A ESTRELAAinda seguindo o evangelho de Mateus lemos que os magos afirmam ter visto uma estrela e que ela os motivou a ir a Jerusalém em busca do rei dos judeus. A estrela, então, os guia até Belém. Desde os tempos do astrônomo Kleper, no século XVII foram feitos estudos astronômicos sobre os fenômenos celestes e foram propostas três teorias, do cometa, de uma nova estrela (uma super-nova) e uma conjunção de planetas. Mas isso não importa, o certo é que a estrela tem outras simbologias. A arvore de Natal é geralmente encimada por uma estrela de cinco pontas. Trata-se, dentro da tradição judaica da cabala, o símbolo mágico e cabalístico do pentagrama, do homem cósmico, do adan-cadmon, e representa o domínio dos cinco elementos.E é ainda a estrela de David.
A ÁRVORE DE NATALSegundo Luis da Câmara Cascudo em seu Dicionário do Folclore Brasileiro, a Árvore de Natal é o “álamo, abeto, pinheiro, cortado em maio e replantado na praça da aldeia, símbolo votivo do espírito fecundador da vegetação assegurando pelas homenagens recebidas a continuidade das colheitas”. A arvore veio para o Brasil como tradição natalina no começo do século XX. A primeira exibida na cidade de Natal em 1909.
A origem da árvore de Natal parece vir dos tempos de São Bonifácio, o qual converteu ao cristianismo os alemães no Século VIl, cortando a azinheira sagrada de Geismar, em Hesse, a fim de acabar com o culto as árvores. Porém, como maioria dos símbolos do Natal ela tem sua origem nos druidas, os sacerdotes dos celtas. O termo druida significa “carvalho”, mas também mago e encantamento. Os druídas honravam a seus deuses atando as ramas de maçãs douradas e outras oferendas.
No mundo pagão se encontram várias tradições: entre os germânicos, o deus Odin tinha permanecido pendurado nos pés de um pinheiro no solstício de inverno. Virgílio, nas Geórgicas, menciona o uso romano de pendurar em pinheiros máscaras de Baco como um meio de assegurar a fertilidade.
No Antigo Testamento a árvore tem um significado especial: sob as árvores sagradas se celebravam reuniões, julgamentos, assembléias do povo (1Sam 14,2;22,6).
Desde os tempos proféticos a árvore ocupa um lugar de privilégio: "Virá a ti o orgulho do Líbano, com ele o cipreste e o abeto e o pino, para adornar o lugar de meu santuário e enobrecer minha mesa." (Is. 60,13). Também a figura do rebento do tronco de Jessé a empregam os profetas no anúncio do Messias (Is 11,1).
Quando a arvore se tornou mais popular como elemento de decoração de Natal surgiram muitas lendas para explicar a sua origem. Uma nos conta que na noite em que Cristo nasceu todas as árvores de um bosque vizinho floresceram e deram frutos apesar do gelo e da neve. Entre os ingleses se narra que tendo chegado José de Arimatéia a Wyralhill, plantou ali seu báculo no solo que se converteu em uma árvore que florescia no inverno; há aqueles que o identificam com o espinho de Glastonbury, que floresce no Natal. Algumas das coisas que apresentamos aqui pode ser conferido no extenso romance de Marion Zimmer Bradley intitulado As Brumas de Avalon.
Em diversas partes da Europa se cortavam ramas de espinho e de cereja e se colocavam em lugares abrigados para que florescessem no Natal. Algumas famílias traziam à suas casas árvores inteiras para competir com seus vizinhos sobre os mais belos enfeites.
Este costume é, para alguns, a origem das atuais árvores de Natal, pois em um principado na Alemanha se decoravam as árvores com maçãs, fitas e flores de papel, até que as bolinhas de vidro tomaram lugar destes adornos. No século XVI, na Alemanha, se adornou a árvore de Natal como hoje a conhecemos. A “Árvore de Natal”, conhecida em algumas regiões da Europa como a “Árvore de Cristo”, desempenha papel importante na data comemorativa do nascimento de Nosso Senhor.
Podemos ainda dizer que os relatos mais antigos que se conhecem acerca da Árvore de Natal, como tal datam de meados do século XVII, e são provenientes da Alsácia, província francesa. Descrições de florescimentos de árvores no dia do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo levaram os cristãos da antiga Europa a ornamentar suas casas com pinheiros no dia do Natal, única árvore que nas imensidões da neve permanece verde.
Um dos mais belos contos populares vem da região da Estíria (Áustria), no século dezenove e seu autor é P. Rosegger, e narra o alumbramento da família ao ver uma pequena árvore enfeitada sobre a mesa do que seria a ceia de uma família burguesa que já havia praticado rituais de incensário. O texto passou a ser conhecido como a Árvore de Cristo: presente do Menino Jesus.
OS ENFEITES DE NATALAs velas usadas no Natal, poderiam ser a simplificação das antigas fogueiras. São bengalas e bolas de cristal que enfeitam as árvores de Natal, as coroas nas portas das casas, nas vitrines dos comércios.Consta que um vendedor de doces quis fabricar algo especial para o Natal e pensou em um pequeno bastão de menta que recordasse o cajado dos pastores que ocupam um lugar preferencial entre os visitantes do presépio. Daí surge a, rara no Brasil mas comum na Europa e EUA , a bengala doce. Depois de algum tempo os doces de menta foram substituídos por bastões de plástico e também as bolas de cristal e depois vidro.
Os romanos tinham como tradição oferecer a sua coroa a alguém. A pessoa que a recebia, como forma de agradecimento, pendurava-a na porta principal da sua casa. Hoje, as pessoas colocam coroas verdes ou douradas na porta das suas casas como sinal da proximidade do Natal. Também o costume de pendurar nas portas os enfeites de vegetais podem ter a ver com a tradição celta de pendurar visco sobre a porta, que era considerado extremamente mágico e conferia poderes a quem o usasse na data do solstício.
As cores do natalTalvez as cores do Natal pudessem ser conhecidas como uma escolha de cores que queria reunir o branco da neve que cobre os campos do hemisfério norte e o vermelho do sangue que Jesus derramaria por todos.
Porém essa definição é insuficiente, Na verdade considera-se as cores de Natal o vermelho e o verde, presentes por exemplo nas guirlandas e enfeites de porta (coroas) e tem sua origem na dualidade delas na natureza, arvore e frutos.
Missa do GaloEra costume entre os católicos ir à celebração da missa antes da ceia. Era o rito religioso que purificava antes da comida, sempre uma libação. A tradicional Missa do Galo cristã, muito embora seja a maior expressão litúrgica do catolicismo em especial nas tradições ritualísticas de Roma, Portugal e Brasil também pode ser caracterizada pela tradição da cerimônia pagã. “O galo é um animal sagrado para os ciganos que são considerados um ramo perdido dos atlantes e também o era para os druidas/celtas que também o são. O galo é quem diz: “Eu sou aquele que canta o raiar de um novo dia, de uma nova esperança, de uma nova vida!”, como uma alusão ao Sol como deus e origem da vida.”Dizem que o galo cantou á meia noite , no nascimento de Cristo, contrariando a sua natureza.
Cartões de boas festas
Bem antes de Jesus Cristo surgiram as mensagens de felicitações. Já era habito entre os romanos enviarem-se congratulações pelo Ano Novo, gravadas em tabletes de argila (tijolos) e, com a cristianização do Império Romano, esse costume permaneceu inalterado. O primeiro cartão de "Boas Festas" de que se tem noticia teria surgido em Londres no ano de 1834, na mesma época dos contos natalinos de Charles Dickens.
Dickens que brilhava com obras de gosto popular como As Aventurasdo Sr. Pickwick, Oliver Twist ou ainda as comoventes como Um grilo na Lareira, quando escreve a saga do Sr. Scrooge resgata o espírito do Natal. The Haunted man and the ghost bargain, é um clássico de Natal que foi filmado e representados milhares de vê zes dando origem inclusive a personagens de quadrinhos como o de Walt Disney , que ganhou no Brasil o nome de Tio Patinhas.
Mas voltando aos cartões, foi a falta de tempo de Henry Coyle, o director do British Museum de Londres, que originou a criação dos cartões natalinos. Sem tempo de escrever a mão a todos os seus familiares e amigos, Henry Coyle solicitou ao artista plastico John Callicot Housley que lhe elaborasse um cartão que servisse para enviar boas-festas a todos os seus patentes e amigos. O pintor pegou um pedaço de cartolina quadrada e dividiu-a em três partes. Ao centro desenhou uma família reunida a mesa, comemorando alegremente. No verso figuravam meninos pobres recebendo comida e roupas.E por fim podia-se ler a mensagem: A Merry Christmas and a Happy New Year to you ("Um alegre Natal e um feliz Ano Novo para você"). O significado em inglês da palavra Christmas é o mesmo que The Mass of Christ : "Missa de Cristo". Na ocasião foram impressos cem, e os que sobraram foram vendidos a um xelim cada. Até o costume se popularizar em 1851, os cartões eram todos litografados e pintados mão.