Quarta-feira, 21 de Dezembro de 2011

AGENDA - PROGRAMAÇÃO CLP - dezembro

 

 

:: Piano-bar

21h30

Concerto

Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa

Luiz Costa

Sonatina para Flauta e Piano

Sonata para Violoncelo e Piano

Catarina Atalaya - Flauta

Nuno Cardoso - Violoncelo

Duarte Pereira Martins - Piano

:: Dia 22 | quinta-feira

Piano-bar

21h30

Audição dos alunos do Instituto de Música CLP

:: Dia 23 | sexta-feira

Piano-bar

22h00

Concerto

Jazz Christmas com Mariana Vergueiro

:: Dia 27, 28 e 29 | terça, quarta e quinta-feira

Piano-bar

18h00 - Sessão 1

19h00 - Sessão 2

Babar, o pequeno elefante

musical para famílias

Babar é um pequeno elefante da floresta, que ao fugir de um caçador, se encontra sozinho na cidade. Depois de várias aventuras e muitas amizades volta para a floresta onde se torna…rei.

“A História de Babar” é uma adaptação da história infantil do escritor Jean de Bruhnoff (1899 – 1937) e mais tarde musicada pelo compositor Francis Poulenc (1899 – 1963).

Adaptação para português do original “L’Histoire de Babar” por Elsa Gomes e Ruben Santos. Inclui projecção de imagens.

Piano – Cândido Fernandes

Narração – Elsa Gomes

:: Dia 30 | sexta-feira

Piano-bar

22h00

Melodias de Sempre

José Veloso Rito

Neste recital de piano, José Veloso Rito, presença habitual no piano-bar do CLP, interpretará músicas de sua autoria, bem como algumas obras do repertório clássico e standards do jazz. Um bom argumento para uma noite descontraída, na companhia de um amigo, saboreando o seu café ao som de melodias que tão bem reconhecerá.

Clube Literário do Porto

Rua Nova da Alfândega, nº 22
Piano-bar

21h30

Concerto

Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa

Luiz Costa

Sonatina para Flauta e Piano

Sonata para Violoncelo e Piano

Catarina Atalaya - Flauta

Nuno Cardoso - Violoncelo

Duarte Pereira Martins - Piano

:: Dia 22 | quinta-feira

Piano-bar

21h30

Audição dos alunos do Instituto de Música CLP

:: Dia 23 | sexta-feira

Piano-bar

22h00

Concerto

Jazz Christmas com Mariana Vergueiro

:: Dia 27, 28 e 29 | terça, quarta e quinta-feira

Piano-bar

18h00 - Sessão 1

19h00 - Sessão 2

Babar, o pequeno elefante

musical para famílias

Babar é um pequeno elefante da floresta, que ao fugir de um caçador, se encontra sozinho na cidade. Depois de várias aventuras e muitas amizades volta para a floresta onde se torna…rei.

“A História de Babar” é uma adaptação da história infantil do escritor Jean de Bruhnoff (1899 – 1937) e mais tarde musicada pelo compositor Francis Poulenc (1899 – 1963).

Adaptação para português do original “L’Histoire de Babar” por Elsa Gomes e Ruben Santos. Inclui projecção de imagens.

Piano – Cândido Fernandes

Narração – Elsa Gomes

:: Dia 30 | sexta-feira

Piano-bar

22h00

Melodias de Sempre

José Veloso Rito

Neste recital de piano, José Veloso Rito, presença habitual no piano-bar do CLP, interpretará músicas de sua autoria, bem como algumas obras do repertório clássico e standards do jazz. Um bom argumento para uma noite descontraída, na companhia de um amigo, saboreando o seu café ao som de melodias que tão bem reconhecerá.

Clube Literário do Porto

Rua Nova da Alfândega, nº 22

4050-430 Porto

Tel. 222 089 228

Fax. 222 089 230

Email: clubeliterario@fla.pt

URL: www.clubeliterariodoporto.co.pt

http://clubeliterariodoportofla.wordpress.com/
4050-430 Porto

Tel. 222 089 228

Fax. 222 089 230

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publicado por o editor às 13:58
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Sexta-feira, 11 de Dezembro de 2009

Natal das Etnias no Bosque do Papa



Quermesse de produtos típicos e apresentações de grupos folclóricos mostram as tradições natalinas das etnias que integram a população de Curitiba.

Acontece neste domingo (13), a partir das 11h, no Memorial da Imigração Polonesa – Bosque do Papa (Rua Mateus Leme), a festa “Natal das Etnias – Confraternização das Nações”, que mostra tradições natalinas das etnias que integram a população de Curitiba. A programação conta com almoço e quermesse de produtos típicos da culinária polonesa, espetáculos musicais de vários países e mostra de presépios. A entrada é franca.

O evento, que é uma promoção da Prefeitura Municipal, por meio da Fundação Cultural de Curitiba, em parceria com a Missão Católica Polonesa no Brasil, a Braspol – Representação Central da Comunidade Polonesa no Brasil e a Aintepar – Associação Interétnica do Paraná, reúne grupos folclóricos locais, que realizam apresentações das 13h às 17h. Outra atração é o presépio formado por figuras em tamanho natural, uma montagem que tradicionalmente ocupa o Bosque do Papa. Também está aberta a exposição “Szopki”, com uma centena de presépios poloneses feitos por artesãos, em forma de castelos da Cracóvia. As visitas aos presépios são gratuitas e podem ser feitas até o dia 6 de janeiro de 2010.

Serviço:

Festa “Natal das Etnias – Confraternização das Nações”, promoção da Prefeitura Municipal, por meio da Fundação Cultural de Curitiba, em parceria com a Missão Católica Polonesa no Brasil, a Braspol – Representação Central da Comunidade Polonesa no Brasil e a Aintepar – Associação Interétnica do Paraná

Local: Memorial da Imigração Polonesa – Bosque do Papa (Rua Mateus Leme)

Data: dia 13 de dezembro de 2009 (domingo), a partir das 11h

Programação:

– às 12h, almoço típico polonês

– barracas com produtos típicos de diversas etnias

– das 13h às 17h, apresentações de grupos folclóricos

– presépio formado por figuras em tamanho natural, aberto à visitação até o dia 6 de janeiro de 2010

– exposição “Szopki”, que reúne uma centena de presépios poloneses feitos por artesãos, em forma de castelos da Cracóvia, aberta à visitação até o dia 6 de janeiro de 2010

Entrada franca


publicado por o editor às 03:01
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Quinta-feira, 11 de Dezembro de 2008

ESPECIAL NATAL - RECEITAS

Todo mundo tem para as festas de final de ano uma receita de família. Assim sempre foi e sempre será. E tome brodos, rabanadas, bacalhoadas, pavês e outros quetais que quando não empanturram geram os indesejáveis quilinhos a mais tão incômodos no desfile das praias de janeiro. Mas isso já é outra história, e seguindo a tradição das comilanças natalinas nativo-européias vamos a um oportuno lançamento, suculento e bem cuidado.

RECEITAS DE NATAL
Recitas
compliadas e testadas na Cozinha Expermental do chef André Boccato

72 páginas
capa dura
 

As Editoras Boccato e Gaia acabam de levar às livrarias este livro que traz sugestões de entradas, saladas, massas, peixes, carnes, aves, pães, bolos, sobremesas que utilizam no preparo ingredientes comuns ao dia-a-dia de qualquer pessoa que esteja habituada a cozinhar.

Para aqueles que não são es verdadeiros mestres-cucas, é bom lembrar que as receitas são fáceis de serem preparadas. Com essa informação, vai uma proposta : será que não é chegada a hora de se aventurar e enfrentar bravamente o forno ou o fogão? De repente, numa data tão especial como o Natal, o aventureiro pode vir a ser um novo cozinheiro, podendo se tornar o grande chef para os familiares e amigos, ou pelo menos, ter seu nome imortalizado e associado a um pavê, a um tender ou um rocambole...

Pavê da tia Alzira, tender da carminha, rocambole do Luizão...Não é o máximo?

UMA PEQUENA AMOSTRA

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UM LANÇAMENTO DA
publicado por o editor às 11:57
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ENSAIO ESPECIAL - NATAL

NATAL

DAS ORIGENS À BRASILIDADE


 

Esta matéria sobre o Natal, após estafantes pesquisas poderia começar da seguinte maneira: “Cam, filho de Noé, gerou um filho, Ninrode que significa em hebraico, "ele se rebelou" ou "o rebelde".Depois de Ninrode morrer, Semiramis , sua mãe, criou o mito da sua sobrevivência pós-morte, ao afirmar que ele era agora um espírito, alegando que um pinheiro cresceu na madrugada de um pedaço de árvore morta. Todos os anos, por ocasião do seu aniversário, Ninrode (em espírito) visitava o pinheiro e deixava nele oferendas na data que coincide com o nosso 25 de Dezembro. Por outro lado, no Egito acreditava-se que Horus, filho de Isis nasceu no dia 25 de Dezembro do nosso calendário. Só por aí, já deu para entender o que nos aguarda? Nosso Natal, como comemoração tem muito mais origens obscuras do que imaginamos e mais que isso, no caldeirão de nossa formação acaba se transformando em um verdadeiro Natal à brasileira , no qual é até divertido identificar as reais origens dos costumes.

Na verdade, podemos afirmar que a festa do Natal é muito mais antiga do que a cristandade e remonta ao paganismo contendo em si uma simbologia toda alheia ao dogma cristão a começar pela data, uma vez que Jesus, historicamente, não deve ter nascido realmente aos 25 dias de dezembro. Foi no Concílio de Nicéia, cerca de 400 anos após o nascimento e morte de Jesus, que a Igreja Católica resolveu convencionar o nascimento de Jesus nesta data. Analisando os Evangelhos, de S.Marcos e S. Mateus que relatam a história do nascimento de Jesus, ao contrário do que julgávamos, Ele não teria nascido no inverno, mas sim na Primavera ou no Verão, pois os pastores não guardariam os rebanhos nos montes com o rigor daquela estação.

A escolha de 25 de Dezembro não foi arbitrária. Colocando o nascimento de Cristo na data das festividades pagãs do solstício do Inverno, a Igreja Cristã tinha a esperança de as absorver e o que aconteceu na verdade foi a absorção de muitas de suas ritualísticas e simbologias.

Como sabemos, os adoradores do sol remontam às épocas mais antigas da História da humanidade (os egípcios ao deus Ra, os assírios ao deus Shamash e ainda os celtas e gauleses ao deus-sol).Também os persas tinham deuses inspirados no sol como o deus Agni. Estudiosos contam que no dia 24 de Dezembro queimavam o seu deus manufaturado de um tronco de árvore; isso depois de já terem feito outro que repunham no lugar do anterior no dia que corresponde ao nosso 25 de Dezembro. As civilizações gregas e romanas tinham em suas tradições as celebrações saturnais, que consistiam em festejos dedicados ao deus-sol, denominados Nataalis Solis Invicti, ou o nascimento do sol invencível.

Os estudiosos bíblicos consideram que Jesus, o verdadeiro Messias, não nasceu em 25 de dezembro. Os apóstolos e a Igreja primitiva jamais celebraram o nascimento de Cristo nesta data e em nenhuma outra e que não existe na Bíblia ordem ou instrução alguma para fazê-lo. Porém, existe sim, a ordem de observarmos a Sua morte ( I Co 11:24-26 ; Jo 13:14-17).

Os esotéricos e místicos lembram que além dos principais costumes natalinos de cada povo, tem-se adotado outros que são de origem pagã. Um exemplo é a coroa verde adornada com fitas e bolas coloridas que enfeitam as portas de tantos lares que é de origem pagã e remonta aos costumes pagãos de se adornar edifícios e lugares de adoração para a festividade que se celebrava ao mesmo tempo do Natal.

Antes do século IV, período em que os cristãos não eram livres para cultuar abertamente, recorriam a pequenas reuniões nas casas ou catacumbas. O Natal e a Epifania eram celebrados conjuntamente no dia 6 de janeiro porém, depois da conversão do imperador Constantino e de seu edito de Milão no ano 313, os cristãos passaram a celebrar seus cultos abertamente e a comemorar o Natal como festa separada.

Foi o papa Júlio I (337-352) quem escolheu o dia 25 de dezembro não só porque algumas antigas tradições apontavam essa data como a do nascimento de Cristo. Na Palestina e no Egito a festa demorou mais tempo a ganhar raízes. São do ano de 432 os primeiros testemunhos da festa de Natal em Alexandria e é só pelos anos 634 ou 638 é que a festa de 25 de Dezembro tomou forma definitiva em Jerusalém. Consta que em Constantinopla o Natal foi instituído por volta do ano de 386. Foi João Crisóstomo, ainda diácono, quem deu a grande novidade ao povo anunciando que naquele ano se começaria a celebrar em 25 de Dezembro a festa do nascimento de Cristo. Mais tarde, no ano 425, a festa passou a fazer parte dos dias em que eram proibidos os jogos. O papa Leão I, o Grande; (440 a 461), no seu sermão 22 sobre a "Natividade do Senhor" repreendia os cristãos a "não confundirem Cristo com os sóis naturais".

Consta na Enciclopédia Americana que "uma festa foi estabelecida em memória do nascimento de Cristo no século IV. No século V a igreja ocidental deu ordem para que fosse celebrada, para sempre, no dia da antiga festividade romana em honra do nascimento do sol, por não se conhecer ao certo o dia exato do nascimento de Cristo."

Foi no ano 527 o imperador Justiniano mudou a sede do império para Roma e com esta mudança muitas coisas modificaram-se na Igreja Católica e principalmente o que se refere a primazia dada ao bispado, causa do grande cisma. Ele decretou então que se celebrasse a festa do Natal a 25 de Dezembro.

O NATAL ENTRE NÓS



Com certeza o Natal instituído como tradição pagã no Brasil chega através das imposições religiosas dos missionários católicos que chegaram ao Brasil juntamente com os portugueses. A Companhia de Jesus em sua missão catequista utilizava-se de todos os ritualismos possíveis para trazer a mensagem cristã ao índio e aos degredados, muitos deles cristãos novos. Depois vieram as influências espanholas, francesas e holandesas e mais recentemente, antes das mídias globalizantes, as tradições folclóricas de todos os imigrantes, em destaque os italianos.

Os portugueses também apresentam diversas facetas folclóricas nas comemorações natalinas e por isso mesmo, vamos observar a cada passo uma grande variedade de tendências para os ritos e formas de festejar o evento natalino.

É interessante transcrevermos aqui um trecho de texto escrito pelo padre Francisco Manuel Alves Abade de Baçal. 1934 -"Em algumas terras bragantinas começam as festas de natal no dia 13 de Dezembro com bailados acompanhados de constantes libações nineácias. Na noite de consoada (24 de Dezembro) esfusia o entusiasmo por toda a parte. A lareira é bem fornida de lume de que se guarda o melhor tição para acender pelo ano adiante quando surjam trovoadas para evitar que danifiquem os frutos. Vai-se depois à "missa do galo" e beija-se o Deus-menino. Seguem-se os festejos de Santo Estevão a 26 de Dezembro; de S.João, a 27; de S.Silvestre, a 31; do ano-novo, a 1 de Janeiro; e dos Reis a 6. Estes usos derivaram-se da Saturnália, celebrada pelos romanos durante 8 dias, começados a 17 de Dezembro convivendo fraternalmente ricos e pobres e sendo estes servidos à mesa por aqueles num ambiente de igualdade entre os homens, em memória da idade áurea simbolizada por Saturno. A esta folgança agregaram-se as Juvenais, festas celebradas pela gente moça no dia 24 de Dezembro, com lautas patuscadas, além de que no dia 21 do mesmo mês se sacrificava a Vênus, cujos cultos sempre tiveram muito de brincalhões. Estes costumes atingiram o apogeu na Idade Média com a "festa dos loucos" que era celebrada por clérigos de ordens menores, diáconos e sacerdotes, durante 12 dias, ou seja: desde o dia de Natal ao dia de Reis. As grandes fogueiras e a lenha estão relacionadas com os ritos de fogo, celebrados em tempos anteriores ao cristianismo, no solstício do inverno, como culto propriciatório ao Sol."

O PRESÉPIO

Lucas, o Evangelista escreve que “Deu à luz a seu filho primogênito. Envolveu-o em panos e colocou-o num presépio, porque não encontraram lugar na hospedaria.”. O presépio aparece também no texto do profeta lsaías (1,3) quando Deus se queixa de que "o boi conhece a seu amo e o asno conhece o presépio de seu senhor, mas Israel não me conhece, meu povo não se recorda de mim". E daí aparecem os dois animais míticos.

Mas foi São Francisco de Assis, por meio da representação da cena da natividade, (o presépio) que tentou de forma visual passar para os camponeses o mistério da noite de Natal. O costume difundiu-se por toda a Europa já não mais a representação sendo necessária para a instrução dos adultos na história do Natal, mas como uma decoração para a ocasião e para aproximar as crianças. Tínhamos então a representação do presépio como um estábulo, incluindo a mula, o boi, e com a visita dos magos e pastores. A representação se apoia em trechos bíblicos. Então podemos dizer que o presépio tem origem como a recriação do Natal na Terra Santa feita por São Francisco na sua aldeia, em 1224. A reprodução da cena da natividade precisou autorização papal, e passou a ser comum nos conventos, utilizando-se figuras de madeira pintadas.O costume foi-se expandido até às dimensões atuais. Conclusivamente o presépio é por fim um dos poucos símbolos de origem cristã utilizados no Natal. No Brasil os presépios tiveram grande aceitação popular e foram sendo absorvidos pela cultura popular e pelos artesãos. Hoje temos presépios de palha de milho, madeira e principalmente de barro.

Estudiosos afirmam que a arte cristã primitiva representa os magos do Novo Testamento com indumentária persa e chamar os magos de reis é fruto da imaginação e da devoção popular, pois seus turbantes nas cabeças pareciam coroas.E as representações dos magos diante o presépio aparecem muito antes que as dos pastores, com desenhos que datam do século IV nas catacumbas dos santos Pedro e Marcelino, acompanhando os magos.

A ESTRELA

Ainda seguindo o evangelho de Mateus lemos que os magos afirmam ter visto uma estrela e que ela os motivou a ir a Jerusalém em busca do rei dos judeus. A estrela, então, os guia até Belém. Desde os tempos do astrônomo Kleper, no século XVII foram feitos estudos astronômicos sobre os fenômenos celestes e foram propostas três teorias, do cometa, de uma nova estrela (uma super-nova) e uma conjunção de planetas. Mas isso não importa, o certo é que a estrela tem outras simbologias. A arvore de Natal é geralmente encimada por uma estrela de cinco pontas. Trata-se, dentro da tradição judaica da cabala, o símbolo mágico e cabalístico do pentagrama, do homem cósmico, do adan-cadmon, e representa o domínio dos cinco elementos.E é ainda a estrela de David.

A ÁRVORE DE NATAL

Segundo Luis da Câmara Cascudo em seu Dicionário do Folclore Brasileiro, a Árvore de Natal é o “álamo, abeto, pinheiro, cortado em maio e replantado na praça da aldeia, símbolo votivo do espírito fecundador da vegetação assegurando pelas homenagens recebidas a continuidade das colheitas”. A arvore veio para o Brasil como tradição natalina no começo do século XX. A primeira exibida na cidade de Natal em 1909.

A origem da árvore de Natal parece vir dos tempos de São Bonifácio, o qual converteu ao cristianismo os alemães no Século VIl, cortando a azinheira sagrada de Geismar, em Hesse, a fim de acabar com o culto as árvores. Porém, como maioria dos símbolos do Natal ela tem sua origem nos druidas, os sacerdotes dos celtas. O termo druida significa “carvalho”, mas também mago e encantamento. Os druídas honravam a seus deuses atando as ramas de maçãs douradas e outras oferendas.

No mundo pagão se encontram várias tradições: entre os germânicos, o deus Odin tinha permanecido pendurado nos pés de um pinheiro no solstício de inverno. Virgílio, nas Geórgicas, menciona o uso romano de pendurar em pinheiros máscaras de Baco como um meio de assegurar a fertilidade.

No Antigo Testamento a árvore tem um significado especial: sob as árvores sagradas se celebravam reuniões, julgamentos, assembléias do povo (1Sam 14,2;22,6).

Desde os tempos proféticos a árvore ocupa um lugar de privilégio: "Virá a ti o orgulho do Líbano, com ele o cipreste e o abeto e o pino, para adornar o lugar de meu santuário e enobrecer minha mesa." (Is. 60,13). Também a figura do rebento do tronco de Jessé a empregam os profetas no anúncio do Messias (Is 11,1).

Quando a arvore se tornou mais popular como elemento de decoração de Natal surgiram muitas lendas para explicar a sua origem. Uma nos conta que na noite em que Cristo nasceu todas as árvores de um bosque vizinho floresceram e deram frutos apesar do gelo e da neve. Entre os ingleses se narra que tendo chegado José de Arimatéia a Wyralhill, plantou ali seu báculo no solo que se converteu em uma árvore que florescia no inverno; há aqueles que o identificam com o espinho de Glastonbury, que floresce no Natal. Algumas das coisas que apresentamos aqui pode ser conferido no extenso romance de Marion Zimmer Bradley intitulado As Brumas de Avalon.

Em diversas partes da Europa se cortavam ramas de espinho e de cereja e se colocavam em lugares abrigados para que florescessem no Natal. Algumas famílias traziam à suas casas árvores inteiras para competir com seus vizinhos sobre os mais belos enfeites.

Este costume é, para alguns, a origem das atuais árvores de Natal, pois em um principado na Alemanha se decoravam as árvores com maçãs, fitas e flores de papel, até que as bolinhas de vidro tomaram lugar destes adornos. No século XVI, na Alemanha, se adornou a árvore de Natal como hoje a conhecemos. A “Árvore de Natal”, conhecida em algumas regiões da Europa como a “Árvore de Cristo”, desempenha papel importante na data comemorativa do nascimento de Nosso Senhor.

Podemos ainda dizer que os relatos mais antigos que se conhecem acerca da Árvore de Natal, como tal datam de meados do século XVII, e são provenientes da Alsácia, província francesa. Descrições de florescimentos de árvores no dia do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo levaram os cristãos da antiga Europa a ornamentar suas casas com pinheiros no dia do Natal, única árvore que nas imensidões da neve permanece verde.

Um dos mais belos contos populares vem da região da Estíria (Áustria), no século dezenove e seu autor é P. Rosegger, e narra o alumbramento da família ao ver uma pequena árvore enfeitada sobre a mesa do que seria a ceia de uma família burguesa que já havia praticado rituais de incensário. O texto passou a ser conhecido como a Árvore de Cristo: presente do Menino Jesus.

OS ENFEITES DE NATAL

As velas usadas no Natal, poderiam ser a simplificação das antigas fogueiras. São bengalas e bolas de cristal que enfeitam as árvores de Natal, as coroas nas portas das casas, nas vitrines dos comércios.Consta que um vendedor de doces quis fabricar algo especial para o Natal e pensou em um pequeno bastão de menta que recordasse o cajado dos pastores que ocupam um lugar preferencial entre os visitantes do presépio. Daí surge a, rara no Brasil mas comum na Europa e EUA , a bengala doce. Depois de algum tempo os doces de menta foram substituídos por bastões de plástico e também as bolas de cristal e depois vidro.

Os romanos tinham como tradição oferecer a sua coroa a alguém. A pessoa que a recebia, como forma de agradecimento, pendurava-a na porta principal da sua casa. Hoje, as pessoas colocam coroas verdes ou douradas na porta das suas casas como sinal da proximidade do Natal. Também o costume de pendurar nas portas os enfeites de vegetais podem ter a ver com a tradição celta de pendurar visco sobre a porta, que era considerado extremamente mágico e conferia poderes a quem o usasse na data do solstício.

As cores do natal

Talvez as cores do Natal pudessem ser conhecidas como uma escolha de cores que queria reunir o branco da neve que cobre os campos do hemisfério norte e o vermelho do sangue que Jesus derramaria por todos.
Porém essa definição é insuficiente, Na verdade considera-se as cores de Natal o vermelho e o verde, presentes por exemplo nas guirlandas e enfeites de porta (coroas) e tem sua origem na dualidade delas na natureza, arvore e frutos.


Missa do Galo

Era costume entre os católicos ir à celebração da missa antes da ceia. Era o rito religioso que purificava antes da comida, sempre uma libação. A tradicional Missa do Galo cristã, muito embora seja a maior expressão litúrgica do catolicismo em especial nas tradições ritualísticas de Roma, Portugal e Brasil também pode ser caracterizada pela tradição da cerimônia pagã. “O galo é um animal sagrado para os ciganos que são considerados um ramo perdido dos atlantes e também o era para os druidas/celtas que também o são. O galo é quem diz: “Eu sou aquele que canta o raiar de um novo dia, de uma nova esperança, de uma nova vida!”, como uma alusão ao Sol como deus e origem da vida.”Dizem que o galo cantou á meia noite , no nascimento de Cristo, contrariando a sua natureza.

Cartões de boas festas

Bem antes de Jesus Cristo surgiram as mensagens de felicitações. Já era habito entre os romanos enviarem-se congratulações pelo Ano Novo, gravadas em tabletes de argila (tijolos) e, com a cristianização do Império Romano, esse costume permaneceu inalterado. O primeiro cartão de "Boas Festas" de que se tem noticia teria surgido em Londres no ano de 1834, na mesma época dos contos natalinos de Charles Dickens.

Dickens que brilhava com obras de gosto popular como As Aventurasdo Sr. Pickwick, Oliver Twist ou ainda as comoventes como Um grilo na Lareira, quando escreve a saga do Sr. Scrooge resgata o espírito do Natal. The Haunted man and the ghost bargain, é um clássico de Natal que foi filmado e representados milhares de vê zes dando origem inclusive a personagens de quadrinhos como o de Walt Disney , que ganhou no Brasil o nome de Tio Patinhas.

Mas voltando aos cartões, foi a falta de tempo de Henry Coyle, o director do British Museum de Londres, que originou a criação dos cartões natalinos. Sem tempo de escrever a mão a todos os seus familiares e amigos, Henry Coyle solicitou ao artista plastico John Callicot Housley que lhe elaborasse um cartão que servisse para enviar boas-festas a todos os seus patentes e amigos. O pintor pegou um pedaço de cartolina quadrada e dividiu-a em três partes. Ao centro desenhou uma família reunida a mesa, comemorando alegremente. No verso figuravam meninos pobres recebendo comida e roupas.E por fim podia-se ler a mensagem: A Merry Christmas and a Happy New Year to you ("Um alegre Natal e um feliz Ano Novo para você"). O significado em inglês da palavra Christmas é o mesmo que The Mass of Christ : "Missa de Cristo". Na ocasião foram impressos cem, e os que sobraram foram vendidos a um xelim cada. Até o costume se popularizar em 1851, os cartões eram todos litografados e pintados mão.


PAPAI NOEL OU PAI NATAL

A figura de Santa Klaus, é igual à árvore de Natal, resultou da combinação de várias lendas e tradições muito antigas. Certamente existe relação entre o Velho Noel ou Papai Natal (Portugal) atual e os Julenisse da Dinamarca e Noruega e os Tomte da Suécia, duendezinhos vestidos de vermelho com gorros pontiagudos e longas barbas brancas que repartem presentes montados em Jule-buken renas enfeitados com sinos e laços. Para outros existe uma relação na tradução do Velho Noel e a deusa norueguesa do lugar, Hertha ou Percht, que como Santa Claus entrava e saia pelas chaminés durante o solstício de inverno.

Essas figuras juntaram se com São Nicolau, bispo de Mira, região ao sudoeste da Ásia (Turquia), no século III que tinha especial cuidado com os meninos e necessitados. Ele que saía pelas noites percorrendo as cidades e levando presentes aos vizinhos e dando bons conselhos.O dia 6 de dezembro era a ele dedicado. Sua fama estendeu-se até os lapões e samoedos que habitavam na região das renas, e foi convertido no patrono de muitas cidades européias. Alemanha e Holanda foram os países onde mais rápido se estabeleceu a celebração de São Nicolau.

Os holandeses introduziram a tradição nos EUA e o fizeram patrono da ilha de Manhattan, a Nova Amsterdam, como chamaram os holandeses a Nova York quando a fundaram no século XVIII. A figura era do gordo sorridente de bochechas rosadas cativou e sua mitra episcopal logo se transformou em gorro, conservando a cor vermelha das vestimentas. Vieram depois o saco de brinquedos, e o cavalo cinzento se transformou em um trenó puxado por oito renas. O santo em holandês se chamava Sinter Klass, que para os meninos de língua inglesa logo mudou para Santa Claus e no Caribe o chamaram "Santicló" com acento francês. Na França o nome se transformou em Papá Noel, pela tradição de dar presentes no Natal (Noel).

Recorrendo a Câmara Cascudo vemos que o Papai Noel veio para o Brasil na segunda década do século XX e sua vulgarização acontece após 1930 sempre por obrigação formal nos festejos natalinos de iniciativa oficial e letrada, mas jamais popular. “Sem a mais remota e fortuita ligação com o ciclo de Natal católico da Espanha e Portugal, fontes do culto no Brasil, é de efeito mais hilariante que venerando na apreciação coletiva”.

A função do Papai Noel é o de distribuir presentes, porém temos as seguintes tradições: os trazidos São Nicolau, no dia 6 de dezembro ou entregues no dia 6 de janeiro, dia da Epifania, seguindo a tradição dos magos (tradição essa muito presente entre os descendentes de portugueses, em especial no sul do país). A outra tradição é a dos romanos que desejavam boa sorte durante as festas saturnais, no dia 25 de dezembro, dia que o mundo cristão celebra o Nascimento de Jesus. Algumas culturas dão os presentes na vigília de Natal, no dia 24 de dezembro. Cada tradição fala de um doador diferente: o Menino Jesus, Santa Claus, o Velho Noel, Befana ou Bufana (a figura feminina de Santa na ltália, que popularmente também pode ser conhecida como mulher de Papai Noel, esta tradição é muito encontrada entre os descentes de italianos no sul do país, em especial nas comunidades da cidade de São Paulo), os três magos, os gnomos de Natal, Kolyada (na Rússia), os Joulupukki ( na Finlândia).


As canções e os autos

Quando os anjos anunciaram o nascimento do Menino aos pastores, retumbou nos ares o primeiro cântico de Natal: "Glória a Deus nos céus e paz na terra aos homens que amam o Senhor,” ou ainda “ Gloria a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”. É atribuído ao Papa Telésforo no século II o hino do Glória in Excelsis, mas a mais antiga canção de Natal é atribuída a São Hilário de Poitiers no século IV: Jesus refulsit omnium.Foram compostas muitas canções de Natal, que nem sempre tinham inspiração espiritual; eram muitas vezes composições folclóricas, e no século VII os dirigentes da Igreja proibiram terminantemente seu uso. No século XIII, o poeta Jacopone Benedetto compôs o hino "Averex angelorum" por esta época aparecem os "Carols" na Inglaterra, na Espanha surgiram os "Villancicos" e na França os seus "Cantiques de Noel". Na Alemanha os cânticos eram chamados de "Weihnachten Lieder" e na Rússia e Polônia, "Kolendas".Os cânticos natalinos, em destaque na Espanha, eram canções simples, entoadas por lavradores e pastores, (villanos) e dai seu nome de villancicos. Talvez o mais popular dos cânticos que o mundo conhece é o Noite de Paz, porque foi traduzido a numerosos idiomas, e interpretados por grandes solistas e coros populares.É de 1818, composto por José Mohr pároco do povoado de Hallein, nos Alpes austríacos, em parceria com o organista Gruber que a popularizou.Uma das versões, mais conhecida em Portugal é a seguinte :“Noite de paz, noite de amor!tudo dorme ao derredor. Somente velam olhando a facede seu filho em angélica paz José e Maria em Belém!”

No Brasil os cânticos de Natal tem grande destaque, em especial os produzidos pelos artistas populares nordestinos , porém cabe a um mulato mineiro a primazia de ter composto um Auto de Natal da forma clássica tradicional.

Já nas primeiras décadas de 1700, a sociedade mineira se expressa de modo significativo por meio da música religiosa e profana. Os rituais litúrgicos e as festas populares eram valorizados pela música, que aos poucos tomou forma e ganhou proporções originais, revelando uma classe singular de músicos, em sua maioria mulatos. Ignácio Parreiras Neves foi um desses mulatos era o compositor, cantor e regente, trabalhando nessa função principalmente para o Senado da Câmara e para as irmandades de São José dos Homens Pardos e de Nossa Senhora das Mercês e Perdões. Parte considerável de sua produção musical está perdida. Do que restou, destacam-se Credo, Ladainha e Oratória ao Menino Deus para a Noite de Natal (1789), considerado o único auto de natal em língua portuguesa escrito de forma tradicional dos autos litúrgicos. Parreiras Neves nasceu em Vila Rica em 1730, onde faleceu entre 1792 e 1794.

Para Câmara Cascudo os autos são formas teatrais de enredo popular com bailados e cantos, que podem tratar de assuntos religiosos e profanos, representadas no ciclo das festas de natal ( dezembro e janeiro). Lapinhas, pastoris, fandangos ou marujadas e ainda cheganças ou cheganças de mouro, bumba-meu-boi, boi, boi calemba, boi de reis, congadas ou congos, etc. Desde o século XVI os padres jesuítas usaram o auto religioso, aproveitando também figuras clássicas e entidades indígenas, como poderoso elemento de catequese.

Os autos de Natal Brasileiros foram muitos e dos mais surpreendentes autores. Adélia Prado é uma dessas autoras. Depois de estrear com Soltem os Cachorros, abandona o magistério, após 24 anos de trabalho. Lecionou Educação Religiosa, Moral e Cívica, Filosofia da Educação, Relações Humanas e Introdução à Filosofia. Sua peça, O Clarão, é um auto de Natal escrito em parceria com Lázaro Barreto, é encenada em Divinópolis. Sobre esse texto, Adélia, sempre polêmica fala -"O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus. É seu próprio olhar pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta”. Em 1980 ela dirige o grupo teatral amador Cara e Coragem na montagem de O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.

Segundo Maria Chaves em artigo recente , “entre uma comemoração e outra, eis que surgem com toda força os tradicionais autos natalinos para interpretar o emocionante episódio bíblico.Seja através de elementos da cultura popular, figuras sacras ou profanas, a tradição de colocar em cena uma homenagem ao 25 de dezembro se mantém firme e forte - ao menos é o que se percebe no Estado de Pernambuco. O Aurélio diz que um auto se trata de um ato público, uma solenidade, de um registro escrito e autenticado de qualquer ato. É um gênero dramático originário da Idade Média, com personagens em geral alegóricos, como os pecados, as virtudes, os santos, podendo também comportar elementos cômicos ou jocosos”. Destaca então o Noite Feliz, da Sociedade Teatral de Fazenda Nova.

Para Théo Brandão a festa de natal sempre teve um aspecto de festa de feira, que durava das vésperas até 6 de janeiro. “Oriundos em sua maioria da península ou vindos até nós do continente europeu através de formas portuguesas, tomaram aqui uma feição particular e deram, de outra parte, motivo para a criação, sob influências dos negros da terra ou da África, de novas formas, diversas nuances e de novos autos e diversões.”

É clássica a divisão de tais autos, folguedos, danças dramáticas, folias, folganças, brinquedos, que tantos são os nomes com que se tem os nomeado no correr dos tempos, desde Sílvio Romero, que os classificou em seu Cantos Populares do Brasil em Reisados, Cheganças e Pastoris.

Para a Professora Eneida de Castro, Morte e Vida Severina - Auto de Natal Pernambucano de João Cabral de Melo Neto é o mais característico poema com inspiração na Natividade. “Morte e Vida Severina apresenta a viagem de um sertanejo que procura melhores condições de sobrevivência em outras paragens.

Outro Auto de Natal importante é a teatralização do poema Meu Caro Jumento, de Patativa do Assaré que em sua linguagem simples, falando do jumento, que carregou Maria e Jesus na fuga para o Egito e de como ele, da mesma forma que o trabalhador, é maltratado e abandonado por aqueles que o exploram e deveriam amá-lo. Patativa cria em seu poema, um verdadeiro Auto de Natal, sintetizando todos os conteúdos da festa natalina, permitindo ao grupo falar do amor, da generosidade, da esperança e do renascimento que nela se fazem presentes.

Em 1953 tivemos outra estréia importante que tinha o burro como personagem. No pequeno teatro do Patronato da Gávea, O Tablado, a peça "O boi e o burro a caminho de Belém", escrita e dirigida pela jovem Maria Clara Machado. Fundadora do grupo ao lado de seu pai, o escritor mineiro Aníbal Machado e de um grupo de intelectuais amigos ela já vinha desenvolvendo, como assistente social, um trabalho de teatro de bonecos, no próprio Patronato, desde os fins dos anos quarenta.

O Cordel também cometeu diversos autos de Natal , mas destacamos este delicioso Auto de Natal de autoria de Valdez, natural de João Pessoa , com o qual encerramos este ensaio:

Foi de Bom-I-Zú da Lapa
Chamado aquele lugar,
Sugestão de um vaqueiro
Que acabara de apear.
O povo foi-se chegando...
Todo mundo veio olhar.
Depois chegaram os magos,
No meio um preto forte...
Era Zumbi dos Palmares
De braço com a consorte.
E tinha um mago índio
Rio-grandense-do-norte.
Desses eventos distantes,
De registro oficial,
Fez-se auto nordestino,
Fez-se auto sem igual.
Louva Jesus Salvador
E a graça do Natal

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Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2008

Autos de Natal animam os bairros da cidade


Vários eventos natalinos acontecem nos próximos dias, nos bairros de Curitiba. No Bairro Novo, um coral de 600 crianças e idosos é uma das principais atrações.

A festa de Natal do Bairro Novo está marcada para a próxima quinta-feira (11), às 20h, com várias atrações. O evento abre com uma apresentação do contador de histórias Carlos Daitschmann, que narra a trajetória de Jesus. Em seguida, entra em cena o grande Coral de Crianças e da Terceira Idade, que reúne aproximadamente 600 integrantes, alunos das escolas municipais e participantes dos grupos de convivência da região. A festa prossegue com o grupo Canto Coral, da Fundação Cultural de Curitiba, e encerra com um show pirotécnico e a presença do Papai Noel. As comemorações natalinas no Bairro Novo continuam no dia 21 de dezembro, com a apresentação, às 16h, do Auto do Mamulengo Apaixonado.

Em outras regionais, o Natal também será comemorado com espetáculos teatrais e apresentações musicais. Nesta quarta-feira (10), às 10h, na Rua da Cidadania da Fazendinha, tem apresentação do Grupo Mundaréu. O grupo apresenta um auto que traz canções e personagens próprios das brincadeiras do ciclo natalino brasileiro. Ainda na Fazendinha, às 14h, haverá apresentação do Coral da Escola Papa João XXIII. À noite, às 19h, acontece outra encenação, desta vez de um presépio vivo, representando os acontecimentos do dia do nascimento de Jesus.

O Cortejo Natalino do Grupo Mundaréu fará apresentações em outros bairros: dia 17, às 9h30, na Rua da Cidadania do Pinheirinho; dia 18, às 15h, na Rua da Cidadania Boa Vista; e dia 20, às 19h, na Igreja Batista Esperança (Uberaba). O Auto do Mamulengo Apaixonado será apresentado no dia 15, às 18h40, na Rua da Cidadania da Matriz (Praça Rui Barbosa), e no dia 20, às 16h, na Associação de Moradores Rio Mel (Uberaba). A encenação do presépio vivo acontece também no dia 14, às 15h30, no CEI Olívio Soares Sabóia (Conjunto Itatiaia – CIC).

O Grupo Lanteri faz uma encenação junto com corais natalinos, no dia 18, às 19h30, no prédio da Administração Regional do Cajuru. Outra atividade é o recital de Sonatas Natalinas, que será apresentado no dia 19, às 10h, na Rua da Cidadania da Fazendinha, pelos alunos de violino do professor Emmanuel de Oliveira.

Programação:

Festa de Natal da Regional Bairro Novo

11/12, às 20h

Rua da Cidadania do Bairro Novo

Rua Tijucas do Sul, 1.700 – Sítio Cercado

Cortejo Natalino – Grupo Mundaréu

10/12, às 10h

Rua da Cidadania da Fazendinha.

Rua Carlos Klemtz, ao lado do Terminal de ônibus Fazendinha.

17/12, às 9h30

Rua da Cidadania do Pinheirinho

Avenida Winston Churchill, 2.033 – Capão Raso.

18/12, às 15h

Rua da Cidadania Boa Vista – Quadra Poliesportiva

Avenida Paraná, 3600 – Boa Vista.

20/12, às 19h

Igreja Batista Esperança

Rua Capitão Leônidas Marques, 730 – Uberaba – Conjunto Marambaia

Auto do Mamulengo Apaixonado

15/12, às 18h40

Rua da Cidadania da Matriz

Praça Rui Barbosa.

20/12, às 16h

AMORMEL – Associação Moradores Rio Mel

Rua Vicente de Cristo, 100 – Uberaba.

O Nascimento de Jesus

10/12, às 19h

Rua da Cidadania do Pinheirinho

Avenida Winston Churchill, 2033 – Capão Raso.

14/12, às 15h30

CEI Olívio Soares Sabóia

Rua João Alexandre Kopp, 505 – Conjunto Itatiaia - CIC.

Coral da Escola Papa João XXIII

10/12, às 14h

Rua da Cidadania da Fazendinha.

Rua Carlos Klemtz, ao lado do Terminal de ônibus Fazendinha.

Grupo Lanteri.

18/12, às 19h30

Prédio da Administração Regional do Cajuru

Rua Luiz França, 2032 esquina com Rua Roraima – Cajuru

Sonatas Natalinas

19/12, às 10h

Rua da Cidadania da Fazendinha.

Rua Carlos Klemtz, ao lado do Terminal de ônibus Fazendinha


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Quinta-feira, 13 de Dezembro de 2007

NATAL (FINAL)

As canções e os autos

Quando os anjos anunciaram o nascimento do Menino aos pastores, retumbou nos ares o primeiro cântico de Natal: "Glória a Deus nos céus e paz na terra aos homens que amam o Senhor,” ou ainda “ Gloria a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”. É atribuído ao Papa Telésforo no século II o hino do Glória in Excelsis, mas a mais antiga canção de Natal é atribuída a São Hilário de Poitiers no século IV: Jesus refulsit omnium.Foram compostas muitas canções de Natal, que nem sempre tinham inspiração espiritual; eram muitas vezes composições folclóricas, e no século VII os dirigentes da Igreja proibiram terminantemente seu uso. No século XIII, o poeta Jacopone Benedetto compôs o hino "Averex angelorum" por esta época aparecem os "Carols" na Inglaterra, na Espanha surgiram os "Villancicos" e na França os seus "Cantiques de Noel". Na Alemanha os cânticos eram chamados de "Weihnachten Lieder" e na Rússia e Polônia, "Kolendas".Os cânticos natalinos, em destaque na Espanha, eram canções simples, entoadas por lavradores e pastores, (villanos) e dai seu nome de villancicos. Talvez o mais popular dos cânticos que o mundo conhece é o Noite de Paz, porque foi traduzido a numerosos idiomas, e interpretados por grandes solistas e coros populares.É de 1818, composto por José Mohr pároco do povoado de Hallein, nos Alpes austríacos, em parceria com o organista Gruber que a popularizou.Uma das versões, mais conhecida em Portugal é a seguinte :“Noite de paz, noite de amor!tudo dorme ao derredor.Somente velam olhando a facede seu filho em angélica pazJosé e Maria em Belém!”
No Brasil os cânticos de Natal tem grande destaque, em especial os produzidos pelos artistas populares nordestinos , porém cabe a um mulato mineiro a primazia de ter composto um Auto de Natal da forma clássica tradicional.

Já nas primeiras décadas de 1700, a sociedade mineira se expressa de modo significativo por meio da música religiosa e profana. Os rituais litúrgicos e as festas populares eram valorizados pela música, que aos poucos tomou forma e ganhou proporções originais, revelando uma classe singular de músicos, em sua maioria mulatos. Ignácio Parreiras Neves foi um desses mulatos era o compositor, cantor e regente, trabalhando nessa função principalmente para o Senado da Câmara e para as irmandades de São José dos Homens Pardos e de Nossa Senhora das Mercês e Perdões. Parte considerável de sua produção musical está perdida. Do que restou, destacam-se Credo, Ladainha e Oratória ao Menino Deus para a Noite de Natal (1789), considerado o único auto de natal em língua portuguesa escrito de forma tradicional dos autos litúrgicos. Parreiras Neves nasceu em Vila Rica em 1730, onde faleceu entre 1792 e 1794.

Para Câmara Cascudo os autos são formas teatrais de enredo popular com bailados e cantos, que podem tratar de assuntos religiosos e profanos, representadas no ciclo das festas de natal ( dezembro e janeiro). Lapinhas, pastoris, fandangos ou marujadas e ainda cheganças ou cheganças de mouro, bumba-meu-boi, boi, boi calemba, boi de reis, congadas ou congos, etc. Desde o século XVI os padres jesuítas usaram o auto religioso, aproveitando também figuras clássicas e entidades indígenas, como poderoso elemento de catequese.
Os autos de Natal Brasileiros foram muitos e dos mais surpreendentes autores. Adélia Prado é uma dessas autoras. Depois de estrear com Soltem os Cachorros, abandona o magistério, após 24 anos de trabalho. Lecionou Educação Religiosa, Moral e Cívica, Filosofia da Educação, Relações Humanas e Introdução à Filosofia. Sua peça, O Clarão, é um auto de Natal escrito em parceria com Lázaro Barreto, é encenada em Divinópolis. Sobre esse texto, Adélia, sempre polêmica fala -"O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus. É seu próprio olhar pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta”. Em 1980 ela dirige o grupo teatral amador Cara e Coragem na montagem de O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.

Segundo Maria Chaves em artigo recente , “entre uma comemoração e outra, eis que surgem com toda força os tradicionais autos natalinos para interpretar o emocionante episódio bíblico.Seja através de elementos da cultura popular, figuras sacras ou profanas, a tradição de colocar em cena uma homenagem ao 25 de dezembro se mantém firme e forte - ao menos é o que se percebe no Estado de Pernambuco. O Aurélio diz que um auto se trata de um ato público, uma solenidade, de um registro escrito e autenticado de qualquer ato. É um gênero dramático originário da Idade Média, com personagens em geral alegóricos, como os pecados, as virtudes, os santos, podendo também comportar elementos cômicos ou jocosos”. Destaca então o Noite Feliz, da Sociedade Teatral de Fazenda Nova.

Para Théo Brandão a festa de natal sempre teve um aspecto de festa de feira, que durava das vésperas até 6 de janeiro. “Oriundos em sua maioria da península ou vindos até nós do continente europeu através de formas portuguesas, tomaram aqui uma feição particular e deram, de outra parte, motivo para a criação, sob influências dos negros da terra ou da África, de novas formas, diversas nuances e de novos autos e diversões.”

É clássica a divisão de tais autos, folguedos, danças dramáticas, folias, folganças, brinquedos, que tantos são os nomes com que se tem os nomeado no correr dos tempos, desde Sílvio Romero, que os classificou em seu Cantos Populares do Brasil em Reisados, Cheganças e Pastoris.
Para a Professora Eneida de Castro, Morte e Vida Severina - Auto de Natal Pernambucano de João Cabral de Melo Neto é o mais característico poema com inspiração na Natividade. “Morte e Vida Severina apresenta a viagem de um sertanejo que procura melhores condições de sobrevivência em outras paragens.

Outro Auto de Natal importante é a teatralização do poema Meu Caro Jumento, de Patativa do Assaré que em sua linguagem simples, falando do jumento, que carregou Maria e Jesus na fuga para o Egito e de como ele, da mesma forma que o trabalhador, é maltratado e abandonado por aqueles que o exploram e deveriam amá-lo. Patativa cria em seu poema, um verdadeiro Auto de Natal, sintetizando todos os conteúdos da festa natalina, permitindo ao grupo falar do amor, da generosidade, da esperança e do renascimento que nela se fazem presentes.

Em 1953 tivemos outra estréia importante que tinha o burro como personagem. No pequeno teatro do Patronato da Gávea, O Tablado, a peça "O boi e o burro a caminho de Belém", escrita e dirigida pela jovem Maria Clara Machado. Fundadora do grupo ao lado de seu pai, o escritor mineiro Aníbal Machado e de um grupo de intelectuais amigos ela já vinha desenvolvendo, como assistente social, um trabalho de teatro de bonecos, no próprio Patronato, desde os fins dos anos quarenta.

O Cordel também cometeu diversos autos de Natal , mas destacamos este delicioso Auto de Natal de autoria de Valdez, natural de João Pessoa , com o qual encerramos este ensaio:

Foi de Bom-I-Zú da Lapa
Chamado aquele lugar,
Sugestão de um vaqueiro
Que acabara de apear.
O povo foi-se chegando...
Todo mundo veio olhar.
Depois chegaram os magos,
No meio um preto forte...
Era Zumbi dos Palmares
De braço com a consorte.
E tinha um mago índio
Rio-grandense-do-norte.
Desses eventos distantes,
De registro oficial,
Fez-se auto nordestino,
Fez-se auto sem igual.
Louva Jesus Salvador
E a graça do Natal

 

sinto-me:
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Sábado, 8 de Dezembro de 2007

NATAL (continuação)

por Myrtha Ratis e Eduardo Cruz

A ESTRELA

Ainda seguindo o evangelho de Mateus lemos que os magos afirmam ter visto uma estrela e que ela os motivou a ir a Jerusalém em busca do rei dos judeus. A estrela, então, os guia até Belém. Desde os tempos do astrônomo Kleper, no século XVII foram feitos estudos astronômicos sobre os fenômenos celestes e foram propostas três teorias, do cometa, de uma nova estrela (uma super-nova) e uma conjunção de planetas. Mas isso não importa, o certo é que a estrela tem outras simbologias. A arvore de Natal é geralmente encimada por uma estrela de cinco pontas. Trata-se, dentro da tradição judaica da cabala, o símbolo mágico e cabalístico do pentagrama, do homem cósmico, do adan-cadmon, e representa o domínio dos cinco elementos.E é ainda a estrela de David.

A ÁRVORE DE NATAL

Segundo Luis da Câmara Cascudo em seu Dicionário do Folclore Brasileiro, a Árvore de Natal é o “álamo, abeto, pinheiro, cortado em maio e replantado na praça da aldeia, símbolo votivo do espírito fecundador da vegetação assegurando pelas homenagens recebidas a continuidade das colheitas”. A arvore veio para o Brasil como tradição natalina no começo do século XX. A primeira exibida na cidade de Natal em 1909.
A origem da árvore de Natal parece vir dos tempos de São Bonifácio, o qual converteu ao cristianismo os alemães no Século VIl, cortando a azinheira sagrada de Geismar, em Hesse, a fim de acabar com o culto as árvores. Porém, como maioria dos símbolos do Natal ela tem sua origem nos druidas, os sacerdotes dos celtas. O termo druida significa “carvalho”, mas também mago e encantamento. Os druídas honravam a seus deuses atando as ramas de maçãs douradas e outras oferendas.
No mundo pagão se encontram várias tradições: entre os germânicos, o deus Odin tinha permanecido pendurado nos pés de um pinheiro no solstício de inverno. Virgílio, nas Geórgicas, menciona o uso romano de pendurar em pinheiros máscaras de Baco como um meio de assegurar a fertilidade.
No Antigo Testamento a árvore tem um significado especial: sob as árvores sagradas se celebravam reuniões, julgamentos, assembléias do povo (1Sam 14,2;22,6).
Desde os tempos proféticos a árvore ocupa um lugar de privilégio: "Virá a ti o orgulho do Líbano, com ele o cipreste e o abeto e o pino, para adornar o lugar de meu santuário e enobrecer minha mesa." (Is. 60,13). Também a figura do rebento do tronco de Jessé a empregam os profetas no anúncio do Messias (Is 11,1).
Quando a arvore se tornou mais popular como elemento de decoração de Natal surgiram muitas lendas para explicar a sua origem. Uma nos conta que na noite em que Cristo nasceu todas as árvores de um bosque vizinho floresceram e deram frutos apesar do gelo e da neve. Entre os ingleses se narra que tendo chegado José de Arimatéia a Wyralhill, plantou ali seu báculo no solo que se converteu em uma árvore que florescia no inverno; há aqueles que o identificam com o espinho de Glastonbury, que floresce no Natal. Algumas das coisas que apresentamos aqui pode ser conferido no extenso romance de Marion Zimmer Bradley intitulado As Brumas de Avalon.
Em diversas partes da Europa se cortavam ramas de espinho e de cereja e se colocavam em lugares abrigados para que florescessem no Natal. Algumas famílias traziam à suas casas árvores inteiras para competir com seus vizinhos sobre os mais belos enfeites.
Este costume é, para alguns, a origem das atuais árvores de Natal, pois em um principado na Alemanha se decoravam as árvores com maçãs, fitas e flores de papel, até que as bolinhas de vidro tomaram lugar destes adornos. No século XVI, na Alemanha, se adornou a árvore de Natal como hoje a conhecemos. A “Árvore de Natal”, conhecida em algumas regiões da Europa como a “Árvore de Cristo”, desempenha papel importante na data comemorativa do nascimento de Nosso Senhor.
Podemos ainda dizer que os relatos mais antigos que se conhecem acerca da Árvore de Natal, como tal datam de meados do século XVII, e são provenientes da Alsácia, província francesa. Descrições de florescimentos de árvores no dia do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo levaram os cristãos da antiga Europa a ornamentar suas casas com pinheiros no dia do Natal, única árvore que nas imensidões da neve permanece verde.
Um dos mais belos contos populares vem da região da Estíria (Áustria), no século dezenove e seu autor é P. Rosegger, e narra o alumbramento da família ao ver uma pequena árvore enfeitada sobre a mesa do que seria a ceia de uma família burguesa que já havia praticado rituais de incensário. O texto passou a ser conhecido como a Árvore de Cristo: presente do Menino Jesus.

OS ENFEITES DE NATAL

As velas usadas no Natal, poderiam ser a simplificação das antigas fogueiras. São bengalas e bolas de cristal que enfeitam as árvores de Natal, as coroas nas portas das casas, nas vitrines dos comércios.Consta que um vendedor de doces quis fabricar algo especial para o Natal e pensou em um pequeno bastão de menta que recordasse o cajado dos pastores que ocupam um lugar preferencial entre os visitantes do presépio. Daí surge a, rara no Brasil mas comum na Europa e EUA , a bengala doce. Depois de algum tempo os doces de menta foram substituídos por bastões de plástico e também as bolas de cristal e depois vidro.
Os romanos tinham como tradição oferecer a sua coroa a alguém. A pessoa que a recebia, como forma de agradecimento, pendurava-a na porta principal da sua casa. Hoje, as pessoas colocam coroas verdes ou douradas na porta das suas casas como sinal da proximidade do Natal. Também o costume de pendurar nas portas os enfeites de vegetais podem ter a ver com a tradição celta de pendurar visco sobre a porta, que era considerado extremamente mágico e conferia poderes a quem o usasse na data do solstício.

As cores do natal

Talvez as cores do Natal pudessem ser conhecidas como uma escolha de cores que queria reunir o branco da neve que cobre os campos do hemisfério norte e o vermelho do sangue que Jesus derramaria por todos.
Porém essa definição é insuficiente, Na verdade considera-se as cores de Natal o vermelho e o verde, presentes por exemplo nas guirlandas e enfeites de porta (coroas) e tem sua origem na dualidade delas na natureza, arvore e frutos.




Missa do Galo
Era costume entre os católicos ir à celebração da missa antes da ceia. Era o rito religioso que purificava antes da comida, sempre uma libação. A tradicional Missa do Galo cristã, muito embora seja a maior expressão litúrgica do catolicismo em especial nas tradições ritualísticas de Roma, Portugal e Brasil também pode ser caracterizada pela tradição da cerimônia pagã. “O galo é um animal sagrado para os ciganos que são considerados um ramo perdido dos atlantes e também o era para os druidas/celtas que também o são. O galo é quem diz: “Eu sou aquele que canta o raiar de um novo dia, de uma nova esperança, de uma nova vida!”, como uma alusão ao Sol como deus e origem da vida.”Dizem que o galo cantou á meia noite , no nascimento de Cristo, contrariando a sua natureza.
Cartões de boas festas
Bem antes de Jesus Cristo surgiram as mensagens de felicitações. Já era habito entre os romanos enviarem-se congratulações pelo Ano Novo, gravadas em tabletes de argila (tijolos) e, com a cristianização do Império Romano, esse costume permaneceu inalterado. O primeiro cartão de "Boas Festas" de que se tem noticia teria surgido em Londres no ano de 1834, na mesma época dos contos natalinos de Charles Dickens.
Dickens que brilhava com obras de gosto popular como As Aventurasdo Sr. Pickwick, Oliver Twist ou ainda as comoventes como Um grilo na Lareira, quando escreve a saga do Sr. Scrooge resgata o espírito do Natal. The Haunted man and the ghost bargain, é um clássico de Natal que foi filmado e representados milhares de vê zes dando origem inclusive a personagens de quadrinhos como o de Walt Disney , que ganhou no Brasil o nome de Tio Patinhas.
Mas voltando aos cartões, foi a falta de tempo de Henry Coyle, o director do British Museum de Londres, que originou a criação dos cartões natalinos. Sem tempo de escrever a mão a todos os seus familiares e amigos, Henry Coyle solicitou ao artista plastico John Callicot Housley que lhe elaborasse um cartão que servisse para enviar boas-festas a todos os seus patentes e amigos. O pintor pegou um pedaço de cartolina quadrada e dividiu-a em três partes. Ao centro desenhou uma família reunida a mesa, comemorando alegremente. No verso figuravam meninos pobres recebendo comida e roupas.E por fim podia-se ler a mensagem: A Merry Christmas and a Happy New Year to you ("Um alegre Natal e um feliz Ano Novo para você"). O significado em inglês da palavra Christmas é o mesmo que The Mass of Christ : "Missa de Cristo". Na ocasião foram impressos cem, e os que sobraram foram vendidos a um xelim cada. Até o costume se popularizar em 1851, os cartões eram todos litografados e pintados mão.


PAPAI NOEL OU PAI NATAL

A figura de Santa Klaus, é igual à árvore de Natal, resultou da combinação de várias lendas e tradições muito antigas. Certamente existe relação entre o Velho Noel ou Papai Natal (Portugal) atual e os Julenisse da Dinamarca e Noruega e os Tomte da Suécia, duendezinhos vestidos de vermelho com gorros pontiagudos e longas barbas brancas que repartem presentes montados em Jule-buken renas enfeitados com sinos e laços. Para outros existe uma relação na tradução do Velho Noel e a deusa norueguesa do lugar, Hertha ou Percht, que como Santa Claus entrava e saia pelas chaminés durante o solstício de inverno.
Essas figuras juntaram se com São Nicolau, bispo de Mira, região ao sudoeste da Ásia (Turquia), no século III que tinha especial cuidado com os meninos e necessitados. Ele que saía pelas noites percorrendo as cidades e levando presentes aos vizinhos e dando bons conselhos.O dia 6 de dezembro era a ele dedicado. Sua fama estendeu-se até os lapões e samoedos que habitavam na região das renas, e foi convertido no patrono de muitas cidades européias. Alemanha e Holanda foram os países onde mais rápido se estabeleceu a celebração de São Nicolau.
Os holandeses introduziram a tradição nos EUA e o fizeram patrono da ilha de Manhattan, a Nova Amsterdam, como chamaram os holandeses a Nova York quando a fundaram no século XVIII. A figura era do gordo sorridente de bochechas rosadas cativou e sua mitra episcopal logo se transformou em gorro, conservando a cor vermelha das vestimentas. Vieram depois o saco de brinquedos, e o cavalo cinzento se transformou em um trenó puxado por oito renas. O santo em holandês se chamava Sinter Klass, que para os meninos de língua inglesa logo mudou para Santa Claus e no Caribe o chamaram "Santicló" com acento francês. Na França o nome se transformou em Papá Noel, pela tradição de dar presentes no Natal (Noel).
Recorrendo a Câmara Cascudo vemos que o Papai Noel veio para o Brasil na segunda década do século XX e sua vulgarização acontece após 1930 sempre por obrigação formal nos festejos natalinos de iniciativa oficial e letrada, mas jamais popular. “Sem a mais remota e fortuita ligação com o ciclo de Natal católico da Espanha e Portugal, fontes do culto no Brasil, é de efeito mais hilariante que venerando na apreciação coletiva”.
A função do Papai Noel é o de distribuir presentes, porém temos as seguintes tradições: os trazidos São Nicolau, no dia 6 de dezembro ou entregues no dia 6 de janeiro, dia da Epifania, seguindo a tradição dos magos (tradição essa muito presente entre os descendentes de portugueses, em especial no sul do país). A outra tradição é a dos romanos que desejavam boa sorte durante as festas saturnais, no dia 25 de dezembro, dia que o mundo cristão celebra o Nascimento de Jesus. Algumas culturas dão os presentes na vigília de Natal, no dia 24 de dezembro. Cada tradição fala de um doador diferente: o Menino Jesus, Santa Claus, o Velho Noel, Befana ou Bufana (a figura feminina de Santa na ltália, que popularmente também pode ser conhecida como mulher de Papai Noel, esta tradição é muito encontrada entre os descentes de italianos no sul do país, em especial nas comunidades da cidade de São Paulo), os três magos, os gnomos de Natal, Kolyada (na Rússia), os Joulupukki ( na Finlândia).
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publicado por o editor às 10:56
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