Sexta-feira, 30 de Janeiro de 2015

O Direito de voto A controversa história da democracia nos Estados Unidos de Alexander Keyssar  

 

 

O Direito de voto
A controversa história da democracia nos Estados Unidos
de Alexander Keyssar


 


Do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais
unesp - unicamp - puc/sp

Formato: 16 x 23
Páginas: 618
Edição: 1ª
Ano: 2014
Acabamento: Brochura com orelhas
Peso: 940g





Por que os donos do poder político passam a compartilhar esse poder com os outros, milhões de outros, na história moderna, por meio da ampliação do direito de voto? Como isto aconteceu nos Estados Unidos? Por que, no país, esse direito expandiu-se em certas épocas e certos lugares, enquanto se restringiu em outros? Qual é o papel das guerras na ampliação do direito de votar? Estas são algumas das questões que Alexander Keyssar busca responder neste livro, uma crônica da história do direito ao voto nos Estados Unidos do fim do século 18 aos anos 2000.

Registro da evolução das leis que definiram e circunscreveram o eleitorado americano, a obra faz uma narrativa minuciosa acerca dos diferentes modos pelos quais as mulheres, os afro-americanos, os trabalhadores da indústria, os imigrantes e muitos outros grupos adquiriram e, às vezes, perderam o direito de voto. E mostra que as questões que permeiam esse direito caminham juntas às indagações sobre as origens da democracia e os obstáculos ou ameaças à existência desse regime: “A evolução da democracia, assim como a do direito de voto, raramente seguiu um caminho reto e sempre foi acompanhada de profundas contracorrentes antidemocráticas”, escreve Keyssar. “A história do sufrágio nos Estados Unidos é uma história de expansão e contração, de inclusão e exclusão”.

No caso da expansão do sufrágio nos Estados Unidos, o autor mostra que ela foi lenta, e gerada por diversas forças e fatores chave, alguns dos quais celebrados há muito tempo por estudiosos e jornalistas, como a dinâmica de acordos fronteiriços, a emergência de partidos políticos concorrentes, o crescimento das cidades e da indústria, o florescimento dos ideais e convicções democráticas e a campanha efetiva de mobilização por parte dos próprios grupos sem direito ao voto.

As principais expansões do sufrágio na história americana, no entanto, aconteceram durante ou como consequência de guerras. Os exércitos deviam ser recrutados quase sempre das chamadas classes inferiores da sociedade, mas não se podia obrigá-las a pegar em armas enquanto lhes era negado o direito ao voto. Ao lado disso, guerras demandavam mobilizar o apoio popular, ou seja, tornar politicamente influente qualquer grupo social excluído do sistema político.

Os Estados Unidos chegaram aos anos 1960, quando a maioria dos afro-americanos não podia votar no Sul,com grandes restrições ao direito de voto. Até 1920 as mulheres eram impedidas de votar na maior parte das jurisdições. E, por muitos anos, os imigrantes asiáticos foram privados do direito de voto porque não podiam tornar-se cidadãos, ao mesmo tempo que  mesmo entre nativos americanos era muito mais frequente a ausência do que a existência desse direito. “Apesar de seu papel pioneiro na promoção dos valores democráticos, os Estados Unidos foram um dos últimos países no mundo desenvolvido aatingir o sufrágio universal”, escreve Keyssar.




 

 

O direito de voto: a controversa história da democracia nos Estados UnidosEscrita pelo historiador Alexander Keyssar, da Harvard University, publicação premiada ganha edição em português 

Com uma palestra intitulada “O direito de voto e a recente (e próxima) eleição nos Estados Unidos”, o historiador Alexander Keyssar, professor titular de História e Política Social da Harvard University, lançou em São Paulo o seu livro O direito de voto: a controversa história da democracia nos Estados Unidos.
Em 2001, ano seguinte ao lançamento na América do Norte, a obra – cujo título em inglês é The right to vote: the contested history of democracy in the United States – recebeu prêmios da American Historical Association e da Historical Society, dos Estados Unidos, além de figurar entre as finalistas para o Pulitzer Prize e o Los Angeles Times Book Award. A edição brasileira se baseia no texto revisado de 2009.
No Brasil a convite do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT-Ineu) – financiado pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) –, Keyssar iniciou a sua palestra comentando o resultado das eleições legislativas norte-americanas ocorridas no início de novembro, que deram aos republicanos o controle do Senado e aumentaram sua maioria na Câmara.
“A participação foi extremamente baixa: 36% dos eleitores votaram e os republicanos receberam 52% dos votos. Fazendo a conta, 52% de 36% significam que a maioria republicana foi obtida com apenas 18,5% dos eleitores. Foi um voto predominantemente protestante e masculino”, disse.
Segundo o historiador, além do baixo comparecimento às urnas, um aspecto notável dessa campanha foi o montante de dinheiro investido. “Houve um aporte sem precedentes. Dinheiro não das campanhas oficiais, não dos partidos, não dos candidatos, mas de outras organizações, muitas vezes secretas. Dinheiro de corporações. Especialmente em alguns estados ocorreram verdadeiras inundações desse tipo de dinheiro. E não foi uma eleição presidencial. Enormes quantidades de dinheiro foram investidas na compra de horários na televisão”, afirmou. Aqui, é preciso lembrar que não existe horário eleitoral gratuito nos Estados Unidos.
Outro fator evidenciado, segundo ele, foi o conflito legal e político sobre quem podia e quem não podia votar. Em muitos estados, até 10 dias ou uma semana antes das eleições, não estava claro que leis regeriam o direito de voto.
“Havia a lei exigindo que os eleitores mostrassem uma identificação com fotografia. No Texas, por exemplo, onde a exigência de identificação fotográfica é muito estrita, carteiras de estudantes universitários com fotografias não foram aceitas como documentação de identificação, mas licenças para dirigir veículos sim. Então houve casos de pessoas que não puderam votar porque haviam ficado incapacitadas de guiar e, por isso, não tinham renovado suas carteiras de motorista”, exemplificou Keyssar. Diferentemente do que ocorre no Brasil, não existem, nos Estados Unidos, documentos como a carteira de identidade e o título de eleitor.
O historiador enfatizou que os empecilhos observados nas últimas eleições norte-americanas não constituem exemplos pontuais. Conforme argumentou, o país possui várias barreiras para impedir o direito de voto.
Enquanto as eleições brasileiras são realizadas em geral aos domingos, as norte-americanas ocorrem durante a semana, em dias de trabalho normal, o que prejudica o comparecimento dos eleitores aos locais de votação. Em alguns estados, o fato de a pessoa ter cometido algum crime faz com que ela perca o direito de voto para o resto da vida, mesmo depois de ter cumprido sua pena e ter sido reintegrada à sociedade. “De uma maneira ou de outra, são colocados obstáculos no caminho que leva as pessoas ao voto”, resumiu.
“A justificativa oficial para alguns desses obstáculos é que eles se destinam a impedir fraudes. Mas o que realmente fazem é impedir que certos segmentos da sociedade votem. São segmentos basicamente constituídos por pessoas pobres – em especial os idosos e os jovens pobres. Pessoas que não têm carteiras de motorista nem passaporte”, disse.
De acordo com a análise do professor, há apenas um tipo de fraude que a apresentação da identidade poderia prevenir, que é a pessoa tentar se passar por outra – aquilo que, em inglês, é chamado de impersonation fraud (‘fraude de representação’).
Mas, segundo ele, esse é um crime praticamente inexistente nos Estados Unidos. “No estado de Indiana, que aplica estritamente essa lei, não foi constatado um único caso como esse em 50 anos”, ironizou.
A crise da eleição presidencial de 2000
Keyssar apontou como uma das causas dessa obstrução do voto em épocas recentes o ensinamento proporcionado pela eleição presidencial de 2000. Naquela ocasião, embora o candidato democrata Al Gore tenha obtido a maioria dos votos populares, com uma margem de mais de 500 mil votos sobre o republicano George W. Bush, foi este que conquistou a Presidência, graças à sua controversa vitória no estado da Flórida.
Com os 25 votos da Flórida, Bush suplantou Gore no Colégio Eleitoral. E o resultado, que repercutiu fortemente no mundo durante oito anos seguidos, foi conseguido com apenas cerca de 500 votos a mais na Flórida.
“Isso trouxe para os políticos profissionais e para os líderes partidários o entendimento de que cada voto de fato conta. E não apenas cada voto que o seu candidato recebe, mas, igualmente, cada voto que o adversário deixa de receber. Daí o interesse em obstruir os potenciais eleitores do adversário. Após 2010, os republicanos assumiram o controle de vários governos estaduais e utilizaram essa posição para mudar as leis de acordo com suas conveniências”, afirmou Keyssar.
A eleição presidencial de 2000 representou a mais grave crise do sistema eleitoral norte-americano, de acordo com o historiador. Além da contradição entre o voto popular (baseado no princípio “uma pessoa, um voto”) e a composição do Colégio Eleitoral (que favorece as áreas culturalmente mais atrasadas do país), houve várias acusações de fraude na Flórida, então governada pelo irmão de George W. Bush, John Ellis Bush, mais conhecido como “Jeb”, provável candidato republicano às eleições presidenciais de 2016.
A secretária de estado da Flórida, Katherine Harris, responsável pela administração das eleições em âmbito estadual, era também copresidente da campanha de Bush.
Segundo Keyssar, as fraudes teriam ocorrido tanto no processo de votação quanto na contagem dos votos, com indícios de discriminação racial e exclusão de comunidades pobres e de minorias. O tema é analisado no nono capítulo do livro.
Após prolongado embate judicial entre os dois concorrentes, a controvérsia foi encerrada com a decisão da Suprema Corte, ordenando a suspensão da recontagem dos votos da Flórida, com base no artigo 2, inciso 1, da Constituição norte-americana, que diz: “Cada estado nomeará, do modo que seu legislativo disponha, certo número de eleitores”.
Isso significava que, mesmo que Gore tivesse recebido a maioria dos votos populares na Flórida, isso não lhe asseguraria os 25 representantes do estado, pois a decisão final caberia ao Legislativo estadual (então, majoritariamente republicano).
De acordo com cinco juízes da Suprema Corte, o texto da Constituição indicava claramente que “o cidadão individual não tem o direito constitucional federal de votar em eleitores para o presidente dos Estados Unidos, a menos que e até que o Legislativo do estado escolha uma eleição em âmbito estadual como meio de executar seu poder de nomear os membros do Colégio Eleitoral”.
“Muitos norte-americanos se surpreendem quando eu digo isto, mas o fato é que o direito de voto não está assegurado pela Constituição dos Estados Unidos”, comentou Keyssar.
Há vários motivos para tanto, explicou o historiador. Um foi que não estava claro, na época da redação da Constituição, se o voto era realmente um direito ou um privilégio. Outro, que a decisão sobre quem poderia votar ou não foi deixada para os estados. Assim, em vez da criação de um sistema nacional, adotou-se um quadro completamente descentralizado acerca dos direitos eleitorais.
Expansões e contrações da democracia
O contraditório encadeamento de causas e efeitos que conecta esse ato fundador à contemporaneidade é o fio condutor do livro de Keyssar. No decurso da história norte-americana, houve momentos de expansão real da democracia, como a inclusão da 15ª emenda à Constituição, que, em 1869, após a devastação causada pela Guerra Civil, estendeu o voto à população negra, estabelecendo que o direito dos cidadãos dos Estados Unidos ao voto não seria “negado ou reduzido pelos Estados Unidos ou por qualquer estado por motivo de raça, cor ou condição prévia de servidão”.
E momentos de contração democrática, como o ocorrido nos estados do Sul entre 1890 e 1905, quando, sem violar abertamente a 15ª emenda, uma série de modificações nas leis eleitorais foram feitas de modo a excluir os afro-americanos: instituição de taxas eleitorais a serem pagas; imposição de um teste de alfabetização exigindo dos potenciais eleitores a demonstração de que poderiam compreender e interpretar a Constituição; requisitos de residência por longo tempo na área da circunscrição eleitoral; cassação de direitos eleitorais para homens condenados por delitos menores como vadiagem e bigamia.
Uma forma ardilosa de impedir o voto dos negros foi criar as chamadas “Primárias Brancas” (“White Primaries”). Para votar nas eleições primárias para candidatos do Partido Democrata (que era, então, a força política mais conservadora e dominante no Sul), a pessoa devia ser branca e não imigrante. O argumento utilizado pelos racistas era de que, por se tratar de eleições primárias, a 15ª Emenda não se aplicava.
“O que é menos conhecido”, disse Keyssar, “foi que no Norte houve um movimento similar contra trabalhadores, imigrantes e pessoas pobres em geral”.
O historiador procurou evidenciar os mecanismos econômicos, sociais, políticos e culturais subjacentes a esse vaivém dos direitos. Como, por exemplo, o crescimento da classe trabalhadora e a chegada maciça de 25 milhões de imigrantes no período compreendido entre o fim da Guerra Civil e a Primeira Guerra Mundial.
Esses imigrantes, escreveu no livro, eram “homens e mulheres que não falavam inglês, cujas culturas eram estrangeiras, a maioria dos quais era católicos ou judeus”. E acrescentou: “Aos olhos de muitos norte-americanos da velha cepa, essa massa de trabalhadores imigrantes constituía um acréscimo indesejável ao eleitorado”.
Segundo projeção feita pelo Census Bureau, a agência responsável pelas estatísticas populacionais nos Estados Unidos, a atual minoria, constituída por cidadãos de origem negra, hispânica, asiática etc., será maioria por volta do ano de 2042. Resta saber como um sistema eleitoral historicamente moldado pelos interesses da elite branca será impactado por essa nova realidade.
 
 

 

 
publicado por o editor às 16:37
link | comentar | favorito
Segunda-feira, 3 de Novembro de 2014

Convite: debate e lançamento do livro Desafios da sociedade contemporânea Postado por Eduardo Cruz às 11/03/2014 12:33:00 PM 0 comentários Marcadores: editora unesp

Convite: debate e lançamento do livro Desafios da sociedade contemporânea

 

 


 

publicado por o editor às 17:42
link | comentar | favorito
Terça-feira, 3 de Junho de 2014

❤Encontre as palavras certas para declarar o seu amor!❤

 



 

publicado por o editor às 12:49
link | comentar | favorito
Sábado, 22 de Setembro de 2012

Livros acadêmicos gratuitos na internet

 


Mais três editoras aderem à Rede SciELO Livros

O Livros que indexa e publica coleções online de obras acadêmicas com o objetivo de ampliar seu impacto, visibilidade, divulgação e uso.

O ingresso da EDUEL (Editora da Universidade Estadual de Londrina), da EDUEPB (Editora da Universidade Estadual da Paraíba) e da EdUFSCar (Editora da Universidade Federal de São Carlos) foi aprovado pelo comitê científico do SciELO Livros em sua reunião de julho de 2012.

Lançado há cinco meses pelo consórcio formado pelas editoras da Unesp, da UFBA e da Fiocruz e pela Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu), a Rede SciELO Livros conta agora com seis editoras universitárias brasileiras.


 Os livros publicados pelo SciELO Livros são selecionados segundo controles de qualidade aplicados por um comitê científico e os textos em formato digital são preparados segundo padrões internacionais que permitem o monitoramento de acesso e de citações.

As obras podem ser lidas nos leitores de ebooks, tablets, smartphones e computadores em geral e acessadas a partir do Portal SciELO Livros ou por meio de buscadores da Web. Serão publicadas também por portais e serviços de referência internacional. As coleções das editoras incluem livros com acesso aberto e para comercialização.

O SciELO Livros é parte do Programa SciELO da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e seu desenvolvimento se realiza em parceria com a  Associação Brasileira de Editoras Universitárias.

A Rede SciELO Livros compartilha objetivos, recursos, metodologias e tecnologias com a Rede SciELO de periódicos científicos de modo a contribuir com o desenvolvimento da comunicação científica em ambos meios de publicação.

Confira em http://books.scielo.org/

publicado por o editor às 02:48
link | comentar | favorito
Terça-feira, 21 de Agosto de 2012

Casais Monteiro - Uma antologia

 

Casais Monteiro
Uma antologia

de Rui Moreira Leite (Organizador)





Formato: 16 x 23
Páginas: 346
Edição: 1ª
Ano: 2012


Conhecido dos brasileiros em especial por seus ensaios dedicados a Fernando Pessoa e por sua extensa colaboração com o Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo, o português Adolfo Casais Monteiro (1908-1972) deixou larga obra crítica e ensaística, cujos vários aspectos esta antologia procura contemplar.

Cinema, teatro, literatura e sociologia são alguns dos temas que ele abordou em seus artigos, cartas, palestras e intervenções em eventos culturais em Portugal e no Brasil, onde ele se estabeleceu em 1954, quando já era reconhecido em seu país natal, inclusive como editor.

O núcleo deste volume, aliás, compõe-se de participações do intelectual em congressos realizados no Brasil entre 1954 e 1961. Mas a antologia registra ainda o intercâmbio do ensaísta com escritores brasileiros, por meio de uma seleção de sua correspondência, apresenta sua trajetória desde a formação na Faculdade de Letras do Porto, inclui um conjunto de poemas e reproduz um trecho do romance Adolescentes, o mesmo que ele publicou na revista literária Presença, de Coimbra, que dirigiu nos anos 1930.

Adolfo Vítor Casais Monteiro (Porto, 4 de Julho de 1908 - São Paulo, 23 de Julho/24 de Julho de 1972) foi um poeta, crítico e novelista português.

Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade do Porto (Faculdade de Letras), onde foi colega de Agostinho da Silva e Delfim Santos, tendo-se formado em 1933. Foi também nessa cidade que iniciou como professor na Liceu Rodrigues de Freitas, até ao momento em que foi afastado da carreira docente, por motivos políticos, em 1937. Viria a exilar-se no Brasil em 1954, pelas mesmas razões.

Após o afastamento de Miguel Torga, Branquinho da Fonseca e Edmundo de Bettencourt, em 1930, Adolfo Casais Monteiro foi director da revista literária coimbrã Presença, juntamente com José Régio e João Gaspar Simões. A revista viria a extinguir-se em 1940, tendo provavelmente contribuído para o seu encerramento as opções políticas de Casais Monteiro. Foi preso diversas vezes, devido às suas opiniões políticas, adversas à ditadura de Salazar e dirigiu, sob anonimato, o semanário Mundo Literário em 1936 e 1937. Expulso do ensino pelo regime, Casais Monteiro fixa-se em Lisboa, vivendo da literatura como autor, tradutor e editor. Tal como Agostinho da Silva ou Jorge de Sena, acabaria por partir para o exílio no Brasil, dado o seu estatuto de opositor ao regime de Salazar, o qual não se adequavam à sua maneira de ser.[1]

Tendo participado nas comemorações do 4º centenário de Cidade de São Paulo, em 1954, Adolfo Casais Monteiro fixou-se no Brasil, leccionado desde então Literatura Portuguesa em diversas universidades brasileiras, designadamente na Universidade da Bahia (Salvador), até se fixar em 1962 na Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Araraquara-SP. Escreveu por essa altura vários ensaios, ao mesmo tempo que escrevia, como crítico, para vários jornais brasileiros, tendo deixado contributos para o estudo de Fernando Pessoa e do grupo da "Presença".

Entre os seus trabalhos de tradução conta-se A Germânia, de Tácito, publicado em 1941. O seu único romance, Adolescentes, foi publicado em 1945.

A sua obra poética, iniciada em 1929 com "Confusão", foi influenciada pelo primeiro modernismo português, aproximando-se estilisticamente do esteticismo de André Gide.[2] As suas críticas ao concretismo baseavam-se na ideia de que esta corrente estética promovia a impessoalidade, partindo da "mais pura das abstracções" na construção de uma "uma linguagem nova ao serviço de nada, uma pura linguagem, uma invenção de objectos - em resumo: um lindo brinquedo". Enquanto alguns autores o descrevem como independente do Surrealismo outros acentuam a influência que esta corrente estética teve no autor, como se pode verificar nos seus ensaios sobre autores como Jules Supervielle, Henri Michaux e Antonin Artaud (designando o último como "presença insustentável). Muita da sua obra poética dedica-se ao período histórico específico por ele vivido, como acontece no poema "Europa", de 1945, que foi lido pelo seu amigo e comanheiro no Mundo Literário António Pedro aos microfones da BBC de Londres. Casou com Maria Alice Pereira Gomes, também Escritora, e irmã de Soeiro Pereira Gomes, de quem teve um filho.


BIBLIOGRAFIA
Poesia

    Confusão - 1929
    Correspondência de Família (coletânea poética em colaboração com Ribeiro Couto) - 1933
    Poemas do Tempo Incerto - 1934
    Sempre e Sem Fim - 1937
    Versos (reúne os 3 livros anteriores) - 1944
    Canto da Nossa Agonia - 1942
    Noite Aberta aos Quatro Ventos - 1943
    Europa - 1946
    Simples Canções da Terra - 1949
    Voo sem Pássaro Dentro - 1954
    Poesias Escolhidas - 1960
    Poesias Completas - 1969

Novela

    Adolescentes - 1945

Ensaio

    Considerações Pessoais - 1935
    A Poesia de Ribeiro Couto - 1935
    A Poesia de Jules Supervielle - 1938
    Sobre o Romance Contemporâneo - 1940
    De Pés Fincados na Terra - 1941
    Manuel Bandeira - 1944
    O Romance e os seus Problemas - 1950
    Fernando Pessoa e a Crítica - 1952
    Fernando Pessoa, o Insincero Verídico - 1954
    Problemas da Crítica de Arte (A Crítica e a Arte Moderna) - 1956
    Estudos sobre a Poesia de Fernando Pessoa - 1958
    A Poesia da Presença (com uma antologia) - 1959
    Clareza e Mistério da Crítica - 1961
    O Romance (Teoria e Crítica) - 1964
    A Palavra Essencial - 1965
    A Literatura Popular em Verso no Brasil - 1965
    Estrutura e Autenticidade como Problemas da Teoria e da Crítica Literárias - 1968
    O País do Absurdo - 1974
    O que foi e o que não foi o Movimento da «Presença» - 1995
    Melancolia do Progresso - 2003

Epistolografia
    Cartas Inéditas de António Nobre (com introd. e notas de ACM) - 1933
    Cartas em Família - 2008
    Cartas a Sua Mãe - 2008
UM LANÇAMENTO
publicado por o editor às 00:56
link | comentar | favorito
Segunda-feira, 13 de Agosto de 2012

O Evangelho do Barão de Luís Cláudio Villafañe G.Santos

 

O Evangelho do Barão

de Luís Cláudio Villafañe G.Santos

 

Formato: 14 x 21

Páginas: 174

Edição:

Ano: 2012

Acabamento: Brochura

Peso: 210g

 


Este livro busca discutir as ideias e o legado de José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, cujo centenário de morte comemora-se este ano. De forma inusitada, o autor questiona o consenso formado em torno das posições do Barão, que influenciaram claramente a política externa brasileira até os anos 1960 e são eventualmente seguidas ainda hoje. O longevo consenso, diz o autor, transformou Paranhos e seu “evangelho” em paradigma em relações exteriores de um país.

A passagem de Rio Branco pela chefia da chancelaria brasileira de 1902 até sua morte, em 1912, coincidiu com um momento especialmente rico em situações que possibilitaram a construção da nacionalidade e a modernização do Brasil. O Barão soube consolidar, nesse cenário, uma determinada visão da identidade internacional do país e do papel que a política externa deveria desempenhar na construção e reafirmação dessa identidade.

O autor enfatiza que sua atuação foi extremamente importante na consolidação do nacionalismo brasileiro, em bases modernas, como esteio ideológico do Estado, após a crise de legitimidade pela qual o país passou com a proclamação da República. E a relaciona à construção de uma nova identidade coletiva para o Brasil, já em bases plenamente nacionais.

No entanto, Rio Branco foi, antes de tudo, um agente político, marcado pelo pragmatismo. E suas ações e diretrizes, que se traduzem em lições ambíguas e contraditórias, permitem a seus pretensos seguidores justificar opções políticas muito distintas entre si. Tanto mais porque ele não deixou um registro sistemático de suas ideias e orientações, que se sustentam por textos isolados, escritos ao sabor das circunstâncias, tais como discursos, cartas particulares, artigos de jornal e instruções às representações diplomáticas no exterior.


O AUTOR
Luís Cláudio Villafañe G. Santos - Diplomata, graduado em Geografia pela Universidade de Brasília e em diplomacia pelo Instituto Rio Branco. Pós-graduado em Ciência Política pela New York University, é mestre e doutor em História pela Universidade de Brasília. Pesquisador associado do Instituto Rio Branco, publicou O Brasil entre aAmérica e a Europa (Editora Unesp, 2004) e O dia em queadiaram o Carnaval (Editora Unesp, 2010).










outras obras deste autor:

publicado por o editor às 23:58
link | comentar | favorito

Guia de uso do português Confrontando regras e usos de Maria Helena de Moura Neves

Guia de uso do português

Confrontando regras e usos

de Maria Helena de Moura Neves

 

Formato: 16 x 23
Páginas: 830
Edição: 2ª
Ano: 2012
Acabamento: Brochura
Peso: 1340g

 

IMPERDÍVEL ! Essencial para estudantes e "coleguinhas" em geral que ainda acreditam ser necessário escrever corretamente para se comunicar.


O que é certo, o que é errado no uso do português? O que são normas? Neste livro, organizado a partir de um estudo exaustivo dos usos vigentes do português contemporâneo do Brasil, a autora defende que se pode contrariar a norma e que há liberdade de escolha no uso da língua. Dirigindo-se a todos os que se expressam por meio do idioma, e não apenas a estudantes ou profissionais de ramos relacionados às Letras, ela apresenta tanto o modo como os manuais normativos dizem que “se deve” utilizar o idioma, quanto o modo como de fato se fala e escreve em português no país.

O objetivo é orientar o uso da língua considerando-se as variadas situações de comunicação, sem apego a uma ou outra das duas atitudes predominantes em relação à norma linguística – a dos que concebem a língua como fato homogêneo e estático, e a dos que consideram as questões de norma um falso problema, algo que se emprega meramente para marcar a superioridade de um grupo social sobre outro.

O Guia de uso do português foi concebido em oposição a esses dois pontos de vista sobre a norma, oposição que se confirma na explicação de cada uso, na organização de cada verbete, na seleção do que foi examinado. Ao recusar o unilateralismo e o simplismo, o livro constrói um discurso bem fundamentado sobre o uso linguístico, que se assenta não sobre opiniões preconcebidas, mas sobre um minucioso, amplo e paciente trabalho de pesquisa.



A AUTORA
Maria Helena de Moura Neves
é lingüista, doutora em Letras (Letras Clássicas) pela USP. Professora aposentada voluntária da Unesp, é autora também de Gramática de usos do português (Editora Unesp, 2000).


UM LANÇAMENTO
publicado por o editor às 23:53
link | comentar | favorito
Sexta-feira, 27 de Julho de 2012

Foco narrativo e fluxo da consciência

 

Foco narrativo e fluxo da consciência
Questões de teoria literária
de Alfredo Leme de Carvalho

 


Formato: 14 x 21
Páginas: 96

Até mesmo os que ainda ensaiam os primeiros passos em estudos literários poderão encontrar neste livro um caminho de acesso ao amplo e complexo tema do foco narrativo e fluxo da consciência. Se o terreno é árido e a abordagem da obra rigorosa, o texto é agradável e fluente. Partindo das teorias mais amplas para as mais específicas, o autor, Alfredo Leme Coelho de Carvalho, intercala explicações acerca dos marcos desses conceitos com exemplos concretos de sua aplicação, sempre citando obras clássicas.

Para apresentar com clareza o assunto, ele expõe, primeiramente, de forma crítica, as classificações sugeridas por estudiosos consagrados, como Brooks e Warren, Pouillon e Komroff, para depois apreciar o que denomina “leituras complementares”, contemplando Henri James, Kayser, Stanzel, Tomachevski, Uspenski.

Enquanto discorre sobre as teorias, o autor convida o leitor a revisitar, sob prismas novos e reveladores, passagens de escritores brasileiros e estrangeiros célebres, como Machado de Assis, Clarice Lispector, Sartre, Faulkner e Michel Butor.

Tal estratégia resulta em uma trama criativa e de conteúdo denso, leitura necessária não apenas para estudantes de Letras, mas também para todos os que se interessam por desvendar os significados das obras literárias.

O AUTOR

Alfredo Leme Coelho de Carvalho é autor de O narrador infiel (2006) e A ficção distópica de Huxley e Orwell (2011). Foi professor e diretor do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce) da Unesp.

um lançamento
publicado por o editor às 16:44
link | comentar | favorito
Sábado, 14 de Julho de 2012

Quiosque Terminal AE Carvalho do projeto De mão em mão é transferido para o Terminal Carrão

 





   
   

Desde janeiro, já foram distribuídos mais de 35 mil exemplares

   
       
   

O projeto “De mão em mão”, parceria entre a Fundação Editora da Unesp, Prefeitura de São Paulo e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, alterou um de seus pontos de distribuição de livros. O quiosque do Terminal AE Carvalho (Avenida Imperador, 1401, Itaquera) será desativado e funcionará a partir do dia 11, às 16h, no Terminal Carrão (Avenida 19 de janeiro, 884).  A mudança ocorrerá devido a obras no local.

Os quiosques continuarão abertos de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h, e aos sábados das 10 às 18h. Os demais pontos de distribuição continuam sendo o Terminal Mercado, na Avenida do Estado, 3350, Centro (ao lado do terminal Parque D. Pedro II); o Terminal Santo Amaro, na Avenida Padre José Maria, 400 (ao lado da Estação Largo 13 – Linha 5 Lilás do Metrô) e o Terminal Pirituba, na Avenida Dr. Luís Felipe Pinel, 60 (ao lado da Estação Pirituba - Linha 7 Rubi da CPTM.



Sobre o projeto
Com dois novos títulos – Contos paulistanos, de Antônio de Alcântara Machado, e A nova Califórnia e outros contos, de Lima Barreto – o programa “De mão em mão” recomeçou, dia 28 de maio, a distribuição gratuita de livros na cidade de São Paulo. O projeto tem como objetivo incentivar o gosto pela leitura, distribuindo livros em locais com ampla circulação de pessoas.

Inspirado na iniciativa colombiana “Libro al viento”, o “De mão em mão” estimula os leitores passar as obras adiante, "de mão em mão". Ou a devolverem os livros nos mesmos postos onde os retiraram, para que cheguem a outras mãos. O projeto colombiano recebeu o aval da Unesco e contribuiu para que Bogotá fosse declarada a Capital Mundial do Livro em 2007.

Lançado em dezembro/2011, o projeto paulistano distribuiu à população da capital cerca de 11 mil exemplares de Missa do Galo, de Machado de Assis, de uma tiragem de 20 mil exemplares, no início deste ano. Junto com a nova tiragem dos dois títulos, também de 20 mil, a distribuição já alcançou, no total, o número de 35 mil livros. A versão online dos títulos também está disponível gratuitamente no site http://www.projetodemaoemmao.com.br/index.asp.



Sobre os títulos

Contos paulistanos (Antônio de Alcântara Machado)



Esta coletânea reúne, em 149 páginas, os contos das obras Brás, Bexiga e Barra Funda e Laranja da China (1928), além de quatro contos avulsos do autor, considerado um dos maiores nomes da literatura brasileira e definido por Mário de Andrade como “o mais universal dos paulistanos”.

Em Brás, Bexiga e Barra Funda (1927), Alcântara Machado (1901-1935) retrata, em estilo jornalístico e linguagem coloquial, como a interação entre italianos e brasileiros foi alterando o perfil da cidade de São Paulo. Já em Laranja da China (1928), sua segunda coletânea de contos, os protagonistas brasileiros emergem de uma escrita mais elaborada, mas ainda econômica, exemplo de uma prosa marcada pela ruptura das convenções, característica que aproximou o autor, que foi também jornalista e político, dos principais representantes da Semana de Arte Moderna de 1922.



A nova Califórnia e outros contos (Lima Barreto)

Os 14 contos deste livro de 172 páginas espelham a obra do escritor e jornalista Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922), um dos críticos mais severos da República Velha (1889-1930). Mulato e vítima de preconceito racial, Lima Barreto foi um defensor vigoroso dos pobres, boêmios e arruinados. Dono de um texto coloquial e despojado com características realistas e naturalistas que recria tradições cômicas, carnavalescas e picarescas da cultura popular, o autor influenciou os escritores da Semana de Arte Moderna de 1922.

Ao retratar de forma contundente os acontecimentos relevantes do começo recente da vida republicana brasileira, Lima Barreto oferece ao leitor contemporâneo uma crítica muito atual do nacionalismo ingênuo e dos privilégios de classe no país.
Este livro apresnta uma seleção de contos

Missa do Galo (Machado de Assis)



Considerado pela crítica especializada um dos 100 maiores escritores da literatura de todos os tempos, Machado de Assis (1839-1908) é um dos poucos autores nacionais a ultrapassar as fronteiras impostas pela língua portuguesa, em termos de reconhecimento universal. Os contos de Machado se diferenciam pela maneira como o escritor ironiza a falta de sentido da vida. A história contada é menos importante do que os recursos estilísticos apresentados, com resultados sempre surpreendentes.

Nesta seleção de contos, que vai de “Missa do galo” a “O espelho”, feita especialmente para inaugurar a coleção “De mão em mão”, Machado ilumina o mundo interior dos personagens para revelar sua fragilidade. A partir de temas universais, como o amor, a vida e a morte, observa o esforço da sociedade brasileira do século XIX na busca de padrões de comportamento superiores, sem conseguir dissimular sua estrutura profundamente injusta, espelho que ainda reflete o Brasil contemporâneo.



Próximas obras


Deverão ser publicadas duas coletâneas de contos – uma com textos de Mário de Andrade e outra de contos de horror de autores nacionais. Também está prevista a publicação de uma história em quadrinhos sobre a Revolução Constitucionalista de 1932.

publicado por o editor às 02:03
link | comentar | favorito

.tags

. todas as tags

.arquivos

. Janeiro 2017

. Dezembro 2016

. Novembro 2016

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Agosto 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Novembro 2015

. Outubro 2015

. Setembro 2015

. Agosto 2015

. Julho 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Abril 2015

. Março 2015

. Fevereiro 2015

. Janeiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Junho 2014

. Maio 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Maio 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Abril 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Janeiro 2008

. Dezembro 2007

. Novembro 2007

.subscrever feeds

Em destaque no SAPO Blogs
pub