Segunda-feira, 21 de Outubro de 2013

Lançamento no Rio de Janeiro: Tudo está na mise en scène... mas, afinal, o que é isso?

 


Em livro lançado pela Papirus Editora, Luiz Carlos Oliveira Jr. explica o que realmente é a expressão e analisa o conceito do clássico ao cinema de fluxo
Nos dia 21 de outubro, Luiz Carlos Oliveira Jr recebe o público para o lançamento do seu novo livro A mise en scène no cinema: Do clássico ao cinema de fluxo (Papirus Editora). A sessão de autógrafos e bate-papo acontece na Livraria Prefácio do bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. O evento está marcado para começar às 19 horas e a entrada é gratuita.
Sobre o livro:
Em 1959, o crítico francês Michel Mourlet afirmou: “Tudo está na mise en scène”. Em seu manifesto, Mourlet queria dizer que o principal do cinema, sua essência, está na forma como o filme transporta as pessoas através daquele universo a um só tempo próximo e desconhecido que a tela oferece. Mas, afinal de contas, o que é e a que realmente se refere através dos tempos esse termo, que chega até mesmo a ser utilizado popularmente para dizer que alguém está “fazendo tipo”? As respostas estão em A mise en scène no cinema: Do clássico ao cinema de fluxo, livro de Luiz Carlos Oliveira Jr. que acaba de ser lançado pela Papirus Editora.
Ao pé da letra, o termo em francês significa “colocado em cena” e teve origem teatral para se referir inicialmente ao posicionamento de objetos e dos próprios atores em palco ou, mais ainda, à montagem da ação no palco. Oliveira Jr. mostra, porém, que no cinema e com o passar das décadas a mise en scène tornou-se muito maior do que o conceito original.
“A mise en scène é nosso passaporte para o mundo do filme, nosso meio de fascinação perante a arte da escrita luminosa do movimento. Em linhas gerais, o que me propus a fazer neste livro foi analisar o conceito e, em seguida, perceber diferentes momentos em que ele é redefinido ou colocado em xeque, como no cinema moderno, no maneirismo e no recente cinema de fluxo e de dispositivo”, pontua o autor, que é mestre em cinema contemporâneo pela USP.
Ele ressalta que não teve a intenção de fazer um inventário exaustivo dos estilos de mise en scène nas diferentes fases da história do cinema. “Não tive a menor pretensão de totalizar o que é a mise en scène clássica, moderna, maneirista etc. Apenas trouxe análises – ora breves e pontuais, ora detidas e detalhadas – de filmes e obras que ressituam o debate iniciado com a definição. A ideia é entender como passamos do ‘tudo está na mise en scène’ dos anos 1950 para a dúvida generalizada quanto ao estatuto da mise en scène no cinema contemporâneo. Espero que o exercício seja proveitoso a todos os leitores.”

Serviço:
Lançamento do livro A mise en scène no cinema: Do clássico ao cinema de fluxo (Papirus Editora), com sessão de autógrafo e bate-papo com autor
Onde: Livraria Prefácio (Rua Voluntários da Pátria, 39 – Botafogo, Rio de Janeiro, RJ)
Quando: 21 de outubro de 2013
Horário: 19 horas
publicado por o editor às 20:53
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Quarta-feira, 28 de Agosto de 2013

Papirus Editora leva 21 lançamentos para a Bienal do Rio e já tem presença da autora Cássia D’Aquino garantida no evento

 

Títulos infantis e sobre educação, filosofia e cinema estão entre os destaques da Papirus na mostra carioca; Lições do velho professor, de Rubem Alves, é um deles 
A participação da Papirus Editora na 16ª Bienal do Livro do Rio, que acontece no Riocentro de 29 de agosto a 8 de setembro, será recheada de lançamentos e terá a presença, no estande da editora, da autora Cássia D’Aquino, que também é destaque da programação oficial do evento. Neste ano, a Bienal do Rio comemora três décadas e homenageia a Alemanha, promovendo o intercâmbio cultural entre os dois países; a expectativa de público é de 600 mil visitantes.
No dia 6 de setembro, Mario Sergio Cortella estará no estande da Papirus a partir das 16 horas para sessão de autógrafos com seu livro mais recente Vivemos mais!Vivemos bem? (Papirus 7 Mares), que tem como coautora Terezinha Azerêdo Rios.A sessão de autógrafos e bate-papo com Cássia D’Aquino, coautora do livro Educar para o consumo: Como lidar com os desejos de crianças e adolescentes (Papirus 7 Mares), será no dia 8 de setembro, às 18h30 no estande da Papirus. Antes disso, às 17h, ela estará no espaço “Mulher e Ponto” falando sobre o tema “Ensinando e aprendendo: Os desafios para quem lida com educação e com a falta dela”.
Em 31 anos de existência, a Papirus publicou mais de mil títulos e se tornou referência no mercado nacional. “Foi a Papirus que me fez um escritor. A amizade de todos e a confiança foram a base do nosso relacionamento. Sou agradecido e espero que ainda tenha tempo para escrever muitas coisas que deem alegria. É importante entender que a Papirus não é apenas uma empresa: ela é uma comunidade de pessoas amigas”, declara o escritor Rubem Alves, que acompanhou boa parte da história da editora e terá o livro Lições do velho professor lançado  na Bienal do Rio.
A Papirus possui quatro prêmios Jabuti, o mais importante da literatura brasileira. Um deles foi recebido pelo pediatra José Martins Filho, que faz questão de dar crédito à editora. “Vejo a Papirus como uma editora jovem, aberta e apoiadora de novos autores e daqueles que têm também projetos ousados. Graças a ela ganhei um prêmio Jabuti e publiquei livros que já ‘tiraram’ várias edições”, conta.
Em mais esta participação na Bienal do Livro do Rio, a editora terá em seu estande 21 lançamentos, além dos títulos em catálogo, incluindo as obras do selo Papirus 7 Mares.


Confira os destaques da Papirus para a Bienal do Rio:


Alzheimer: Quando nossa mente fala
Lisa Snyder
192 pp.
  Os animais em nossa vida: Família, comunidade e ambientes terapêuticos
Peggy McCardle, Sandra McCune, James A. Griffin, Layla Esposito e Lisa S. Freund (orgs.)
304 pp.
  Autismo, educação e transdisciplinaridade
Carlo Schmidt (org.)
240 pp.

Currículo, didática e formação de professores
Maria Rita N.S. Oliveira e José Augusto Pacheco (orgs.)
208 pp.


  A educação física na formação do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte
Luciano Galvão Damasceno
224 pp.

Educação infantil: Formação e responsabilidade
Sonia Kramer, Maria Fernanda Nunes e Maria Cristina Carvalho (orgs.)
352 pp.
  A fábula cinematográfica
Jacques Rancière
192 pp.
  Filosofia das ciências
Pascal Nouvel
240 pp.


História: Que ensino é esse?
Marcos Silva (org.)
368 pp.

Lições do velho professor
Rubem Alves
272 pp.

Marcas da educação matemática no ensino superior
Maria Clara Rezende Frota, Barbara Lutaif Bianchini e Ana Márcia F. Tucci de Carvalho (orgs.)
368 pp.

A mise en scène no cinema: Do clássico ao cinema de fluxo
Luiz Carlos Oliveira Jr.
224 pp.

Música e educação infantil
Beatriz Ilari e Angelita Broock (orgs.)
224 pp.

Novas tramas para as técnicas de ensino e estudo
Ilma Passos Alencastro Veiga (org.)
160 pp.

Oficina de ludicidade na escola
Simão de Miranda
128 pp.
  Orientação vocacional: O que as escolas têm a ver com isso?
Deborah Bulbarelli Valentini
160 pp.
  A pedagogia da felicidade de Makiguti
Rita Ribeiro Voss
144 pp.
  Pedagogia do teatro: Práticas contemporâneas na sala de aula
Narciso Telles (org.)
288 pp.
  Tecnologias e tempo docente
Vani Moreira Kenski
176 pp.
  Temas da geografia na escola básica
Lana de Souza Cavalcanti (org.)
224 pp.
  Vivemos mais! Vivemos bem? Por uma vida plena
Mario Sergio Cortella e Terezinha Azerêdo Rios
112 pp.

Papirus 7 Mares

E os já lançados em 2012:

Nossa sorte, nosso norte: Para onde vamos?


Flávio Gikovate e Renato Janine Ribeiro
144 pp.

Papirus 7 Mares

Educar para o consumo: Como lidar com os desejos de crianças e adolescentes

Cássia D’Aquino e Maria Tereza Maldonado
112 pp.

Papirus 7 Mares
publicado por o editor às 01:51
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Quarta-feira, 5 de Dezembro de 2012

Mulheres em cursos tradicionalmente masculinos, migração de professores, cotas... Novos olhares sobre diferenças e desigualdades

 



Marília Pinto de Carvalho reúne estudos sobre esse tema em Diferenças e desigualdades na escola, lançamento da Papirus Editora que acontece nesta sexta-feira, 7, na Livraria da Vila, em São Paulo



Tema recorrente do currículo escolar em diversas disciplinas, as discrepâncias e contrastes em todos os âmbitos da nossa sociedade também são assuntos que intrigam a pesquisa científica. Diferenças e desigualdades na escola (Papirus Editora), será lançado no dia 7 de dezembro, a partir das 19h30, na Livraria da Vila, na Vila Madalena, em São Paulo, que contará com bate-papo e sessão de autógrafos com a organizadora da obra, Marília Pinto de Carvalho e algumas das coautoras – Andréia Botelho de Rezende, Luciana Alves e Maria Clara Lopes Saboya.

A Obra reúne resultados de estudos, sobre essa temática, promovidos pelo intercâmbio estabelecido entre os programas de pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade de São Paulo (USP), por meio do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad), da Capes. “Embora não seja exatamente inovadora a temática geral tratada no livro – frequentemente nomeada como ‘diversidade’ nos meios educacionais –, ousamos qualificar nossa abordagem como ‘novos olhares’, presentes nos resultados de pesquisas apresentados em cada capítulo”, conta Marília Pinto de Carvalho, organizadora da obra.

“Não se trata apenas de diversidade ou multiplicidade cultural, mas de acesso diferenciado aos bens materiais e simbólicos. Reconhecemos também a indiscutível relevância das desigualdades socioeconômicas: elas estão presentes como pano de fundo em praticamente todos os capítulos”, completa.

A coletânea é dividida em uma apresentação e mais sete capítulos independentes, porém complementares. Ao todo, nove coautoras dividem os créditos do livro e abordam assuntos como a literatura como meio de inclusão de conteúdo de história e cultura afro-brasileira e africana, articulação entre gênero, raça e educação escolar, os cotistas das universidades, alunas em cursos que são tradicionalmente masculinos, migração de professores, entre outros.

“Dessa forma esperamos apresentar ao leitor um conjunto de resultados de pesquisa instigante, que leve a novas indagações e produza inquietações em cada educador ou cidadão interessado numa escola e numa sociedade mais justas e igualitárias”, finaliza Marília.

Sobre a organizadora:

Marília Pinto de Carvalho (org.) é professora livre-docente na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Publicou, entre outros, os livros No coração da sala de aula: Gênero e trabalhos docentes nas séries iniciais (Xamã, 1999) e Avaliação escolar, gênero e raça (Papirus, 2009).

Serviço:

Lançamento do livro Diferenças e desigualdades na escola
 Quando: 7 de dezembro de 2012, sexta-feira
 Horário: 19h30
 Onde: Livraria da Vila – Rua Fradique Coutinho, 915 – Vila Madalena – São Paulo, SP
 Tel.: (11) 3814-5811

publicado por o editor às 18:46
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Terça-feira, 4 de Dezembro de 2012

Sem tabus: Sexualidade se aprende em casa e na escola

 

No dia 5 de dezembro, Cláudia Bonfim, autora do livro Desnudando a educação sexual, ministrará palestra e lançará livro na Unicamp, em Campinas

Cláudia Bonfim, autora de Desnudando a educação sexual, ministrará palestra e lançará livro na Unicamp, no próximo dia 5 de dezembro, no “I Simpósio de Epistemologia e Teoria da Educação” (Episted). A sessão de autógrafo começa às 19h e será no Salão Nobre da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas.

Como abordar o tema sexualidade com seu filho? E em que idade? Qual é o papel da escola nessa situação? Essas e outras perguntas rondam a cabeça de pais e de educadores que, de maneira equivocada, seja por timidez, por achar o assunto delicado ou até mesmo por desconhecimento, muitas vezes consideram a educação sexual apenas uma forma de evitar a gravidez não planejada ou na adolescência, a Aids e outras DSTs. A autora Cláudia Bonfim, em Desnudando a educação sexual, lançamento da Papirus Editora, defende que a sexualidade deve ser tratada de forma mais ampla no ambiente familiar e escolar, abordando questões culturais, sociais e psicológicas.

A obra busca orientar pais, educadores, agentes sociais, pesquisadores da sexualidade e todos aqueles que buscam compreender e vivenciar de maneira bonita, prazerosa, afetiva e qualitativa essa dimensão essencial de nossa vida. “A sexualidade ainda é um tema restrito porque as pessoas não foram educadas a conhecê-la. Aprendem que é feia, errada, suja, perigosa, se sentem envergonhadas ou tímidas, desconhecem seu próprio corpo, tratam a sexualidade de forma superficial e não sabem como abordá-la. Para que ela deixe de ser vista dessa maneira acredito que necessitamos superar essa fragmentação e essa visão reduzida do que é sexualidade, por isso a necessidade de esclarecer aos pais, educadores e gestores o que ela é”, diz Cláudia. Ela acrescenta que esse esclarecimento deve ser feito da maneira mais ampla possível. “Deve-se levar em conta a dimensão da sexualidade, a amplitude, a importância na formação do ser humano, tanto para sua humanização e autoestima quanto para as relações afetivas e sexuais. A partir dessa compreensão é possível começar a pensar na superação dos preconceitos e tabus relacionados à sexualidade”, explica a autora.

Cláudia Bonfim dividiu o livro em duas vertentes: a família e a escola. “Penso que as duas são instituições primordiais para tratar a educação sexual de maneira significativa, entendendo a sexualidade como uma construção sócio-histórica-cultural, que perpassa especialmente pelas nossas experiências e vivências afetivas e sexuais. A sexualidade só pode ser compreendida a partir de nossa totalidade, e essa totalidade se desenvolve principalmente no ambiente familiar e escolar”, diz. A autora destaca que, segundo Freud, experiências vividas na infância marcam a personalidade e a forma como as pessoas irão se relacionar com elas mesmas, com as demais e com o mundo para toda a vida. “Por isso é essencial que os pais e docentes compreendam como a sexualidade se desenvolve para poder contribuir de maneira significativa e positiva no desenvolvimento da sexualidade das crianças e dos adolescentes”, ressalta Cláudia.

Ainda de acordo com ela, o livro é uma tentativa de esclarecer a educação sexual, abordando didaticamente conceitos que são fundamentais ao entendimento da sexualidade humana. “Baseei o livro em estudiosos conceituados do campo da sexualidade e educação sexual, nos quais busquei subsídios teóricos e orientações pedagógicas práticas que pudessem ser desenvolvidas na práxis, para proporcionar reflexões sobre a vivência da sexualidade na escola”, conta.

No livro, Cláudia mostra a importância da educação sexual na família e no ambiente escolar, apontando questões que precisam ser superadas e potencializadas para que as pessoas possam pensar a sexualidade numa perspectiva emancipatória. “Mostro também a importância e as fases do desenvolvimento psicossexual da criança a partir de Freud. Faço ainda uma crítica aos fatores que influenciam negativamente a vivência da sexualidade”, enfatiza.

Ela acrescenta que a capa do livro Desnudando a educação sexual (um fio de linha se desenrolando) retrata a intenção do seu conteúdo. “É uma síntese do livro, que é desnudar, desenrolar, esclarecer a sexualidade, usando a linha como metáfora, o fio de uma roupa sendo desfeita, e dentro, as palavras tentando desfazer os (pré)conceitos que carregamos em cada um de nós, passando a enxergar a sexualidade em sua essência humanizadora, prazerosa e afetiva”, finaliza Cláudia Bonfim.

Sobre a autora:

Cláudia Bonfim é licenciada em Biologia, especialista em Metodologia e Didática do Ensino, ambos pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cornélio Procópio, campus da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Faficop/Uenp). Mestre em Educação pela Uenp, doutorou-se em Educação na área de história, filosofia e educação na Unicamp, onde é membro do Grupo de Estudos e Pesquisa Paideia. Professora universitária na Faculdade de Ensino Superior Dom Bosco (FDB), em Cornélio Procópio, é ainda coordenadora/tutora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Sexualidade (Gepes), financiado pelo Programa de Educação Tutorial (PET) do Ministério da Educação (MEC) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Ocupa a vice-presidência nacional da Associação Brasileira para a Educação Sexual (Abrades) e atua principalmente com os temas: educação sexual, educação e diversidade, ética e educação, história da educação e filosofia da educação. Conta com diversos artigos publicados e apresentações de trabalhos em congressos, além de ser autora do livro Educação sexual e formação de professores: Da educação sexual que temos à educação que queremos.

Serviço:
Lançamento do livro Desnudando a educação sexual (Papirus Editora)
Autora: Cláudia Bonfim
Data: 5 de dezembro, quarta-feira, 19 horas
Onde: Salão Nobre da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) - Cidade Universitária "Zeferino Vaz", Distrito de Barão Geraldo – CEP 13083-970 - Campinas - SP
Pabx da Unicamp: (19) 3521-2121

publicado por o editor às 18:43
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Márcia Strazzacappa lança livro com bate-papo

 

Márcia Strazzacappa, autora de Educação somática e artes cênicas: Princípios e aplicações, Papirus Editora, lança livro com bate-papo e performance na Livraria Cultura do Iguatemi Campinas dia 5 de dezembro

Livro da Papirus Editora traz pensadores pouco estudados no Brasil e revela que autores criaram técnicas para resolver os próprios problemas de saúde

No próximo dia 5 de dezembro, Márcia Strazzacappa lançará seu novo livro Educação somática e artes cênicas: Princípios e aplicações, no Auditório da Livraria Cultura do Shopping Iguatemi de Campinas, a partir das 19h30. O evento contará com uma performance da autora, bate-papo com o público e sessão de autógrafos.

Diz o ditado que a necessidade é a mãe da invenção. Quando começou a escrever uma tese de doutorado sobre as técnicas de educação somática aplicadas às artes cênicas, que acaba de ser transformada em livro pela Papirus Editora, a pesquisadora Márcia Strazzacappa não poderia imaginar que ela iria confirmar esse ditado de maneira inusitada. Afinal, ela descobriu que, não fossem problemas de saúde enfrentados pelos criadores dessas técnicas, muitas delas nem teriam sido desenvolvidas.

“Minha busca era para entender as técnicas, como elas chegaram ao Brasil e por que algumas deram certo por aqui e outras não. O que pude observar é que elas surgiram quando os próprios criadores buscavam soluções para os seus problemas de saúde. Por exemplo, Feldenkrais era físico e judoca, mas machucou o joelho jogando futebol, e com os seus conhecimentos de física aliados ao judô, criou uma técnica para reabilitação e consciência corporal para solucionar seu problema”, conta a autora de Educação somática e artes cênicas: Princípios e aplicações.

Frederick Matthias Alexander é outro caso citado por Márcia: “Ele era um ator que estava perdendo a voz e desenvolveu um trabalho técnico que o curou por meio da correção de sua postura”.

O livro é uma adaptação da tese e ressalta a importância da educação somática na formação de artistas cênicos. Simplificadamente, a educação somática aplicada nas artes cênicas é um conjunto de técnicas de consciência corporal que nos anos de 1970 e 1980 passaram a influenciar o pensamento sobre a dança e o corpo, assim como a produção artística.

Para a autora, a introdução da educação somática e das técnicas de consciência corporal no currículo das artes cênicas (teatro, dança e música), aliada às disciplinas tradicionais, contribuiu positivamente para a formação dos artistas cênicos. “Essas técnicas são um antes e não um depois. Quer dizer, primeiro conhecemos nosso corpo, conhecemos nossos limites e as formas de nos movimentar no espaço, de entonação de voz, de posturas para poder praticar sem nos machucarmos”, esclarece.

O principal público da obra são pessoas que têm o corpo como objeto de estudo, pesquisa e atuação. “Ao escrever o livro, pensei em trazer uma temática pouco trabalhada no Brasil, assim como autores pouco traduzidos. Acredito que meus leitores serão artistas cênicos, tais como atores, bailarinos e músicos, mas também atletas, terapeutas corporais, fisioterapeutas e educadores físicos”, aponta a autora.

Diferentes formações, diferentes relações com o corpo

Márcia Strazzacappa dividiu o livro em duas partes, assim como fez em sua tese. Na primeira parte, ela contextualiza e explica o processo de formação dos artistas cênicos no Brasil. “Como minha tese foi desenvolvida e defendida na França, resolvi mostrar para os franceses como se dava a formação artística aqui no Brasil. E para o espanto deles, as diferenças eram tremendas”, afirma.

“No Brasil, a formação artística é muito mais informal do que na França. Aqui a formação é feita em escolas livres, academias, estúdios e mais recentemente em ONGs, para depois, no ensino superior, ser concluída – na teoria e na prática. Os franceses começam desde cedo em conservatórios públicos sua formação, e quase todos os bairros têm um. Para exemplificar, é praticamente um equivalente à formação no ensino fundamental e no médio, só que na linguagem artística escolhida pelo aluno. Ao final dessa formação, ele recebe um diploma que é exigido em cursos superiores, ou seja, ao ingressar no ensino superior, o aluno francês já tem uma formação teórica e prática prévia e pode escolher dois tipos de formação superior: a faculdade superior, onde ele poderá teorizar o aprendizado e que geralmente forma os críticos de arte, os dramaturgos, os pesquisadores; e o conservatório superior, que é basicamente a prática e que forma os grandes bailarinos, os músicos de orquestras, artistas plásticos, os atores etc.”, ressalta Strazzacappa.

Durante a pesquisa, Márcia pôde observar a diferença da relação com o corpo entre profissionais brasileiros e estrangeiros. Com base nessa observação ela constatou que as diferenças culturais são determinantes na maneira como lidamos com o nosso corpo e com o corpo do outro. “O brasileiro é um povo que se toca, que se abraça, que gosta de cumprimentar com beijo, que pensa com o corpo, assim como o italiano e o espanhol. Já os franceses, os japoneses, os americanos, os ingleses e muitos outros pensam antes de agir. Tive alguns exemplos concretos que me mostraram essa diferença. Certa vez, quando propus um exercício em que os alunos tinham que se tocar, os brasileiros e italianos saíram fazendo o que eu havia proposto, já os franceses e os outros grupos de outras nacionalidades não se sentiram à vontade. Eles tocavam na outra pessoa, mas sempre pedindo permissão e com certo incômodo.”

No que diz respeito à formação superior atual nas artes cênicas, a autora enfatiza que a tecnologia ajudou muito, assim como os crescentes incentivos. “A internet permitiu o acesso a vídeos que antes eram raridades, a informações que antes levavam muito tempo para chegar aqui. Além disso, os incentivos no campo das artes só vêm aumentando com a abertura de diversos e variados editais municipais, estaduais e federais, todos eles com contrapartidas sociais, em que os vencedores têm que se apresentar em lugares públicos e oferecer oficinas e workshops, possibilitando ao público leigo contato com os profissionais das artes cênicas e com as técnicas”, comenta.

A autora fala também da importância da pluralidade na educação artística. “Temos que diversificar, mesclar disciplinas tradicionais com as somáticas, mas sem esbarrar na superficialidade”, finaliza.

Sobre a autora:

Márcia Strazzacappa é graduada em Pedagogia e em Dança, mestre em Educação (Unicamp) e doutora em Artes: Estudos Teatrais e Coreográficos (Universidade Paris 8). Foi pesquisadora do Lume e atualmente é professora da Faculdade de Educação da Unicamp, onde coordena o Laboratório de Estudos sobre Arte, Corpo e Educação (Laborarte). Escreveu, em parceria com Carla Morandi, Entre a arte e a docência: A formação do artista da dança (Papirus, 2006), além de ser autora de vários capítulos de livros.

Serviço:
Lançamento do livro Educação somática e artes cênicas: Princípios e aplicações
Quando: 5 de dezembro, quarta-feira
Horário: 19h30
Onde: Auditório da Livraria Cultura do Shopping Iguatemi de Campinas
Av. Iguatemi, 777 – Campinas, SP -  (19) 3751-4033

publicado por o editor às 18:41
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