um tônico para a perda de potência sexual por qualquer motivo, debilidade sexual, impotência por excesso de vida sexual e esgotamento nervoso decorrente de hábitos sexuais dissipativos. Afirma-se que é especialmente útil para os idosos com tensão nervosa e diminuição da potência sexual.



Os taoístas perceberam há milhares de anos que as plantas da família aliácea eram prejudiciais para os seres humanos em seu estado saudável. Em seus escritos, o sábio Tsang-tsé descreveu os alliums como “os cinco vegetais perfumados ou picantes” e disse que cada um tem um efeito negativo sobre um dos seguintes cinco órgãos – fígado, baço, pulmões, rins e coração. Respectivamente, as cebolas são prejudiciais para os pulmões, o alho para o coração, alho-poró para o baço, cebolinha-capim para o fígado e cebolinha comum para os rins.



Tsang-tsé disse que esses vegetais pungentes contêm cinco tipos diferentes de enzimas que causam “hálito repugnante, odor extremamente desagradável no suor e movimentos do intestino, e levam a ocupações lascivas, aumentam a agitação, ansiedade e agressividade”, especialmente quando consumidos crus.



Coisas semelhantes são descritas no ayurveda. “Além de produzir hálito e odor corporal, essas plantas (aliáceas) induzem irritação, agitação, ansiedade e agressividade. Assim, são prejudiciais física, emocional, mental e espiritualmente”.



De volta à década de 1980, em sua pesquisa sobre o funcionamento do cérebro humano, o Dr. Robert [Bob] C. Beck descobriu que o alho tem um efeito negativo sobre o cérebro. Ele constatou que o alho de fato é tóxico para o homem porque seus íons de hidroxila sulfona penetram a barreira hemato-encefálica e são tóxicos para as células do cérebro.



Beck explicou que, desde os anos 50, sabia-se que o alho reduz o tempo de reação de duas a três vezes quando consumidos por pilotos em testes de voo. Isso ocorre porque os efeitos tóxicos do alho “dessincronizam” as ondas do cérebro.



Precisamente pela mesma razão, a família de plantas do alho tem sido amplamente reconhecida como sendo prejudicial aos cães.



Mesmo quando o alho é usado como alimento na cultura chinesa, é considerado nocivo para o estômago, o fígado e os olhos, bem como causa de tontura e de energia dispersada quando consumidos em quantidades imoderadas.



Nem sempre o alho é visto como tendo propriedades totalmente benéficas na culinária e na medicina ocidental. É amplamente aceito entre os profissionais de saúde que, além de matar bactérias nocivas, o alho também destrói as bactérias benéficas, que são essenciais para o bom funcionamento do sistema digestivo.



Praticantes de Reiki explicam que alhos e cebolas estão entre as primeiras substâncias a serem expulsas do sistema de uma pessoa – juntamente com o tabaco, álcool e medicamentos farmacêuticos. Isso torna evidente que aliáceos têm um efeito negativo sobre o corpo humano e devem ser evitados por razões de saúde.



A medicina homeopática chega à mesma conclusão quando se reconhece que a cebola vermelha produz uma tosse seca, olhos lacrimejantes, espirros, corrimento nasal e outros sintomas familiares relacionados com o frio quando consumidos.



Estas são apenas algumas das razões para eu evitar alho-poró, cebolinha, alho e cebola.



Se gostou deste material, também gostará destes: Medicina Aiurvédica para Mãe e Filho, Caminhada, Massagem e Aiurveda: Os Hábitos Saudáveis de A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, O Vegetarianismo e o Movimento Hare Krsna.

 

publicado por o editor às 14:53
link | comentar | favorito
Segunda-feira, 2 de Dezembro de 2013

Seminário Hare Krishna vira “INSTITUTO JALADUTA” e abre inscrições para 2014.

 



INSTITUTO JALADUTA


Seminário Hare Krishna vira “INSTITUTO JALADUTA” e abre inscrições para 2014.

Sim, o Seminário, com sede em Campina Grande, que já graduou quase 200 alunos com o título Bhakti Sastri; Que, em 13 anos realizou 14 turmas presenciais do curso Bhakti Sastri, sendo uma integralmente em Nova Gokula e a última em três módulos, um em Goura Vrindávana, outra em Nova Gokula e a outra em Campina Grande; Que realizou um monte de Ratha Yatras por aí... agora virou um INSTITUTO.

- Qual a diferença entre Seminário e Instituto?

A diferença é que como Instituto esse projeto de educação pode ter  penetração no meio acadêmico, tem mais chance de crescer e oferecer cursos de graduação e pós-graduação nas áreas do conhecimento da literatura, filosofia e religião, o que representa mais oportunidades para os alunos.

Com uma estrutura organizacional mais complexa, o INSTITUTO JALADUTA vai abranger três áreas de atividades:

1-    Núcleo de Estudos Vaishnavas – É neste núcleo que as antigas atividades do Seminário, como vivência de ashrama, sadhana bhakti e o curso presencial encontrarão respaldo.

2-    Núcleo de Estudos de Filosofia e Religião Indianas – Esta é a parte encarregada de adequar nossos cursos e conteúdos programáticos às exigências das universidades para se tornar interessante para um público mais abrangente.

3-    Núcleo de Administração e Marketing – Este núcleo vai desenvolver projetos de capacitação em liderança, incluindo comunicação, cuidado aos devotos, desenvolvimento humano, desenvolvimento social, desenvolvimento congregacional.

O significado do nome Jaladuta é "Mensageiro dos Mares" e, como vocês sabem, tem tudo a ver com Prabhupada, com a comunicação oriente/ocidente, tem um significado especial para os membros da ISKCON e também é de fácil pronúncia em português.

O INSTITUTO JALADUTA inicia suas atividades em 2014 oferecendo oportunidades inéditas. Além do curso presencial Bhakti Sastri, vai oferecer dois cursos no sistema EAD (Educação à Distância), o Bhakti Sastri e o Bhakti Vaibhava.

As inscrições vão do dia 15 de dezembro de 2013 a 19 de janeiro de 2014.

Aguardem mais informações nos próximos dias.

Quem quiser se comunicar com a gente use os seguintes contatos:

Dhanvantar Swami: e-mail:  dswami@iskcon.com.br.

telefones:

fixo: 83-3333-7044

Oi: 83- 8831-1766

Tim: 83- 9663-5873


Srila Prabhupada Ki Jaya!

Dhanvantari Swami

 
publicado por o editor às 21:26
link | comentar | favorito

.tags

. todas as tags

.arquivos

. Janeiro 2017

. Dezembro 2016

. Novembro 2016

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Agosto 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Novembro 2015

. Outubro 2015

. Setembro 2015

. Agosto 2015

. Julho 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Abril 2015

. Março 2015

. Fevereiro 2015

. Janeiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Junho 2014

. Maio 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Maio 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Abril 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Janeiro 2008

. Dezembro 2007

. Novembro 2007

.subscrever feeds

Em destaque no SAPO Blogs
pub