A Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro (Arfoc-RJ) afirma não responder apenas pelos interesses das pessoas que controlam as câmeras e as máquinas fotográficas de uma matéria. A instituição defende que o assessor de imprensa não pode ser considerado “jornalista de segunda classe”, merecendo ter a mesma base salarial do funcionário de redação. Atualmente, isto não ocorre na capital fluminense.
Na cidade do Rio de Janeiro, os jornalistas de redação têm como parâmetro o chamado Salário Mínimo Profissional - R$ 4.359 para 5 horas de trabalho e R$ 6.975 para sete horas. Para os jornalistas que atuam no setor de comunicação corporativa existe o piso, atualmente de R$ 2.469; além do piso diferencial de R$ 1.200, válido para quem se formou no decorrer dos últimos três anos.
A composição dos salários nas assessorias e demais empresas de comunicação corporativa do município provoca a indignação do presidente da Arfoc, Alberto Elias Guimarães Jacob. “É um absurdo o que estão fazendo. Você desmerece todos os profissionais que trabalham nas agências de mídia corporativa. Esse ‘subpiso’, por exemplo, só desmerece quem fez faculdade, pois quem não é formado, não entra nessa cota e ganha o piso logo de início”.
Risco de falência
Contrapondo-se a ideia de ser absurda a situação dos assessores de imprensa carioca, a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ), Suzana Tavares Blass, afirma que o ideal seria que todos os jornalistas, corporativos ou de redação, ganhassem melhor. Porém, ela avalia que, na prática, elevar o piso do assessor para o valor proposto pela Arfoc pode ter efeito negativo: fechamento de empresas da área. “Muitas devem quebrar. Seria péssimo”, salienta.
Jacob, entretanto, enfatiza que a intenção da entidade que comanda é valorizar o trabalho de quem está inserido no mercado corporativo carioca. Apesar da proposta de aumento ser de quase R$ 2.500, ele declara que as empresas de assessoria e comunicação interna não vão sofrer problemas, por terem, segundo analisa, o apoio de grandes instituições.
Suzana também afirma que a intenção do sindicato é valorizar os assessores de imprensa, tanto que pretende extinguir o salário diferencial para os formados entre os últimos três anos. A situação atual é alvo das criticas de Jacob, que também é secretário-geral do SJPMRJ. “Desde a última reunião a gente queria acabar com o salário diferencial para os jovens profissionais. Até porque acreditamos que com a existência dele, muitas empresas dispensam os jornalistas quando completam três anos”, comenta a dirigente.
Responsável pelo sindicato dos jornalistas da capital fluminense, Suzana opina que o presidente da Arfoc procura apenas melhor a situação dos repórteres fotográficos, que serão melhores remunerados pelos freelas que prestam para as assessorias. Jacob não nega essa intenção. “A mídia corporativa é o filé mignon para a nossa classe. Espero que eles tenham sucesso e cresçam ainda mais”, conta o jornalista.
Assembleia
No dia 19 de novembro, (sábado), será realizada a Assembleia de Assessores de Imprensa, na sede do SJPMRJ. A intenção, tanto para Jacob quanto para Suzana, será discutir e resolver melhorias salariais para os profissionais da área.
Anderson Scardoelli do COMUNIQUE-SE