Curitiba nos dias 08, 09 e 10 de abril o espetáculo TRÊS DIAS DE CHUVA no Teatro Fernanda Montenegro, a direção é assinada por Jô Soares e temos no elenco; Carolina Ferraz, Otávio Martins e Fernando Pavão.
Em 1997, o escritor americano Richard Greenberg, foi indicado ao Prêmio Pulitzer pelo texto Três Dias deChuva, em 2014 a montagem estreou em São Paulo sendo sucesso de público e crítica, tanto sucesso resultana volta do espetáculo aos palcos brasileiros agora para apresentação em seis capitais.
Com direção, tradução e adaptação de Jô Soares, Carolina Ferraz, Otávio Martins e Fernando Pavãodesdobram-se em dois papéis cada um para contar a história, que se passa em dois tempos, em 1995 e1960, de duas gerações de uma família em que os filhos não conseguem entender as atitudes dos pais nopassado.
No primeiro ato, que se passa em 1995, vemos o jovem Walker (Otávio Martins), sua irmã Anna (CarolinaFerraz) e o amigo Pip (Fernando Pavão), filhos de dois grandes e renomados arquitetos, Ned (Otávio Martins) e Theo (Fernando Pavão). Com a recente morte de Ned, os filhos se reúnem para a leitura dotestamento. Ao descobrirem que parte da herança é dada a Pip, os irmãos discutem e julgam o passado do pai,acusando-o de ser ausente em suas vidas.
No segundo ato, que se passa em 1960, o jovem Ned e seu sócio Theo sonham em construir grandes obrase firmar seus nomes como arquitetos. No entanto, os sonhos de ambos começam a desmoronar quando Nedse apaixona por Lina (Carolina Ferraz), a namorada de seu sócio – e Theo percebe que essa paixão é correspondida pela mulher que ama.
Esta a primeira montagem de Três Dias de Chuva no Brasil e um desejo, realizado pela produtora Baobá. NaInglaterra, a peça já foi encenada por atores como Colin Firth e James McAvoy, e nos EUA por JuliaRoberts e Bradley Cooper, entre outros.
Na Casa da Palavra Mário Quintana (Santo André – SP), o filósofo e escritor Brunno Almeida Maia (UNIFESP) e o chapeleiro Eduardo Laurino (FASM), ministram oficina gratuita sobre a relação entre a literatura, a moda e a filosofia.
“Um guarda roupa não é somente um móvel imaculado e consagrado em um quarto, ele é, também, um espaço de reminiscências, de memórias, de temporalidades. Quantos segredos, histórias, personagens e cenas aquela roupa, um vestido esquecido no fundo do armário, é capaz de resguardar? Ao retornar para as mãos que o tocam, revela não somente o passado, mas o cheiro do silêncio – como em um porta-retratos indesejado - capaz de presentificar uma emoção esquecida, um amor vivido ou mal resolvido, a última dança até o calo que se fez no pé, o gole de bebida que dissolvendo a garganta, refez o percurso da alma, o cheiro das tardes de domingo, do bolo no forno à espera de quem se gosta, do suspiro desinteressado ao contemplar uma paisagem, como em Proust, a busca pelo tempo perdido. Um vestido esquecido é como um livro que um dia foi prazer, e hoje agradece ao corpo que o criou: dançando, andando, se despindo, se rasgando, se odiando, ou apenas sentado, curioso e inquisitivo, observando o desfilar de personagens que compuseram a sua silenciosa história.” – Brunno Almeida Maia.
“O que a literatura e a moda possuem em comum no processo de criação e na investigação do pensamento?”. A partir desta inquietação, o filósofo e escritor Brunno Almeida Maia (UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo) e o chapeleiroEduardo Laurino (FASM – Faculdades Santa Marcelina) ministram - a partir do dia 26 de março de 2015 (quinta-feira), das 19h às 22h - a oficina gratuita “A literatura e a moda: a estranha relação entre as palavras e as roupas”. Destinada a todos que desejam pensar e estudar a moda, para além das fronteiras disciplinares, a atividade, com dez encontros, acontece na Casa da Palavra Mário Quintana, em Santo André (SP). Com vagas limitadas, as inscrições devem ser feitas, pessoalmente, a partir do dia 10 de março de 2015.
Ministrada na cidade de São Paulo, em 2013 e 2014, nas Oficinas Culturais Oswald de Andrade, na Oficina Casa da Palavra Mário de Andrade, na Faculdade Paulista de Arte (FAP) e na Escola São Paulo, e na cidade de Campinas, em janeiro de 2015, na Oficina Cultural Hilda Hilst, a pesquisa é resultado das investigações de Almeida Maia sobre a história da moda, a partir do ponto de vista da literatura, da filosofia, da discussão de gêneros e da escrita de si como criação de liberdade. Com linguagem híbrida, transitando entre a diversidade de narrativas e literalidades nos campos da moda, da filosofia, da sociologia e da literatura, a oficina faz uso de plataformas visuais, imagéticas e sonoras, e traça uma possível relação entre o ato de tecer, bordar e costurar (tradição material) com o ato de narrar e contar histórias (tradição oral), como transformação e escrita de si do individuo durante o narrar e o tecer.
Para resgatar a relação entre o pontilhado da agulha no tecido e da tinta de caneta no papel, os ministrantes passarão por um “guarda roupas” de escritores, filósofos e pensadores, que se debruçaram sobre a questão, como Virginia Woolf, Honoré de Balzac, Gustave Flaubert, Marcel Proust, Oscar Wilde, Marina Colasanti, Machado de Assis, Platão, Ovídio, Clarice Lispector, Roland Barthes, Charles Perrault, Charles Dickens, Peter Stallybrass, Homero, Gilles Deleuze, entre outros.
“Ao longo das pesquisas sobre o tema, percebi o vínculo entre o tecer e o narrar na história das mulheres. Desde os mitos gregos, passando pelo início da filosofia com Platão, até as escritoras contemporâneas, como Clarice Lispector, contar uma história, seja ela no corpo (roupa) ou na escritura, está ligado historicamente a uma questão de gênero”, discorre Almeida Maia. De uma família formada por mulheres costureiras, o escritor rememora parte de sua infância: “Ouvia a minha avó materna contando sobre o seu atelier em Minas Gerais. Que ali era ponto de encontro das conversas que corriam as cidades. Ao fazer um vestido, uma camisa, uma blusa, ela não apenas costurava identidades, mas perpetuava a tradição oral, por meio de ‘causos’ e a capacidade de contar e recontar uma nova trama”.
Oficina aborda, também, o conceito de “Escrita de Si”.
Auge da experiência da vida nas obras de artes, o século XX foi marcado pela questão da identidade na criação de diversos artistas da literatura, do teatro, da moda e das artes plásticas. A partir das vivências, paixões e desentendimentos com o mundo, os artistas e pensadores do modernismo - de Charles Baudelaire a
Samuel Beckett - produziram uma galeria de obras corporificadas, em que sujeito e objeto, sem divisão, são colocados diante de uma lírica do choque.
Partindo do estudo da relação do conceito de escrita de si (técnicas de subjetivação na escrita), do filósofo francês Michel Foucault e das análises de Walter Benjamin sobre a modernidade, suas cidades, fantasmagorias, personagens e espaços outros de subjetividades, a oficina relaciona, ainda, diferentes constelações literárias, como o romance ficcional, o conto, a crônica, a poesia, a historiografia da Moda, textos filosóficos, sociológicos e tratados de história da arte no ocidente, para buscar o entendimento de como estes suportes ajudam na construção da escrita de si no ato da criação ou na vida, através de uma estética da existência.
“O conceito de identidade aparece com o de individuo no século XIX. Ele pode ser tanto agente de criação, portanto, projeto de liberdade, como identificação de sujeitos nas relações de poder. Se o século XX apresentou uma galeria de artistas que buscaram outras identidades, a pós-modernidade é a ideia de que as identidades não são estáveis, nômades e vacilantes às constantes mudanças e demandas do mundo. Faz sentido ainda, falar de identidade no atual processo histórico?”, questiona o filósofo Brunno Almeida Maia, idealizador e um dos ministrantes da oficina.
Ao longo da oficina, paralelo aos debates teóricos, os estudantes construirão um caderno de artista/ diário visual (petit cahier), a partir de suas memórias, lembranças, desejos e vivências, como suporte linguístico e imagético para futuras criações, sejam elas nas áreas de moda, literatura, teatro, cinema, dança ou, simplesmente, no ato da recriação da vida.
Conhecido pelas suas criações na arte da chapelaria, Eduardo Laurino conta que o objetivo da discussão é passar, também, por histórias de vidas, memórias das costureiras brasileiras e deslocar a ideia de que literatura é ofício de escritor e moda de estilista. “Penso que tudo começa, nesta reflexão, quando construímos durante a oficina um diário visual. Ali, naquele petit cahier, a moda e a literatura se confundem, seja pelo desenho de um objeto artístico ou pelos desenhos das palavras de um poema”, conclui Eduardo Laurino, que será responsável pelo Laboratório de Criação da atividade.
SERVIÇO:
“A LITERATURA E A MODA: A ESTRANHA RELAÇÃO ENTRE AS PALAVRAS E AS ROUPAS”.
Casa da Palavra Mário Quintana – Santo André/ SP.
Endereço: Praça do Carmo, 171 - Centro – Santo André, SP. Próximo à estação de trem Prefeito Celso Daniel (Linha 10 Turquesa da CPTM).
Telefone: (11) 4427-7701/ 4437-3526.
E-mail: casadapalavra@santoandre.sp.gov.br.
Funcionamento: de terça a sexta, das 9h às 22h; sábados das 8h às 17h.
Ministrantes:
Brunno Almeida Maia (UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo).
Eduardo Laurino (FASM - Faculdades Santa Marcelina).
26 de março a 30 de abril de 2015* (terças e quintas-feiras, das 19h às 22h).
*Não haverá aula no dia 21 de abril, feriado nacional de Tiradentes.
Seleção: Primeiros inscritos.
30 vagas.
Oficina Gratuita.
Público-Alvo: Estudante, profissionais de moda, artes plásticas, fotografia,
cinema, teatro, literatura, filosofia, sociologia, dança e performances e
interessados nas temáticas abordadas, a partir de 16 anos de idade.
Material Didático Solicitado aos Alunos: Materiais para anotações, como caderno, lápis, caneta, borracha, pasta com elástico.
INSCRIÇÃO:
Pessoalmente: De 10 a 25 de março de 2015, somente por e-mail| casadapalavra@santoandre.sp.gov.br. O interessado deve encaminhar no corpo do e-mail, as seguintes informações: Nome Completo, Data de Nascimento, Idade, Profissão, Endereço Completo, Telefones para Contato, E-mail e Como Ficou Sabendo da Atividade.
SOBRE OS MINISTRANTES:
BRUNNO ALMEIDA MAIA:
Nasceu na cidade de São Paulo, em 25 de janeiro de 1987. Filho da “geração pós-MTV” - como o definiu Alberto Guzik - transita pelas linguagens híbridas e pelas epistemologias nômades. Como estudante de Filosofia pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), dedicou-se à pesquisa sobre o autor francês Georges Bataille (1897-1962); ao estudo de gênero, sexualidade e diferenças no grupo INANNA da PUC-SP, e ministrou aulas sobre a relação entre a literatura e a moda, ao lado do estilista brasileiro Walter Rodrigues nas Oficinas Culturais Oswald de Andrade, e ao lado de Eduardo Laurino na Escola São Paulo, na Oficina Casa da Palavra Mário de Andrade, e na cidade de Campinas na Oficina Cultural Hilda Hilst. Em outubro de 2014 ministrou, na sede da Cia. De Teatro Humbalada a palestra “Como nasce o discurso da injúria?”, e em março deste ano o mini curso “É o corpo ob-sceno? Por uma Filosofia Inteiramente Outra”, no projeto “Periferia Trans”, contemplado pelo PROAC LGBT 2015. Autor de peças teatrais como “The Dark Room” (2002 e 2003), “Cale-se Para Sempre” (encenado em 2005), “O Anticristo” (2006), “Carmen” e “Inevitável” (2008) coordenou durante os anos de 2002 a 2007, o Espaço Cultural Alberto Levy (ECAL), em SP. Colaborou para veículos - colunista e produtor de moda - como o Portal BRRUN, Revistas Contigo, IstoÉ Gente, Lounge e Júnior, e o extinto Jornal da Tarde (JT). “O Teatro de Brunno Almeida Maia” (Editora Giostri, 2014), com duas peças teatrais inéditas: “Tristes Lembranças” e “IMUNO” é o seu primeiro livro publicado. Atualmente é articulista sobre cultura e filosofia na Revista Junior (Mix Brasil).
EDUARDO LAURINO:
Formado pela Faculdade Santa Marcelina em 2003, Eduardo Laurino é chapeleiro de sua marca homônima. A criação de acessórios cresceu concomitante ao seu desempenho como figurinista, em que obteve grande repercussão em espetáculos históricos como “A Galeria Metrópole”, última peça de Rubens de Falco, dirigida por Paulo Capovilla. O espetáculo “Espelho D`água” também foi assinado por Laurino, bem como toda a Mostra Contemporânea do SESI, que envolvia 6 espetáculos, 30 atores, dentre eles Élcio Nogueira, Débora Duboc e Renato Borghi, recebendo espectadores de todo o Estado de São Paulo. Como professor, segue uma trajetória de palestras e cursos em criação. Apresentou um conteúdo programático eficiente, e seu curso de laboratório criativo já foi ministrado no SENAC Faustolo, na Casa de Quem!, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, na Oficina da Palavra Casa Mário de Andrade e, mais recentemente, integrou o corpo docente do curso técnico em estilismo do SENAC Penha. Laurino já expôs os seus trabalhos no Solar da Marquesa de Santos, na FASM e na Exposição do Centenário da Imigração Japonesa, no ano de 2008.
SOBRE A CASA DA PALAVRA MÁRIO QUINTANA:
A Casa da Palavra Mário Quintana é um espaço da Prefeitura Municipal de Santo André dedicado a uma programação de cunho cultural. Foi criada em 1992, quando foi reformado um casarão original da década de 1920, e passou a ser usado como equipamento da Secretaria de Cultura. O seu trabalho de difusão e de formação cultural é voltado ao atendimento dos apreciadores e produtores da literatura, pesquisadores, pensadores, estudantes, artistas, poetas, etc.
Nossa proposta atual é torná-la cada vez mais um polo cultural da região, oferecendo um espaço onde a palavra pode ser articulada, onde as ideias podem fervilhar, e os escritores, artistas e pensadores possam se encontrar.
O espaço está voltado ao conhecimento, ao pensamento que se produz pela linguagem, a palavra escrita ou falada. Por isso, nossas atividades são direcionadas ao uso artístico ou científico que podemos fazer da palavra. Nela são realizados debates, encontros, cursos, palestras, oficinas e saraus. Sua programação está voltada ao conhecimento humanístico, à poesia, à literatura, à filosofia, etc.
Em nossa Casa existe um público das mais diversas idades, orientações e perfis. Temos poetas, contistas, filósofos, artistas, estudantes, músicos, jovens, escritores, leitores, adultos, idosos, etc.
Em geral, são pessoas de boa bagagem cultural, inclinados à reflexão, pessoas que querem ampliar seus conhecimentos, que acreditam que a cultura pode fazer diferença em nossa sociedade.
Capital recebe a 10ª Primavera dos Livros 2014
A democratização da leitura é foco da ação organizada pela LIBRE com apoio da Prefeitura de São Paulo e da biblioteca Mario de Andrade
A Primavera dos Livros, evento de grande reconhecimento no cenário da literatura nacional, chega a sua 10ª edição em 2014 e receberá o público entre os dias 10 a 13 de abril, das 9h às 21h, na Praça Dom José Gaspar. Todas as atividades são gratuitas.
Um dos destaques da programação é a ampla participação de poetas da cidade, sobretudo da periferia, que realizarão saraus no evento. A Cooperifa, grande coletivo de saraus da capital paulistana, também estará presente na celebração.
A linguagem audiovisual é uma novidade na Libre deste ano e o público poderá ver, entre outras exibições, o documentário 50 anos do Golpe: “O dia que durou 21 anos”, pela Pequi Filmes. A música também acompanhará os visitantes: a Big Band Villa Lobos é um dos destaques da programação.
Diversas oficinas tomarão os espaços da praça, assim como lançamentos de livros e stands de 38 editoras, que exibirão suas publicações durante os quatro dias de evento.
Haverá ainda a presença de Juca Ferreira (Secretário Municipal de Cultura) e César Gallegari (Secretário Municipal de Educação), prestigiando esse momento tão importante para a literatura brasileira no dia 10/4, às 11h.
Seguindo o formato de edições anteriores, a LIBRE, Liga Brasileira de Editoras, que organiza a Primavera dos Livros, mantém seu desejo e compromisso com a comunicação de publicações trabalhadas por editoras alternativas, ou seja, aquelas que não se inserem nos Best Sellers.
Um dos pontos autos da ação promovida pela LIBRE é a
bibliodiversidade, um termo análogo a biodiversidade. Seus idealizadores acreditam que não basta o ambiente ser
ricorico e vasto, sendo amplamente necessário que esses “seres” interajam. É essencial compreender a importância da diversidade e da comunicação no ambiente literário - “E é neste enfoque que a Libre trabalha. Com a bibliodiversidade em pauta, queremos fazer com que esse ‘ecossistema’ de livros seja o mais diverso possível, que interajam e circulem para a democratização entre editoras, autores e leitores. Assim, mantemos vivo este circulo literário”, explica Haroldo Ceravolo, presidente da instituição.
A Primavera dos Livros de 2014 conta com o apoio do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Serviço
10ª Edição da Primavera dos Livros
Do dia 10 a 13 de abril, das 9h às 21h
Todas as atividades são gratuitas
Programação Geral
10/04. Quinta-feira
Local: Auditório da Biblioteca Mario de Andrade
9h - Abertura oficial da Primavera dos Livros
10h - Liberte a poesia, com Roberta Ferraz
11h - Assinatura do protocolo do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca (PMLLLB) com Juca Ferreira (Secretário Municipal de Cultura) e César Gallegari (Secretário Municipal de Educação)
17h30 - 50 anos do Golpe / Exibição do documentário “O dia que durou 21 anos” - Pequi Filmes
20h - Democracia na história – 50 anos do Golpe, com Quartim de Moraes, Milton Pinheiro e Lincoln Secco
Local: Palco da Bibliodiversidade
14h - Refresco de Rimas, com Circo de Trapo
16h - Momento do Sarau da Periferia, com Suburbano Convicto, Praçarau, Voz do Povo, Vila Fundão e Slam.
18h - Pocket Show música de histórias, com Circo de Trapo
11/04. Sexta-feira
Local: Auditório da Biblioteca Mario de Andrade
Atividade com os professores da rede municipal de São Paulo
10h às 12h - Bate-papo com os autores: Roniwalter Jatobá (Biografias), Jeosafá Fernandes (Era uma vez no meu bairro), Marco Haurélio e João Gomes (Literatura de cordel)
14h às 16h - Bate-papo com os autores: Adriano Messias (Literatura fantástica), Deborah Goldemberg (A importância da tradição indígena na educação) e Marcos Bin (As histórias invisíveis no espaço urbano) / Mediação: Mirian Paglia Costa
18h - Mesa em homenagem a Sabotage, com Wilson H Silva, Toni C, Max BO e Lurdez da Luz
Local: Palco da Bibliodiversidade
11h e 14h - Teatro a la carte, com Santa Viscera
16h - Refresco de rimas, com o Circo de Trapo
17h - Momento do Sarau da Periferia com Plenos Pulmões, Perifatividade, Oquedizemosumbigos e Binh
20h - Show : Lurdez da Luz
12/04. Sábado
Local: Palco da Bibliodiversidade
9h - Contando histórias para bebês, com Conto em Cantos
10h - Histórias latinas, com Conto em Cantos
11h – Contos indígenas, com o Três Marias e um João
12h30 – Apresentação Coral da USP
13h50 - Momento do Sarau da Periferia, com a presença da Cooperifa e depois todos os coletivos juntos
17h – Voz inventada, com poemas de Manoel de Barros, com Contos em Cantos
18h30 - Papo sobrenatural, com Ivan Finotti, Adriano Messias, Manoel Filho e Shirley Souza e Georgette Silen
20h - Show com Saco de Gatos
Local: Hemeroteca da Biblioteca Mario de Andrade
14h - O romance e o conto, com Ovídio Poli Junior, Alexandre Camargo Malachias, Luis Vassallo e Victor Mascarenhas
15h - Quadrinhos em ação, com Guilherme Kroll, Walter Tierno, Eloar Guazelli e Celso Oliveira
16h - Literatura infanto-juvenil / ‘modos de fazer’, com Ovídio Poli Junior, Martinha Fagundes, Magda Starke Lee
13/04. Domingo
Local: Palco da Bibliodiversidade
9h30 - Manhã de histórias: Rapunzel, contos brasileiros e contos indígenas, com Três Marias e um João
14h - Momento do Sarau da Periferia, com Burro, Mesquiteiros, Quilombaque, Brasa e Elo da Corrente
17h - Lançamento – Literarua / Nelson Triunfo do Sertão Ao Hip-Hop
18h - Ditadura no Brasil: repressão a organizações e trabalhadores, com Joana Monteleone , Marcelo Godoy, Álvaro Bianchi e Paula Sacchetta (CONFIRMAR)
20h -"Música de Protesto na Ditadura Militar", com Big Band Villa Lobos
Agenda de lançamentos
10/4. Quinta-Feira
Local: Paribar
19h - Editora: Sundermann
Vale dos Atalhos, de Sonia Regina Bischain, Anarquismo e Comunismo, de Evegueni Preobrazhenski e Marx a História de sua vida, de Franz Mehring
11/4. Sexta-Feira
Local: Terraço da Biblioteca da Mario de Andrade
14h - Editora: Dedo de Prosa
Vampirola e Vampireca, vamps levadas da breca, de Regina Sormani e com participação da ilustradora Cris Eich
15h – Editora: Solisluna
Eclipse da Lua Azul, de Débora Knittel e Erica Falcão
17h30 – Editora: Língua Falante
Angu de Sangue, de Marcelino Freire
12/4. Sábado
Local: Terraço da Biblioteca Mario de Andrade
13h – Editora: Musa
O show dos bichos: poesia antenada para crianças idem, de Fábio Aristimunho Vargas
14h – Editora: Uni Duni
Uma palavra em cada pé, de Adriana Araldo
16h – Editora: Vieira & Lent
Quem acendeu o ceú?, de Nelson Marcolin
17h – Editora: Dedo de Prosa
“Pois ia brincando...", de Gil Veloso
12/4. Sábado
Local: Paribar
14h - Editora: Vermelho Marinho
O maravilhoso mágico de Oz e a maravilhosa terra de Oz, autógrafos com a tradutora Carol Chiovatto
16h - Editora: Giz Editorial
As princesas Negras e outros contos dos Irmãos Grimm, de Goergette Silen, O estranho apartamento do Professore Clodoberto, de Rosana Rios
17h00 – Editora: Off Flip
À beira do lar, de Luis Vassallo, A rebelião dos peixes, de Ovídio Poli Junior, O caso do cavalo probo, de Ovídio Poli Junior e Texturas, deAlexandre Camargo Malachias
19h30 – Editora: Giz Editorial
Aluado e outros contos de alumbramento, de Adriano de Messias
20h30 – Editora: Solisluna
Xing Ling, de Victor Mascarenhas
A PAIXÃO PELOS LIVROS
SEGUNDO LEITORES MUITO ESPECIAIS
Edições Sesc São Paulo lançam
uma coletânea de ensaios sobre o prazer da leitura
“Somos fascinados por aqueles que sabem contar histórias. Por certo, reconhecemos sua capacidade inventiva, espécie de dom sobrenatural, capaz de dar forma, densidade e conteúdo aos sinais invisíveis daquilo que não ousamos imaginar. Capaz de dar sentido às escolhas e ordenar as incertezas vinculadas ao destino. Capaz de extrair poesia do improvável, como Mario Quintana, ao sugerir que “a mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer”
Danilo Santos de Miranda
Diretor regional do Sesc São Paulo
Entre 2008 e 2010, o Sesc São Paulo organizou o ciclo de debates Tertúlia, no qual mais de 40 escritores e tradutores foram convidados a falar de uma obra literária especial com cujo autor eles mantivessem uma relação particular de fascínio e admiração. Com curadoria do escritor Tiago Novaes, o projeto constituiu uma bem-sucedida iniciativa de aproximar o grande público não somente de autores consagrados, vindos de um passado distante, ou mesmo ainda em atuação, como também de excelentes escritores e tradutores contemporâneos em franca atividade de criação.
Cinco anos depois da estreia do ciclo, as Edições Sesc São Paulo lançam Tertúlia: o autor como leitor, que reúne 21 daqueles encontros, concebidos agora sob a forma de ensaios literários nos quais incide uma ótica bastante singular. Trata-se de um livro que, sem abrir mão do rigor e da sofisticação intelectual, dirige-se a um só tempo a dois tipos de público: o leitor iniciado – que certamente colherá nos ensaios informações e reflexões bastante apuradas sobre determinadas obras e autores – e o leitor novato, para o qual os textos dessa Tertúlia poderão funcionar como uma espécie de guia de leitura, orientando gostos, estimulando a capacidade crítica, propondo repertórios mínimos de leitura...
A palavra tertúlia implica a noção de três significados complementares: o primeiro deles diz respeito à ideia de uma reunião de parentes ou amigos; o segundo, de uma palestra sobre literatura; e o terceiro, de uma pequena agremiação literária. Sem deixar de lado, naturalmente, tais sentidos, cada um dos ensaístas convidados procurou ampliar a significação da palavra para um aspecto implícito em sua própria etimologia: tertúlia também diz respeito a uma reunião de pessoas que, divertidamente, discutem, jogam ou conversam.
O debate, jogo ou bate-papo que cada epígono, aqui, estabelece com seu mestre não poderia ser mais estimulante para o leitor. Sérgio Molina trata de Miguel de Cervantes; Maria Esther Maciel, de Jorge Luis Borges; Marcelino Freire, de Manuel Bandeira; Lygia Fagundes Telles, de Machado de Assis; Leonardo Fróes, de Virgínia Woolf; Juliano Garcia Pessanha, de Franz Kafka; Eric Nepomuceno, de Gabriel García Márquez; Julián Fucks, de James Joyce; Márcio Souza, de Inglês de Souza; Boris Schnaiderman, de Lev Tolstói; Manuel da Costa Pinto, de Albert Camus; Ana Miranda, de Augusto dos Anjos; Cláudio Willer, de Hilda Hilst; Bernardo Ajzenberg, de Philip Roth; ContardoCalligaris, de Luiz Alfredo Garcia-Roza; Paulo Bezerra, de FiódorDostoiévski; Rodrigo Lacerda, de João Antonio; Nélida Piñon, de Juan Rulfo; Luiz Rufatto, de Guimarães Rosa; Mamede Jarouche, da literatura árabe (em especial, do Livro das mil e uma noites); e, por fim, o próprio organizador da coletânea, Tiago Novaes, trata de Moacyr Scliar que, por sua vez, havia falado de Kafka em uma tertúlia, antes de falecer.
Cada um dos homens de letras convidados a falar sobre seus livros de cabeceira e sobre seus autores prediletos teve ampla liberdade na abordagem de seu objeto de culto, resultando o livro em uma coletânea que prima por uma bem-vinda originalidade temática, metodológica e formal. A escritora Lygia Fagundes Telles (que forma com o tradutor Boris Schnaiderman o casal de decanos no espesso elenco de ensaístas), por exemplo, conta em um texto tão breve quanto saboroso, tecido pela mais épica das faculdades, a memória, sua relação íntima e pessoal com Dom Casmurro, que acabou lhe rendendo um belo fruto profissional: “Algum tempo depois, quando Paulo Emílio Salles Gomes e eu morávamos na Rua Sabará, eis que o cineasta Paulo César Saraceni nos visitou, pretendia dirigir um filme baseado no romance Dom Casmurro e queria que o roteiro fosse nosso. (...) Começamos a trabalhar com paixão, às vezes varávamos a madrugada, o bule de café, o cinzeiro atochado de tocos, o livro aberto na mesa... Ainda impregnada da última leitura, instintivamente eu tomava o partido de Bentinho, embora soubéssemos que não devíamos revelar a nossa opinião. Na dúvida, suspender o juízo! ‘Nisso está a força do nosso trabalho’, dizia o Paulo Emílio. Até que certa manhã, repentinamente, ele me encarou, apreensivo, ‘Meu Deus, você está ficando com a cara do Bentinho!’. Respondi rápida, ‘Então é porque você está me traindo!’”.
Eric Nepomuceno, autodeclarado um “escritor que traduz” (graças a sua paixão pela literatura latino-americana, o leitor brasileiro há um bom tempo tem à disposição algumas das obras essenciais de Julio Cortázar, Eduardo Galeano e Juan Carlos Onetti), defende empenhadamente uma poética da tradução, tomando Viver para contar, de Gabriel García Márquez, como parâmetro: “Há expressões belíssimas, ao longo de todo o livro, de uma estrutura difícil, como se fosse uma sinfonia de câmara. Manter essa construção exigiu muito esforço e muita atenção. O texto é de uma delicadeza, de uma sutileza, que representaram um perigo permanente. As imagens, sempre tão pessoais em García Márquez, se renovaram nessa escrita”.
Julián Fuks, o mais jovem dos autores da coletânea, vai ao encontro de um dos testemunhos literários mais convulsivos do século – Ulisses, de James Joyce –, munido de uma sinceridade radical temperada por discreta dose de sabedoria: “Alguém há de perguntar o que um jovem brasileiro, distanciado por quase um século e um oceano inteiro desse sujeito tão peculiar e tão complexo que foi James Joyce, teria a dizer sobre sua obra. A pergunta é pertinente e encontra resposta fácil se um de seus pressupostos subjacentes for a exigência de informações novas, de afirmações novas. O que tenho a dizer de novo sobre James Joyce? Absolutamente nada. Mas antes que os leitores fechem este livro com a dose de indignação que lhes pareça adequada, cabe ressaltar que essa impossibilidade incontornável já havia sido devidamente avisada. Se o dia remoto em que se passa Ulisses, o dia 16 de junho de 1904 ao qual farei alusão nestas próximas páginas, guardava em si toda a eternidade, nada de novo pode restar para além de suas limitadas horas. Passado e futuro se condensaram naquele retrato tão minucioso da humanidade, e num panorama tão extenso como esse não poderiam faltar jovenzinhos pretensiosos com vãs esperanças de saber um átimo – ou de falar algo interessante – sobre a vida, sobre a literatura, sobre a arte”.
Inúmeras são as possibilidades de fruição de Tertúlia: o autor como leitor, com o qual as Edições Sesc São Paulo anunciam sua bem-vinda entrada na esfera da crítica literária, fazendo uso da mesma inventividade que marca a atuação da instituição na área da ação cultural, vocacionada sempre para os projetos transdisciplinares de educação não formal. O leitor não encontrará nas páginas da obra aquela erudição tortuosa ou o hermetismo vaidoso que costumam rondar boa parte da crítica literária produzida nos círculos universitários e acadêmicos. De modo bem menos convencional, o livro pretende difundir informação de qualidade e estimular o debate mais consequente, objetivando também, é claro, aumentar o público leitor de língua portuguesa em torno desses autores e dessas obras.
Por isso o nome da coletânea não poderia soar mais apropriado, já que ela, despretensiosamente, pretende chamar o leitor para o centro de uma conversa animada a respeito da cultura letrada. Os ensaios de Tertúlia convidam todo amante da leitura a adentrar o vasto universo da literatura e a sair dele mais bem preparado para refletir sobre a realidade que o cerca. Afinal, como Alberto Manguel, ele também um especialista nas possibilidades da leitura, afirma: “Somos animais narrativos, viemos ao mundo acreditando que ele é um livro que nos conta histórias”.
FICHA TÉCNICA:
Editora: Edições Sesc São Paulo
ISBN: 978-85-7995-073-5
Páginas: 424 p.
Preço: R$49,00
Lançamento: Dia 12 de dezembro, às 20h, no Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195
Na ocasião haverá encontro do organizador Tiago Novaes com
os autores Luiz Ruffato e Marcelino Freire
SOBRE O ORGANIZADORTiago Novaes nasceu em 1979 na cidade de Avaré, São Paulo. É escritor, tradutor e doutorando em Psicologia na USP. Publicou “Subitamente: Agora” (7 Letras), “Estado Vegetativo” (Callis) e “Documentário” (Funarte). Dirigiu o longametragem “Herança” e integra a antologia “15 CuentosBrasileros” (Comunicarte), editada na Argentina. Recebeu bolsas de criação literária da Secretaria de Cultura de São Paulo e da Funarte. Foi finalista do prêmio São Paulo de Literatura, em 2008. Idealizou e produziu os ciclos Tertúlia: Encontros da Literatura em unidades do Sesc São Paulo, coordenou oficinas de prosa no Sesc São Paulo, na Academia Internacional de Cinema e no projeto Tantas Letras!. Traduziu, ainda, mais de dez obras de ficção e não-ficção para diferentes casas editoriais.
SOBRE AS EDIÇÕES SESC SÃO PAULO
Segmento editorial do Sesc, as publicações das Edições Sesc São Paulo são pensadas e construídas em um longo processo de maturação e discussão, justamente por estarem envolvidas em projetos de largo alcance. As Edições Sesc SP têm em seu catálogo publicações nas áreas de cultura, artes, esportes, ciências sociais, educação, filosofia, terceira idade e história. Muitos desses trabalhos articulam-se em diversas mídias, para atender aos anseios de um público interessado em informações plurais, que podem vir de diferentes recursos multimídia, integrando texto, áudio e vídeo. Seu projeto gráfico, muitas vezes arrojado e experimental, constitui-se também em um campo para a criação.