Segunda-feira, 9 de Junho de 2014

Tango A música de uma cidade de Mauro Mendes Braga

 

 

 
 

TangoA música de uma cidadede Mauro Mendes Braga

Coleção: Humanitas
2014. 500p. 
Dimensão: 22,5 x 15,5
Peso:730 gramas
Este livro traz uma visão panorâmica do nascimento e desenvolvimento do tango e de sua íntima relação com a cidade de Buenos Aires. Apresentam-se as diferentes etapas de evolução do tango, bem como breves histórias de seus personagens e canções mais destacados. O texto, direcionado ao público brasileiro, aborda também o impacto que o tango teve no Brasil e sugere temas e gravações para uma pequena discoteca do gênero.

 Música triste de uma cidade

OBRA DE MAURO BRAGA CONTA A HISTÓRIA DO TANGO, MOSTRANDO COMO O GÊNERO ESTÁ IDENTIFICADO COM BUENOS AIRES

POR ITAMAR RIGUEIRA JR.


 O bandoneon, instrumento de origem alemã e sacra, chegou à Argentina no quarto final do século 19 e foi incorporado ao tango por volta de 1910. Incapaz de acompanhar o ritmo vivaz dos primórdios da música portenha – quando lembrava o choro brasileiro –, o bandoneon associou-se à nostalgia dos imigrantes italianos, dotando o tango de sua alma melancólica. Essa e outras histórias encontram-se no livro Tango – a música de uma cidade, que a Editora UFMG lançou na semana passada em Belo Horizonte.
Fruto de trabalho – movido por paixão que vem da infância – do professor Mauro Braga, aposentado do Departamento de Química da UFMG, o livro conta a história do tango desde o início do século 20 até por volta dos anos 1970. O autor dedica boa parte do texto a mostrar por que o ritmo é considerado essencialmente portenho, nascido nos conventillos (espécie de cortiços) de Buenos Aires e marcado por um idioma próprio, o lunfardo, resultado da mescla de culturas que caracterizou a capital argentina no começo do século 20.
O livro aborda a origem negra do tango, relacionada ao grande contingente de negros que habitou Buenos Aires e Montevidéu por mais de 200 anos. Candombe e milonga, ritmos negros, foram se transformando e incorporando contribuições de italianos e criollos. A alma melancólica do gênero se consolida com o aparecimento do tango-canção, em 1917, ou seja, as canções que contavam uma história triste.
Mi noche triste, de Samuel Castriota e Pascual Contursi, – cuja letra foi escrita por Contursi sem o conhecimento do autor da música – é unanimemente considerada a primeira dessas canções e foi também o primeiro tango gravado por Carlos Gardel. O tango foi se tornando uma música triste, fortemente ancorada na vida da cidade. Muitos anos depois, o músico Osvaldo Pugliese chegou a defini-lo como “o livro de queixas do arrabal portenho”. 

SUCESSO EM PARIS

A pesquisa que construiu Tango – a música de uma cidade incluiu várias incursões a Buenos Aires – uma das temporadas durou três meses – e a leitura de mais de cem obras. O livro mostra ainda que o tango, originalmente música de prostíbulos e dos conventillos, foi levado por jovens de classe alta para os bordéis de luxo da cidade e, logo em seguida, para Paris.
“O sucesso do tango em Paris alimentou a absorção do gênero pelas classes abastadas, desejosas da sofisticação que o gosto francês conferia”, diz Mauro Braga, que descreve em seu livro as etapas, com duração de aproximadamente duas décadas, em que se divide parte da história do tango, desde 1880: as Guardias Primitiva, Vieja, Nueva e del 40.
O texto segue até o reinado de Astor ­Piazzolla, figura “exótica e enigmática”, que chegou a imaginar que preferia o jazz e o piano à combinação do tango com o bandoneon. Após uma temporada de estudos em Paris, entretanto, concluiu que sua vida estava no tango e no bandoneon. Como disseram dois de seus biógrafos, “Piazzolla percebeu que a sombra que queria deixar para trás era a sua”.
O livro aborda apenas superficialmente o desenvolvimento do tango após 1980, mas Mauro Braga garante que o estilo tem presença muito forte ainda hoje em Buenos Aires. “Mantém-se como aspecto importante a releitura de temas antigos, o que foi acentuado pelo aparecimento de notáveis cantoras, nos anos de transição do século 20 para o 21. Mas novos valores estão aportando ao gênero contribuições que o enriquecem”, afirma Mauro Braga, que produz e apresenta o programa Compasso Latino, na Rádio UFMG Educativa.

Na parte final da obra, há um capítulo dedicado aos poetas do tango – entre os quais se destacam Catullo Castillo, Enrique Cadícamo, Enrique Discépolo, Alfredo Le Pera, Homero Manzi, Homero Exposito, Eladia Blazquez e Horacio Ferer – e outro que relaciona cem tangos considerados pelo autor essenciais a uma discoteca. Devoto também do bolero e da música cubana, que ouvia junto com a música portenha nas eletrolas da família, Mauro diz que escolheu o ritmo para começar porque sente falta de obras sobre o tema em português e porque lhe pareceu mais viável a pesquisa. E, embora inicie sua obra ressaltando a “ousadia” da empreitada – “não sou historiador, nunca estudei literatura e nem sei distinguir uma nota musical de outra” –, admite que poderá se “aventurar” outras vezes a escrever sobre sua paixão pela música latina. 

 
LANÇAMENTO DA
 

 

publicado por o editor às 00:46
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Sexta-feira, 3 de Maio de 2013

Tropicalismo a preço de banana (por Dellano Rios, Diário do Nordeste, Fortaleza)

 







Tropicalismo a preço de banana

Tom Zé samba na cara da sociedade e de seus detratores no (excelente) EP "Tribunal do Feicebuqui"

Aos 75 anos, Tom Zé provou ainda ter o que dizer. Era o começo de 2012 e o baiano de Irará lançava seu vigésimo álbum de estúdio, "Tropicália Lixo Lógico". Nele, Tom Zé estudava o pop e a validade dos ideais da Tropicália. O disco foi bem recebido pela crítica (indo direto ao ponto: é um dos melhores discos do ano, sendo a lista verde-amarela ou transnacional), mas não ganhou por parte do público nem metade da atenção despendida com o episódio deste começo de ano.

Tom Zé: críticas contra participação em um comercial de refrigerante serviram de mote para novas canções

Tom Zé gravou a narração de um comercial da Coca-Cola, que diz quão maravilhosa será a Copa do Mundo de Futebol no Brasil, em 2014. Juntar uma marca de refrigerantes que, para os mais exaltados, é o símbolo do capitalismo imperialista norte-americano, com um artista inquieto - que, a despeito dos méritos, nega-se a fazer pose de medalhão da MPB - é uma fórmula certeira para a confusão em tempos exasperados de mídias sociais. Afinal, Facebook, Twitter e outras ágoras digitais sofrem uma espécie de epidemia polemista. Faz-se polêmica com tudo - do que provoca legítima indignação até bobagens, como as falhas de continuidade no enredo das telenovelas.

Vendido, ganancioso, incoerente, senil: foram essas as acusações mais frequentes nas redes sociais quando a polêmica estourou, em março. Claro, a outra epidemia das redes sociais - o "piadismo" - fez com que cada um destes adjetivos fosse transformado num chiste, numa sacada, em 15 segundos de fama pelo talento em fazer rir numa lista de comentários em algum site, blog ou postagem em contas pessoais.

Devoração

O velho tropicalista até tentou se defender, escrevendo uma carta aberta sobre o tema - num encadear de ideias mais claro que o usual em sua prosa (vide o livro "Tropicalista Lenta Luta", de 2007). Mas a defesa sempre é uma notícia menos apetitosa do que a acusação. A carta não teve a mesma repercussão (ou a mesma quantidade de compartilhamentos) do comercial indecoroso.

Tom Zé, felizmente, não desistiu da briga. Fez dela o mote de uma coleção de canções, por vezes tão boas quanto as daquele grande disco do ano passado, ofuscado por uma polêmica virtual. Desde o começo da semana, está disponível no site tomze.com.br o EP "Tribunal do Feicebuqui". Com o subtítulo "Imprensa Cantada - segunda edição" (referência ao álbum de 2003), o pacote conta com cinco canções inéditas e pode ser baixado gratuitamente no site.

O método é a devoração modernista, como prescrita pelo poeta Oswald de Andrade (1890 - 1954). Tom Zé canibaliza tudo aquilo que foi lançado contra ele. "Seu americanizado/ Quer bancar Carmen Miranda/ Rebentou o botão da calça/ Tio Sam baixou em Sampa", canta na faixa título, música que recebeu de presente de Marcelo Segreto, Gustavo Galo, Tatá Aeroplano e Emicida, compositores da novíssima geração musical da Pauliceia amada pelo baiano.

A canção segue: "Vendido, vendido, vendido!/ A preço de banana/ Já não olha mais pro samba/ Tá estudando propaganda/ Que decepção/ Traidor, mudou de lado/ Corrompido, mentiroso/ Seu sorriso engarrafado". É uma espécie de samba rock, com elementos de marcha militar, surf music e rap. A levada rock, meio indie, dá o tom de "Zé à zero", do próprio Tom Zé (com Secreto e Tim Bernardes). A letra é híbrido pop concretista, cheia de jogos de palavra e sátira social.

"Taí" é uma releitura da marchinha "Ta-hi", de Joubert de Carvalho (1900 - 1977) imortalizada por Carmen Miranda (1909 - 1956). A letra é diferente e evoca o espírito nacional do guaraná.

Outro presente recebido pelo baiano foi "Papa Francisco perdoa Tom Zé", de Tim Bernardes. Canta ele na marchinha "Papa Francisco vem perdoar/ O tipo de pecado que acabaram de inventar/ O povo, querida, com pedras na mão/ Voltadas contra o imperialismo pagão".

O EP fecha com "Irará Iralá", que presta tributo à cidade natal e aos personagens da juventude do baiano. Bela e saudosista, é a única canção que não evoca o episódio de linchamento digital. A ideia do compositor é fazer derivar desse projeto um novo álbum, para o segundo semestre. A polêmica não terá tanto fôlego assim. Já Tom Zé prova que, perto dos 80, tem força suficiente não apenas para brigar, mas para seguir estudando formas de criar boas canções.

Disco
Tribunal do Feicebuqui - Imprensa Cantada segunda edição
Tom Zé
Independente
2013, 5 faixas
Download gratuito

DELLANO RIOS editor (dellano@diariodonordeste.com.br; dellano@gmail.com)

publicado por o editor às 02:28
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Segunda-feira, 28 de Março de 2011

Resenha - Musica - Metallica - Fotografias

 

 


Metallica - Fotografias


Páginas: 240
de ROSS HALFIN


JÁ FOI O TEMPO QUE CONSEGUIR BONS LIVROS DE FOTOS DEPENdIAM DOS NOSSOS BOLSOS E DOS IMPORTADORES.
Outra coisa podemos conferir que o Metallica é para extremos, ou se ama ou se oodeia, e como vomo são muitos os adoradores do metal rascante. Só neste inicio de ano, dois novos livros vão para a prateleira, e um deles é este lançamento da Madras. Para fanáticos e colecionadores comprarem seus sustos. Mas vamos deixar autor falar um pouco sobre este trabalho -

Estava guardando algumas fotos e percebi quantas do Metallica eu tinha que jamais foram vistas - e provavelmente não seriam, já que a banda tem uma aparência tão diferente hoje em dia. Se parecem juvenis nas fotos antigas... é porque eram mesmo. São fotos do Metallica antes de eles ganharem dinheiro. Mais adiante no livro, quando já haviam ganhado muito, tornaram-se pessoas diferentes. Há muita foto colorida da turnê do Black Album - ou Dont Tread, como era o nome correto da turnê - porque fotos coloridas não estão mais em voga e achei que os fãs gostariam de vê-las. O Metallica ao vivo era o que as pessoas queriam. O livro termina com a turnê Load - a última vez que os fotografei. Depois disso, eles restringiram o acesso, e nunca mais foi a mesma coisa. Sempre gostei de fotografar a banda - eles eram pessoas divertidas, na época. Gosto principalmente das primeiras fotos, porque foram tiradas apenas por diversão, não por um propósito artístico. Ross Halfin Londres, 2005


UM LANÇAMENTO
***

publicado por o editor às 17:17
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Segunda-feira, 13 de Setembro de 2010

Pink Floyd - Primórdios



Pink Floyd - Primórdios




Páginas: 240

de Barry Miles


Um relato revelador do início da carreira do Pink Floyd, de suas raízes em Cambridge ao status de culto na Londres dos anos 1960. Um retrato detalhado de um grupo lendário em sua ascensão. O autor, Barry Miles, viu a banda tocar quando eles ainda eram chamados The Pink Floyd Sound e escreveu o primeiro artigo feito sobre eles para um jornal alternativo de Nova York em 1966. Miles acompanhou o progresso deles, de uma banda de covers de R&B até se tornarem a força musical lendária que criaria um dos álbuns de maior sucesso de todos os tempos - The Dark Side of the Moon. Ele também conheceu socialmente os membros da banda, testemunhou o declínio rápido de Syd Barrett e se envolveu ativamente na organização de alguns dos shows mais importantes do grupo. Então, aqui está a história autêntica e irresistível do grupo que forneceu a primeira trilha sonora da Londres alternativa e iniciou no mundo do rock uma combinação radical de música, espetáculos de luzes e efeitos pirotécnicos no palco.

O AUTOR-
Barry Miles nasceu em 1943, em Cirencester, Inglaterra. Ele é autor e empresário. Nos anos 1960, trabalhou na Better Books. Depois, criou a Indica Gallery and Bookshop, onde teve contato com muitas das estrelas do cenário social da Swinging London. Miles conheceu Paul McCartney e colocou-o em contato com as pessoas que queriam iniciar o International Times, que McCartney ajudou a fundar. Miles se tornaria, mais tarde, o administrador do selo de curta duração Zapple Records, da Apple, e escreveu, em 1998, a biografia oficial de McCartney, Many Years from Now. Com John Hopkins, Miles organizou o The 14 Hour Technicolor Dream, um concerto realizado em 29 de abril de 1967, no Alexandra Palace, para angariar fundos para o International Times. O evento, liderado pelo Pink Floyd, contou com a presença de poetas, artistas visuais e músicos, como Yoko Ono e John Lennon. Miles publicou o livro Hippie, que aborda a subcultura hippie vivenciada pela geração dos anos 1960 ao início dos 1970, com entrevistas, citações e imagens. Ele ainda editou a obra I Want to Take You Higher, em coautoria com Charles Perry e James Henke. Também escreveu as biografias de John Lennon, William S. Burroughs, Jack Kerouac, Frank Zappa, Charles Bukowski e Allen Ginsberg, além de O Diário dos Beatles, publicado em língua portuguesa pela Madras Editora.



UM LANÇAMENTO




 

publicado por o editor às 13:54
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