Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014

Se só me restasse uma hora de vida

 

 

 

 

Se só me restasse uma hora de vidade Roger Pol-Droit


Título Original: Si je navais plus qu une heure à vivre

Tradutor: Clóvis Marques

E
Páginas: 98

Formato: 16 x 23 cm


     Por certo, nesta derradeira hora eu não estaria postando essa recomendação. Mas nestes dias aziagos, com retrocessos sociais batendo em nossas portas, e nos fazendo pensar com o figado, um pouco muito de filosofia viria a calhar.  Arrisquem! Sempre... (E.C.)


  
UM LIVRO FILOSÓFICO E POÉTICO SOBRE O SENTIDO DA VIDA



Esse pensamento, tão urgente e profundo, surge em algum momentoda vida de cada um de nós e coloca em perspectiva todas as nossas prioridades e problemas. Mas e se essa fosse mais do que uma simples suposição? E se tivéssemos, de fato, apenas mais uma hora? E se você também tivesse apenas um breve momento para fazer um balanço, lembrar-se, encontrar aquilo que mais importa? E se só restasse uma hora para esquecer as ilusões e, finalmente, viver?

Roger-Pol Droit propõe neste livro um exercício radical, decisivo, que vale todas as lições de filosofia e sabedoria. De forma brilhante, oautor nos faz mergulhar em nossa própria consciência, para que, ao fim, possamos descobrir o que é essencial para nós.



·     Mais de 100 mil exemplares vendidos em uma semana, na França.


VISITE http://rpdroit.com/


Roger-Pol Droit - Si je n'avais plus qu'une heure à vivre

 



LANÇAMENTO




 

 

 
publicado por o editor às 16:19
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Quarta-feira, 10 de Setembro de 2014

Convite de lançamento | Parte da paisagem | Adriana Lisboa | Iluminuras

 

 

Adriana Lisboa, Livraria da Travessa e Iluminuras
convidam para o lançamento do livro
Parte da paisagem
Segunda-feira, 15 de setembro, às 19h00
Salão – Travessa Leblon
Livraria da Travessa - Shopping Leblon
Av. Afrânio de Mello Franco, 290 – loja 205A – 2o piso
Tel. 21.3138 9600

 

publicado por o editor às 13:35
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Segunda-feira, 25 de Agosto de 2014

O caso Thomas Quick de Hannes Råstam

 

O caso Thomas Quick

de Hannes Råstam

Título Original:     Fallet Thomas Quick
Tradutor:     Jaime Bernardes

Gênero:     Reportagem
Páginas:     462
Formato:     16 x 23 cm

 

UM HOMEM CONDENADO POR OITO ASSASSINATOS QUE ELE NUNCA COMETEU.
Intrigado após entrevistar “o pior assassino em série” da Suécia, Råstam pesquisou com afinco o caso Thomas Quick. Leu cada uma das páginas de todas as investigações, analisou todos os interrogatórios e todas as histórias contadas por Sture Bergwall, o verdadeiro nome de Quick. Encontrou ambiguidades, furos, depoimentos estranhos e vereditos questionáveis e acabou descobrindo que o pior e mais inimaginável assassino em série de todos os tempos era, na verdade, uma fraude.
Neste livro, o autor descreve detalhadamente como Thomas Quick foi transformado em assassino em série e como os juízes puderam condená-lo por oito assassinatos que, na realidade, ele não cometeu. O caso Thomas Quick, lamentavelmente, não é ficção. É a história verdadeira de um estranho destino humano e de uma tragédia jurídica quase inacreditável.

ENTENDA O CASO

Nos anos 1990 ele confessou mais de 30 assassinatos, com direito a mutilações, estupros e canibalismo. As vítimas incluíam homens, mulheres e crianças, com perfis variados. Os crimes haviam sido cometidos em vários locais diferentes da Suécia e da Noruega.




Mas após ser condenado por oito dos crimes, Quick assumiu sua identidade verdadeira, Stüre Bergwall, e passou a negá-los.

Uma investigação realizada por um jornalista local questionando as condenações sem provas levou a novos julgamentos, com a absolvição por cinco deles.
Ele ainda espera a revisão das últimas três condenações, e poderá se ver livre após 21 anos confinado em uma clínica psiquiátrica forense de Säter, a 170 quilômetros de Estocolmo.
O caso vem ganhando as manchetes dos jornais suecos nos últimos meses. De "Hanibal Lecter sueco", como foi apelidado na época de suas confissões, Quick/Bergwall passou a ser descrito como "o serial killer que nunca o foi".
"Ele certamente será inocentado de todos os oito assassinatos (pelos quais foi condenado inicialmente)", disse à BBC Brasil, com convicção, o advogado Thomas Olsson, que assumiu a defesa de Bergwall após a retratação das confissões.

 

Para advogado, funcionários do hospital psiquiátrico de Säter induziram as confissões de Bergwall
Bergwall foi preso pela primeira vez em 1990, após roubar um banco fantasiado de Papai Noel, supostamente para conseguir dinheiro para comprar drogas. Ele já havia sido anteriormente acusado de molestar meninos e de tentar esfaquear um amante.
Segundo Olsson, ao ser levado à clínica psiquiátrica de Säter, em 1991, Bergwall "estava passando por uma crise existencial e tinha pensamentos suicidas".
"Na clínica, ele foi objeto de técnicas psiquiátricas extremamente experimentais baseadas principalmente na terapia de recuperação de memória por sugestão e também teve acesso a narcóticos controlados, principalmente benzodiazepínicos (tranquilizantes)", relata o advogado.
Segundo ele, "sob essas circunstâncias Bergwall foi levado a confissões com o objetivo de satisfazer o pessoal da clínica". "O resto foi como um moto-perpétuo", diz.
Bergwall confessou seu primeiro "assassinato" em 1992. A suposta vítima era Johan Asplund, um menino de 11 anos que havia desaparecido em novembro de 1980 no caminho para a escola. O caso de Asplund era um dos mais famosos mistérios criminais da Suécia.
Ele disse ter estuprado o garoto e o asfixiado acidentalmente, antes de desmembrar o corpo e escondê-lo para que ninguém o encontrasse. De fato, o corpo nunca foi encontrado, mesmo com as descrições dos locais feitas por Bergwall, mas ele foi condenado pelo crime em 2001.
Segundo seus defensores, tudo o que Bergwall buscava era atenção. Com a confissão do assassinato de Asplund e os holofotes da mídia local sobre si, ele passou a confessar seguidos assassinatos, com detalhes.

"O caso vem ganhando uma enorme repercussão na Suécia", comenta à BBC Brasil o repórter policial Eric Tagesson, que vem cobrindo o caso para o jornal Aftonbladet, o mais lido da Suécia.
"A história esteve em evidência por quase 20 anos, e sempre houve especulações sobre se ele era um mentiroso ou um serial killer", afirma.
Segundo o jornalista, "o problema é que ele foi condenado somente com base em suas confissões. Em nenhum dos casos havia qualquer prova técnica real", diz. "Agora, com as revisões dos processos, parece óbvio que o promotor Christer vad der Kwast e a polícia tinham o mesmo objetivo – conseguir condenações, custasse o que custasse."
O atual advogado de Bergwall também critica o papel do defensor público do réu à época das condenações, Claes Borgström, que ficou famoso posteriormente como o advogado das duas mulheres que acusam o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, de estupro na Suécia.
"A razão pela qual ele foi condenado foi, pura e simplesmente, que o promotor omitiu informações que mostravam que ele não poderia ter cometido os assassinatos, que policiais e especialistas fizeram falsos testemunhos e que o advogado de defesa, Claes Borgström, tinha uma causa comum com o promotor. Em suma: a corte foi enganada", diz Olsson.
A BBC Brasil tentou entrar em contato com Borgström para que ele comentasse o caso, mas não obteve resposta. Em declarações recentes à Sveriges Radio, a rádio pública sueca, o defensor público disse ter sido vítima de calúnia e negou ter sido negligente no caso.
"Se você defende uma pessoa que confessa o crime, deve seguir essa linha, a não ser que se torne óbvio que essa confissão é incorreta. Eu fui cauteloso durante o julgamento em levantar algumas questões importantes para eliminar o risco de que algo não estava correto", disse.
"Quando Bergwall começou a retirar suas confissões, o quadro mudou. Mas isso não significa que eu tenha sido cúmplice da condenação de um inocente", afirmou.


O AUTOR
Hannes Råstam trabalhou, entre 1993 e 2011, como jornalista investigativo da STV, o canal público de televisão da Suécia, onde realizou muitos documentários sobre casos jurídicos, incluindo o de Thomas Quick. Ele recebeu vários prêmios pela sua atividade jornalística, entre eles o Grande Prêmio de Jornalismo, todos os anos, entre 1998 e 2005. Internacionalmente, recebeu o Prix Itália (2001), o Guldnymfen de Monte Carlo (2006) e o FIPA d’Or, da França (2006).

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Quadrinhos - Olympe de Gouges

 


   

Olympe de Gouges

de  José-Louis Bocquet e Catel Muller

Tradutor:     André Telles

Gênero:     Quadrinhos
Páginas:     488
Formato:     16 x 24 cm


A HISTÓRIA DE UMA MULHER FORTE E CORAJOSA DURANTE A REVOLUÇÃO FRANCESA

Em Montauban de 1748, nasce Marie Gouze, criada sob as convenções da França setecentista. Aos 18 anos, mãe e viúva, se vê livre para expressar suas ideias e adota o pseudônimo Olympe de Gouges. Anos depois se muda para Paris, onde participará ativamente da vida política e cultural. Fiel leitora de Rousseau, inspiradas pelas ideias libertárias da França pré-revolucionária, Olympe se dedica intensamente à escrita – atividade que levaria até os últimos dias de sua vida e que a causaria muitos problemas. Conquistou inimizades e escandalizou os mais conservadores, porém jamais deixou de defender seus ideais libertários. Em 1791, redigiu a Declaração dos direitos da mulher e da cidadã, reivindicando a igualdade entre os sexos e o direito ao voto. Com muita beleza, esta graphic novel conta a trajetória de uma mulher que carimbou seu nome na história da Revolução Francesa. Dos consagrados quadrinistas José-Louis Bocquet e Catel Muller, a HQ retrata através de belos traços os incríveis cenários e personalidades da França do século XVIII.




OS AUTORES
José-Louis Bocquet e Cat Muller são autores da graphic novel Kiki de Montparnasse, também publicada pela Editora Record e vencedora do Grand Prix RTL de Comic Strip e do Essentiel Fnac-SNCF (Angoulême 2008).

Catel Muller ilustrou mais de cinquenta livros. Nos quadrinhos, criou a série Lucie, com a escritora Véronique Grisseaux. Também coassinou, com De Metter, Le Sang dês Valentines, publicado pela Casterman e vencedor do Prêmio Angoulême, em 2005.
José-Louis Bocquet escreveu biografias dedicadas a Henri-Georges Clouzot, Georges Lautner e René Goscinny. Nos quadrinhos, José-Louis assinou uma dezena de álbuns com artistas como Serge Clerc, Arno, Max, Philippe Berthet, Francis Vallès, Andréas Geffe e Stanilas.

Conheça também

Kiki de Montparnasse
José-Louis Bocquet e Catel Muller
 




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Quinta-feira, 21 de Agosto de 2014

Lançamento do livro Estratégias da Política de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde

 

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Segunda-feira, 18 de Agosto de 2014

[18.agosto] Oliverio Girondo em 20 poemas

 

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Terça-feira, 5 de Agosto de 2014

[12.ago] Debate, autógrafos e exposição: José Miguel Wisnik, João Adolfo Hansen e Luiz Roncari

 

[12.ago] Debate, autógrafos e exposição: José Miguel Wisnik, João Adolfo Hansen e Luiz Roncari debatem Romantismo e recebem a exposição de desenhos em pastel seco sobre papel de Eduardo Haesbaert

 

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Quinta-feira, 29 de Maio de 2014

Lançamento A Musica de uma cidade

 

 



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Lançamento de A pedra e o tempo

 

 

 

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Sábado, 24 de Maio de 2014

[26.maio] Zuza Homem de Mello lança Música com Z em São Paulo

 

 

Música com Z

 

Artigos, reportagens e entrevistas (1957-2014)

 

Zuza Homem de Mello

 

Prefácio de Humberto Werneck

 

 

544 páginas

Lançamento_

 

Segunda-feira, 26 de maio de 2014, às 19h30

 

Livraria Cultura Conjunto Nacional - Teatro Eva Herz (Av. Paulista, 2.073 - São Paulo)

 

Bate-papo com o autor e com o jornalista Alexandre Machado.

 

Distribuição de senhas 1 hora antes do evento.

Música com Z reúne 140 textos do jornalista, crítico, pesquisador, apresentador de rádio, produtor e ex-contrabaixista Zuza Homem de Mello, um dos maiores conhecedores de música em nosso país, escritos ao longo de toda a sua carreira - das primeiras reportagens enviadas de Nova York, em 1957, até um artigo sobre os centenários de Caymmi, Lupicinio Rodrigues e Aracy de Almeida publicado em 2014.
Focalizando principalmente o jazz, a música popular brasileira e a norte-americana, o livro traz as experiências de um crítico que conviveu com vários dos artistas abordados, assistiu pessoalmente às suas apresentações, entrevistou-os e até produziu seus discos e shows. Estamos, portanto, diante do testemunho de um autor que vive de muito perto a cena musical. Com a generosidade e a paixão que lhe são características, Zuza nos transporta por meio de seus escritos não apenas aos palcos, mas também aos bastidores, camarins e estúdios que frequentou, compartilhando conosco o calor e as revelações de cada um desses momentos.
Uma entrevista inédita com Charles Mingus, o relato de uma apresentação surpresa de João Gilberto, um encontro com Chet Baker, a análise da produção de Noel Rosa, a história da canção "As Times Goes By", a primeira entrevista de Itamar Assumpção, um estudo sobre a carreira de Frank Sinatra, o último show de Elis Regina, um perfil de Miles Davis... Não é pouco o que o leitor poderá aprender e saborear nestas páginas, redigidas por alguém que, como lembra Humberto Werneck no prefácio, "esteve sempre no lugar certo, e na hora certa, vendo e ouvindo o que cada um de nós adoraria ter tido a oportunidade de ver e ouvir".
Sobre o autor_ Zuza Homem de Mello nasceu em São Paulo, em 1933. Inicia-se no jornalismo em 1956, assinando uma coluna de jazz semanal para a Folha da Noite. Após um período de estudos em Nova York, volta ao Brasil e ingressa na TV Record, onde permanece por cerca de dez anos trabalhando como engenheiro de som e atuando como booker na contratação de atrações internacionais. Entre 1977 e 1988 produz e apresenta o premiado Programa do Zuza, na Rádio Jovem Pan AM, e faz crítica de música popular para O Estado de S. Paulo. Trabalha também como diretor artístico de shows e festivais e produz discos de Jacob do Bandolim e Elis Regina, entre outros. Integra a equipe do Festival de Jazz de São Paulo (1978 e 1980), sendo curador do Free Jazz Festival desde sua primeira edição, em 1985, e de seus sucessores, Tim Festival e BMW Jazz Festival. É autor dos livros Música popular brasileira cantada e contada... (Melhoramentos, 1976, relançado pela WMF Martins Fontes em 2008 com o título Eis aqui os bossa-nova), A canção no tempo, dois volumes em coautoria com Jairo Severiano (Editora 34, 1997-98), João Gilberto (Publifolha, 2001), A Era dos Festivais (Editora 34, 2003) e Música nas veias (Editora 34, 2007).
Prefácio_
por Humberto Werneck
Antes que lhe caia o queixo - pois é de cair o queixo o livro que você tem nas mãos -, prepare-se para sucumbir ao feio sentimento da inveja. Inveja que, no caso, tem o atenuante de ser benigna, e cujo objeto é o camarada que pôs no papel cada uma das palavras reunidas neste volume felizmente alentado.
Por que inveja? Falo por mim, mas quem sabe por você também: porque o Zuza Homem de Mello, esse danado, esteve sempre no lugar certo, e na hora certa, vendo e ouvindo o que cada um de nós adoraria ter tido a oportunidade de ver e ouvir. Ainda bem que não guardou só para ele o visto e o ouvido!
Pode ser, dirá você, que eu esteja exagerando, risco a que um prefaciador apaixonado tantas vezes pode sucumbir. Então vamos aos fatos, ao móvel de minha irremediável e justificada inveja, fatos esses que são fáceis de colher, meio ao acaso, em qualquer ponto das páginas que se seguem.
Saiba, por exemplo, que aos 24 anos de idade o Zuza ocupava uma das cadeiras do Carnegie Hall, em Nova York, naquela noite de setembro de 1957 em que o JATP, o Jazz at The Philharmonic, pôs em cena uns camaradas chamados Oscar Peterson, Coleman Hawkins, Lester Young e Stan Getz, além das feras do Modern Jazz Quartet. Poucas semanas depois, olha o Zuza no mesmo cenário, dessa vez todo olhos & ouvidos para Dizzy Gillespie e Thelonious Monk, para Billie Holiday e para um promissor e ainda escassamente conhecido cantor e pianista de nome Ray Charles. Foi naquela noitada de 29 de novembro de 1957, aliás, que o Zuza viu pela primeira vez se apresentar um tal de Chet Baker.
Outro músico que por essa época lhe chamou a atenção: um jovem sax-tenor, "calado e não muito expansivo", integrante do quarteto de Thelonious Monk depois de haver brilhado no quinteto de Miles Davis, talentoso o bastante para criar no crítico brasileiro "a firme impressão" de que poderia se tornar "um magnífico músico de jazz". Nome do cara: John Coltrane.
Se você vê deslumbramento nas linhas acima, ponha, insisto, na conta exclusiva do prefaciador, já que o Zuza, profissional calejado, nunca foi de se embevecer ao ponto de sacrificar o rigor. E não porque tenha, hoje, quase seis décadas como repórter e crítico musical. Ele já era assim lá nos começos, como se pode constatar na leitura de seus primeiros escritos na imprensa, vários deles enviados em 1957 e 1958 de Nova York - cidade onde o jovem baixista profissional da noite paulistana, deixando para trás um curso de engenharia, tinha ido estudar musicologia na Juilliard School of Music, período em que frequentou também a não menos célebre School of Jazz, em Tanglewood.
Foi ótima ideia do Zuza conservar e reunir aqui uma seleta de seus amarelecidos recortes nova-iorquinos, e tantos outros acumulados a partir de então, ao longo de décadas e igualmente submetidos, agora, à peneira da maturidade e a um cuidadoso trabalho de revisão. Sim, pois o ouro recolhido no caminho foi ainda mais refinado.
Não estou autorizado a falar por ele, claro, mas posso afirmar que o Zuza, muito à margem da vaidade e nostalgia de escribas que se sentem autores das tábuas da lei, viu excelentes razões para sacar velhos textos de seus arquivos. Constate você mesmo que todos eles conservam o viço e, sem rugas, são capazes, ainda, de suscitar leitura atenta e proveitosa. Sem falar, é claro, na óbvia importância documental que têm.
Quem escreve regularmente na imprensa se dá conta às vezes de que este ou aquele escrito, ainda que produzido no sufoco dos deadlines das redações, mereceria um pouco mais de sobrevida nas bancas de jornais e revistas, antes de cumprir, independentemente do valor jornalístico, histórico e até literário que possa ter, o inglório destino de embrulhar legume ou peixe ali no sacolão.
Para felicidade geral, Zuza fez como o cronista e romancista Fernando Sabino (um aplicado baterista amador de jazz, sabia?), quando, já próximo dos 80 anos, decidiu mergulhar no cafarnaum de seus recortes de imprensa para de lá trazer o que ainda pulsasse qualidade, reunindo o melhor desses achados nas seiscentas e tantas páginas do delicioso Livro aberto.
O que se dá em boas coletâneas, como a de Sabino e esta de Zuza Homem de Mello, é que, postos lado a lado, textos de qualidade não só se desincumbem a contento, cada um deles, como, se bem justapostos, trabalham uns pelos outros - se você me permite o lugar-comum: como as pedrinhas bonitas que, somadas, irão formar painel ainda mais belo.
Uma simples passada de olhos pelo sumário já permite ver o quanto é rico e imponente o mosaico montado pelo Zuza - e, coisa nem sempre encontrável entre os que se ocupam da crítica de qualquer arte, isento de sectarismo e preconceitos. Percorra as sete seções em que se divide Música com Z e diga se há algum nome verdadeiramente grande da música, seja ela brasileira ou de outros cantos do mundo, que não tenha sido aqui contemplado - de Cartola a Charles Mingus, de Tom Jobim a Duke Ellington, de Carmen Miranda a Carmen McRae, de Maria Bethânia a Alberta Hunter, de Milton Nascimento a Charles Aznavour, de João Gilberto a John Coltrane, de Jackson do Pandeiro a Dexter Gordon, de Gal a Diana Ross, de Chico, Gil e Caetano a quem mais possa você imaginar de bom.
O rol dos norte-americanos, por exemplo, está longe de esgotar-se nos gigantes aí acima mencionados, nem se esgotará nos que serão adiante enumerados. Entre eles, Willie Nelson, que o Zuza viu cantar em Las Vegas, no ano de 1982, e Diana Ross, no Valby-Hallen de Copenhague, em 1985. Mais perto de nós, Frank Sinatra e Alberta Hunter no mitológico Bar 150, do Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo - casa onde ecoaram também o piano e a voz daquele que o nosso crítico tem na conta de "o mais irresistível saloon singer de todos todos os tempos", ele mesmo, Bobby Short.
E eis que cabe aqui um parêntese não apenas musical: para Zuza Homem de Mello, o hoje extinto 150 veio a tornar-se ainda mais inolvidável ao cabo da noitada de setembro de 1983 em que, para comemorar 50 anos de vida, ele reuniu ali igual número de casais amigos. Num fecho apoteótico, foi ao som de "Happy Birthday to You", na interpretação de Bobby Short, que o aniversariante soprou as velas.
E como esquecer a fulgurante passagem pelo 150, no mesmo ano, da "maior cantora de jazz de seu tempo"? - Betty Carter, claro. Trata-se, também neste caso, de opinião solidamente sedimentada, pois Zuza a conhecia desde fevereiro de 1958, de uma jam session do Birdland, em Nova York. Haveria de reencontrá-la no início da década de 60, numa de suas incontáveis revisitas à cidade, dessa vez no Apollo Theatre, dentro de um programa luxuoso ao ponto de incluir também Ray Charles. "No palco, a figura de Betty não ajudava muito - uma magricela desengonçada sem charme algum", recordará Zuza anos depois. "Provavelmente seria dispensada de cara por um produtor de megashows. Todavia, sua voz doce caía de encomenda para contrastar com a voz meio rouca, com os gemidos e lamentos que vinham do fundo da alma do gênio."
A profusão de detalhes, neste e em muitos outros casos, se deve não apenas à boa memória de Zuza Homem de Mello como também à excelente iniciativa de acrescentar, no pé de vários dos textos deste livro, notas redigidas em 2014 com o objetivo de atualizar e enriquecer antigos escritos, e até para humildemente arrolar supostos deslizes imputáveis ao verdor de um profissional em formação.
Sempre oportunas e interessantes, as notas supervenientes trazem às vezes ao leitor de hoje notícias menos boas - ou mesmo francamente lamentáveis: ao repassar, 55 anos depois, reportagens de julho de 1958 em que mapeou templos do jazz em Nova York, Zuza Homem de Mello nos informa que de todos eles apenas um, o Village Vanguard, na 7ª Avenida, seguia atuante, sendo que o outrora glorioso Birdland, agora em outro endereço, se desvirtuou tanto que se converteu em casa de shows de striptease.
Lembrança puxa lembrança - e as saborosas notas de Zuza volta e meia se encompridam, do que ninguém vai reclamar, ao contrário, pois tudo é sempre muito pertinente e bom de ler. No caso do cantor Emílio Santiago, por exemplo, o post scriptum de 2014 resultou bem maior que o comentário que o suscitou em 1979. Tantos anos depois, o crítico pôde nos dar o que na breve resenha de um disco não teria cabimento. "Fiquei literalmente chapado quando assisti Emílio Santiago pela primeira vez, num inesquecível show com Alcione, no Canecão do Rio de Janeiro", anotou ele. "Os solos de cada um eram de assustar, em dupla suas vozes enchiam o espaço em alto nível e ainda havia como bônus os surpreendentes solos de trompete da cantora."
Emílio e Alcione são dois na imensa, completíssima galeria dos bons intérpretes e compositores cuja arte ocupa Zuza Homem de Mello nas páginas deste Música com Z, distribuídos em sete bem montadas divisões. Uma delas, a parte V, intitulada "A pedidos", nos presta o imenso favor de recolher textos que jaziam espalhados por encartes e contracapas de discos, programas de espetáculos musicais e até releases escritos para informação das redações de revistas e jornais, tudo isso de comprovada resistência ao tempo.
Outra seção, abrindo o livro e o apetite do leitor, tem por tema canções e momentos que, para o Zuza e tantos de nós, são inesquecíveis - pense em joias como "As Time Goes By", "Cidade maravilhosa" ou "Tenderly". Todo um bloco do livro é dedicado a uma seleta de textos produzidos pelo repórter praticamente desde aquele 26 de setembro de 1956 em que ele, aos 23 anos, fez sua estreia no ofício ao cobrir, morra de inveja, a passagem da orquestra de Dizzy Gillespie pelo Teatro Santana, de São Paulo.
Como repórter ou crítico, Zuza foi J. E. (de José Eduardo) Homem de Mello até abril de 1978, quando, ao iniciar sua colaboração no jornal O Estado de S. Paulo, teve a ótima ideia de usar como profissional o apelido que traz da infância.
Entrevistador capaz de extrair o melhor que um entrevistado possa render (no rádio, inclusive, durante os dez anos em que manteve na Jovem Pan, de São Paulo, de segunda a sexta-feira, o Programa do Zuza), nosso crítico teve à sua frente uma infinidade de grandes nomes da música, brasileira e estrangeira, duas dezenas deles reunidos aqui numa seção em que uma entrevista até agora inédita de Charles Mingus está longe de ser o único pitéu. Alguns deles, quem sabe, poderiam estar também na seção que fecha Música com Z, reservada a artistas que, mais do que "figuras", são "figuraças".
Mas não me peça, por favor, que esclareça a diferença entre uma coisa e outra. Figura & figuraça que é, o Zuza vai explicar com muito mais competência. Depois, tem isto: como aquele entusiástico mestre de cerimônias que se estendeu além da conta, fazendo brotar na sala um burburinho de impaciência, este prefaciador por fim se manca. Chega de tentar apresentar o que disso não precisa, vamos logo ao que interessa!
Projeto realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Programa de Ação Cultural 2013.

 

publicado por o editor às 02:44
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