Quinta-feira, 13 de Junho de 2013

Churchill e três americanos em Londres de Lynne Olson

 

Churchill e três americanos em Londres

de Lynne Olson


Tradutor: Joubert de Oliveira Brízida
Páginas: 520
Formato: 16 cm x 23 cm

 

Você sempre pode contar com os americanos para fazer a coisa certa – depois que eles tentaram todo o resto.

 


disse Winston Churchill


Winston Leonard Spencer Churchill (nascido a 30 de Novembro de 1874 em Blenheim, Woodstock, Oxfordshire, Inglaterra - falecido a 24 de Janeiro de 1965, em Londres, Inglaterra ) foi um estadista britânico, famoso principalmente por ser o primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial.

 

 


Tempos sombrios aqueles no início da década de 1940, quando a Alemanha de Hitler parecia invencível, a França tinha caído, a Inglaterra estava encurralada e os Estados Unidos ainda não tinham entrado na Segunda Guerra. Churchill e três americanos em Londres é o retrato desse momento histórico no qual civis americanos deram início à costura da complexa e decisiva aliança entre o primeiro-ministro inglês Winston Churchill e o presidente americano Franklin D. Roosevelt, até então desconfiados um do outro.

Escrito pela experiente jornalista Lynne Olson — que trabalhou durante sete anos na Associated Press, incluindo um tempo como correspondente em Moscou, e depois no Baltimore Sun como repórter de política em Washington —, o livro refaz a trajetória desses americanos e suas relações com Churchill. Mas quem eram eles e qual foi o papel de cada um?

Os mais conhecidos foram o influente jornalista Edward R. Murrow, chefe da CBS News na Europa, e W. AverellHarriman, presidente da Union Pacific Railway e administrador de um programa de ajuda ao Reino Unido. O menos conhecido, até pelos americanos, era John Gilbert Winant, o idealista embaixador dos Estados Unidos (seu antecessor fora Joseph P. Kennedy, pai do presidente John Kennedy, que fugia de Londres durante os ataques aéreos e afirmou a Roosevelt que o país sucumbiria ao poderio de Hitler). Enquanto Harriman e Winant iam e vinham com recados e ponderações entre os líderes, Murrow usava as transmissões radiofônicas da CBS para defender uma aliança multinacional contra o nazismo.

Pesquisadora incansável, Olson estabelece ainda que a política e a diplomacia entre esses homens também se misturavam com questões muito pessoais. Murrow e Harriman, por exemplo, tiveram um caso, em tempos diferentes, com Pamela Churchill, nora do primeiro-ministro, enquanto Winant se envolveu com Sarah Churchill, a filha preferida dele. E quando os Estados Unidos foram atacados pelos japoneses em Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, e o país definitivamente entrou em guerra, Winant e Harriman jantavam com Churchill, e Murrow estava na Casa Branca com Roosevelt... O resto é história.


UM LANÇAMENTO

 

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Quarta-feira, 12 de Junho de 2013

Casagrande e seus demônios de Walter Casagrande e Gilvan Ribeiro

 

 

Casagrande e seus demônios

de Walter Casagrande e Gilvan Ribeiro


Páginas: 264
Formato: 16 cm x 23 cm







“Demônios à solta” não são mera figura de linguagem. Eles aparecem logo no título do primeiro capítulo do livro Casagrande e seus demônios, tratando daqueles fantasmas que rondam a vida de uma pessoa em desequilíbrio físico e emocional. Os “demônios” ilustram bem a reviravolta na vida de Walter Casagrande Júnior, que foi de ídolo do esporte a viciado em cocaína e heroína. Casão, ex-jogador do Corinthians, querido da torcida, integrante da Democracia Corintiana junto com Sócrates, e comentarista da TV Globo, expõe sem firulas ao jornalista Gilvan Ribeiro, coautor do livro, todo o seu declínio e restabelecimento.

Ricamente ilustrado, com um caderno recheado de fotos, a publicação tem apresentação de Antônio Prata, que se declara um admirador de Casagrande, e prefácio de Marcelo Rubens Paiva, amigo de sempre, que endossa a hipótese de que tantas coisas boas, e outras tantas ruins, que permearam a vida do ex-jogador dariam um bom roteiro para um livro. “Casão faz questão de contar o inferno que viveu quando era viciado em drogas e sua internação, pois para ele é fundamental passar adiante a experiência, dividir as dores da dependência e alertar para os perigos de um vício frenético, sem preconceitos, desvios ou mentiras. A verdade ajuda a sanidade”.

Na publicação, Casagrande faz revelações inéditas como, por exemplo, o doping que sofreu quando jogava na Europa. Mas foi na Europa que, em quatro situações, Casagrande foi obrigado a se dopar pelo clube em que jogava. Tomou uma injeção de Pervitin no músculo. “Isso realmente melhorava o desempenho, o jogador não desistia em nenhuma bola. Cansaço? Esquece... se fosse preciso, dava para jogar três partidas seguidas”, conta. No entanto, o jogador era radicalmente contra o doping e se negou a continuar fazendo uso da droga. Foram oito anos na Europa, até ele voltar a atuar no Brasil.

Mas Casagrande e seus demônios, como a carreira do próprio jogador, vai bem além das drogas. Fã de rock – especialmente de Janes Joplin e AC/DC –, é amigo de roqueiros nacionais, como Rita Lee, a quem dedicou o “Gol Rita Lee”, no segundo jogo do Corinthians pelo Campeonato Paulista de 1982, contra o São Paulo. "O Casagrande foi o jogador e é o comentarista mais rock ‘n’ roll da história do futebol brasileiro", diz o publicitário Washington Olivetto na quarta capa do livro. Ao comentar que o lado roqueiro fez com que muitos jovens se identificassem com o atacante corintiano, Olivetto diz que Casagrande “é o precursor de um personagem que começou a se materializar fortemente na Europa a partir do Ronaldo Fenômeno. É o que eu chamo de futpopbolista, cruzamento de jogador de bola com ídolo do pop”.

Casagrande via seu cotidiano sempre em evidência, não só por ser um ídolo no clube e na seleção brasileira, e por sua atuação política. Na época da ditadura militar, mantinha longos cabelos despenteados, usava jeans puídos e camisetas com slogans políticos. Desde menino, Casão fixava sua atenção nos rumos dados pelo governo, era contra a prisão arbitrária de oposicionistas ao regime, filiou-se ao PT quando o partido ainda era uma legenda nova – e é lulista convicto até hoje. Foi, então, com naturalidade que fez parte da Democracia Corintiana – termo batizado por Olivetto –, encabeçada pelos jogadores Sócrates, Wladimir, Zenon. Para além da autogestão implantada no clube, em que jogadores, comissão técnica e diretoria tinham poder de voto, os esportistas usavam camisetas em que exibiam apelos políticos, como Diretas-já.

O livro apresenta também um capítulo inteiro dedicado à afinidade que Casagrande tinha com Sócrates. Ironicamente, os dois se viram envolvidos com o vício – Casagrande com as drogas, Sócrates com o álcool. E por conta dele, o Magrão, como Casa chamava o amigo, cometeu diversos deslizes, a exemplo de chegar duas horas atrasado no casamento em que era padrinho. “Não concordo com muitas coisas que o Sócrates fez, ou até mesmo deixou de fazer. Acho que lhe faltava flexibilidade para usufruir a própria genialidade na plenitude. Ele poderia ter tido influência no país de modo muito mais efetivo”, analisa o jogador. A ruptura aconteceu quando Sócrates insinuou que Casagrande havia se “vendido ao sistema” ao aceitar o trabalho na TV Globo. Sem bate-boca, os grandes amigos se afastaram. Só voltaram às boas quando Magrão foi internado com hemorragia digestiva – que o levou à morte em seguida. “Ainda bem que nos reaproximamos no final da vida dele. Senão, a dor seria insuportável”, testemunha no livro. No Diário de S.Paulo publicou um texto em que contava sobre essa amizade tão importante. Suas últimas palavras: “Tínhamos uma estreita aliança... Vou jogar meu anel fora. Fazer o que com um anel pela metade?”.

Gilvan Ribeiro, que é amigo antigo de Casagrande, diz que a revolução na vida do craque “é uma história sem fim”. E que o ex-jogador “colhe os louros do nocaute sensacional sobre as drogas”, mas que ele precisa estar sempre alerta para não voltar a ter uma recaída. No último capítulo, “Casão por ele mesmo”, o ídolo rememora sua turma de amigos de adolescência, a Turma do Veneno, fala com emoção sobre a conquista do mundial do Corinthians no Japão – e sobre seu papel de torcedor durante a transmissão pela TV –, conta sobre seus fracassos amorosos – “O término de um relacionamento é um tipo de morte, em que a vida em comum deixa de existir” –, discorre sobre seu dia a dia no apartamento em que mora sozinho pela primeira vez, e afirma que ninguém deve ficar no “meio-termo”, todo mundo tem de viver por completo. Como ele mesmo faz.

Casagrande - Luta Contra As Drogas 

 

 UM LANÇAMENTO

 

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Terça-feira, 28 de Maio de 2013

SEGREDO - Sem julgamentos. Sem limites. Sem vergonha de L. Marie Adeline

 

SEGREDO - Sem julgamentos. Sem limites. Sem vergonha

de L. Marie Adeline


Tradutor: Cecilia Giannetti
Páginas: 224
Formato: 16 cm x 23 cm




Na esteira dos livros eróticos que ganham cada vez mais leitores, sobretudo os do universo feminino, S.E.G.R.E.D.O. – Sem Julgamentos. Sem Limites. Sem Vergonha foi a obra mais disputada de temática sexual na última feira de Frankfurt, em outubro de 2012. Ao contrário de outros romances que retratam situações e pessoas quase irreais, S.E.G.R.E.D.O. traz como protagonista uma mulher como muitas que deixou sua sexualidade de lado – e que não vê a hora de retomá-la. Como disse a própria escritora em entrevista recente: “Já estava mais do que na hora de sermos autoras de nossas próprias fantasias e não as responsáveis por realizar as fantasias dos homens”.

Obra de L. Marie Adeline, pseudônimo de uma autora canadensa, produtora de TV, S.E.G.R.E.D.O. apresenta um tipo de literatura erótica que traz à tona, pouco a pouco, a força feminina. Ela se desenvolve com autonomia e segurança dentro da protagonista ao longo de suas provações. Cassie, uma viúva de 35 anos que vive sem nenhum luxo em um quarto alugado, trabalha como garçonete em Nova Orleans e tem uma vida amorosa nula, deixa para trás as incertezas que a marcaram durante seu casamento com um marido alcoólatra e egoísta para descobrir seu potencial como mulher.

Cassie é chamada a participar de uma sociedade secreta essencialmente feminina, que tem por objetivo “ajudar mulheres a entrar em contato com seu lado sexual. E, assim fazendo, elas tornam a ter contato com a parte mais poderosa de si mesmas. Um passo de cada vez”, e 10 Passos no total.

Dentro de S.E.G.R.E.D.O., as integrantes são convidadas a redescobrir sua feminilidade e sensualidade a partir das fantasias que elas mesmas escolhem (mesmo sem saber ao certo como ou quando elas se realizarão). Os homens, neste contexto, apenas ajudam a organização a realizar os desejos mais íntimos das participantes em cada um de seus 10 Passos. Ao longo dessas etapas, elas ganham a confiança para buscar novos amores: o seu amor próprio e o de uma nova paixão.

Para identificá-la como membro da organização, Cassie ganha um bracelete no qual vai adicionando talismãs, que recebe a cada etapa completada. Os 10 Passos começam pela Rendição e testam sua Coragem, Fé, Generosidade, Destemor, Confiança, Curiosidade, Bravura, Exuberância e, por fim, dão a Cassie uma Escolha: a chance de continuar como parte de S.E.G.R.E.D.O. ou optar por uma vida fora da sociedade. E você, aceitaria o convite?



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Domingo, 14 de Outubro de 2012

A memória de uma amizade eterna de Gail Caldwell

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Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012

O bruxo de Maria Adelaide Amaral

 

O bruxo
de Maria Adelaide Amaral


'O bruxo' traz a história de Ana, uma poetisa em busca de um novo amor. Com o casamento de vinte e cinco anos já desfeito e os filhos criados, Ana se permite sonhar com alguém que a fará viver uma relação de plenitude. Aconselhada por amiga próxima, ela decide consultar um homem que, acredita-se, tem o poder de prever o futuro. Relutante em lhe dar crédito no início, Ana percebe que as revelações do bruxo sobre sua vida começam a se concretizar, e ela revisita os amores do passado, analisa a carreira e tenta auxiliar seus filhos a resolver suas angústias. Por fim, as decepções, as vitórias e a possibilidade de morte iminente fazem com que Ana tente pôr fim à sua própria inquietação, buscando um rumo novo para sua trajetória já marcada pela infância miserável, pelo abandono do pai e rejeição da mãe.

A dramaturga Maria Adelaide Amaral faz questão de dedicar-se constantemente ao refino de suas criações, o que vem garantindo o sucesso de suas peças de teatro e minisséries. Prestes a dar início à redação da nova novela das sete pela Rede Globo de Televisão (cujo título provisório é Sangue bom), ela preparou uma edição revista de O bruxo, publicado originalmente em 2000. “O bruxo prossegue na tradição de Maria Adelaide, lutadora ela mesma, ela mesma buscadora incansável, ela mesma tecedora de histórias de defrontamentos, despojamentos, sombras, iluminações e descobertas”, afirma a escritora Lya Luft, que assina a orelha do livro.

O romance trata das experiências e superações da personagem Ana, professora de literatura e poeta que, aos 49 anos, é obrigada a rever sua relação com as pessoas e com a vida após o término de seu casamento. Não bastassem os desentendimentos familiares e os conflitos internos inerentes a qualquer mulher em fase semelhante, ela se descobre com câncer, e sua luta é narrada com impressionante minúcia.

A sensibilidade de Maria Adelaide na condução da trama e na construção de uma personagem tão forte e independente quanto vulnerável e dedicada à família cria no leitor identificação, proximidade, empatia, levando-o a conectar-se a situações e reflexões vivenciados em sua própria história, ou presenciados na de um semelhante, seja nos enfrentamentos de obstáculos seja nas conquistas.

A autora

Maria Adelaide Amaral é jornalista, escritora e dramaturga. Nasceu no Porto, Portugal. Chegou a São Paulo aos doze anos e se instalou com a família no bairro da Mooca. É autora de peças teatrais, minisséries como “A muralha”, “A casa das sete mulheres”, “Um só coração” e novelas como “A próxima vítima” e “Anjo mau”.

SAIBA MAIS
http://www.mariaadelaideamaral.com.br/

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Outras obras de Maria Adelaide Amaral publicadas pela Globo Livros

Tarsila

Aos meus amigos

Luísa (Quase uma história de amor)

Mademoseile Chanel

Dercy de cabo a rabo

UM LANÇAMENTO
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RECOMENDANDO - Vivos embaixo da terra de Rodrigo Carvalho

 

 

O repórter da Globo News, Rodrigo Carvalho, conta em livro os bastidores do resgate dos 33 mineiros chilenos que passaram 69 dias debaixo da terra


Há um ano n0 dia 12 de outubro, telespectadores do mundo todo estavam de olho em uma cápsula estranha, projetada pela Marinha chilena, que iria descer os 700 metros que separavam a “terra firme” de um pequeno refúgio onde, por 69 dias, 33 mineiros chilenos ficaram presos após o desmoronamento da mina San José, no Deserto do Atacama. A Fênix 2, que mais parecia um foguete, cumpriu sua missão. Trouxe um a um, em uma operação que durou quase 24 horas, os trabalhadores.

 

O LIVRO

Vivos embaixo da terra


de Rodrigo Carvalho


Páginas: 120
Formato: 14 cm x 21 cm

“Um helicóptero sobrevoava o acampamento e dava rasantes bem perto dos gigantescos caminhões das emissoras de TV. Eram 29 deles. Geradores de energia elétrica empesteavam o ar do deserto com cheiro de óleo diesel. Um repórter americano andava de um lado para o outro falando ao telefone, nervoso, com a cara esbranquiçada de tanto protetor solar. Na entrada do acampamento, um cartaz com uma enorme estrela com fotos do rosto dos 33 mineiros dava as boas-vindas. Ao fundo, o barulho das máquinas que trabalhavam no resgate não parava.”

Para um repórter, a cobertura de um evento específico, como o resgate dos 33 mineiros no Chile, é uma oportunidade rara de se aprofundar num determinado tema por tempo suficiente para oferecer ao público qualidade máxima de apuração. Do ponto de vista humano, é justamente nessas situações extremas que ele também dispõe de maiores condições de transmitir a emoção dos envolvidos — e a própria — sem filtros, o que enriquece e dá sentido ao seu trabalho.

O repórter Rodrigo Carvalho esteve no Chile durante e após o resgate, e a intensidade dessa experiência o motivou a escrever este livro. Aqui, o lado humano e o lado imparcial do jornalista se reúnem num brilhante relato sobre esse que foi um dos eventos mais marcantes dos últimos tempos.

O AUTOR

Rodrigo Carvalho
  é um dos mais jovens repórteres da TV brasileira. Nasceu em Niterói (RJ), em 1987. Formou-se em jornalismo pela PUC-RJ em 2009 e, desde então, é repórter da Globo News. Já participou de grandes coberturas, como os deslizamentos em Angra dos Reis e Ilha Grande nas primeiras horas de 2010. Um ano depois, estava na Região Serrana do Rio de Janeiro na maior tragédia natural que o país já viu. O resgate dos mineiros no Chile foi sua primeira cobertura internacional.



LANÇAMENTO

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Domingo, 7 de Outubro de 2012

Os sapatos de Orfeu de José Maria Cançado

Os sapatos de Orfeu
de José Maria Cançado

Páginas: 338
Formato: 14 cm x 21 cm


Os sapatos de Orfeu busca reconstituir, como esclarece o próprio autor na introdução, por meio do mapeamento biográfico de um dos maiores artistas brasileiros do século passado, a socialização de uma época e de uma cultura, iluminando não apenas a trajetória de Carlos Drummond de Andrade, mas a de muitos companheiros de sua geração e das que se seguiram.
Com escrita fluente e sedutora, José Maria Cançado dividiu seu relato em três grandes partes. A primeira cobre o período de 1886 a 1930, percorrendo os anos de formação do poeta. A segunda, de 1930 a 1950, reconstitui as relações profissionais e políticas de Drummond paralelamente à publicação de seus primeiros livros. A terceira se estende de 1950 a 1987, ano em que morreu, privilegiando o trabalho da memória em sua obra poética.
Foram diversas as estratégias que o autor adotou para capturar a biografia de um homem que sempre fez questão de manter indevassável sua intimidade. Cançado pinçou dos próprios poemas os motes possíveis para o descortino de uma vida, sem cair em qualquer reducionismo que tornasse a biografia do poeta uma decorrência necessária de seus textos, ou vice-versa. Trata-se de empreendimento difícil e arriscado, no qual o autor se saiu muito bem, evitando explicações simplistas e mantendo a natureza enigmática sempre irredutível da vida e da obra de qualquer homem. Ressalte-se, ainda, a reconstrução cuidadosa da vida afetiva e sexual de Drummond, aspecto que é nevrálgico em toda a sua existência, sem qualquer traço de sensacionalismo gratuito. E, por fim, as ambiguidades políticas de Drummond e de seu tempo, tanto em seus envolvimentos com o Partido Comunista nos anos de 1940 quanto com a vida literária do país.
A edição traz, ainda, prefácio do poeta Armando Freitas Filho.


A crítica
‘‘Se a Orfeu se concederam sapatos, a seu biógrafo não tocaram senão franciscanas sandálias: é a partir de um material bastante pobre que José Maria Cançado logrou erigir este belo relato sobre a vida de Carlos Drummond de Andrade (...) Seu texto, respeitoso mas nunca apologético, dá conta de muitos impasses que atravancaram os sapatos de Orfeu, mas não a ponto de impedi-los de alargar os limites da poesia brasileira deste século.’’ (Antonio Carlos Secchin, Jornal do Brasil)
“Em Os sapatos de Orfeu, Cançado preocupou-se, antes de tudo, em escapar das armadilhas que – apesar de primárias – grassam no gênero biográfico. Primeiro, evitou fazer da reconstrução da vida de Drummond o polo único, a chave-mestra da explicação da obra. Segundo, passou longe da tradição que narra os episódios de uma vida, o tempo, a história como uma articulação dotada de um sentido pleno, moldada como se um telos qualquer a dirigisse e que tende, numa imagem caricatural, a ver em acontecimentos gratuitos ou irrelevantes os germes de uma trajetória futura que só poderia se concretizar de forma como veio a ser de fato, comodestino.’’ (Ricardo Musse, O Estado de S. Paulo)

O PERSONAGEM


O autor
José Maria Cançado foi jornalista e professor da PUC-MG. Defendeu tese doutoral na área de literatura brasileira na mesma universidade sobre a obra de ficção de Pedro Nava. É autor de diversos livros, dentre os quais se destacam Marcel Proust: as intermitências do coração, Um colégio nos trópicos e Memórias videntes do Brasil: a obra de Pedro Nava. Morreu em julho de 2006.

um lançamento


 

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Segunda-feira, 20 de Agosto de 2012

Anatomia de um instante de Javier Cercas

 


Anatomia de um instante

de Javier Cercas



Páginas: 436
Formato: 14 cm x 21 cm


Em 23 de fevereiro de 1981, o futuro da Espanha ficou em suspenso por algumas horas. Durante a eleição do presidente que daria continuidade à redemocratização do país – depois de mais de trinta anos de ditadura franquista e de um governo de transição com Alfonso Suárez –, a câmara dos deputados, em Madri, foi tomada de assalto por guardas civis liderados pelo tenente-coronel Antonio Tejero, que interromperam a votação de seu novo líder dando notícia de um golpe de Estado. O “23-F”, como ficou conhecido, fracassaria já no começo do dia seguinte, mas isso não impediu que o episódio ficasse marcado na história do país: as filmagens oficiais foram parcialmente transmitidas pela televisão estatal e se incorporaram à memória coletiva do povo espanhol.

A partir do gesto simples do ex-presidente Suárez, de permanecer sentado na câmara em meio a uma saraivada de tiros, o escritor Javier Cercas constrói seu mais novo romance, Anatomia de um instante, traduzido para oito línguas e vencedor do Prémio Nacional de Narrativa (Espanha) de 2010 e do Prêmio Salone Internazionale del Libro (Torino, Itália), em 2011, entre outros. “O realmente enigmático não é aquilo que ninguém viu, mas aquilo que todo mundo viu e ninguém consegue entender por completo”, propõe Cercas, indagando-se a respeito do significado do gesto de Suárez, que ampara toda a narrativa do livro.

Abrindo mão de uma historiografia que se fixa em versões oficiais coerentes, o escritor tece uma trama complexa de eventos que rodeiam o 23 de fevereiro. Retrata os diferentes personagens e esmiuça as múltiplas motivações do golpe, tecendo um livro híbrido, entre o romance e o ensaio.

A conjuntura política que levaria ao dia fatal se distende em histórias de cada um dos principais agentes, formando o que chama de “placenta” do golpe; as expectativas de Suárez no governo de transição tornam-se mais densas à luz de sua trajetória política; as dúvidas a respeito da participação do serviço de inteligência ecoam; a relação do então presidente com seu homem de confiança, o general Gutiérrez Mellado, ganha contornos íntimos na narrativa que abarca sua convivência em La Moncloa, sede da presidência; relatórios, telefonemas, alianças, reuniões sucedem-se em uma narrativa tensa e reflexiva, de forma que o livro, apoiado em fatos históricos já conhecidos, alcança uma dimensão romanesca por seu tratamento literário.

“Com traços da não ficção de Truman Capote, mas marcado pelo envolvimento emocional com o passado de W.G. Sebald”, “com elementos de estranheza e acaso que já inspiraram Plutarco e Shakespeare”, como destaca a crítica internacional, Anatomia de um instante analisa literariamente as entranhas do poder, questionando a todo momento o lugar da ficção da História – com H maiúsculo.

O AUTOR

Javier Cercas
nasceu em Ibahernando (Espanha), em 1962. Além de escritor e tradutor, é professor de literatura espanhola na Universidade de Girona e colaborador do jornal El País. Lecionou durante dois anos na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, período durante o qual publicou sua primeira obra, o livro de contos El móvil, em 1987. Atualmente com dez livros publicados, Cercas vem se destacando entre os novos autores espanhóis. Anatomia de um instante (2009), seu mais recente trabalho, foi traduzido para oito línguas e recebeu, entre outros, o Prémio Nacional de Narrativa (Espanha), em 2010, e o Prêmio Salone Internazionale del Libro (Torino, Itália), em 2011. Foi indicado pela revista The New Yorker como um dos principais livros de 2011. Soldados de Salamina, editado pela Globo Livros, foi seu primeiro livro publicado no Brasil e está sendo relançado pelo selo Biblioteca Azul.




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Segunda-feira, 6 de Agosto de 2012

Vivos embaixo da terra de Rodrigo Carvalho

 

O repórter da Globo News, Rodrigo Carvalho, conta em livro os bastidores do resgate dos 33 mineiros chilenos que passaram 69 dias debaixo da terra


Há um ano n0 dia 12 de outubro, telespectadores do mundo todo estavam de olho em uma cápsula estranha, projetada pela Marinha chilena, que iria descer os 700 metros que separavam a “terra firme” de um pequeno refúgio onde, por 69 dias, 33 mineiros chilenos ficaram presos após o desmoronamento da mina San José, no Deserto do Atacama. A Fênix 2, que mais parecia um foguete, cumpriu sua missão. Trouxe um a um, em uma operação que durou quase 24 horas, os trabalhadores.

 

O LIVRO

Vivos embaixo da terra


de Rodrigo Carvalho


Páginas: 120
Formato: 14 cm x 21 cm

“Um helicóptero sobrevoava o acampamento e dava rasantes bem perto dos gigantescos caminhões das emissoras de TV. Eram 29 deles. Geradores de energia elétrica empesteavam o ar do deserto com cheiro de óleo diesel. Um repórter americano andava de um lado para o outro falando ao telefone, nervoso, com a cara esbranquiçada de tanto protetor solar. Na entrada do acampamento, um cartaz com uma enorme estrela com fotos do rosto dos 33 mineiros dava as boas-vindas. Ao fundo, o barulho das máquinas que trabalhavam no resgate não parava.”

Para um repórter, a cobertura de um evento específico, como o resgate dos 33 mineiros no Chile, é uma oportunidade rara de se aprofundar num determinado tema por tempo suficiente para oferecer ao público qualidade máxima de apuração. Do ponto de vista humano, é justamente nessas situações extremas que ele também dispõe de maiores condições de transmitir a emoção dos envolvidos — e a própria — sem filtros, o que enriquece e dá sentido ao seu trabalho.

O repórter Rodrigo Carvalho esteve no Chile durante e após o resgate, e a intensidade dessa experiência o motivou a escrever este livro. Aqui, o lado humano e o lado imparcial do jornalista se reúnem num brilhante relato sobre esse que foi um dos eventos mais marcantes dos últimos tempos.

O AUTOR

Rodrigo Carvalho
é um dos mais jovens repórteres da TV brasileira. Nasceu em Niterói (RJ), em 1987. Formou-se em jornalismo pela PUC-RJ em 2009 e, desde então, é repórter da Globo News. Já participou de grandes coberturas, como os deslizamentos em Angra dos Reis e Ilha Grande nas primeiras horas de 2010. Um ano depois, estava na Região Serrana do Rio de Janeiro na maior tragédia natural que o país já viu. O resgate dos mineiros no Chile foi sua primeira cobertura internacional.



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Segunda-feira, 11 de Junho de 2012

A talentosa Highsmith de Joan Schenkar

 

 

 

 

   A talentosa Highsmith

de Joan Schenkar

Tradutor: Ricardo Lísias

Páginas: 816

Formato: 16cm x 23cm

Chega às livrarias em abril a biografia de Patricia Highsmith (1921-1995), autora que aliou o gênero policial à alta literatura, autora de livros como O talentoso Ripley e Os fugitivos. A talentosa Highsmith conta com dezenas de fotos do acervo de Highsmith e é assinada por Joan Schenkar, importante dramaturga contemporânea dos EUA. No livro, além de arquivos, diários, correspondências e relatos de amigos íntimos, despontam as várias personas de Highsmith: criadora de ficções policiais que renovaram o gênero, americana de “alma” europeia, escritora de histórias em quadrinhos, mulher que se recusou a conhecer Alfred Hitchcock nas filmagens de seu primeiro romance, Pacto Sinistro, que lhe deu fama mundial nos anos 1950.





UM REINADO DE RAINHAS E DETETIVES

Agatha Christie é certamente a mais conhecida escritora de romances policiais. É chamada de a Rainha do Crime, mas o que na verdade intriga a muitos é como uma mulher, saída da era vitoriana,conseguiu criar tramas e enredos tão verossímeis, e ao mesmo tempo, construir histórias passíveis de serem consideradas crimes perfeitos. Com seus mais de 80 livros publicados, incluindo romances, contos, peças e até obras a quatro mãos, ela é uma das autoras mais traduzidas em todo o mundo e o maior sucesso do teatro inglês depois de Shakespeare. Durante um certo período de sua carreira, tentando livrar-se do rótulo de escritora de livros policiais e indo de encontro aos seus críticos ferrenhos que a acusavam de reles comerciante, Agatha escreveu uma série de romances utilizando-se do pseudônimo literário de Mary Westmacott. Mas, mesmo assim, não conseguiu evitar de permear essas histórias com certa dose de suspense. Por certo não figuram na obra Hercule Poirot ou Miss Marple, seus mais famosos detetives. Mas, com certeza, foi Dame Agatha que abriu as portas para várias outras escritoras de mistério.

Mulheres como P. D. James, na verdade Phyllis Doroty James, que nasceu em Oxford, Inglaterra, em 1920. Trabalhou no Serviço Nacional de Saúde, no Serviço de Ciência Forense e no Departamento de Lei Criminal, onde aprendeu "coisas úteis" para seus livros. Iniciou sua carreira literária aos 42 anos, com a publicação de "Over her face", seguido por mais treze romances que consolidaram sua reputação como uma das principais escritoras de livros policiais da atualidade. Em 1991, recebeu da rainha Elizabeth o título de Baronesa James of Holland Park. Seu mais importante livro é "A morte de um perito".Mas outras mulheres passaram a dominar a cena. Mulheres fortes e decididas como Patrícia Highsmith, que com o seu talentoso Mr. Ripley subverteu a idéia do criminoso ser sempre capturado.  Ou ainda escritoras cuidadosas como Mary Higgins Clark com tramas urdidas como um bom tricot. E ainda mulheres exóticas, de lugares distantes como a Nova Zelândia, a senhora Ngaio Marsh. A lista é intensa e imensa - Sara Paretsky, Ruth Rendell, Lyza Cody,l Lillian O’Donnell, Patrícia Cornwell, ou ainda Antonia Fraser que além de ser autora de romances policiais é historiadora e muitas outras mais.

O LIVRO
Mais do que mostrar os fatos que compõem sua vida e obra, o livro apresenta lados ocultos da autora. Bastidores que, a despeito de sua trajetória de sucesso, apontam para uma personalidade reclusa, obsessiva e apaixonada. Uma mulher que sentia-se insegura para assinar com seu próprio nome obras mais pessoais, que revelavam sua intimidade (como em Carol, de 1952, primeiro romance norte-americano sobre um amor passional entre duas mulheres, que publicou sob o pseudônimo de Claire Morgan) e era envolvente, interessante e capaz de prender a atenção de todos com as histórias dos personagens que criava. A obra permite entender porque a criadora do amoral personagem Tom Ripley acabou sendo referência para diretores como Wim Wenders, Anthony Minghella, Liliana Cavani e o escritor Peter Handke.

A BIOGRAFADA
Nascida em 1921 na pensão de sua avó em Fort Worth, Texas (Estados Unidos), Highsmith passou a juventude em Nova York, no efervescente Greenwich Village dos anos 1940, “as quatro milhas quadradas mais livres da Terra”. Encantadora, reservada e desejada por muitos, viveu nos limites da transgressão. A vida amorosa, uma caixa de Pandora com muitas mulheres interessantes e alguns homens convenientes, foi a fonte de inspiração para sua obra. E o longo auto-exílio na Europa, onde acabou morrendo solitária, ajudou-a a gerar o mito que a envolve, o de “Dama Negra das Letras Americanas”.

A AUTORA
Joan Schenkar escreveu uma coleção de peças de teatro chamada Signs of life: six comedies of Menace. É autora da elogiada biografia Truly Wilde, sobre Dolly Wilde, sobrinha do escritor Oscar Wilde. Vive e escreve em Paris e no Greenwich Village, em Nova York.

ASSISTA Joan Schenkar




ASSISTA Patrícia Highsmith




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