Realizada em setembro/2014 na Cidade Matarazzo, a exposiçãoMade by... Feito por Brasileiros, que teve curadoria de Matc Pottier, foi agraciada com o prêmio da APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte, na categoria Artes Visuais, como a melhor iniciativa cultural de 2014. Marc Pottier recebeu o troféu das mãos de Sarah Oliveira, em cerimônia realizada no último dia 17, no SESC Pinheiros.
Alexandre Allard
Foto: Ali Karakas
Idealizada por Alexandre Allard, presidente do Grupo Allard, a exposição reuniu obras e instalações de cerca de cem artistas brasileiros e estrangeiros do primeiro time, para marcar a implantação do futuro empreendimento Cidade Matarazzo – um novo landmark turístico e cultural na cidade de São Paulo.
A ideia de Alexandre Allard foi de que a área antes ocupada pelo Hospital Matarazzo, onde nasceram milhares de paulistanos, fosse aberta à visitação pública antes do início das obras de sua restauração. Amante da arte e colecionador, Alexandre viu uma excelente oportunidade de confrontar os anos de história desse lugar que durante as últimas décadas permaneceu esquecido, quase invisível, com a criatividade da arte contemporânea.
Ali, Marc Pottier reuniu importantes nomes da cena contemporânea mundial e nomes como Arne Quinze, Moataz Nasr, Jean Michel Othoniel, Joana Vasconcelos, Francesca Woodman e Kenny Scharf. Ao lado de nomes consagrados da arte contemporânea brasileira, entre eles Tunga, Artur Lescher, Marcia e Beatriz Milhazes, Henrique Oliveira, Iran do Espírito Santo, Nuno Ramos e Vik Muniz, ocuparam pavilhões, praças e corredores do antigo hospital.
A premiação da APCA vem coroar o imenso sucesso de público da mostra, que em apenas 45 dias recebeu cerca de 120 mil visitantes.
Fotografias em preto e branco captam o que sobrou das cidades salitreiras, espalhadas pelo deserto ao norte do Chile
No dia 10 de fevereiro, terça-feira, a Galeria de Babel abre a exposição “Salitreiras”, de Dimitri Lee, nas quais o fotógrafo exibe 16 trabalhos produzidos nas cidades salitreiras, espalhadas pelo deserto na região norte do Chile – redutos industriais que tiveram seu auge na primeira metade do século XX e que são agora cidades-fantasma. A exposição fica em cartaz na galeria até o dia 30 de março.
Em uma viagem ao deserto do Atacama para testar uma nova máquina panorâmica, Dimitri Lee tomou conhecimento sobre a história das cidades salitreiras e decidiu averiguar. Encantado pelo que encontrou por lá e atormentado pela falta de registros fotográficos da região, deu início a uma série de viagens, munido de uma câmera 8 x 10 polegadas.
“Há poucos registros fotográficos das salitreiras, e existem centenas delas. Algumas estão em bom estado de conservação, outras semi-conservadas e algumas são quase sítios arqueológicos, com apenas algumas ruínas restantes”, detalha o fotógrafo. “Há na exposição uma fotografia dos resquícios de uma torre, que é tudo o que resta de uma dessas salitreiras”, conta ainda.
Essas cidades industriais de exploração do salitre começaram atividade no final do século XIX na região, com capital inglês e tecnologia alemã. “O salitre serve para a produção de fertilizante e de pólvora. Rendeu muito dinheiro em tempos de paz e mais ainda em guerra”, explica Dimitri. Com o advento da amônia sintética, possibilitando a produção de fertilizante industrial, as salitreiras entraram em colapso. Foi após essa crise que a Bolívia acabou perdendo para o Chile sua saída para o Oceano Pacífico.
Entre 2005 e 2011, Dimitri Lee fez incontáveis viagens à região. A opção pela máquina 8 x10 tornou o processo mais lento. “Eu ficava hospedado nos hotéis mais próximos, que ficam pelo menos 200 km distantes da região, acordava de manhã e ia pra lá fotografar. Há quem diga que a qualidade das 8 x 10 continuam superiores às câmeras digitais ainda hoje, mas eu optei por essa técnica por gosto pessoal. Eu só conseguia carregar dez chapas de filme por vez na mochila, então só tinha dez cliques a cada ida às salitreiras. Quando você está com uma câmera digital, você vai registrando direto. Com uma 8 x 10, é necessário observar muito atentamente, pois cada clique envolve muito custo”, conta Dimitri.
As fotografias foram impressas no MR Estúdio Digital em jato de tinta piezográfica sobre papel de algodão. O estúdio é um dos pouquíssimos proprietários no mundo de uma impressora de 160 cm para tinta piezográfica, à base de carvão – apenas pigmento, sem corante. Essa técnica confere às impressões maior riqueza de tons de cinza e também muito mais durabilidade.
Embora Dimitri Lee tenha feito esses registros imagéticos da região, não enxerga seu trabalho como um documento histórico. “Eu fui pra lá como turista. Não pertenço àquele local, não tenho conexão com essa história. O meu registro é artístico”, diz. “Mas essa história ainda vai precisar ser contada”, conclui.
A galeria – Fundada em 1999 por Jully Fernandes, a Galeria de Babel consolidou seu papel no cenário brasileiro de artes plásticas, sendo a primeira a trabalhar exclusivamente com fotografia. A convite da Magnum Photos de Nova York, na época dirigida por Mark Lubell, atualmente diretor do ICP – International Center of Photography, de 2009 a 2011, a galeria trabalhou em parceria na América Latina para venda de fine art prints e projetos culturais.
A Galeria de Babel inaugurou no final de 2014 seu novo espaço, instalado na esquina da Alameda Lorena com a Rua Ministro Rocha Azevedo, na charmosa Vila Modernista, construída pelo arquiteto Flávio de Carvalho. Com adaptações feitas pelo arquiteto Stephan Steyer, a Babel se apresenta como um cubo branco que integra seu entorno de maneira harmônica, como uma galeria de vila. Os pisos originais, de cerâmica e de taco, foram mantidos, bem como a escada de madeira.
A Galeria de Babel participa de feiras de arte, como a SP-Arte, SP-Arte Brasília, SP Arte/Foto e P/ARTE. Entre seus artistas representados estão Araquém Alcântara, Steve McCurry, Elliott Erwitt, Ara Güler, Thomas Hoepker, Luiz González Palma, Zoe Zapot, Dimitri Lee e Paolo Ventura. Além de galeria, a Babel atua como agência e realiza inúmeras exposições em parcerias com museus, galerias, institutos culturais, festivais, feiras de arte e grandes leilões, onde os artistas são promovidos em âmbito nacional e internacional, trabalhando ainda em projetos em parceria com os maiores nomes da arquitetura e decoração.
O artista – Nascido em São Paulo, em 1961, Dimitri Lee, autodidata, começou a carreira trabalhando como assistente nos estúdios da Editora Abril em 1978, onde atuou até 1980. Em 1981 montou estúdio próprio e começou a trabalhar com publicidade, atendendo as principais agências do Brasil. Em 2000 começou a utilizar o formato panorâmico em projetos de expressão pessoal. Embora tenha muita experiência em informática, tem resistência no seu uso em fotografia, preferindo usar filme de grande formato. Entre suas exposições de destaque estão “Templos Politeístas” (Cinemateca Brasileira, São Paulo, 2006), exposição do acervo da MEP – Maison Européenne de la Photographie, que possui cinco obras da série “Salitreiras” (Paris, 2013), e “Exerianas” (Espaço Cultural Porto Seguro, São Paulo, 2014).
Exposição “Salitreiras”, de Dimitri Lee, na Galeria de Babel
Abertura da exposição: 10 de fevereiro, às 19h30
Visita guiada às 18h30
Visitação: de 11 de fevereiro a 28 de março
De terça a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 17h
Vila Modernista (Alameda Lorena, 1257), Casa 2, Jardim Paulista – São Paulo
Telefone: (11) 3825.0507
Será encerrada no dia 31 de janeiro, sábado, a exposição “Veredas”, individual do fotógrafo Araquém Alcântara, na Galeria de Babel. As 15 obras que compõem a mostra fazem parte do livro “Veredas” (editora TerraBrasil), lançado na abertura da mostra, em novembro do ano passado.
As imagens capturadas pela lente certeira de Araquém foram registradas ao longo de 10 viagens, feitas nos últimos dois anos – a última delas, com 9.200 km percorridos, durou cerca de 20 dias. Para a produção dessas obras, o fotógrafo caminhou pelos recônditos mais escondidos do sertão, passando por lugares com nomes quase míticos, tais como Serra das Confusões, Buriti Cristalino, Catimbau, Brotas de Macaúbas e Vão de Almas. “Meu modelo de universo é Amazônia, Mata Atlântica e Sertão – tudo o que tem no Brasil. Escolho um caminho com o coração e sigo. Sou um andarilho”, explica Araquém.
As fotografias em preto e branco foram impressas em quadritone – um tom terroso, árido. “É o tom do sertão, o tom da magia, do arcaico, do atemporal”, conta o fotógrafo. “Eu quis retratar o sertão como o palco de uma grande tragédia, tal como fez Guimarães Rosa. Também quis ir atrás das belezas esquecidas, a fim de reparti-las”.
Com curadoria de Eder Chiodetto, as fotografias, dispostas numa narrativa quase musical de aprofundamento nesse universo, exibem a exuberância por trás da dureza do sertanejo e da simplicidade de suas habitações, da rusticidade do ofício e da fé, da monumentalidade da paisagem e do mistério da fauna e da flora local. “Elas falam sobre a vereda do sertão, mas também sobre a vereda da vida”, conta Araquém. “Eu sou um intérprete do Brasil. Não sei fazer outra coisa: só andar e fotografar”, finaliza.
A galeria – Fundada em 1999 por Jully Fernandes, a Galeria de Babel consolidou seu papel no cenário brasileiro de artes plásticas, sendo a primeira a trabalhar exclusivamente com fotografia. A convite da Magnum Photos de Nova York, na época dirigida por Mark Lubell, atualmente diretor do ICP – International Center of Photography, de 2009 a 2011, a galeria trabalhou em parceria na América Latina para venda de fine art prints e projetos culturais.
A Galeria de Babel inaugurou no ano passado seu novo espaço, instalado na esquina da Alameda Lorena com a Rua Ministro Rocha Azevedo, na charmosa Vila Modernista, construída pelo arquiteto Flávio de Carvalho. Com adaptações feitas pelo arquiteto Stephan Steyer, a Babel se apresenta como um cubo branco que integra seu entorno de maneira harmônica, como uma galeria de vila. Os pisos originais, de cerâmica e de taco, foram mantidos, bem como a escada de madeira.
A Galeria de Babel participa de feiras de arte, como a SP-Arte, SP-Arte Brasília, SP Arte/Foto e P/ARTE. Entre seus artistas representados estão Araquém Alcântara, Steve McCurry, Elliott Erwitt, Ara Güler, Thomas Hoepker, Luiz González Palma, Zoe Zapot, Dimitri Lee e Paolo Ventura. Além de galeria, a Babel atua como agência e realiza inúmeras exposições em parcerias com museus, galerias, institutos culturais, festivais, feiras de arte e grandes leilões, onde os artistas são promovidos em âmbito nacional e internacional, trabalhando ainda em projetos em parceria com os maiores nomes da arquitetura e decoração.
O artista – Nascido em Florianópolis, em 1951, estudou jornalismo na Universidade de Santos (SP). Começou a trabalhar como fotojornalista em São Paulo nos anos 70, colaborando com os jornais O Estado de São Paulo e Jornal da Tarde e com a revista Isto É, antes de passar a trabalhar de forma independente em meados dos anos 80.
Celebrado como um dos precursores da fotografia ecológica no país, Araquém Alcântara já realizou mais de meia centena de exposições individuais e lançou dezenas de livros. “Veredas” é seu 47o.
Exposição “Veredas”, de Araquém Alcântara, na Galeria de Babel
Em cartaz até 31 de janeiro, sábado
De terça a sexta, das 14h às 19h; sábados, das 11h às 17h
Vila Modernista (Alameda Lorena, 1257), Casa 2, Jardim Paulista – São Paulo
Telefone: (11) 3825.0507
Festival Rock na Cidade promove test drive de instrumentos
Público poderá tocar instrumentos da marca Tagima durante o evento
Acontece no dia 25 de janeiro, na Cidade Matarazzo, o festival Rock na Cidade, em comemoração ao aniversário de São Paulo. O evento, gratuito, acontece das 10h às 20h, com shows de dezenas de bandas, entre elas Ira!, Urbana Legion (tributo à Legião Urbana, com participação especial de Dinho Ouro Preto), Brothers Of Brazil e Preto Massa.
Durante o evento o público poderá fazer test drives em instrumentos da marca Tagima, que estará presente com um ônibus no festival.
Além das bandas já mencionadas, também tocam no Rock na Cidade as bandas Frater 5, Dona Laíde, Mattilha, Hammerhead Blues, Republica, Rock to the Bone, Dany Romano, Persia, Amores Brutus, Macbarcker, Nacho y los Pussygatos, Trela, Toyshop, Miss Pepper, Os Ribeiras, Backstage Queens, Wulto, Agosto, Moondogs, Murrugas, Desert Dance, Garage 18, NDK, Efelix, Yohomama, Carapuça, Índios Nativos Valvulados, Maré de Rua, Marvins, Beatrix e Sons de Saturno.
Rock na Cidade terá ainda um espaço para DJ’s, um palco para músicos iniciantes que queiram mostrar seu talento, food trucks, feira virtual de adoção de animais e estacionamento para bicicletas.
Serviço:
Rock na Cidade
25 de janeiro de 2015, das 10h às 20h
Alameda Rio Claro, 190, Bela Vista – São Paulo
Próximo à estação Trianon do metrô
Idealizador: Alexandre Allard
Realização: Cidade Matarazzo
Produção: 89 FM
Entrada: gratuita (sujeita a lotação)
Mais informações: https://www.facebook.com/events/1537679333152433/
Vocalista do Capital Inicial cantará músicas da Legião Urbana
Em vídeo postado na página do evento Rock na Cidade no Facebook, Dinho Ouro Preto, vocalista da banda Capital Inicial, confirmou sua participação no festival, em celebração ao aniversário de São Paulo, que acontece no dia 25 de janeiro, das 10h às 20h, na Cidade Matarazzo.
Dinho é o convidado especial do show do Urbana Legion, banda em tributo à Legião Urbana formada por integrantes do Charlie Brown Jr. e Tihuana.
Urbana Legion
Também tocam no Rock na Cidade as bandas Ira!, Preto Massa, Toyshop, Yohomama, Rock to the Bone, Trela, Moondogs, Persia, Carapuça, Maré de Rua, Marvins, Beatrix, Dany Romano, Dona Laíde, Os Ribeiras, Sons de Saturno, NDK, Garage 18, Frater 5, Murrugas, Agosto, Nacho y los Pussygatos, Efelix, Backstage Queens, MC Barker, Desert Dance, Hammerhead Blues, Matillha, Miss Pepper, Amores Brutos e Índios Nativos Valvulados.
Além dos shows, distribuídos em cinco palcos, a festa conta ainda com DJ’s, food trucks, feira virtual de adoção de animais e estacionamento para bicicletas. A entrada é franca.
Serviço:
Rock na Cidade
25 de janeiro de 2015, das 10h às 20h
Alameda Rio Claro, 190, Bela Vista – São Paulo
Próximo à estação Trianon do metrô
Idealizador: Alexandre Allard
Realização: Cidade Matarazzo
Produção: 89 FM
Entrada: gratuita (sujeita a lotação)
Mais informações: https://www.facebook.com/events/1537679333152433/
Acontece domingo, dia 25 de janeiro, o festival Rock na Cidade, na Cidade Matarazzo. O evento, gratuito, celebra o aniversário de São Paulo com muita música, das 10h às 20h.
Além do som, o Rock na Cidade ainda oferece diversas opções gastronômicas: a Alameda Rio Claro, onde o espaço está localizado, será fechada e ocupada por food trucks.
Backstage Queens
Ao longo do evento ainda acontece a feira virtual de adoção de animais Dogtown. A produção também estará recebendo doações de ração, que será destinada a ONGs que cuidam de bichinhos.
Entre os destaques da programação estão o Ira!, o Urbana Legion (tributo à Legião Urbana formado por integrantes do Charlie Brown Jr. e Tihuana, contando com um convidado especial surpresa), Preto Massa (com dois ex-integrantes do Cidade Negra) e bandas formadas apenas por mulheres: Backstage Queens e Miss Pepper.
Para aproveitar ainda melhor a festa, a organização do Rock na Cidade recomenda o uso de bicicleta. Será instalado um bicicletário na esquina da Alameda Rio Claro com a São Carlos do Pinhal.
Serviço:
Rock na Cidade
25 de janeiro de 2015, das 10h às 20h
Alameda Rio Claro, 190, Bela Vista – São Paulo
Idealizador: Alexandre Allard
Realização: Cidade Matarazzo
Produção: 89 FM
Entrada: gratuita (sujeita a lotação)
Para mais informações: https://www.facebook.com/events/1537679333152433/
O Casa Grande Hotel apresenta a partir do dia 09 de janeiro exposição do artista paulistano Gustavo Rosa. Um coquetel será realizado no dia 10, a partir das 18h. Organizada através de uma parceria entre a Altite Gallery e o Estúdio Gustavo Rosa, a mostra exibe 14 obras em óleo sobre tela, 20 giclées e nove impressões em lona. A exposição fica em cartaz até o dia 31 de janeiro.
A produção de Gustavo Rosa, falecido em 2013, possui linguagem bastante própria, com personagens de um inesgotável humor caricatural e cores vivas. Gustavo Rosa nasceu em São Paulo, em 1946. Foi pintor, desenhista e gravador, considerado um dos mais criativos artistas da sua geração. Não pertenceu a uma escola específica nem seguiu nenhuma tendência ou modismo.
Além dos trabalhos já mencionados, estarão disponíveis objetos com impressões de obras do artista, como almofadas e bolsas, e o livro “Alegria de viver e pintar”, que João Spinelli escreveu sobre sua carreira e que foi lançado no final de 2014.
Serviço:
Exposição de Gustavo Rosa no Casa Grande Hotel
De 09 a 31 de janeiro de 2015
Horário de funcionamento: das 16h às 23h
Endereço: Avenida Miguel Estéfano, 1001, Enseada – Guarujá/SP
Telefone: (13) 2102-4000
Entrada franca
Festa Literária Internacional de Paraty foi representada no evento por Mauro Munhoz, presidente da Associação Casa Azul
Mauro Munhoz, presidente da Associação Casa Azul, realizadora da Flip, recebeu no dia 15 de dezembro o prêmio Rio+Empreendedor, criado pelo Lide Rio e pela Rio Negócios em 2011 para reconhecer, homenagear e divulgar ações de empresários ou gestores públicos que contribuem para o desenvolvimento econômico, expansão do ambiente de negócios e a geração democrática de renda no Rio de Janeiro.
A Flip – Festa Literária Internacional de Paraty recebeu o prêmio na categoria regional Costa Verde. As categorias regionais, criadas para a edição de 2014, contemplam os polos de desenvolvimento de outras regiões do Estado: Médio Paraíba, Região Serrana, Norte Fluminense, Costa Azul e Costa Verde. Os setores que tiveram destaque no Rio+Empreendedor 2014 foram: capacitação e desenvolvimento, entretenimento, gastronomia, indústria, infraestrutura, inovação, hotelaria e turismo, financeiro, moda, óleo e gás, saúde e varejo.
“Foi muito gratificante para a Casa Azul receber este prêmio. Ele reflete o apoio à Flip e ações que promovem o desenvolvimento local por meio da cultura”, disse Mauro Munhoz ao receber o prêmio Rio+Empreendedor pela Flip.
O Rio+Empreendedor premiou, ao todo, 18 personalidades que contribuem para o crescimento econômico e social do Rio de Janeiro. José Mariano Beltrame, Secretário Estadual de Segurança, foi o homenageado dessa edição devido a seu comando no projeto das Unidades de Polícia Pacificadora, responsável pela redução dos índices de criminalidade no Rio de Janeiro.
Primeira ação pública do Museu do Território de Paraty foca na riqueza histórica e cultural da cidade
No dia 04 de dezembro foi inaugurada a primeira ação pública do Museu do Território de Paraty, realização da Associação Casa Azul e do Ministério da Cultura, com patrocínio do BNDES. Histórias e Ofícios do Território é composta por uma exposição, uma jornada de debates e uma oficina de fotografia e memória.
A exposição conta com registros em vídeo de moradores antigos, painéis expositivos e placas comemorativas com os depoimentos dos moradores que serão espalhadas pela cidade. Na Casa da Cultura (sala Samuel Costa) um conjunto de fotos antigas coletadas durante as entrevistas complementa a exposição. Na oficina sobre fotografia e memória, o fotógrafo Walter Craveiro propõe aos participantes a criação de um mapa afetivo de Paraty, a partir de suas fotos de família, antigas ou recentes. Os visitantes da exposição são convidados a fixar post-its com suas lembranças sobre o mapa de Paraty, nos lugares em que aconteceram grandes e pequenos momentos inesquecíveis. A exposição fica em cartaz até março de 2015 e a oficina, que teve o primeiro módulo entre 3 e 5 de dezembro, terá um segundo módulo em 27 e 28 de fevereiro de 2015.
A jornada de debates, que contou com paratienses e convidados de fora da cidade, aconteceu entre 4 e 6 de dezembro. Veja abaixo os destaques dia a dia.
Dia 1 – Cidade histórica e com história
O primeiro dia de debates foi marcado pela reação emocionada de alguns membros da plateia, como o comendador Antonio Conti – “Eu não poderia deixar, nos meus 85 anos, como paratiense, nascido aqui no fundo dessa rua, de demonstrar minha alegria. Eu sempre pensei que um dia ia voltar nosso passado de amor à terra”, disse.
A inauguração do evento ocorreu no antigo cinema da cidade, rebatizado de Espaço Experimental de Cultura – Cinema da Praça, com as presenças de Mauro Munhoz, diretor-presidente da Associação Casa Azul e diretor geral do Museu do Território de Paraty, Paulo Werneck, curador da programação do museu, e Cristina Maseda, secretária de Cultura de Paraty, com direito a iguarias regionais como o café caiçara.
Na primeira sessão, Munhoz dividiu o palco com André Bazzanella, técnico do Iphan na Costa Verde do RJ, que assinalou a forte relação entre os patrimônios material e imaterial, além da diversidade cultural da cidade e como ela se relaciona com paratienses e turistas: “Quem vem de fora não vê só o conjunto arquitetônico, mas também a cidade vivida. Paraty é uma cidade histórica e com história”.
Dia 2 – Em defesa da cultura
Na segunda sessão da mostra, Angelo Oswaldo, ex-prefeito de Ouro Preto e presidente do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), fez um passeio histórico sobre o ciclo do ouro no Brasil e porto de Paraty, e falou sobre como a estagnação econômica das cidades históricas permitiu que mantivessem suas características e tradições. Além disso, criticou o preconceito contra a efervescência cultural nas cidades: “Ela não pode ser vista como algo que perturbe a placidez do dia a dia”.
Rodrigo Leão de Moura, professor de biologia marinha da UFRJ, alertou para a exploração excessiva dos estoques peixeiros durante a terceira sessão, incentivando a diminuição do consumo do pescado e a busca da informação sobre o que é saudável e sustentável. Almir Tã, pescador e líder comunitário da Ilha do Araújo, chamou a atenção para o descaso e a manipulação em relação aos pescadores, lamentando que sejam dependentes de um cartel.
A quarta sessão teve como convidado o paratiense Seu Zé Ferreira, referência em práticas agroecológicas, que chamou a atenção para a valorização das tradições culinárias locais: “As pessoas esperam encontrar coisas que sejam tradicionais da cidade, mas encontram coisas que nada têm a ver com nossa realidade, o que acaba com a nossa cultura”, disse. A seu lado, o sociólogo Carlos Alberto Dória criticou o desconhecimento sobre a culinária efetivamente brasileira e provocou a elite que “consome coisas afrancesadas, mas gosta mesmo é de leitão”.
Dia 3 – A reflexão em seu devido lugar
O pintor Julio Paraty relembrou, na quinta sessão, a influência dos grandes artistas paratienses Zé Kleber e Djanira no início de sua carreira, e comentou o fato de sempre encomendarem suas famosas bandeirinhas. Paulo Pasta, pintor, professor e escritor, falou sobre o ensino da pintura na sala de aula e a inversão de valores na arte contemporânea: “O mercado toma o lugar da reflexão. Isso é triste, pois seu valor é o dinheiro, não há valor artístico”, disse.
Na sexta e última sessão, a antropóloga Paula Pinto e Silva mostrou como a comida de Paraty traduz os ciclos econômicos da cidade e criticou a relação vira lata que o brasileiro tem com sua culinária. A especialista na culinária paratiense Maria Rameck falou sobre as comidas típicas da cidade e suas lembranças da época em que não havia restaurantes, e encerrou com um carismático conselho: “Nunca coloquei uma Coca-Cola na boca. Não tenho uma estria com 82 anos. Que sirva de lição pra vocês”.
A cobertura completa da abertura de Histórias e Ofícios do Território pode ser conferida no site www.museudoterritoriodeparaty.org.br/ e no facebook oficial do Museu do Território de Paraty www.facebook.com/museudoterritoriodeparaty