Terça-feira, 5 de Novembro de 2013

A filha favorita de Fawzia Koofi

 

A filha favorita


de Fawzia Koofi


Tradução: Camila Mello




Lançamento: 01/10/2013

Formato: 16 x 23

288 páginas

Uma história de coragem e sobrevivência contada pela mulher que se tornou símbolo do renascimento do Afeganistão

Na lista dos mais vendidos do New York Times


Depois de sobreviver a tentativas de assassinato e de sofrer todo tipo de ameaças, Fawzia Koofi é a primeira mulher a ocupar o posto de vice-presidente do Parlamento do Afeganistão. Não contente com isso, ela já disse que se candidatará nas eleições presidenciais de 2014.

"Em 2005, decidi me candidatar ao Parlamento, porque acreditava que era a melhor forma de ajudar as pessoas", disse Koofi em uma entrevista por telefone, direto da capital afegã, Cabul, com a BBC.


"Venho de uma família muito tradicional de uma zona rural do Afeganistão, então os direitos das mulheres não eram uma prioridade na minha família", afirmou.

Koofi vem da Província de Badakhchan, no noroeste do país, uma zona agrícola e muito pobre.

Sua mãe quase morreu ao dar-lhe à luz, e a tradição em sua família indicava que seu destino não estaria muito longe dos cuidados da casa.

"Fui a primeira garota da minha família a ir à escola", disse. "No começo, até meus irmãos homens se opuseram. Meu pai, que nessa época estava envolvido com política, impulsionou a construção de uma escola e não permitiu ajuda à sua própria filha."

Quando terminou o colégio, Koofi estudou medicina, e então seus irmãos mudaram de opinião. "Primeiramente, porque era muito difícil entrar na faculdade de medicina e eu consegui, e depois ele me apoiaram porque nessa época minha mãe morreu, e seu maior sonho era que eu fosse à universidade", afirmou.
Regime talebã

Em 1996, os talebãs tomaram o controle da capital afegã, depois de dois anos de combates, e continuaram no poder até a invasão dos Estados Unidos em 2001, depois dos atentados contra o World Trade Center e o Pentágono.

"Quandos os talebãs chegaram, tive de deixar de estudar e me encerrar em casa. Via a vida por meio da janela da minha sala, e a única coisa que podia fazer era visitar o túmulo da minha mãe", disse Koofi.

Depois da queda dos talebãs, começou outro período de instabilidade mesclada com mudanças sociais para as mulheres do Afeganistão.

"Retomei meus estudos e comecei a me envolver com projetos sociais. Nesse momento, a ONU operava praticamente como o governo do país e tinha muitos projetos. Eu ensinei inglês e comecei a colaborar com a Unicef (braço das Nações Unidas para a infância) em nível local", disse a parlamentar.
Combatente talebã (AFP)

Para Koofi, eventual retorno do talebã seria retrocesso para os direitos das mulheres

"Quando vieram as primeiras eleições depois do regime talebã, as pessoas estavam muito contentes. Especialmente as mulheres estavam muito entusiasmadas", afirmou.

"Depois de minhas colaborações em projetos sociais, comecei a me conectar com as pessoas e, de alguma formam, a minha imersão na política foi algo natural, vindo da família que venho."

Em 2005, após submeter-se a um tipo de "primária familiar", ela conseguiu uma cadeira no Parlamento afegão, representando Badakhchan.

"Um dos meus irmãos também quis se candidatar, então teve que haver um debate familiar, que no fim eu ganhei. Eles acreditaram que, por ser mulher, eu teria um maior apoio popular", disse.
'Não carregamos armas'

Koofi acredita que a retirada das forças ocidentais do país não é algo positivo.

"Os países vizinhos têm muita influência no nosso e tentarão criar instabilidade. Os talebãs estão se preparando para as eleições de 2014, e se eles ganharem, teremos perdido tudo o que conseguimos nestes anos todos", afirma.

O atual governo, do presidente Hamid Karzai, foi alvo de acusações frequentes de corrupção.

Mas Koofi crê que uma volta ao regime anterior dos talebãs apresenta riscos para os direitos adquiridos pelas mulheres nos últimos anos.

"Os direitos das mulheres são muito mais fáceis de ignorar, já que nós não carregamos armas", diz. Ela acrescenta que a volta dos talebãs obrigaria as mulheres do país a "começar do zero".

Mas Koofi não se dá por vencida. "O plano é me candidatar nas eleições de 2014, vamos ver o que acontece."

Ela diz que muitas pessoas veem uma mulher no legislativo como algo positivo. "Atualmente há cerca de 27% de mulheres no Parlamento do Afeganistão, e as pessoas estão satisfeitas com o seu trabalho", afirma.

"Apesar das dificuldades, meu segredo foi não desmotivar nunca. Sempre acreditei em mim e na minha capacidade de mudar as coisas, e abrir o caminho para outras mulheres que vêm atrás."




O LIVRO

Filha de uma das sete esposas de seu pai, Fawzia Koofi foi deixada para morrer ao sol logo após seu nascimento — a mãe ficou desapontada por não ter dado à luz um menino. “Na nossa casa, as mulheres não eram bem-vindas. Quando nasci, minha mãe não me quis, me abandonou sob o sol quente. Apesar das numerosas bolhas de queimadura, sobrevivi e, a partir desse momento, me tornei sua filha favorita”, relata a autora.

No entanto, ela sobreviveu, e a perseverança diante de adversidades extremas definiu sua vida. Driblando o destino, tornou-se presidente do parlamento afegão. Ao longo do percurso, além de todas as dificuldades que enfrentou por ser mulher em uma sociedade opressora, enfrentou os assassinatos do pai e do irmão e sobreviveu a inúmeros atentados contra a própria vida. Em A filha favorita, Koofi compartilha sua história, pontuada por uma série de cartas comoventes que escreve às filhas antes de cada viagem a trabalho.

Seu pai foi membro do parlamento afegão durante 25 anos e, segundo Koofi, era um homem incorruptível e muito apegado às tradições do país. Depois de seu assassinato pelos mujahidin, sua mãe, analfabeta, tomou a iniciativa de enviá-la para a escola. Enquanto a guerra civil recrudescia, a jovem tornou-se professora de inglês, depois cursou medicina, e se casou com um homem a quem amava e com quem teve duas filhas. Hoje é candidata às próximas eleições presidenciais do Afeganistão e incorpora as tensões política, sexual e cultural do país, oferecendo esperança para o futuro de um dos lugares mais perigosos do mundo.


A CRITICA

“A história de Koofi é de determinação e esperança. Mostra o poder de uma pessoa fazendo todos os dias as escolhas certas para conseguir mudança.” – Huffington Post


A AUTORA


Fawzia Koofi
é a primeira mulher a ocupar a presidência do parlamento afegão e uma notável ativista pelos direitos das mulheres e crianças. Atualmente, é candidata às próximas eleições presidenciais de 2014 e tem sido citada em diversos veículos de comunicação, como BBC, CNN, Time, The Washington Post, Los Angeles Times, The Globe and Mail, entre outros. Koofi foi eleita Jovem Líder Global pelo Fórum Econômico Mundial em 2009. Antes de virar membro do Parlamento, trabalhou para a UNICEF como oficial de proteção à criança de 2002 a 2004. Mãe de duas meninas, ela vive em Cabul.

Insight with Fawzia Koofi- Running for president of Afghanistan




UM LANÇAMENTO


publicado por o editor às 00:47
link | comentar | favorito
Terça-feira, 4 de Dezembro de 2012

VILA REAL de João Ubaldo Ribeiro

 

 


VILA REAL

de João Ubaldo Ribeiro




Lançamento: 01/11/2012

Formato: 16 x 23

168 páginas

Este é um livro agreste, duro, que não busca gracejos, envolve e por isso nos inquieta.É quando o escritor genial de faz presente e atanos a um livro que quer ser lido. Angustiante cada página nos remete a uma inexoravel vingança da morte tão anunciada como a de morrer sentado e ser enterrado assim. Em 1979 João Ubaldo estava febril e nos ministrando angustias. (E.C)

Em seu Estudo das Representações Sociopoliticas sobre João Ubaldo Ribeiro e Mia Couto, tendo em mente principalmente o romance Vila Real , Ângela Cristina Antunes Conceição (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, USP, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) apropriadamente diz que "de várias formas, João Ubaldo e Mia Couto assumem com maestria a sua função de intelectual não só pela construção ficcional das suas narrativas que nos interrogam, e ao mesmo tempo, respondem sobre as nossas indagações, mas também, por tornar a nossa leitura, uma leitura de vida, de sentimentos: de dor, de angústia, de tristeza, de lembranças, de esperanças, enfim até de alegria."


O LIVRO
Vila Real é um romance dotado de tensão e violência. Publicado originalmente em 1979, este livro de João Ubaldo Ribeiro é uma complexa metáfora dos conflitos rurais que respingam de sangue a história do Brasil. Ambientada nas imediações de uma pequena cidade fictícia do sertão nordestino, a narrativa descreve a luta de camponeses contra a “Caravana Misteriosa”, como apelidam uma empresa mineradora que lhes tomara as terras.

Argemiro é o líder dos posseiros expulsos da pequena Vila Real por uma companhia mineradora estrangeira. Ele enfrenta os homens chefiados por Genebaldo, defensor dos interesses da empresa e da ordem que está sendo ameaçada pelos camponeses. Sem as terras que lhes dão sustento para a vida e leito para a morte, os habitantes da cidade lutam para reconquistar o pouco que têm.

Aliando-se ao temido Filho de Lourival, ao feroz Alarico e aos incendiários padres Bartolomeu e Benedito, Argemiro trava um sangrento embate no acampamento atacado pelo inimigo. Apesar das perdas, eles vencem a batalha – mas não a guerra. Argemiro acaba por se refugiar com seu povo junto ao rio Japiau. Lá, reúnem forças para seguir com a luta, ainda que a vitória lhes pareça cada vez mais incerta.

Entre fugir e morrer, os sem-terra decidem resistir, mesmo que a vitória lhes pareça impossível. Mesmo diante da dureza do sertão nordestino, implacável por sua natureza agreste e suas injustiças sociais, Argemiro e a população de Vila Real resistem e fazem o máximo para saírem vitoriosos do trágico embate. Através das próprias reflexões dos personagens, vida, morte e a condição humana são abordadas com um olhar profundo.

João Ubaldo Ribeiro faz em Vila Real um retrato da rústica imposição dos poderosos sobre os despossuídos, questão tão presente nos conflitos rurais. Ao mesmo tempo em que representa uma denúncia da perpétua injustiça social no campo e no sertão, o romance vai além. O autor mostra um olhar agudo sobre a miséria humana – e a esperança de superá-la.

O AUTOR
João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro (Itaparica, 23 de janeiro de 1941) é um escritor, jornalista, roteiristae professor brasileiro, formado em direito e membro da Academia Brasileira de Letras. É ganhador do Prêmio Camões de 2008, maior premiação para autores de língua portuguesa Ubaldo Ribeiro teve algumas obras adaptadas para a televisão e para o cinema, além de ter sido distinguido em outros países, como a Alemanha. É autor de romances como Sargento Getúlio, O Sorriso do Lagarto, A Casa dos Budas Ditosos, que causou polêmica e ficou proibido em alguns estabelecimentos, e Viva o Povo Brasileiro, tendo sido, esse último, destacado como samba-enredo pela escola de samba Império da Tijuca, no Carnaval de 1987.É pai do ator e VJ da MTV Bento Ribeiro.

SUAS OBRAS

Romances

    Setembro não tem sentido - 1968
    Sargento Getúlio - 1971
    Vila Real - 1979
    Viva o povo brasileiro - 1984
    O sorriso do lagarto - 1989
    O feitiço da Ilha do Pavão - 1997
    A Casa dos Budas Ditosos - 1999
    Miséria e grandeza do amor de Benedita (primeiro livro virtual lançado no Brasil) - 2000
    Diário do Farol - 2002
    O Albatroz Azul[10] - 2009

Contos

    Vencecavalo e o outro povo - 1974
    Livro de histórias - 1981. Reeditado em 1991, incluindo os contos "Patrocinando a arte" e "O estouro da boiada", sob o título de Já podeis da pátria filhos

Crônicas

    Sempre aos domingos - 1988
    Um brasileiro em Berlim - 1995
    Arte e ciência de roubar galinhas - 1999
    O Conselheiro Come - 2000
    A gente se acostuma a tudo - 2006
    O Rei da Noite - 2008

Ensaios

    Política: quem manda, por que manda, como manda - 1981

Literatura infanto-juvenil

    Vida e paixão de Pandonar, o cruel - 1983
    A vingança de Charles Tiburone - 1990
    Dez bons conselhos de meu pai - 2011



UM LANÇAMENTO


publicado por o editor às 18:51
link | comentar | favorito
Quarta-feira, 28 de Novembro de 2012

FIM DE JOGO, 1945 de David Stafford

 

A 2a Grande Guerra



O QUE UMA GUERRA TEM DE GRANDE? Pois bem , número de vítimas, número de países envolvidos no conflito, montante do prejuízo. Ou seriam os avanços tecnológicos, as mudanças geopolíticas, o butim. Na guerra, por mais grandioso que seja o número, o valor exponencial do desumano deve falar mais alto. A segunda guerra mundial infelizmente não deixou lição nenhuma e sim décadas de um mundo dividido entre teorias econômicas. E o povo? A este coube e cabe contar e enterrar seus mortos.

Entre os anos de 1939 e 1945, o mundo viveu o maior e mais sangrento confronto da história da humanidade - a Segunda Guerra Mundial (1939–1945) que opôs os Aliados às Potências do Eixo, tendo sido o conflito que causou mais vítimas em toda a história da Humanidade. As principais potências aliadas eram a China, a França, a Grã-Bretanha, a União Soviética e os Estados Unidos.

O Brasil se integrou aos Aliados em agosto de 1942. A Alemanha, a Itália e o Japão, por sua vez, perfaziam as forças do Eixo. Muitos outros países participaram na guerra, quer porque se juntaram a um dos lados, quer porque foram invadidos, ou por haver participado de conflitos laterais. Em algumas nações (como a França e a Jugoslávia), a Segunda Guerra Mundial provocou confrontos internos entre partidários de lados distintos.

A Primeira Guerra Mundial - "feita para pôr fim a todas as guerras" - transformou-se no ponto de partida de novos e irreconciliáveis conflitos, pois o Tratado de Versalhes (1919) disseminou um forte sentimento nacionalista, que culminou no totalitarismo nazi-fascista. As contradições se aguçaram com os efeitos da Grande Depressão. Além disso, a política de apaziguamento, adotada por alguns líderes políticos do período entre guerras e que se caracterizou por concessões para evitar um confronto, não conseguiu garantir a paz internacional. Sua atuação assemelhou-se à da Liga das Nações: um órgão frágil, sem reconhecimento e peso, que deveria cuidar da paz mundial, mas que fracassou totalmente.


O líder alemão de origem austríaca Adolf Hitler, Führer do Terceiro Reich, pretendia criar uma "nova ordem" na Europa, baseada nos princípios nazistas que defendiam a superioridade germânica, na exclusão — e supostamente eliminação física incluída — de algumas minorias étnicas e religiosas, como os judeus e os ciganos, bem como deficientes físicos e homossexuais; na supressão das liberdades e dos direitos individuais e na perseguição de ideologias liberais, socialistas e comunistas.

O marco inicial ocorreu no ano de 1939, quando o exército alemão invadiu a Polônia. De imediato, a França e a Inglaterra declararam guerra à Alemanha. De acordo com a política de alianças militares existentes na época, formaram-se dois grupos : Aliados ( liderados por Inglaterra, URSS, França e Estados Unidos ) e Eixo ( Alemanha, Itália e Japão ).

A assinatura do tratado de paz no final da Primeira Guerra Mundial deixou a Alemanha humilhada e despojada de suas possessões. Perdeu seus territórios ultramarinos e, na Europa, a Alsácia-Lorena e a Prússia Oriental. Os exércitos aliados ocuparam a região do Reno, limitaram rigorosamente o tamanho do Exército e da Marinha alemães, e o seu país foi obrigado a pagar indenizações pela Primeira Guerra Mundial que logo provocaram o colapso de sua moeda e causaram desemprego em massa.

Assim, foi numa Alemanha envenenada pelo descontentamento que Adolf Hitler ergueu a voz pela primeira vez. Apelando para a convicção do povo alemão de que tinham sido brutalmente oprimidos pelos vencedores da guerra, logo conseguiu uma larga audiência. Falava de grandeza nacional e da superioridade racial nórdica, denunciava judeus e comunistas como aqueles que haviam apunhalado a Alemanha pelas costas e levado o país à derrota, e por meio de um programa intensivo de propaganda criou o Partido Nacional-Socialista, que em 1932 tinha 230 lugares no Parlamento alemão e cerca de 13 milhões de adeptos. Depois da morte do Presidente Hindenburg, em 1934, o poder de Hitler tornou-se absoluto. No verão de 1934, eliminou implacavelmente os rivais e, desprezando a regra de lei, estabeleceu um regime totalitário.


Em seguida deu inicio a um programa de rearmamento, em contravenção ao Tratado de Versalhes, mas sem ser impedido pelos demais signatários, e no começo de 1936 já estava confiante o bastante para enviar tropas alemães para reocupar a região do Reno. Mais uma vez os Aliados não fizeram nenhuma tentativa para detê-lo, e a operação foi bem sucedida. Mais tarde, no mesmo ano, ele e seu aliado italiano fascista Benito Mussolini enviaram auxílio a Franco na Guerra Civil Espanhola e assinaram um pacto unindo-os no Eixo Berlim-Roma.

A preocupação primária de Hitler durante esse período foi com a necessidade alemã de Lebensraum, ou seja, espaço vital. Se o país devia passar de nação de segunda categoria para primeira potência mundial, necessitava de espaço para se expandir, e se precisava comportar uma população em rápido crescimento e exigindo prosperidade, necessitava de terras para cultivo e matérias-primas para energia e indústria.

Começou olhando na direção da Áustria, que já possuía um forte movimento nazista, mas cujo chanceler estava ansioso por conservá-la como nação independente. Os exércitos de Hitler avançaram assim mesmo e, em 1938, entraram em Viena, sem encontrar oposição. Hitler tivera êxito pela combinação de uma diplomacia de força e um hábil desenvolvimento de sua máquina de propaganda.

A Checoslováquia seria a próxima vítima. A região fronteiriça, conhecida como Sudetos, tinha uma população alemã que se sentia excessivamente discriminada tanto pelos tchecos quanto pelos eslovacos. A região era rica em recursos minerais, tinha um grande exército, e ostentava fábricas de equipamento bélico Skoda. Incitando o descontentamento da população germânica, Hitler foi capaz de fomentar a agitação na Checoslováquia, que levou a um confronto armado na fronteira. Nessa altura, o primeiro-ministro britânico, Neville Chamberlain, representando os defensores da Checoslováquia - Inglaterra, França e Rússia -, foi à Alemanha acalmar Hitler. O resultado de uma série de reuniões foi que, a menos que os Sudetos fossem anexados à Alemanha, Hitler começaria uma guerra; mas se suas reivindicações territoriais na Checoslováquia fossem atendidas, não faria reivindicações posteriores no resto da Europa. A França e a Inglaterra concordaram - apesar de suas promessas de proteger a Checoslováquia -, e Hitler, quebrando também a sua promessa, mais tarde invadiu a Checoslováquia inteira. Considerou que a Inglaterra não estaria preparada para lutar por aquele país, e que a França não ia querer lutar sozinha - e estava certo; mas na vez seguinte, quando invadiu a Polônia, elas declararam guerra.

Como a história provaria mais tarde, a declaração veio com excesso de atraso. As vacilações das potências ocidentais haviam permitido que Hitler alcançasse uma força armada e uma posição na Europa, cujo desalojamento levaria seis anos de carnificina.

A Segunda Guerra Mundial, por sua amplitude e duração, contou com inúmeras campanhas e batalhas importantes. Neste texto, iremos nos reportar apenas àquelas que tiveram influência decisiva na evolução do conflito.
Empregando de forma combinada todos os elementos militares de que dispunham (aviação de assalto, aviação de bombardeio, blindados, artilharia e infantaria), os alemães criaram uma tática de combate denominada Blitzkrieg (Guerra-Relâmpago), de efeito esmagador. Ela lhes permitiu dominar rapidamente a Polônia e, em 1940, praticamente toda a Europa Ocidental – inclusive a França, que foi obrigada a se render. Mas a falta de recursos navais impediu Hitler de invadir a Grã-Bretanha e o levou a atacar a URSS. Os alemães avançaram profundamente no território soviético, até serem finalmente detidos na Batalha de Stalingrado (nov. 42/fev. 43). O Japão, envolvido contra a China desde 1937, atacou os EUA em dezembro de 1941, bombardeando a base naval de Pearl Harbor, no Havaí. Os japoneses conquistaram todo o Sudeste Asiático e o Pacífico Central, chegando às fronteiras da Índia e próximo da Austrália. Todavia, derrotados pelos norte-americanos na batalha naval de Midway (jun. 42), passaram a lutar defensivamente, de forma obstinada e até mesmo desesperada, tendo em vista que se tornou habitual lutarem até à morte, inclusive através de ataques suicidas.

A Itália foi invadida pelos Aliados em 1943. Mussolini, refugiado no norte do país sob a proteção dos alemães, foi capturado por guerrilheiros comunistas italianos e assassinado em abril de 1945. Hitler suicidou-se três dias mais tarde, quando os soviéticos se encontravam a três quarteirões de seu abrigo subterrâneo, em Berlim. A Alemanha capitulou pouco depois, em 8 de maio. Antes, em junho de 1944, ocorrera o célebre Dia D, quando tropas anglo-americano-canadenses desembarcaram na Normandia – região da França, então ocupada pelos alemães.

O Japão somente se rendeu em 15 de agosto de 1945, quando o imperador Hirohito anunciou pessoalmente, pelo rádio, a capitulação do país. Essa decisão foi conseqüência dos devastadores efeitos produzidos pelo bombardeio atômico das cidades de Hiroshima e Nagasaki, ocorridos respectivamente em 6 e 9 daquele mês.

O emprego de bombas atômicas contra o Japão, a fim de forçá-lo a cessar a luta, foi ordenado pelo novo presidente dos EUA, Truman (o presidente Franklin Roosevelt falecera em abril de 1945). Atualmente, os historiadores tendem a considerar que a ação norte-americana foi desnecessária, já que a capacidade de resistência dos japoneses estava em seu limite. Assim sendo, os bombardeios atômicos (com cerca de 200 mil vítimas fatais, sem considerar as seqüelas da radioatividade) teriam sido, fundamentalmente, um meio de intimidar a URSS – já no contexto da futura Guerra Fria.

Este importante e triste conflito terminou somente no ano de 1945 com a rendição da Alemanha e Itália. O Japão, último país a assinar o tratado de rendição, ainda sofreu um forte ataque dos Estados Unidos, que despejou bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagazaki. Uma ação desnecessária que provocou a morte de milhares de cidadãos japoneses inocentes, deixando um rastro de destruição nestas cidades.Os prejuízos foram enormes, principalmente para os países derrotados. Foram milhões de mortos e feridos, cidades destruídas, indústrias e zonas rurais arrasadas e dívidas incalculáveis. O racismo esteve presente e deixou uma ferida grave, principalmente na Alemanha, onde os nazistas mandaram para campos de concentração e mataram aproximadamente seis milhões de judeus.

Com o final do conflito, em 1945, foi criada a ONU ( Organização das Nações Unidas ), cujo objetivo principal seria a manutenção da paz entre as nações. Inicia-se também um período conhecido como Guerra Fria, colocando agora, em lados opostos, Estados Unidos e União Soviética. Uma disputa geopolítica entre o capitalismo norte-americano e o socialismo soviético, onde ambos países buscavam ampliar suas áreas de influência sem entrar em conflitos armados.  (E.C.)


O capítulo que faltava da Segunda Guerra Mundial

FIM DE JOGO, 1945

de David Stafford


Tradução: Joel Macedo



Formato: 16 x 23

704 páginas


O LIVRO

Concluir a narrativa da Segunda Guerra Mundial no Dia da Vitória é deixar a história apenas parcialmente contada. A guerra não termina quando cessam as batalhas. Soldados derrotados enfrentam longos dias como prisioneiros, os feridos continuam a morrer, pais buscam obstinadamente pelos filhos desaparecidos e os vitoriosos embarcam em missões épicas para caçar líderes inimigos.

Em Fim de jogo, 1945, o historiador David Stafford preenche algumas lacunas do conhecimento sobre o fim da Segunda Guerra. Ele revela como, para muitas pessoas, 8 de maio de 1945 – o Dia da Vitória na Europa – foi apenas uma breve pausa na ação. O horror e a dificuldade continuaram por muito tempo depois que os Aliados aceitaram a rendição incondicional da Alemanha Nazista.

Para narrar em detalhes o contexto do final do conflito, o autor entrelaça as vidas de pessoas comuns com as maquinações de líderes políticos e militares. Baseando-se em diários, cartas, testemunhos pessoais, memórias e uma extensa bibliografia, ele remonta a elaborada teia de eventos que levaram à verdadeira resolução da guerra. A invasão soviética, o suicídio de Hitler e a consequente rendição por parte do Eixo são partes-chave da história, mas não eram as únicas tramas em jogo à época.

Stafford relata histórias de homens e mulheres notáveis. Entre eles, Robert Ellis, um jovem soldado americano que tenta manter a alma intacta em meio à brutalidade da batalha, lutando em território italiano; Robert Reid, um correspondente de guerra viajando com o exército do general George Patton; Reginald Roy, um soldado canadense que enfrenta bravamente a resistência nazista na costa holandesa; e Francesca Wilson, que trabalha na ajuda humanitária e tenta desesperadamente mitigar o sofrimento trazido pela guerra.

Aclamado pela crítica, Fim de jogo, 1945 reconstrói os meses turbulentos que moldaram o mundo moderno. Mais do que os principais eventos que levaram ao fim do maior conflito humano já ocorrido – como as mortes de Hitler e Mussolini e a libertação dos prisioneiros dos campos de Buchenwald e Dachau –, o livro oferece um panorama pouco conhecido de homens e mulheres comuns, da Europa em meados dos anos 40 e da derrota do fascismo.
 


A  CRITICA

“Fascinante... Tenta colocar um rosto humano na desconcertante escala de morte e devastação. David Stafford faz isso de forma extraordinária.” – The Times

“Stafford reuniu uma galeria extraordinária de histórias humanas – heroicas, trágicas, infames, comoventes.” – Daily Mail

O AUTOR

David Stafford é historiador e ex-diplomata que tem escrito extensivamente sobre a inteligência, espionagem, Churchill e da Segunda Guerra Mundial. O ex-diretor do projeto no Centro para o Estudo das duas guerras mundiais, na Universidade de Edimburgo, ele  é um membro honorário da Universidade e Professor Adjunto da Universidade de Victoria, em British Columbia, onde ele e sua esposa vivem agora .

Frequentemente atuou como consultor na TV e  na rádio, escreveu documentários de rádio para a Canadian Broadcasting Corporation e  BBC, e seu livro mais recente, Dez dias para o dia D , formaram a base para um docudrama em duas partes do  Channel Four . Atuando é consultor histórico em um documentário de TV que está sendo feita por ORTV de Londres baseado em seu livro, Spies Beneath Berlin.
É crítico literário regular, aparecendo no the Times (London), BBC History Magazine, The Spectator, The Times Literary Supplement, The New York Times,o Times Herald Tribune(Paris), e Saturday Night e o Globe and Mail (Toronto).

David Stafford nasceu em Newcastle-upon-Tyne, tem titulos da Universidade de Cambridge e da Universidade de Londres (London School of Economics and Political Science), e quando ele não está escrevendo livros é um ávido leitor de ficção e um devotado fan das óperas de Mozart.

Em Abril de 2005 foi nomeado pelo primeiro-ministro para escrever a história oficial do SOE na Itália (Parte II, 1943-1945), que foi publicado pelo Bodley Head em março 2011.

LEIA UM TRECHO DO LIVRO EM PDF

 


UM LANÇAMENTO
publicado por o editor às 20:46
link | comentar | favorito
Sábado, 3 de Janeiro de 2009

Marcelo Rubens Paiva combina prostituição e jornalismo em seu novo romance


A segunda vez que te conheci
de Marcelo Rubens Paiva
196 pgs.

 

Perto de completar 50 anos, Marcelo Rubens Paiva lança novo livro. O tema, recorrente em sua coluna de jornal, ganha uma abordagem ousada no romance A segunda vez que te conheci , sobre Raul, um jornalista que perde o emprego e vira, meio por acaso, agenciador de prostitutas em São Paulo - ao mesmo tempo em que reencontra a ex-mulher e vive um difícil processo de reatamento.
O escritor faz um retrato entre cômico e amargo da sociedade contemporânea, dominada pelas exigências do sucesso e do consumo.
Marcelo, que estreou com o fenômeno de vendas Feliz ano velho, em 1983, também é autor de peças de teatro e livros de crônicas, como O homem que conhecia as mulheres.

Lançamento da Editora Objetiva

publicado por o editor às 08:07
link | comentar | favorito

.tags

. todas as tags

.arquivos

. Janeiro 2017

. Dezembro 2016

. Novembro 2016

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Agosto 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Novembro 2015

. Outubro 2015

. Setembro 2015

. Agosto 2015

. Julho 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Abril 2015

. Março 2015

. Fevereiro 2015

. Janeiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Junho 2014

. Maio 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Maio 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Abril 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Janeiro 2008

. Dezembro 2007

. Novembro 2007

.subscrever feeds

Em destaque no SAPO Blogs
pub